Ourivesaria Aliança
A “Ourivesaria Aliança”, na Rua das Flores, foi fundada, em 1925, por
Celestino da Motta Mesquita que, em 1944, abriria uma sucursal em Lisboa, na
Rua Garrett, com a presença do general Óscar Carmona, em local já antes (desde
1939) tomado à ourivesaria “Miranda & Filhos”.
A loja onde esteve instalada a Ourivesaria Aliança, na Rua das Flores,
abrange três prédios, sendo que, o que faz esquina com a Rua dos Caldeireiros,
é de 1908.
Neste prédio existia um cofre antigo com sete trancas, com a
curiosidade de a sua estrutura assentar em antigos carris ferroviários.
Ao longo dos anos, várias são as encomendas feitas a esta ourivesaria
que ficaram célebres. Da Espada de Honra oferecida ao general Carmona
exposta no Museu Militar, do sacrário da Igreja dos Congregados, no Porto, a
peças para o santuário de Fátima, ao troféu do jogo F. C. Porto vs Arsenal, de 1948.
No início dos anos 70, a loja e as oficinas do Porto acabariam por
fechar.
Em 2012, fechariam também as instalações em Lisboa.
Na foto acima, onde antes esteve a Ourivesaria Aliança, está uma casa
de chá, a “Joia da Coroa”, cuja proprietária, Jeannine Monteiro, nascida em
Paris, pertence à terceira geração de uma família de joalheiros.
Ainda hoje, a fachada antiga e outros pormenores originais, como portas
blindadas, elevador de portas de correr, tectos pintados e vitrinas de cristal,
foram mantidos.
Ourivesaria
“Cunha & Sobrinho” (Machado Joalheiro)
Em 1880, dá-se a abertura da primeira ourivesaria, na Rua do Loureiro,
no Porto, designada como “Cunha & Sobrinho: Joias e objectos d’arte em
prata”, local hoje ocupado pela Pastelaria Serrana.
Assim, o carpinteiro, natural de Lousada, nascido em 1849, António
Pinto da Cunha (casado com Margarida Augusta Ribeiro de Sousa) e um seu primo
(1856-1915), precisamente, com o mesmo nome, rumaram ao Brasil, na década de
1890, para Belém, capital do estado do Pará.
António Pinto da Cunha, nascido em 1856, casado com Maria da Conceição
Ribeiro de Sousa, seria aquele que tomaria as rédeas do negócio da firma
brasileira, sedeada em Belém do Pará, “J. M. Ferreira & Cia”, após a morte
do seu fundador. Esta firma tinha, para além de outros, um negócio de
ourivesaria/joalharia com o atrativo nome de “À La Ville de Paris - Bazar de
Jóias”.
Possivelmente, será com base na experiência deste António Pinto da
Cunha que a família, por cá, também enveredaria pelo negócio do ouro.
In “Almanake Paraense de Administração, Commercio, Industria e
Estatística para o ano de 1883
Assim, o casal António Pinto e Cunha e Margarida Augusta Ribeiro de
Sousa tiveram uma prole alargada, cujo primogénito foi Alfredo Pinto da Cunha
(1884-1957) que, pela mão de um seu tio, José Pinto da Cunha, já há alguns anos
no negócio do ouro, vai acabar por se tornar um conceituado ourives.
José Pinto da Cunha (? – 1930) terá iniciado a actividade profissional
na ourivesaria “Gasparinho & Cia”, sita na Rua das Flores. É ele que, em
1897, vai fundar a Ourivesaria Cunha”, na Rua do Loureiro, 46 a 52, onde tinha
existido a “Ourivesaria Central” que também lhe terá pertencido.
A firma que inicialmente se chamava “José Pinto da Cunha, sobrinhos”,
em 1909, passará a “José Pinto da Cunha, sobrinho”, com Alfredo Pinto da Cunha
a ser o proprietário do estabelecimento.
Em 1912, é ampliada a ourivesaria, ocupando agora os números 46 a 52,
num projecto da autoria de Francisco de Oliveira Ferreira e com a colaboração
do seu irmão, o escultor José de Oliveira Ferreira e do pintor Acácio Lino.
