terça-feira, 31 de outubro de 2017

(Continuação 32) - Actualização em 19/04/2021

Palacete da família Pinto dos Santos
 
Construído nos finais do século XIX, localizado próximo do Hospital de Crianças Maria Pia, na Rua da Boavista, nº 743, foi residência da família Pinto dos Santos, nas primeiras décadas do século XX e, depois, lar universitário e Externato Lúmen.

 
 

Palacete de António Pinto dos Santos - Ed. Teófilo Rego (1958)
 

Como se pode observar na planta abaixo, de Telles Ferreira (1892), a propriedade (envolvida pela elipse a azul), em que estava implantado o palacete tinha serventia (à data) tanto pela Rua da Boavista, nº 535, como pelas suas traseiras, pela Rua da Paz.

 

 


 

 

 Edifício EMPORIUM


Este edifício fica localizado na esquina da Rua de Sá da Bandeira e Guedes de Azevedo.
Foi projectado pelo arquitecto Arthur de Almeida Júnior em 1939. 
No seu piso térreo alberga desde da década de 70 do século XX a histórica “Confeitaria Cunha”, fundada noutro local em 1906 como padaria, vindo ocupar aqui um espaço, onde anteriormente se encontrava instalado um Stand da Volvo.
A confeitaria estribada num restaurante anexo, tem contrato de arrendamento desde sempre, mas que não irá ser renovado pelo novo proprietário e, assim, a partir de Abril de 2018, a “Cunha” terá que deixar as instalações perdendo-se, deste modo, mais um estabelecimento comercial icónico da cidade, embora ainda esteja a ser tentado que venha a ser declarado pela autarquia como uma loja histórica, o que impediria o seu fecho.

“O restaurante foi projectado no início dos anos 70 pelos arquitectos Victor Palla e Bento d'Almeida, que introduziram em Portugal o conceito de snack-bar, ao desenhar, em Lisboa, o “Noite e Dia” e o “Galeto” (este inaugurado em 1966). Para a “Cunha”, foram importadas madeiras e granitos do Brasil e de África e, mais tarde, foi encomendado ao ceramista Francisco Relógio o painel de azulejos que decora uma das salas”.
Fonte: Isabel Peixoto, In JN


Edifício Emporium – Ed. J. Portojo 


Em 2019, a Confeitaria Cunha acabaria por não resistir e acabou por fechar, perdendo-se mais um pouco da memória colectiva.

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

(Continuação 31)

Casa da Baronesa da Regaleira ou Palácio de São Bento da Vitória

Este palacete do século XIX conhecido também pela Casa da Baronesa da Regaleira, fica situado na Rua de S. Bento da Vitória, nº 12, onde esteve a sede do Tribunal de Instrução Criminal (TIC) e onde antes, durante várias dezenas de anos, esteve a Polícia Judiciária.
Mandado construir, c. 1830, por José Monteiro de Almeida, um comerciante abastado, casado com Ermelinda Allen (1768-1858), a filha de E. W. Allen, cônsul britânico, foi vendido, mais tarde, a José Gaspar da Graça também comerciante, passando para posse de sua filha Maria Lopes da Graça e seu marido Conselheiro António de Oliveira Monteiro, por herança, em 1888, e vendido pelos descendentes destes em 1928, ao Estado Português.
A baronesa da Regaleira, Ermelinda Allen seria, mais tarde, viscondessa da Regaleira, tendo adquirido aqueles títulos após a compra, c. 1840, da Quinta da Regaleira, em Sintra.
Numa óptica do contexto da época, diga-se que c. 1831 o irmão da baronesa, João Francisco Allen começava a construção do seu solar na Rua da Restauração onde, mais tarde, em edifício anexo, iria fundar e gerir o chamado Museu da Restauração ou Museu Allen.
A partir da segunda metade do século XIX, o palacete da baronesa seria, desde 3 de Setembro de 1853, sede do Colégio Podesta e, desde 1857, a sede da repartição dos Correios que, mais tarde, em 1880, seria transferida para o Palacete da Batalha, dos Guedes da Aveleda.
 
