15.3 Centrais Eléctricas e Distribuição de Energia
A primeira central eléctrica localizou-se nas traseiras do
Ateneu Comercial e era afecta à produção de energia eléctrica para a iluminação
pública. Começaria a funcionar em 1886 e, pós ter sofrido um incêndio, em 1898,
foi substituída, a partir de 1908, por um central eléctrica vizinha da fábrica
de produção de gás, na freguesia de Lordelo do Ouro.
Entretanto, em 1895, uma outra unidade de produção de energia
eléctrica começou a servir os carros eléctricos da Companhia Carris de Ferro do
Porto e situava-se na Arrábida.
Centrais
eléctricas
No concelho do Porto
existiram, entre os anos 1928 e 1950,
60 centrais eléctricas. Só três eram de serviço público, as restantes eram de
serviço particular.
«Serviço público
-A do Porto (ou do Ouro), da Câmara Municipal, central termoeléctrica aberta à exploração em 1908 e que funcionou
até Novembro de 1923. De 1923 em diante a central continua a constar das
estatísticas mas de facto não funcionava. A rede de distribuição era alimentada
desde Novembro de 1923 pela União Eléctrica Portuguesa (UEP) e depois pela UEP
e pela Companhia Electro-Hidráulica Portuguesa, com o apoio da Companhia
Hidroeléctrica do Varosa (estas empresas vêm a fundir-se na Companhia
Hidroeléctrica do Norte de Portugal (CHENOP)). Nas estatísticas consta como
tendo uma potência instalada máxima de 3 250 kW.
-A central de Massarelos, da Companhia Carris de Ferro do Porto
(depois Serviço de Transportes Colectivos do Porto), central termoeléctrica, anterior a 1928, com 15 980 kW de potência.
A partir de 1931 passa a receber apoio da Companhia Hidroeléctrica do Varosa e
da União Eléctrica Portuguesa (UEP).
-A central do Freixo, da União Eléctrica Portuguesa, central
termoeléctrica, aberta à exploração em 1925 atingiu uma potência instalada
de 15 200 kW. Esta central era uma reserva térmica da central hidroeléctrica do
Lindoso (ver Ponte da Barca/Viana do Castelo), da Electra del Lima, cuja
energia era distribuída pela UEP.
Em 1949 passou a estar
interligada e a receber energia da Companhia Eléctrica das Beiras (CEB), da
CHENOP e Serviço de Transportes Colectivos.»
Cortesia de Fernando Faria, In "Fundação EDP"
Cortesia de Fernando Faria, In "Fundação EDP"
Central Termo
Eléctrica do Freixo
«Em 1 de Setembro de
1920, perante o contínuo aumento do consumo, que a Central Térmica do Ouro
satisfazia já com grandes dificuldades em virtude da quase completa
deterioração do seu sistema produtivo e de distribuição, a Câmara Municipal do
Porto decidiu abrir um concurso "para o fornecimento de energia, de
qualquer proveniência, destinada ao serviço municipalizado de iluminação
pública e particular, a quaisquer outros serviços municipais e ainda a ser
fornecida pela Câmara do Porto a quaisquer clientes, dentro ou fora do concelho
do Porto", até ao limite máximo de 40 000 kW, sem obrigação de um mínimo
de consumo, e sem prejuízo da ampliação, já aprovada, da Central Térmica do
Ouro.
Das quatro empresas que se apresentaram ao concurso - Empresa Carbonífera de S. Pedro da Cova, União Eléctrica Portuguesa, Companhia Hidro-Eléctrica do Varosa e Companhia Nacional de Viação e Electricidade - apenas a União Eléctrica Portuguesa (UEP) se encontrava em condições de cumprir as condições do contrato, dado que tinha obtido o exclusivo da distribuição da produção da Central do Lindoso, propriedade da empresa espanhola "Electra del Lima", razão pela qual venceu facilmente o concurso. A obtenção pela UEP da concessão para a distribuição de electricidade ao Porto implicou, por seu turno, a cessação definitiva da actividade produtiva da Central Térmica do Ouro, cujos equipamentos vieram a ser retirados tendo o edifício sido transformado em armazém».