Ourivesaria Cunha, na Rua do Loureiro, em 1913 – Ed. Illustração
Portugueza de 17 de Novembro de 1913
A mudança para a Rua 31 de Janeiro ocorre, em 1915, para um edifício,
exemplar em Arte Nova, projectado pelo arquitecto portuense Francisco de
Oliveira Ferreira.
Ourivesaria Cunha, na Rua 31 de Janeiro
Em 1930, numa política de expansão e crescimento, é adquirida a “Joalharia
do Carmo”, em Lisboa e na década de 1930, dá-se a internacionalização da
actividade, com a obtenção de vários prémios e distinções, com a presença em
feiras no Brasil, Estados Unidos, Espanha e em França.
Em 1942, com a entrada de Jacinto Machado, o negócio cresceu
visivelmente, quer pela sua enorme carteira de clientes quer pelas modernas
técnicas de comunicação.
À morte de Pinto da Cunha, em 1957, dá-se a transferência para a
dinastia Machado. E a renovação da imagem da loja para “Machado Joalheiro”.
“Com a entrada de
Jacinto Machado o negócio cresceu visivelmente, quer pela sua enorme carteira
de clientes quer pelas modernas técnicas de comunicação. Pinto da Cunha, que já
nessa época tinha uma noção avançada de relações-públicas, passou-se então a acompanhar
por Jacinto Machado para todo o lado, incentivando-o a uma convivência com
potenciais clientes. A ascensão social beneficiou desde logo o negócio, mercê
das ligações que mantinham com a alta burguesia portuense. As constantes
viagens pela Europa, de comboio, em especial a Paris, onde ia comprar
directamente pedras preciosas e procurar inspiração para o desenho das suas
peças, tinham feito de ambos, homens cosmopolitas e de gostos
requintados. À morte de Pinto da Cunha em 1957, dá-se a transferência para
a dinastia Machado. E a renovação da imagem da loja”.
Fonte: “machadojoalheiro.com”
Numa política de expansão da firma dá-se a abertura de uma segunda
loja, ainda na Rua 31 de Janeiro, nº 90, em 1978 e, em 1980, Machado Joalheiro
celebra o seu centenário e convida para o evento os seus principais clientes, e
é executada uma colecção exclusiva, de peças de joalharia para assinalar a
ocasião.
Em 1984, Machado Joalheiro abre uma nova loja no Centro Comercial Aviz
na Avenida da Boavista, vindo de uma outra que, entretanto, encerrou na mesma
avenida, situada no Centro Comercial Dalas.
Machado Joalheiro, na Avenida da Boavista
A histórica loja de Rua 31 de Janeiro, no ano 2000, é
classificada, por despacho governamental, como Imóvel de Interesse Público.
Em 2008, Machado Joalheiro inaugurou a sua primeira loja, em
Lisboa, na Avenida da Liberdade,
Em 2015, são comemorados os 135 anos de “Machado Joalheiro”.
Ourivesaria Reis
& Filhos
A Ourivesaria Reis & Filhos, segundo a publicação
"A Ourivesaria em Portugal - As Pratas da Casa Reis”, de J. Grave, de
1917, foi fundada em 1880 por António Alves dos Reis e, a partir de 1906, teve
continuidade pela mão de dois filhos do fundador.
Inicialmente, a ourivesaria teve porta aberta, na Rua de
Santo António, nº 239.
Em 1905, no intuito de alargar instalações, a Ourivesaria
Reis arrendou o rés-do-chão do edifício contíguo, localizado na Rua de Santo
António, nº 243-247 e Rua de Santa Catarina, nº 1-5, onde se encontrava a firma
“Carvalho Alfaiate”.
A loja situada na esquina das ruas de 31 de Janeiro e de
Santa Catarina, que passou a alojar, a partir de 1906, a Ourivesaria Reis
passou, então, a ostentar na fachada principal duas devantures (frentes de
loja) em ferro fundido, que se inscrevem no movimento Arte Nova, como se pode
comprovar pelos elementos decorativos que adornam a fachada, em particular o
busto feminino do remate superior da moldura de ferro.