 

Palacete da Baronesa da Regaleira


Albergou depois o Teatro Vitória e, a partir de 1887, o Liceu Central do Porto.
O edifício foi propriedade do Estado português de 1928 a 2014, tendo sido a sede da Polícia Judiciária do Porto entre 1950 e o ano 2000 e, posteriormente, do Tribunal de Instrução Criminal (TIC)  até 2014. No ano seguinte foi adquirido por uma promotora imobiliária que, actualmente, o pretende vender com projecto já licenciado para fins residenciais ou hoteleiros.
O edifício está integrado na área do Centro Histórico do Porto – Património da Humanidade desde 1996 – e situa-se ainda em zona especial de protecção da igreja e convento de São Bento da Vitória, classificados como monumentos nacionais.


“Edifício profundamente marcado pelo estilo neoclássico.
Na sua fachada podemos verificar a existência de frontões triangulares nas fachadas embora na fachada posterior tenha sido retirado após obras de recuperação (1950).
Fachada organizada segundo os cânones métricos do primeiro quartel do sec. XIX, entablamentos direitos, frisos lisos. Conjunto bastante formal e estrutural.
Notável embasamento, onde se evidência o pórtico principal em arco de volta perfeita, ladeado por pilastras; de discreta elegância.
No interior uma tradicional e formal organização geométrica dos espaços. Planta quadrada, com saguão central onde se encontrava a escadaria monumental (demolida), em granito lavrado e adornado e sobre o conjunto o característico zimbório que ilumina todo o conjunto.
Destaca-se no edifício, o vestíbulo de entrada do palácio, a menos adulterada das salas, com excelentes painéis de azulejos a decorar o conjunto e o monumental pórtico que dá acesso à escadaria. Todo o vestíbulo é flanqueado por varandas e janelas que se abrem do mezanino”.
Fonte: “pt.wikipedia.org/”


Casa da Baronesa da Regaleira

Interior do Palacete da Baronesa da Regaleira 

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

(Continuação 30)

Palacete Barroso Pereira (demolido)
 
Este palacete situava-se na Praça de Santa Teresa, que foi também Praça do Pão, hoje, Praça Guilherme Gomes Fernandes, e era visitado frequentemente por Garrett.
Erguido em meados do século XVIII, c. 1750, segundo dizem, sem confirmação, com projeto de Nicolau Nasoni, pertenceu a uma família de magistrados inseridos na pequena nobreza que lhe deu o nome.


 