Cortesia de José Manuel Lopes Cordeiro; Jornal “Público” de 29 de Abril de 2001
Na sequência do concurso, acima mencionado, desempenha papel
de destaque Francisco Pinto Moreira que tinha sido guarda-livros e principal
delegado da Companhia de Gás do Porto, de 1897 a 1907.
Entre 1907 e 1917, foi diretor da Companhia de Gás e Eletricidade do Porto e, depois da municipalização da empresa, em 1918, sob a denominação “Serviços Municipais do Gaz e Electricidade”, assumiria funções de chefe de contabilidade até 1922.
É nesta qualidade que, em 1920, juntamente com os engenheiros Rodrigo António Machado Guimarães e Tomás Joaquim Dias, encabeça a "Comissão auxiliar, encarregada de dar parecer sobre diferentes pontos técnicos da proposta de fornecimento de energia eléctrica, apresentada pela “Empreza das Minas de Carvão de S. Pedro da Cova, Lda.”, no concurso realizado em 15 de Outubro de 1920".
A Empreza das Minas de Carvão de S. Pedro da Cova, Lda. acabaria por ser preterida no concurso em causa.
Aquele projecto envolveria exame às projectadas quedas de água de Azeveda e de Alvadia, no rio Póio, quedas da Chinchela, Bogalhal, Espinhaço e Moitinha, no rio Côa e às Minas de S. Pedro da Cova.
Entretanto, Francisco Pinto Moreira (1860 – Ordem do Carmo, 24 Novembro 1924), morador na Avenida da Boavista, nº 209, tinha a sua residência dotada com energia eléctrica o que, na época, era uma raridade.
Das quatro empresas que se apresentaram ao concurso - Empresa Carbonífera de S. Pedro da Cova, União Eléctrica Portuguesa, Companhia Hidro-Eléctrica do Varosa e Companhia Nacional de Viação e Electricidade - apenas a União Eléctrica Portuguesa (UEP) se encontrava em condições de cumprir as condições do contrato, dado que tinha obtido o exclusivo da distribuição da produção da Central do Lindoso, propriedade da empresa espanhola "Electra del Lima", razão pela qual venceu facilmente o concurso. A obtenção pela UEP da concessão para a distribuição de electricidade ao Porto implicou, por seu turno, a cessação definitiva da actividade produtiva da Central Térmica do Ouro, cujos equipamentos vieram a ser retirados tendo o edifício sido transformado em armazém».
Cortesia de José Manuel Lopes Cordeiro; Jornal “Público” de 29 de Abril de 2001
Entre 1907 e 1917, foi diretor da Companhia de Gás e Eletricidade do Porto e, depois da municipalização da empresa, em 1918, sob a denominação “Serviços Municipais do Gaz e Electricidade”, assumiria funções de chefe de contabilidade até 1922.
É nesta qualidade que, em 1920, juntamente com os engenheiros Rodrigo António Machado Guimarães e Tomás Joaquim Dias, encabeça a "Comissão auxiliar, encarregada de dar parecer sobre diferentes pontos técnicos da proposta de fornecimento de energia eléctrica, apresentada pela “Empreza das Minas de Carvão de S. Pedro da Cova, Lda.”, no concurso realizado em 15 de Outubro de 1920".
A Empreza das Minas de Carvão de S. Pedro da Cova, Lda. acabaria por ser preterida no concurso em causa.
Aquele projecto envolveria exame às projectadas quedas de água de Azeveda e de Alvadia, no rio Póio, quedas da Chinchela, Bogalhal, Espinhaço e Moitinha, no rio Côa e às Minas de S. Pedro da Cova.