Estas devantures foram colocadas no edifício e fabricadas na
fundição portuense Companhia Aliança, segundo o projecto do arquitecto José
Teixeira Lopes e criação do escultor António Teixeira Lopes, seu irmão.
Primitivas instalações da Ourivesaria Reis & Filhos, na
Rua de Santo António, após beneficiação da fachada da loja em 1914
A partir de 1906, as instalações da Ourivesaria Reis &
Filhos, passam, então, a ocupar dois edifícios, como narra o texto seguinte:
“Esta loja insere-se
ao nível do r/c de um edifício de três pisos e um amansardado e prolonga-se
para Oeste num outro edifício da Rua 31 de Janeiro, de dois pisos.
A fachada principal
orientada a Sul e Este é constituída pela associação de duas devantures em
ferro fundido.
A de gaveto é
constituída por duas grandes montras para cada rua (2.58 m), definindo no
cunhal um alpendre coberto, rematado na parte superior por elementos
vegetalistas sobrepujados por frontão de volutas com um busto feminino ao
centro.
No prolongamento desta
devanture e para a Rua 31 de Janeiro uma outra formada por uma porta central de
duas folhas, ladeada por duas montras. O entablamento é suportado por duas
pilastras.
A partir da entrada no
gaveto chega-se ao designado Salão Luís XV (antigamente destinado a Exposição
de Pratas), que estabelece ligação com o Salão Império (destinado outrora à
Exposição de Jóias). A primeira Sala encontra-se decorada com o mobiliário original
em nogueira dourado e a segunda com móveis em mogno decorado com elementos em
bronze dourado e patinado e vidros em cristal.
A vitrine principal
deste Salão é encimada por uma águia e a base é constituída por dragões alados.
Os dois Salões ainda apresentam os tectos com pinturas”.
Com a devida vénia a Isabel Sereno, 1996 Fonte:
“monumentos.gov.pt/”
Transposta a entrada da loja, que faz esquina para as ruas
de 31 de Janeiro e de Santa Catarina, estava-se no salão Luís XV, onde
funcionava a exposição de pratas.
Aquele salão comunicava com um outro. O salão Império, onde
eram expostas as Joias.
Um pouco mais tarde, em 1915, em instalações na Rua de 31 de
Janeiro (antiga Rua de Santo António), foi aberto um novo salão, denominado
Luís XVI, que expunha os bronzes, mármores e esmaltes e comunicava com o salão
Império.
Entre muitos trabalhos de grande valor e beleza executados
pela Ourivesaria Reis, ficou para a posteridade, a fabulosa baixela manuelina
executada entre 1899 e 1904. Foi desenhada por Rafael Bordalo Pinheiro e era
composta por 513 peças. Foi encomendada pelo 3º Visconde de S. João da
Pesqueira (Porto 28/11/1862 – Paris 1/9/1925) e, por sua morte, a Viscondessa
fez herdeiro universal o Paço Episcopal do Porto, onde a baixela se encontra.
Baixela encomendada pelo 3º Visconde de S. João da Pesqueira
– Foto: Aurélio da Paz dos Reis, em 1908
A Ourivesaria Reis & Filhos, após a morte do seu
fundador, passou para a posse e administração dos seus dois filhos, Serafim
Reis e Manoel Reis.
Serafim Alves Duarte Reis casou-se com a D. Maria Eugénia
Costa Braga Reis e tiveram uma filha, Maria Eugénia Reis, que faleceu muito
nova, logo seguida pelo seu pai. A perda de ambos afectou muito a D. Maria
Eugénia, que decidiu passar o resto da vida com as Irmãs Doroteias.
Tinha uma suite no colégio das Doroteias na Avenida Fontes
Pereira de Melo, 8, em Lisboa (onde hoje existe o SANA Lisboa Hotel), tendo aí
falecido em 3 de Novembro de 1961. Foi trasladada para o jazigo de família, no
cemitério de Agramonte, no Porto.