 
" No antigo Largo de Santa Teresa, hoje baptizada em Praça de Guilhermo Gomes Fernandes, esquinando para a Rua José Falcão, existe ainda uma grande casa nobre setecentista, de que o risco tem sido atribuído a Nicolau Nasoni, o notável arquitecto italiano, que durante largas décadas enriqueceu a cidade com a sua arte.
A casa deve ter sido edificada na segunda metade do século XVIII pelo Desembargador António Barroso Pereira e por sua mulher, D. Maria Inácia da Costa Sampaio, ou por seu filho o Dr. José Barroso Pereira, casado com D. Rita Josefa Piceluga, da família lisboeta deste apelido, originária de Itália.
Na posse dela sucedeu um filho destes, António Maria Barroso Pereira, fidalgo da Casa Real, casado com D. Maria José Bravo Cardoso Torres Correia Pereira de Lacerda, filha do Desembargador Rodrigo Bravo Cardoso Torres e mulher, D. Maria Máxima de Moura e Castro.
Família de magistrados, certamente abastada, de representação social - vislumbra-se, por entre o laconismo dos documentos, uma velha família da pequena nobreza, no Portugal antigo -, estes Barrosos Pereiras tinham ali a sua residência citadina; e mandara, colocar sobre o portal de entrada as suas armas: um escudo partido de Pereiras e Barrosos, com o seu elmo e seu timbre, tudo a gosto da época.
Meado o século passado, ainda a casa estava na posse desta gente.
O primeiro a favor de quem foi registada na respectiva Conservatória do Registo Predial era Rodrigo Bravo Barroso Torres, filho dos mencionados António Maria e D. Maria José, que nascera em S. Miguel de Matos, no antigo concelho de Bem-viver (hoje incorporado no de Marco de Canaveses) e foi casado com Guilhermina Júlia de Sousa Bravo, filha de Albino Pereira de Sousa Pederneira e de sua mulher, D. Gertrudes Magna da Cunha Bessa, da Casa de Covelas, em Rio de Moinhos (Penafiel).
Foram estes proprietários que, por escritura de 21 de Maio de 1874, venderam a casa familiar do Largo de Santa Teresa, a António José Soares, negociante, da Ruas das Oliveiras.
Em 1898 era dona do prédio D. Maria Augusta Sampaio de Brito, casada dois anos depois com Manuel Guilherme Alves Machado.
E este, em 1956, doou-o a sua filha D. Delminda Sampaio Machado e a seu genro, o Dr. Francisco da Cunha Freitas Mourão de Sotomaior.
Destinada, de há muito, a instalações comerciais, consultórios médicos, e outros fins de rendimento, a casa não perdei ainda, ao menos exteriormente, a fachada principal, o seu ar de nobreza setecentista, e é um dos curiosos exemplares da arquitectura civil da época, acrescentado para mais o seu valor pela provável paternidade nasoniana.
Diz-se que vai brevemente desaparecer, para nos seus chãos se edificar um desses grandes, horríveis, rendosos galinheiros, que estão manchando e desvirtuando o carácter tão portuense, da arquitectura da cidade.
Esperamos que as entidades responsáveis pelo nosso património artístico, já tão escasso, não deixem cometer mais esse feio pecado. Pecado feio e inútil... salvo para os que se propõem usufruir dos correlativos benefícios financeiros”.
Eugénio de Andrea da Cunha e Freitas – In, Revista “= Tripeiro”, VIª série, Dez 1962; "Notícias do Velho Porto” - A casa dos Barrosos Pereiras a Santa Teresa, pág.195-197
 
 
Sobre o portal da entrada encontrava-se a sua pedra de armas: "um escudo partido de Pereiras e Barrosos, com o seu elmo e seu timbre".
Após servir como residência, o palacete foi ocupado pela "Fotografia União" (Fornecedora da Casa Real), que o abandonou para se instalar, no início do século XX, naquele que foi a última sede da Assembleia Portuense, na Praça da Trindade e, posteriormente, pela "Fotografia Perez".
Nas últimas décadas da sua existência esteve o palacete subdividido em escritórios e lojas de comércio, ainda que sem perder na fachada principal o seu ar de nobreza setecentista.
O palacete foi demolido na década de 1960, para dar lugar a um novo prédio de apartamentos onde, durante muitos anos, esteve instalada a Livraria do Estado.
 
 
 

Feira do Pão e Palacete Barroso Pereira do tempo da "Fotografia União", na Praça de Santa Teresa

Sobre um prédio observável, à direita do palacete dos Barroso Pereira, de configuração esguia, situado na esquina da Rua D. Carlos (actual Rua José Falcão) com a Praça de Santa Teresa (Praça Guilherme Gomes Fernandes) e que os portuenses denominavam por “ferro de engomar”, “casa esqueleto” ou “casa tuberculosa”, em 1954, Horácio Marçal contava que a sua existência se ficava a dever ao proprietário do estreito terreno que pretendendo vendê-lo ao vizinho, e dado não ter tido sucesso na sua pretensão, teria mandado construir a “casa tuberculosa” para lhe tapar as vistas. 
 