Entretanto, Francisco Pinto Moreira (1860 – Ordem do Carmo, 24 Novembro 1924), morador na Avenida da Boavista, nº 209, tinha a sua residência dotada com energia eléctrica o que, na época, era uma raridade.
No dia 10 de Abril de 1922, a energia proveniente da
barragem do Lindoso, chega à Central Eléctrica do Freixo e à sub-estação que,
três anos antes, tinha sido começada a montar pela Empresa Eléctrica del Lima,
que tinha a concessão daquela barragem.
Este empreendimento eléctrico tinha sido concessionado à
empresa espanhola “Electro Del Lima”, alguns anos antes, pelo rei D. Carlos e
pertencia ao Grupo Eléctrico da Vizcaya, financiada pelo Banco Vyzcaya, do
universo do Grupo Hidroeléctrico do país vizinho.
Antiga Barragem do Lindoso
Central do Lindoso em 1922
“A história do
encouramento do Lindoso remonta ainda aos tempos da Monarquia, quando Justino
Antunes Guimarães e Jesús Palacios Ramilo, apresentaram em 11 de Maio de 1905 o
anteprojecto para a exploração hidráulica do salto de Lindoso. Em 1907, D.
Carlos I autorgou a concessão do aproveitamento hidroeléctrico, através do
alvará de concessão do Aproveitamento hidroeléctrico no rio Lima, de 14-2-1907,
publicado no Diário do Governo nº 40 de 20-2-1907. O alvará autorizava a
derivação de um caudal de 7000 litros/segundo, por um período de 99 anos, com
uma exigência de que as obras começassem num período de um ano, e que fosse
terminada em quatro anos. A concessão foi transmitida à Sociedade Anónima
Electro del Lima no ano seguinte, constituída em Madrid a 19 de Maio de 1908.
O projecto inicial
previa a instalação de 14000 cavalos em 7 grupos, cuja potência alcançaria os
12000 cavalos durante 10 meses, e somente 4510 cavalos no Verão. A represa
teria uma altura de apenas 5,8 metros, e o canal de derivação prolongar-se-ía
por 420 metros. As obras começaram a 16 de Setembro de 1908, mas dificuldades
várias, incluindo a morte de um dos accionistas iniciais, retardaram a
construção. A construção do canal de derivação (início visível do lado esquerdo
do rio, nesta e noutra foto), entretanto prolongado, resultou em diversos
problemas com a população, sobretudo devido a questões de nascentes de água, um
tema "quente" na altura. A Primeira Guerra Mundial trouxe
dificuldades óbvias, embora trabalhassem na altura entre 500 e 1000 trabalhadores
nas obras. Em 2 de Abril de 1921 deram-se por concluídas as obras, com a
instalação dos geradores Escher Wyss da General Electric, com uma potência de
8750 kVA, na central hidroeléctrica, cuja imagem é visível abaixo, retirada
daqui. Em 10 de Abril de 1922 a energia chega finalmente à central do Freixo,
no Porto.
Entre 1923 e 1924 a
barragem foi sobrelevada, da altura de 5 metros para uma altura de 22.5 metros.
Tal permitiu a constituição de uma albufeira de 750 000 m3, 0.2% do volume
máximo da actual barragem do Alto Lindoso. O progressivo aumento do consumo da
electricidade obrigou a aumentos sucessivos do canal, das linhas, e da própria
central hidroeléctrica e da câmara de carga (visível abaixo, foto retirada
daqui), contribuindo para um significativo desenvolvimento local, na localidade
de Paradamonte, que distinguia a aldeia de todas as outras em redor. Tais
ampliações terminaram em 1951, quando foi montado o último grupo gerador, de 40
000 kVA, que permitiu alcançar uma potência de 92 500 kVA. No final da década
de 1980 iniciou-se a construção da barragem do Alto Lindoso, que obrigou à
destruição da antiga barragem.”
Com a devida vénia a “ecotretas.blogspot”
A sub-estação eléctrica do Freixo foi, portanto, o primeiro
edifício a ser construído e onde, depois (1926), surgiria o complexo que
albergava a Central Termo Eléctrica do Freixo.