Manoel Alves Duarte Reis casou-se bastante tarde, não tendo
deixado descendência. Faleceu em 19 de Setembro de 1945.
Um director artístico da Casa Reis & Filhos, que ficou
com o seu nome ligado a esta ourivesaria, foi António Maria Ribeiro (Porto,
1889 - Lisboa, 1962) que era também um cinzelador de renome, ourives e
escultor, tendo chegado a ter 5 estabelecimentos comerciais, 4 oficinas no
Porto e Vila Nova de Gaia e uma sala de exposições e transações comerciais, em
Lisboa.
A primeira oficina que abriu no Porto, situava-se na Rua da
Constituição, nº 349, em frente ao nº 352, onde chegou a ter 90 funcionários.
O edifício foi, há muito, demolido.
A Ourivesaria e Joalharia “Reis, Filhos, Lda.” encerrou nos
últimos anos do século XX.
Actualmente, o espaço comercial que foi, ultimamente, da
Ourivesaria e Joalharia “Reis, Filhos, Lda.” esteve já ocupado por algumas
firmas com diversas actividades de negócio.
O espaço do antigo Salão Luís XVI já foi ocupado por uma
Discoteca.
Casa de moda e acessórios nas instalações da antiga
Ourivesaria Reis & Filhos, em 2014 – Foto de JPortojo
Loja de produtos gourmet,
“Meia-dúzia”, nas instalações da antiga Ourivesaria Reis & Filhos - Foto:
Cortesia de João Macedo, 1919
Ourivesaria Pedro A.
Baptista, Lda.
Esta firma tem raízes na casa fundada pelo ourives António
Dias Ribeiro Gasparinho Júnior, em 1857.
Nascido em 5 de Outubro de 1832, Gasparinho Júnior começou a
sua actividade profissional junto de um parente estabelecido na Rua das Flores.
Com 19 anos foi-lhe dada sociedade na firma “Neves &
Gasparinho Júnior”, que abandona, em 1857, para fundar a sua empresa.
Quando faleceu, a 1 de Maio de 1899, Gasparinho Júnior
entregou o testemunho a seu filho António Dias Ribeiro Gasparinho Júnior e a
seu genro Francisco Bernardino Pinheiro de Meireles.
A sociedade entre Gasparinho júnior e o seu cunhado
persistiu até que ambos se afastaram e decidiram confiar o futuro da casa a
Pedro A. Baptista, que a tomou por trespasse, em 1928.
Nascido a 16 de Março de 1895, na freguesia de Nevogilde,
Pedro A. Baptista iniciou a sua actividade profissional na Rua das Flores, era
um “self-made man”, com conhecimentos no mundo das antiguidades e com visitas
frequentes a Paris e Londres nesse âmbito.
Pedro A. Baptista dotou, então, o espaço que tinha tomado
por trespasse com um ar luxuoso e apoiou-se, para o efeito, nos conhecimentos
artísticos do seu cunhado Fernando Bastos Monteiro, licenciado em arquitectura
pela Escola de Belas Artes do Porto.
Assim, as velhas instalações foram completamente
modernizadas.
A confiança de Pedro A. Baptista no cunhado era de tal forma
que, em 1970, estende a sociedade ao cunhado e à mulher deste, cujas filhas
deste casal, Isabel e Ana Maria foram as proprietárias da ourivesaria que se
seguiram à frente da ourivesaria.
Assim, em 8 de Junho de 1970, foi, então, constituída a
firma “Pedro A. Baptista, Lda.”, entre Pedro A. Baptista, sua esposa Maria Rosa
Baptista, seu cunhado Fernando Bastos Monteiro e sua cunhada, Lucília Monteiro.
Falecido, Pedro A. Baptista, em 1981, a sucessão estava já
preparada.
Entretanto, sob a orientação do arquitecto Fernando Bastos
Monteiro, importantes obras de remodelação já tinham sido executadas tanto no interior
do estabelecimento como na fachada do prédio.