 
 
Palacete Barroso Pereira do tempo da Fotografia Perez



In revista “Ilustração Portugueza” de 17 Maio 1915, a inauguração do busto de Guilherme Gomes Fernandes ocorrida no anterior dia 1 de Maio

 
 
 

Em frente, na esquina, o palacete dos Barroso Pereira, em 1915
 
 
 
 
Palacete do Barroso Pereira, na década de 1950

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

(Continuação 29)


Pela observação da foto abaixo a Casa da Pedra é constituída por 2 corpos, sendo, um deles situado mais a Sul de 2 pisos, e um outro mais a Norte, adossado àquele, de um só piso.
Esta casa segundo algumas opiniões terá começado a ser edificada no fim do século XVIII, e sofrido várias intervenções ao longo dos anos.
Até à 2ª metade do século XIX, estava inserida num ambiente tipicamente rural e, por aqueles tempos, teve junto de si a Fonte das Águas Férreas.


Casa da Pedra – Fonte: “gisaweb.cm-porto.pt”



Casa de Pedra nas Águas Férreas – Fonte: Planta de Teles Ferreira em 1892


Casa das Águas Férreas actualmente na esquina da Rua das Águas Férreas e a Travessa das Águas Férreas – Fonte: “pt.wikipedia.org”



“No último quartel do século XIX serviu de residência ao escritor e filósofo Oliveira Martins, durante a sua estada no Porto para dirigir a construção da via férrea do Porto à Póvoa de Varzim e a Vila Nova de Famalicão.
A casa celebrizou-se então por ser o local de encontro dos intelectuais da Geração de 70, em tertúlias dinamizadas por Antero de Quental, Eça de Queirós, Guerra Junqueiro e Ramalho Ortigão, os quais, com Oliveira Martins, compunham o célebre "Grupo dos Cinco". Foi nesta casa que Antero de Quental se tentou suicidar pela primeira vez.
Entre as décadas de 1960 e 1980, a Casa da Pedra foi residência da poetisa vianense Maria Manuela Couto Viana. A Casa da Pedra mantém-se, ainda hoje, como propriedade particular com função residencial”.
Fonte: “pt.wikipedia.org”


Aspecto do Jardim da Casa de Pedra em 1954 – Ed. Teófilo Rego; Fonte: AHMP


Chafariz do Jardim da Casa da Pedra em 1954 – Ed. Teófilo Rego; Fonte: AHMP

Casa das Águas Férreas - Fonte: “portoarc.blogspot.pt”

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

(Continuação 28)


Fica este palacete situado paredes meias com a Igreja de S. José das Taipas, na Cordoaria, onde funcionou também em tempos a Escola Industrial Infante D. Henrique e a Escola Filipa de Vilhena, identificada nessa altura como Escola Mouzinho da Silveira, e que hoje alberga uma funerária e algumas lojas de pequeno comércio.



Palacete dos barões de Sandeman. À esquerda a cadeia da Relação - Ed. MAC

A casa dos Sandeman foi mandada construir na década de 1830 por Tomás Glas Sandeman (1789-1870) num terreno que pertencia à sua mulher D. Ermelinda Júlia de Brito e Cunha (1805-1875). O dito terreno era nas traseiras da casa do seu pai, António Bernardo de Brito e Cunha (1780-1829), no actual nº 131 da Rua das Taipas.
Por morte de Tomás Glas Sandeman, em 1870, a casa com frente para a então chamada Alameda do Olival passou para os seus dois filhos Thomas e William (2º e 1º barões de Sandeman, respectivamente).
Foi Tomás Glas Sandeman quem em 1865 propôs à Câmara do Porto a transformação em jardim público do terreiro da Cordoaria em frente à sua casa.
A família Sandeman tinha a sua habitação original na Rua de Cedofeita num palacete, que mais tarde, teve várias ocupações e, entre elas, foi esquadra de polícia e Repartição do Arquivo de Identificação.