“A origem desta
Central data do século XX, mais precisamente de 1919, quando a Empresa
Espanhola Eléctrica del Lima ergue a sua sub estação naquele local, dando mais
tarde origem à construção do enorme complexo erguido pela UEP.
A UEP – União
Eléctrica Portuguesa nasceu de uma união de empresários portugueses e espanhóis
que se manteve comercialmente estável ao longo dos anos. Esta unidade teve um
papel fundamental no abastecimento de energia à Região Norte, permitindo o
grande desenvolvimento industrial desta região, especialmente quando ergueu a
Central Termo Eléctrica do Freixo. O protagonismo da UEP é decisivo para
este desenvolvimento ao emergir como uma das principais empresas
fornecedoras de energia às regiões do Porto, Matosinhos, Vila Nova de Gaia,
Braga, Coimbra entre outras.
Será nestas regiões
que se encontravam os seus principais clientes, que seriam unidades de grandes
dimensões e consequentemente grandes consumidores de energia. A sua
principal aposta foi dirigida a este segmento de clientes desinteressando-se em
apostar na rede de baixa tensão e na electrificação das áreas rurais.
O primeiro edifício a
ser construído naquele local pela empresa espanhola foi a sub estação
receptora e transformadora. Em 1926, perante a vontade da UEP, inicia-se
a construção da Central Termo Eléctrica do Freixo, começando por erguer
dos edifícios denominados a Casa das Caldeiras e a Casa das Máquinas.
Ostentando o logotipo
da UEP, este complexo foi crescendo dando origem mais tarde a uma Oficina de
Montagem e Manutenção de Transformadores e ao Edifício das Bombas, hoje em dia
só restam a Casa das Máquinas e o Edifício das Bombas. A partir dos anos 50, o
complexo foi-se actualizando, sobretudo a nível dos apoios sociais, com a
construção de estruturas para um refeitório e cozinha bem como para os
serviços médicos.
A partir dos anos 70,
dá-se o mais significativo projecto na fase de modernização, com a introdução
de novos equipamentos e de uma série de avanços tecnológicos, facto este que
motivou a construção de um novo edifício acrescentado à anterior construção,
reconhecido facilmente pela suas linhas modernistas. A Central Termo Eléctrica
foi desactivada nos anos 60, mas os restantes edifícios ainda laboraram durante
mais alguns anos. Mais tarde com a Revolução do 25 de Abril de 1974, esta
empresa foi nacionalizada e incorporada na EDP.”
Cortesia: Vasco da Gama de “cacadevolutos.pt”
Após o 25 de Abril de 1974, a União Elétrica Portuguesa foi
incorporada na actual EDP, mas a Central Termoeléctrica do Freixo já tinha
deixado de produzir electricidade e de a fazer chegar a várias zonas da região
desde 1960, substituída pela central da Tapado do Outeiro, em Gondomar.
Até 2018, os terrenos da Central do Freixo e da vizinha Empresa Industrial do Freixo pertenciam à EDP, ano em que esta os vendeu a um conjunto de investidores portugueses e estrangeiros, ligados ao empresário João Cota Dias.
O projecto imobiliário que por lá será levantado, ficou a cargo da Freixo Magnum, Lda, uma empresa detida em 79% pelo consórcio franco-suíço Ginkgo Advisor e em 21% pela Emerge, uma empresa do ramo imobiliário do universo da Mota-Engil.
Consta que as fachadas das duas antigas unidades industriais serão preservadas.
Até 2018, os terrenos da Central do Freixo e da vizinha Empresa Industrial do Freixo pertenciam à EDP, ano em que esta os vendeu a um conjunto de investidores portugueses e estrangeiros, ligados ao empresário João Cota Dias.