A ourivesaria Pedro A. Baptista, antes, e após a intervenção
na fachada do prédio
A “Ourivesaria Pedro A Baptista Lda”, continua, actualmente
(2025) pela Rua das Flores, n.º 235, sendo detentora de peças de joalharia de referência
patrimonial, fazendo a cedência das mesmas para diversas exposições de arte.
Participam, ainda, em feiras nacionais de grande dimensão, como é o caso da FIL
e em Braga.
Manuel Alcino -
Fábrica de Trabalhos em Prata e ourivesaria
A primeira oficina foi fundada, em 1902, na Rua Barão de S.
Cosme, no Porto, por Manuel Alcino de Sousa e Silva.
Foi sempre, desde a sua fundação, uma referência do sector,
na cidade do Porto.
Ao longo dos anos, sucedem-se os registos oficiais da marca
da oficina.
Em 1911, ocorre a transferência da marca registada por
Manuel Alcino de Sousa e Silva para Manuel Alcino de Sousa e Silva, Filhos.
Esta marca mantém-se até 1916, quando Raul Alcino Sousa e Silva
regista marca de ourives.
Em 1935, Manuel Alcino de Carvalho Moutinho regista a sua
marca de ourives.
Entretanto, as instalações da firma expandem-se, em 1940,
para a vizinha Rua de S. Vítor, Porto, com a construção de uma nova oficina, no
nº 17.
“Mudança de
instalações para o edifício da Rua de Santos Pousada que pertencera à
ourivesaria Monteiro & Filhos Lda. João Joaquim Monteiro cede a Manuel Alcino
Figueiredo Moutinho a oficina, com moldes e desenhos”.
Fonte: alcino.com/sobre-nos/
Em 1986, surgirá uma nova sociedade.
“Manuel Alcino
Figueiredo Moutinho estabelece uma sociedade com os seus filhos, criando a
firma Manuel Alcino & Filhos Lda e passa a contar com a colaboração do Eng.
Manuel Alcino Bessa Figueiredo Moutinho e a Dra Ana Paula Bessa Figueiredo
Moutinho. Esta sociedade regista nova marca na Contrastaria do Porto,
cancelando a velha punção iniciada em 1935 pelo seu Pai e Avô, Manuel Alcino de
Carvalho Moutinho”.
Fonte: alcino.com/sobre-nos/
Entre 1991 e 1993, será desenvolvido o projecto “Um
Ourives & 7 Artistas trabalham a prata”, com vista à organização de
uma exposição de prataria contemporânea. Englobando um total de 28 peças, nela
participaram pintores, escultores e um arquitecto: Ana Fernandes, Armando
Alves, Charters de Almeida, Fernando Conduto, José Aurélio, Luís Pádua Ramos e
Zulmiro de Carvalho.
Hoje (2023), a firma tem lojas nas instalações do Hotel
Intercontinental, inauguradas em 2011, na Rua de Santos Pousada, junto das suas
oficinas, inaugurada em 2017 e na Rua das Flores, inaugurada em 2020.
Em 2 de Março de 2025, faleceu Manuel Alcino Figueiredo Moutinho, deixando para os seus filhos a continuação do negócio.
Manuel José deixou uma oficina onde trabalhava associado a seus irmãos Francisco, José e Serafim e foi estabelecer-se em Gondomar.
Desde sempre Manuel José Ferreira Marques foi muito dedicado à vida associativa do sector da ourivesaria.
Manuel José Ferreira Marques, em 1896
Naquele ano, a firma passa a ter a sua sede, no Porto, na Rua do Heroísmo, n.º 267.
Publicidade em 1926
A marca “Topázio” vai criar delicados tipos de filigrana, artigos de prata e joias.
As vendas alargaram-se ao estrangeiro, França, Suíça e Inglaterra, na Europa; na América do Sul, México, Argentina, Guatemala e Equador; na Ásia, Singapura, Hong-Kong e Japão.
