Rua do Breiner
A Rua do Breyner já estava rasgada, ainda que não inteiramente,
em 1813, como se vê na planta redonda de George Balck, mas ainda então não
tinha nome e estava escassamente urbanizada. Praticamente no mesmo estado se
encontrava, em 1833, como mostra também uma consulta à planta de Clarke.
Esta rua deve o seu nome a PEDRO MELO BREINER, senhor
da Trofa, conselheiro de Estado, embaixador de Roma e Governador das Justiças
do Porto, que foi executado por seguir as ideias liberais e o partido de D.
Pedro IV.
Planta de George Balck de 1813 e Rua do Breiner identificada
pelo trajecto AB
“Entre 1928 e 1931 no
n.º 164 da rua do Breiner esteve instalada a primeira Faculdade de Letras da Universidade do Porto, escola fundada por
Leonardo Coimbra. A proximidade ao edifício histórico da universidade, no qual
funcionava a Faculdade de Ciências e os serviços da Reitoria, foi decisiva para
a escolha da rua do Breiner para acolher as instalações da FLUP (n.d.r. - A
transferência aconteceu a partir do palacete da Quinta Amarela).
A faculdade seria, no
entanto, extinta em 1931 (só vindo a ser reativada em 1961, já noutro local).
Após a extinção da
faculdade, o edifício foi ocupado pelo Instituto
Industrial do Porto e, a partir de 1968, pela Escola Secundária de Fontes Pereira de Melo. Com a transferência da
escola para novas instalações construídas de raiz nas imediações do Estádio do
Bessa, em 1987, o edifício ficou devoluto.
No n.º 155 da rua do
Breiner funciona há largas décadas British Council - Instituto Britânico do
Porto.
Dada a proximidade da
rua de Miguel Bombarda, nos últimos anos, o Breiner também tem vindo a
experimentar uma expansão comercial e cultural, tornando-se local de fixação de
artistas, de abertura de ateliês de conservação e restauro, restaurantes
vegetarianos, lojas de estilistas, academias de música e de artes, etc.”
Fonte: Wikipédia
Edifício onde esteve a FLUP, o Instituto Industrial, a
Escola Fontes Pereira de Melo e a Escola C+S Irene Lisboa – Fonte: Google maps
Uma importante unidade industrial do sector têxtil, a “Fábrica
de Acabamentos e Branqueamentos Têxteis”, que já encerrou há alguns anos, esteve
instalada na Rua do Breiner durante algumas décadas do século XX.
Hoje, nas instalações que lhe eram afectas está uma
residência para idosos do Montepio Geral
“Fábrica de Acabamentos e Branqueamentos Têxteis” – Ed. EFP
“Fábrica de Acabamentos e Branqueamentos Têxteis” – Ed. Teo
Dias
Um outro edifício da Rua do Breiner muito conhecido dos
portuenses é o British Council, com actividade no nosso País desde 1938 e, que,
aqui abriu portas, em 1943, situação que ainda se mantem.
British Council - Instituto Britânico do Porto – Fonte:
Google maps
Já perto do Largo da Maternidade (antigo Campo Pequeno)
destaca-se o edifício onde está sedeado um lar feminino.
“O lar feminino S.
José de Cluny (nº 401) tem como autores do projecto (1954) os arquitectos
Eduardo Iglésias e Francisco Pereira da Costa”.
Fonte: Teo Dias, “ruasdoporto.blogspot.com”
Rua Jorge Viterbo Ferreira
A abertura desta rua foi proposta pela Direcção da Sociedade do Palácio de Cristal (DSPC) na sequência do pedido de aforamento ou concepção do terreno de domínio municipal para a construção do Palácio de Cristal, feito em 27 de Fevereiro de 1862.
Assim, a DSPC propõe-se abrir uma nova rua que passará a fazer a ligação entre o Largo da Boa Nova com a Rua da Restauração, cedendo a DSPC a área de terreno que fosse necessário da expropriada quinta de Sete-Campos.
Quando foi rasgada a nova rua, desapareceria um caminho rústico visível na Planta Redonda, de 1813, de Balck.
De notar que a Rua da Restauração ainda não estava rasgada, mas, por sua vez, já existia o Quartel.
Caminho rústico AB – Fonte: Planta Redonda de Balck
Inaugurado o Palácio de Cristal em 1865, o novo arruamento, a Câmara Municipal do Porto, em 1876, atribuir-lhe-ia a designação de Rua do Palácio de Cristal, topónimo que se mantinha na Planta de Telles Ferreira de 1892.
Rua do Palácio de Cristal – Fonte: Planta de Telles Ferreira de 1892
Em 1933, a realização no Palácio de Cristal da Exposição Colonial, em 1934, vai tornar necessária a abertura da Rua Júlio Dinis, para fazer a ligação do Palácio de Cristal à Rotunda da Boavista. Então, a Rua do Palácio de Cristal passará a Rua Nova do Palácio.
Aliás, à data, este último topónimo já existia para o arruamento que ia da Rua da Saudade à Rotunda da Boavista e que desapareceria como topónimo, substituído, precisamente, pelo de Rua Júlio Dinis, cujo troço final aberto ligou a Praça da Galiza ao Palácio de Cristal.
Mais tarde, a Rua Nova do Palácio, que tinha sido Rua do Palácio de Cristal, vai ganhar o topónimo que chegou aos nossos dias – Rua de Jorge Viterbo Ferreira.
Em 1952, já o arruamento tinha o topónimo que hoje ostente, de acordo com a notícia publicada no jornal “Diário de Lisboa” de 8 de Setembro.
Bisneto da célebre D. Antónia Adelaide Ferreira, a Ferreirinha, Jorge Viterbo Ferreira (1898-1948) foi um empresário, proprietário de várias quintas do Douro, administrador de empresa, Director do Instituto do Vinho do Porto, Presidente do Grémio dos Exportadores do Vinho do Porto, Deputado à Assembleia Nacional (1935 a 1948), Vogal da Comissão Consultiva da União Nacional do Porto (1946) e, também, vereador e Presidente substituto da Câmara Municipal do Porto.
Foi, ainda, um estudioso, da actividade ligada à produção de vinho do Porto e colaborou na elaboração da legislação vinícola.
Após a II Guerra Mundial, foi indigitado por Salazar para resolver nos EEUU um problema surgido com a exportação de aguardente vínica. Assim, por deficiência no fabrico das respectivas garrafas, o vidro das mesmas continham bolhas que explodiam e enchiam a aguardente de vidrinhos. Na época, foi um caso muito falado.
Nos anos 70 estudei na Escola Industrial Fontes Pereira de Melo. Boas recordações.
ResponderEliminarA Escola Fontes Pereira de Melo esteve instalada no nº164 em frente ao British Council. A fotografia mostra outro edificio.
ResponderEliminarObrigado pelo reparo.
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