O projecto imobiliário que por lá será levantado, ficou a cargo da Freixo Magnum, Lda, uma empresa detida em 79% pelo consórcio franco-suíço Ginkgo Advisor e em 21% pela Emerge, uma empresa do ramo imobiliário do universo da Mota-Engil.
Consta que as fachadas das duas antigas unidades industriais serão preservadas.
Fachada nascente da Central Termo Eléctrica do Freixo, em
1926 – Cortesia de Maria da Luz Sampaio
Central Termo Eléctrica do Freixo – Ed. Alvão
Aspecto geral das instalações da Central Termo Eléctrica do
Freixo, em 1936 – Cortesia de Vasco da Gama do “cacadevolutos.pt”
Legenda
1. Edifícios da Electro del Lima
2. Casa das caldeiras (UEP)
3. Casa das máquinas (UEP)
6,7. Saídas para Coimbra e V. N. de Gaia
9. Parque de carvão
Aspecto das instalações da Central Termo Eléctrica do Freixo
depois de abandonada – Cortesia de Vasco da Gama do “cacadevolutos.pt”
Vista aérea das instalações da Central Termo Eléctrica do
Freixo depois de abandonada – Cortesia de Vasco da Gama do “cacadevolutos.pt”
Publicidade à UEP no catálogo da “Exposição Colonial”, em
1934
Associada à Central do Freixo esteve, desde 1947, a Empresa
Industrial do Freixo (EIF).
Com esta nova empresa, pretendia-se fazer uso de um excesso de produção de energia.
Com esta nova empresa, pretendia-se fazer uso de um excesso de produção de energia.
EIF – Empresa
Industrial do Freixo
“Desde 1930 que se
verificava que da elevada produção de energia eléctrica produzida pela Central
Termo Eléctrica do Freixo, resultava grandes excedentes de energia e havia a
necessidade de aproveitar esses excedentes.
Deste modo, a UEP –
União Eléctrica Portuguesa, dona da Central Termo Eléctrica,
resolveu projectar um novo equipamento. Assim, em 1947, nasce a EIF – Empresa
Industrial do Freixo, cuja função principal era aproveitar esses
excedentes energéticos produzindo, então, carboneto de cálcio e silício. O
carboneto de cálcio é um composto que tem várias aplicações industriais, mas
nesta época servia exclusivamente para a produção de gás acetileno, que era
muito utilizado em lâmpadas. Quanto ao ferro silício, trata-se de um material
muito necessário nas indústrias siderúrgicas e fundições para a fabricação do
aço.
Deste modo, a Central
Termo Eléctrica do Freixo, ao escoar os seus excedentes de energia para
esta unidade fabril, a qual para produzir o carboneto e o silício anteriormente
referidos, necessitava de muita energia. Sendo, assim, a UEP saía
muito beneficiada com esta operação.
A fábrica dispunha de
dois fornos distintos, um para a produção de cal e outro para obter o carboneto
de cálcio, não necessitando para esta operação de mais de 50 operários para
produzir continuamente. Deixou de funcionar em 1974 e desde então permaneceu
abandonada.”
Cortesia: Vasco da Gama de “cacadevolutos.pt”
Ruínas da Empresa Industrial do Freixo - Cortesia de
“cacadevolutos.pt”
Acesso às instalações da Empresa Industrial do Freixo, pela Rua do Freixo -
Cortesia de “cacadevolutos.pt”
Vista aérea das Ruínas da Empresa Industrial do Freixo -
Cortesia de “cacadevolutos.pt”
Vista aérea da Empresa Industrial do Freixo (2) e Central
Termo-Eléctrica do Freixo (1) – Fonte: Google maps
A área de implantação, tanto da Central Termo Eléctrica do
Freixo como da sua vizinha, Empresa
Industrial do Freixo e ainda, da Fábrica Barbosa & Almeida, confinava, a
sul, com a estrada marginal, que corria pela margem direita do rio Douro e que, começaria a ser delineada, na década de 40 do século XX.