O “Indicador Comercial e Industrial” dá-nos conta de que, em 1975, “Ferreira Marques & Irmão” estava estabelecido em Lisboa, na Rua da Prata, n.º 276-2º.
Ultrapassada a bonita idade de 150 anos, em 2024, a “Ferreira Marques & Irmão SA”, sita na Rua Capela da Lagoa, 463, em Valbom – Gondomar, e que tem nos judeus norte-americanos, desde a década de 1960, uma franja importante do seu mercado.
Menorás e castiçais fazem hoje parte da produção da empresa que, entrada a década de 1980, se voltou a sediar em Valbom.
Fábrica em Valbom, em 1982, de Ferreira & Irmão – In revista “O Tripeiro”, Série Nova, Vol. 1, Nº 8, Julho/Agosto de 1982
Nessa altura, a empresa dava trabalho a 300 pessoas, que trabalhavam sobretudo a prata.
Maria José Ferreira Marques, trineta do fundador, em 2024, informava que a ligação aos judeus americanos tinha acontecido a partir da década de 1960, na Feira internacional de Hannover, na Alemanha:
Em 2023, a empresa facturou cerca de três milhões de euros.
Recibo (1920) emitido pela oficina e depósito de ourivesaria, “Ferreira Marques, Filhos” (Sucessores de Francisco J. Ferreira & Filhos), em nome de Morais & Campos, Lda., pela compra de ouro e prata no valor de 11.061$70
Publicidade à Ourivesaria e Joalharia MARQUES, nºs 123-131, em 23/12/1896, sita na Rua de Santa Catarina
Artigo no jornal “A Voz Pública”, em 27 de Outubro de 1901, sobre “Marques, Sucessores-Joalheiros”
A firma actual, “Joalharia Ferreira Marques”, com fama no país, continua de portas abertas no Rossio.
Essa loja já serviu de cenário a dois filmes: “007 - Ao Serviço de Sua Majestade”, de 1969, e “Singularidades de uma Rapariga Loira”, de Manoel de Oliveira, em 2009.
Joalharia Ferreira Marques, na Praça do Rossio, Lisboa – Fotograma de filme; cortesia de “Restos de Colecção”
Sem ligação à joalharia lisboeta, no Porto, existia, ainda,
em 1976, na Rua 31 de Janeiro, n.º 53, a “Joalharia Ferreira Marques, Lda".
Outras Ourivesarias
Ourivesaria Âncora
Por investigações de Isabel Sereno efectuadas em 1999, esta
ourivesaria, ainda em funcionamento, foi inaugurada em 1899 por Domingos da
Rocha Guimarães, tio do actual proprietário.
Até à data da inauguração era proprietário do prédio João Goulard
Dias, sendo que, desde os anos 60, está alugado a Manuel Vidal.
Sobre a história do prédio em que está instalada a
ourivesaria Âncora poder-se-á dizer em resumo:
Em 1784, era finalmente projectada por João de Almada e Melo
a abertura da Rua de Santo António;
Em 4 de Março de 1837, é apresentado um requerimento por
José Ferreira Vidal Guimarães para rectificar as traseiras da casa, que é
aprovado no dia seguinte;
Em 9 Dezembro de 1845, é apresentado um outro requerimento pela
mesma personagem, para acrescentar um andar ao prédio, que tem aprovação por
parecer de Joaquim Costa Lima Júnior, no último dia desse mesmo ano.
Ourivesaria
Bonneville
Ourivesaria e
Joalharia “Luiz Augusto Ribeiro”
Ourivesaria e Joalharia “Luiz Augusto Ribeiro”, em 1914, na
Rua do Loureiro – Cartão Comercial de Boas-Festas de 1914-15
Ourivesaria do Porto
Ficava esta ourivesaria, na esquina da Rua de Sampaio Bruno
e a Travessa dos Congregados e, por aqui ficou, desde o início do século XX até
1980.
Ourivesaria do Porto
Ourivesaria Silvério
Strecht





























































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