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

(Continuação 27)

Palacete do Conde de Azevedo ou Palacete dos Azevedo aos Carvalhos do Monte (Largo 1º de Dezembro)


“Desconhece-se quando terá sido construído o Palácio do Conde de Azevedo – também conhecido como Casa de Santo António do Penedo –, mas o histórico imóvel, que agora está a ser reabilitado, foi casa de um visconde culto e Repartição da Fazenda.
Casa de Santo António do Penedo ou Palácio do Conde de Azevedo, casa nobre sita na Rua Saraiva de Carvalho (outrora Santo António do Penedo). Desconhece-se quando foi construída, mas terá pertencido aos Pereira de Sampayo.
Em 1771, foi concluída a escadaria, aquando do rebaixamento da rua.
Vendida ao 1º Visconde de Azevedo, Francisco Lopes de Azevedo Velho da Fonseca Barbosa Pinheiro Pereira e Sá Coelho (1809-1876), provavelmente por volta de 1858.
No mesmo ano, o visconde requereu à Câmara licença para remodelar o palácio e anexar-lhe um prédio contíguo.
(…) Em 1887, a casa foi vendida ao Estado que ali instalou a Repartição da Fazenda. Encontrava-se há vários anos desocupada, (…) ”.
Com a devida vénia a César Santos Silva


Palacete do Conde de Azevedo – Fonte: César Santos Silva, In “porto24.pt”



Este palacete há anos ao abandono acaba de ser recuperado com projecto do arquitecto Nuno Pinto Cardoso, dentro dum programa de  habitação colectiva com19 unidades de alojamento: 
5 apartamentos em Estúdio
9 Unidades com 1 Quarto Duplo
5 Unidades com 2 Quartos Duplos.


“O Palácio dos Condes de Azevedo é um edifício com elevado interesse patrimonial localizado no centro da cidade. Com efeito, o edifício encontra-se referenciado na história da arquitetura como uma das melhores obras de transição do século XVII para o século XVIII. Este edifício arquitectónico de traço neoclássico é constituído por um piso térreo e por um andar nobre. No alçado principal do andar nobre é possível visualizar que as sacadas apresentam grades do tipo seiscentista, com 11 janelas às quais estão associadas alternadamente entre frontões triangulares e semicirculares. O projecto de reabilitação levado a cabo, interpreta e incorpora o legado cultural, patrimonial e histórico do Palácio dos Condes de Azevedo, numa intervenção de reabilitação consentânea com o elevado valor patrimonial do edifício”.
Fonte: “premio.vidaimobiliaria.com”


Palacete do Conde de Azevedo antes da última intervenção


Traseiras do Palacete do Conde de Azevedo - Fonte: “premio.vidaimobiliaria.com”


Palácio dos Condes de Azevedo - Fonte: “premio.vidaimobiliaria.com”


Este palacete localizava-se numa área da cidade chamada de Carvalhos do Monte, interior às muralhas da cidade, perto de um postigo transformado, posteriormente, na Porta do Sol, com um vasto terreno contínuo, para além dela que, até às Fontainhas, era denominado de Vale da Asna.
Os terrenos deste vale foram propriedade até ao século XVII aos fidalgos da Honra de Barbosa, Lugar de Barbosa, em Rãs, Penafiel, D. Francisco de Azevedo e Ataíde e a sua mulher, D. Maria Brito e Noronha.
O visconde de Azevedo descenderia, assim, daqueles fidalgos.
A "Honra de Barbosa", território com privilégios especiais, foi um conjunto formado por solar, torre, residência, pelourinho, prisão, fonte e capela, sendo que, a residência senhorial com torre ameada, foi fundada no século XII por Mem Moniz de Ribadouro, irmão de Egas Moniz.
 