Diga-se que a fábrica de vidro "Barbosa & Almeida", já há muito, abandonou este local, sendo, actualmente, parte das suas antigas instalações, ocupada com os escritórios da firma de construção "Mota-Engil".
«Serviço particular
Centrais hidroeléctricas
-A do Lordelo do Ouro (ou Lugar de Penoucos), central hidroeléctrica
da Fábrica de Lanifícios do Lordelo, instalada no Ribeiro de Olho Marinho (Só
pode ser a Ribeira da Granja). A central é anterior a 1928 e atinge uma
potência de 120 kW. A partir de 1931 passa a receber energia da Câmara
Municipal Porto e depois da União Eléctrica Portuguesa. Tinha uma central
térmica de reserva. A propriedade da central varia ao longo dos anos, tendo
também pertencido a Tomás José Rosas e ao Banco Borges & Irmão.
Centrais termoeléctricas
-A central de Penoucos, reserva termoeléctrica da central anterior,
que funcionou entre 1931 e 1942, com 56 kW de potência máxima.
-A da Areosa, de Azevedo Soares & Cª, anterior a 1928 com 966 kW
de potência máxima Era, já em 1928, uma central de reserva, pois a empresa
normalmente recebia energia da UEP.
-A de Campanhã, da Companhia de Moagens Harmonia, instalada em 1936
com 49 kW de potência. Era uma central de reserva, pois a empresa normalmente
recebia energia da Câmara Municipal.
-A de António Francisco Nogueira, Lda., instalada antes de 1928, com
176 kW de potência máxima. A partir de 1931 passa a receber energia da Câmara
Municipal. É desactivada em 1947.
-As duas centrais de António Maria Lopes, anteriores a 1928 e que
funcionaram até 1930 com 79 kW e 64 kW de potência.
-A de A Santos & Cª, anterior a 1928 e que funcionou até 1942
com 160 kW de potência. Era, já em 1928, uma central de reserva, recebendo
normalmente energia da UEP.
-A da Camisaria Confiança (Rua de Santa Catarina), instalada em 1939
com 53 kW de potência instalada máxima. A partir de 1945 passa a receber
energia da Câmara Municipal, passando a central de reserva.
-A da Companhia de Fiação Portuense (Campo 24 de Agosto), que
funcionou entre 1930 e 1941, como central de reserva, pois a empresa recebia
energia da UEP. Teve uma potência máxima de 876 kW.
-A da Companhia de Fiação e Tecidos do Porto (Campo 24 de Agosto),
anterior a 1928 com 400 kW de potência máxima. Funcionou até 1942. A partir de
1932 passou a receber energia da Câmara Municipal, e no ano seguinte, da UEP.
-A de Fonte da Moura, da Companhia Indústrias Reunidas, anterior a
1928 e que funcionou até 1939 com 60 kW de potência. Em 1935 passa a central de
reserva, recebendo energia da UEP.
-A da Companhia Lusitana de Fósforos (Rua Silva Porto), anterior a
1928, com 32 kW de potência. A partir de 1932 passa a receber energia da Câmara
Municipal.
-A do Matadouro, da Câmara Municipal ( Rua de S. Dinis), instalada
como central de reserva em 1935 com 200 kW de potência. Recebia energia da UEP.
-A da Companhia Manufactora de Artefactos de Malha (depois Sociedade
Industrial de Malhas e Fiação), anterior a 1928, funcionou até 1947 com 38 kW
de potência. A partir de 1928 passará a receber energia eléctrica da UEP.
-A da Companhia Metalúrgica do Norte, anterior a 1928 e que
funcionou até 1933, com 65 kW de potência. Já em 1928 era uma central de
reserva, pois a empresa recebia energia da UEP.
-A da Companhia Nacional Mercantil, que funcionou entre 1940 e 1943,
com 83 kW de potência, como central de reserva, pois a empresa recebia energia
da Câmara Municipal.
