sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

(Conclusão)


Via Norte


A Via Norte é um nome dado à N14, nos seus primeiros km, entre a VCI e a Maia.
A 3 de Setembro de 1959, foi inaugurada a Via Norte, obra integrada no conjunto dos principais acessos rodoviários do Porto, pelo ministro das Obras Públicas Arantes e Oliveira.



Via Norte na década de 1970, junto do que viria a ser a Estalagem da Via Norte (à esquerda) – Fonte: “Estradas de Portugal”, pág. 48




Jornal de Notícias, de 3 de Setembro de 1959




Arantes e Oliveira discursando no dia da inauguração da Via Norte




Estação de Serviço na Via Norte, junto da “Estalagem da Via Norte”



Com origem nos anos 70, como Estalagem Via Norte, agora é o Hotel Via Norte que ocupa aquele edifício já com alguma história.


“A existência de espaços de reflexão política, vulgo "think thank", não é muito habitual em Portugal. Poucos são os clubes de reflexão política que continuam a existir entre nós com uma atividade regular e com produção de pensamento próprio.
Saliento o Clube dos Pensadores que, graças ao trabalho do Joaquim Jorge, se afirmou, ou a Questão Coimbrã, do Jorge Castilho, que vai dando cartas junto ao Mondego.
Fora dos partidos políticos, lançado pela iniciativa de José Vieira de Carvalho, então autarca da Maia, nasceu, a 4 de dezembro de 1995, o Clube Via Norte, assim chamado por se reunir na Estalagem com o mesmo nome.
Desde então, já lá vão 20 anos, e desaparecidos Vieira de Carvalho, Albino Aroso, Antero Torres ou Lucas Pires, entre outros, o Clube Via Norte, com personalidades da área da social-democracia, reuniu com regularidade todas as segundas-feiras para discutir ideias e políticas. Umas vezes em debate interno, outras com convidados como Adriano Moreira, Cavaco Silva, Jacques Santer, Durão Barroso, Paulo Rangel, Rui Moreira, embaixadores estrangeiros ou Pedro Passos Coelho, o clube soube sempre discutir temas e assuntos que nem sempre estavam na ordem do dia”.
Dr. António Tavares, In JN de 14/12/2015




Ponte da Arrábida


“Ponte da Arrábida – Foi em 1945 que, motivado pelo muito movimento de viaturas na estreita Ponte Luís I se começou a desenhar a ideia de construir uma nova ponte. Discutia-se muito se devia ser viária ou viária-ferroviária. Porém, em 1954, tomou-se a decisão de ser exclusivamente viária e na Arrábida. Foi desenhada pelo Eng. Edgar Cardoso e construída sob a direcção do Eng. José Zagallo. Foi inaugurada em 22 de Junho de 1963. Nos primeiros tempos o trânsito era diminuto e, recordámo-nos bem, os portuenses afirmavam que muito dinheiro tinha sido deitado ao rio. Na verdade, os automobilistas entendiam que seria uma grande e dispendiosa deslocação vir do centro para a Boavista e, entrados em Gaia, terem de voltar para trás, onde tinham as suas casas ou escritórios. Porém, quando se construiu a Via de Cintura Interna e, do lado Sul, se abriram novos arruamentos, bem como o rápido desenvolvimento das cidades a Ocidente, chegou-se a um ponto tal de estrangulamento de trânsito que foi necessário construir nova ponte. Quando havia um acidente na ponte ou seus acessos o Porto ficava bloqueado.”
Cortesia de Rui Cunha (portoarc.blogspot.com/)



Perspectiva sobre a foz do rio Douro obtida a partir do Palácio de Cristal em 1838 – Ed. J. Holland



Projecto de 1960 para a Ponte da Arrábida, não concretizado, da autoria de Inácio Peres Fernandes e Edgar Cardoso



Projecto de 1960 para a Ponte da Arrábida, recusado, da autoria de Inácio Peres Fernandes




Colocação da cofragem central do arco durante a construção da Ponte da Arrábida – Fonte: AHMP



Fase final da colocação do cimbre central do arco durante a construção da Ponte da Arrábida – Fonte: AHMP



Publicidade do fornecedor de betão para a construção da Ponte da Arrábida



A Ponte da Arrábida era, à data da sua inauguração, a ponte com o maior arco em betão existente no mundo.
O engenheiro Edgar Cardoso vinha de conceber uma outra, que se apoiava num arco de betão, embora de dimensões mais reduzidas, na foz do rio Sousa, um afluente do rio Douro, inaugurada cerca de dez anos antes, em 27 de Maio de 1952, pelo presidente da República, general Craveiro Lopes, na mesma ocasião em que foi inaugurado o Estádio das Antas.
 
 

Ponte na foz do rio Sousa, em Gondomar




Sobre a inauguração da Ponte da Arrábida, o jornal “Diário de Lisboa”, a exemplo de outros, fazia uma chamada em destaque na 1ª página.





In “Diário de Lisboa” de 22 de Junho de 1963 - Cortesia  Fundação Mário Soares / DRR - Documentos Ruella Ramos




Américo Tomás percorrendo as ruas do Porto, passando em frente da Feitoria, aquando da sua presença na cidade para inaugurar a Ponte da Arrábida – Fonte: AHMP




Vista panorâmica do Porto, de meados da década de 1960, com destaque para a Ponte da Arrábida, desenhada a aguarela por António Cruz Caldas enquanto litógrafo e maquetista da Empresa do Bolhão – Fonte: AHMP




A Ponte da Arrábida observada desde a zona do Aleixo – Desenho de Gouveia Portuense, 1963 – Fonte: AHMP



Ponte da Arrábida em perspectiva obtida a partir do Palácio de Cristal, com o chafariz que esteve na Rua de Santos Pousada (Rua de S. Jerónimo), em 1º plano



De referir ainda que a ponte foi dotada de quatro elevadores, dois de cada lado, que permitiam o trânsito pedonal entre a marginal e a cota alta e, na própria ponte, entre as duas margens. Devido ao intenso trânsito de veículos, que ocorre nos nossos dias, há já alguns anos que os mesmos foram colocados fora de serviço.
Como curiosidade diga-se que na parede exterior da caixa desses quatro elevadores, se podem ainda observar umas esculturas, com cerca de 5 metros, dos escultores Barata Feio e Gustavo Bastos.
Representam "O Génio Acolhedor da Cidade do Porto", "O Génio da Faina Fluvial e do Aproveitamento Hidroeléctrico", "O Domínio das Águas pelo Homem" e "O Homem na sua Possibilidade de Transpor os Cursos de Água".



Caixa de elevador da Ponte de Arrábida com a sua escultura 




Ponte da Arrábida com uma caixa de elevador visível em primeiro plano – Ed. Pedro Fonseca


A Ponte da Arrábida foi classificada Monumento Nacional em 23 de Maio de 2013.




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