-A de “O Comércio do Porto” anterior a 1928 e que atingiu uma
potência de 80 kW. A partir de 1931 passa a receber também energia da Câmara
Municipal.
-A da Companhia Portuguesa de Curtumes do Ameal, (ou Fábrica Portuense de Curtumes), anterior a 1928 com
256 kW de potência máxima. A partir de 1949 passa a receber energia da UEP.
-A da Companhia Previdente, instalada em 1931, como central de
reserva pois a empresa recebia energia da Câmara Municipal. Tinha 113 kW de
potência.
-A da Companhia Industrial Resineira (Rua do Godim, Campanhã),
instalada em 1935 como central de reserva, pois a empresa recebia energia da
Câmara Municipal.
-A da Companhia União Fabril Portuense, anterior a 1928 com 112 kW
de potência. A partir de 1931 a empresa passa a receber energia da UEP e da
Câmara Municipal.
-A de Duarte Ferreira & Filhos (depois Metalúrgica Duarte
Ferreira), que funcionou entre 1933 e 1948 com 65 W de potência, como central
de reserva, recebendo energia da UEP.
-A da Empresa Artística, Lda., anterior a 1928 e que funcionou até
1940 com 112 kW de potência. A partir de 1932 passa a receber energia da Câmara
Municipal.
-A de Eduardo Ferreirinha & Irmão, instalada em 1949 com 84 kW
de potência, como central de reserva. A empresa recebia energia da Câmara
Municipal.
-A da Empresa Industrial do Ouro, que funcionou entre 1936 e 1939,
com 20 kW de potência, como central de reserva, pois a empresa recebia energia
da Câmara Municipal.
-A da Fábrica das Antas, anterior a 1928 com 80 kW de potência. A
partir de 1934, passa a receber energia da Câmara Municipal, e a partir de
1941, da UEP.
-A da Fábrica de Acabamentos Vitória, que funcionou entre 1932 e
1935 com 22 kW de potência. Era uma central de reserva pois a empresa recebia
energia da Câmara Municipal.
-A da Fábrica de Curtumes do Bonfim, que funcionou entre 1930 e 1933
com 43 kW de potência.
-A de Fonseca, Faria & Cª, instalada em 1942 com 64 kW de
potência, como central de reserva, pois recebia energia da UEP.
-A da Fábrica de Fiação e Tecidos do Jacinto, anterior a 1928 com
uma potência máxima de 230 kW. A partir de 1931, passa a receber energia da
UEP.
-A da Fábrica de Malhas e Passamanarias Prelada, que funcionou de
1940 a 1942 com 24 kW de potência como central de reserva, pois a empresa
recebia energia da UEP.
-A da Fábrica de Sedas Nogueira, instalada em 1947 com 112 kW. A
empresa também recebia energia da Câmara Municipal.
-A da Fábrica União Industrial, anterior a 1928 e que só funcionou
até 1930, com 112 kW de potência.
-A de Gonçalves & Cª (ou Gonçalves & Sobrinho), anterior a
1928 e que foi desactivada em 1941, com 29 kW de potência.
-A dos Grandes Armazéns Nascimento, instalada antes de 1928 com 38
kW de potência. A partir de 1932, passa a receber energia da Câmara Municipal.
-A de R. Cardoso & Cª, que funcionou entre 1932 e 1933 com 24 kW
de potência.
-A de M. Cardoso Pereira, instalada em 1942, com 83 kW de potência,
como central de reserva, pois a empresa também recebia energia da Câmara
Municipal.
-A de Moreira & Moreira, instalada em 1949 com 36 kW de potência,
como central de reserva, pois a empresa também recebia energia da Câmara
Municipal.
-A de Matos & Quintas, anterior a 1928 e que atingiu uma
potência de 359 kW. Em 1931 a central passa à reserva, recebendo a empresa
energia de diversos fornecedores.
-A da Moagem da Restauração, que funcionou entre 1938 e 1948 com 35
kW de potência. Foi instalada à partida como central de reserva, pois a empresa
recebia energia da Câmara Municipal.
-A de Mandim, Vaz & Cª, anterior a 1928 e que funcionou até 1940
com 24 kW de potência. A partir de 1931, passou a central de reserva, pois a
empresa normalmente recebia energia da UEP.
-A da Nova Empresa Industrial de Curtumes instalada em 1930, com 92
kW de potência máxima, como central de reserva, pois a empresa normalmente recebia
energia da UEP e da Câmara Municipal.
-A de “O Primeiro de Janeiro”, anterior a 1928 e que atingiu uma
potência de 212 kW. A partir de 1931 passa a central de reserva, recebendo a
empresa energia da Câmara Municipal e da UEP.
-A de R. Cunha & Cª, anterior a 1928 e que funcionou até 1939,
com 53 kW de potência máxima. A partir de 1931 passa a receber energia da
Câmara Municipal.
-A da Sociedade Industrial Aliança, que funcionou entre 1932 e 1948
com 360 kW de potência. Era à partida uma central de reserva pois a empresa
recebia energia da UEP.
-A de Santos & Filhos, que funcionou entre 1935 e 1944 com uma
potência máxima de 172 kW. A partir de 1941 passa a receber energia da UEP.
-A da Sociedade Industrial Raione, que funcionou entre 1942 e 1945,
com 38 kW de potência. Era à partida uma central de reserva, pois a empresa
recebia energia da UEP.
-As da Sociedade Industrial Vitória, instaladas em 1930, uma com 151
kW de potência máxima, a outra com 64 kW. Esta última foi desactivada em 1938.
Eram centrais de reserva, pois a empresa recebia energia da UEP e da Câmara
Municipal.
-A da Sociedade Nacional de Fósforos, instalada em 1932 com 62 kW de
potência máxima. A partir de 1934, a empresa passa a receber energia da Câmara
Municipal.
-A da Sociedade Nacional de Recreios, que funcionou entre 1931 e
1935 com 112 kW de potência. A empresa, a partir de 1933, passa a receber
energia da Câmara Municipal.
-A de Vilarinho & Moura, que funcionou entre 1935 e 1940 com 30
kW de potência, como central de reserva, pois a empresa recebia energia da
Câmara Municipal.
-A da empresa W. J. Graham & Cº., instalada antes de 1928 com
650 kW de potência.
-A de M. Alves Ribeiro & Cª, que funcionou entre 1936 e 1942 com
38 kW de potência instalada. A central era de reserva pois a empresa também
recebia energia da Câmara Municipal.
-A, da Invicta Filme, da Quinta da Prelada anterior a 1928 e que só
funcionou até 1930 com 75 kW de potência. A energia produzida na central
destinava-se a arcos voltaicos, recebendo, a empresa, energia da Câmara
Municipal, para outros usos.
-A da Têxtil Artificial do Porto, de Ramalde, instalada em 1938 com
342 kW de potência máxima. A central era de reserva pois a empresa recebia
energia da UEP.»
Cortesia de Fernando Faria, In "Fundação EDP"
Cortesia de Fernando Faria, In "Fundação EDP"
Fornecedores e Distribuidores
Fornecedores
Os fornecedores ao
concelho do Porto foram, naqueles anos:
1) Até 1939:
-A UEP (como principal fornecedor)
Teve apoio ocasional,
da Companhia Hidroeléctrica do Varosa e da Companhia Carris de Ferro do Porto
2) A partir de 1939 os
fornecedores são:
-A UEP
-A Companhia Electro-Hidráulica de Portugal, com apoio da Companhia
Hidroeléctrica do Varosa que formaram em 1943 a Companhia Hidroeléctrica do
Norte de Portugal)
Distribuidores
O distribuidor local
foi a Câmara Municipal desde 1917 altura em que foi municipalizado o serviço de
electricidade, tendo para o efeito criado os Serviços Municipais de Gás e
Electricidade (SMGE).”
In “wikienergia.com”
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