 

Honra de Barbosa
 
 

Pelourinho da “Honra de Barbosa”



O visconde e, depois, conde de Azevedo (Marrancos, Vila Verde, 21 de Fevereiro de 1809 - Porto, 25 de Dezembro de 1876)  foi, ainda jovem, interveniente nas lutas liberais, ao lado dos realistas teve uma passagem pela política, tendo sido, sobretudo, um bibliófilo. 
Em 1846, chegou a ser governador civil de Braga e Deputado às Côrtes em 1851.
Ficou célebre a sua livraria, que doou em testamento a seu primo o conde de Samodães.
Como escreveu Pinho Leal na sua obra “Portugal Antigo e Moderno”, em 1876, o conde de Azevedo era proprietário de uma das bibliotecas particulares mais dotadas da cidade do Porto, a par da biblioteca da Associação Comercial.
 
 
 



 
 
Possuindo a sua residência principal, no Porto, o conde de Azevedo, que obteve este título no mês do seu falecimento, tinha uma outra, alternativa, na Póvoa de Varzim, que é a sede do Museu Poveiro. No Porto e na Póvoa, reunia cenáculos culturais. Na casa do Porto, instalou uma tipografia particular onde fez imprimir algumas raridades bibliográficas, em tiragens limitadas.

 
“Escreveu alguma prosa de ficção, alguma poesia e artigos de apreciação crítica, traduziu Virgílio e Cervantes. Ajudou a salvar a Gramática da Linguagem Portuguesa, de Fernão de Oliveira, primeira gramática da nossa língua, publicada originalmente em 1536, e que ele republicou.
(…) Era casado com Maria José Carneiro da Grã Magriço que nasceu em 6 de agosto de 1804, da Casa dos Carneiros, na Póvoa de Varzim; Maria José Carneiro da Grã Magriço era descendente do Morgado Pedro Carneiro da Gram da Freguesia de Balazar, Concelho da Póvoa de Varzim, deste casamento não houve filhos”.
Fonte: “wikiwand.com/”
 
 
 

Museu Poveiro
 
 
 

Notícia do falecimento do conde de Azevedo, In “Jornal do Porto” de 27 de Dezembro de 1876

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

(Continuação 26) - Actualização em 10/01 e 11/10/2019 e 17/01/2021



Solar dos Correia Montenegro (demolido)


Este solar situado na Sé foi dos Correia que, mais tarde, seriam condes de Castelo de Paiva.



Solar dos Correia Montenegro



Solar dos Correia com a Rua Escura a desenvolver-se no centro da foto



Solar dos Correia observado da Calçada de Vandoma



Localização do Solar dos Correia (1) e do Aljube (2), na Planta de Telles Ferreira (1892)



Solar dos Correia


Na foto anterior está o Solar dos Correia em 1951, na confluência da Rua Chã com a Rua Escura. Ao fundo, à direita, é possível observar as torres da Câmara e da igreja da Trindade. 




Palacete de Manoel Alves Soares



Esta residência conhecida como Palacete Manoel Alves Soares, um capitalista ligado, entre muitos outros empreendimentos, ao Jornal “O Primeiro de Janeiro” e à Empresa Fabril do Norte, foi, de facto, mandada construir em 1902, por José Zagalo Ilharco (Lamego 1860 - 1910 Porto), um fotógrafo amador, premiado nacional e internacionalmente, que se dedicou primordialmente à fotografia de paisagem, mas também  ao retrato de familiares, de amigos e dos ambientes em que viveu.
Manoel Alves Soares terá, então, comprado o palacete aos herdeiros de José Zagalo Ilharco.
José Ilharco era filho do General José Joaquim Ilharco de Sousa Cardoso e de Maria Cândida do Couto Zagalo. 
Na cidade do Porto, onde se fixou ainda jovem, acabaria por contrair matrimónio com Angelina Ribeiro de Moura.
O casal teve um filho único, Norberto de Moura e Melo Zagalo Ilharco (1883-1958), também fotógrafo amador, casado com Maria Helena de Magalhães Carneiro (1882-1965).
Norberto Zagalo Ilharco residiu, entre 1918 e 1930, na “Vila Palma”, na antiga Rua Central, actual Rua Augusto Cardia Pires, em Leça da Palmeira.


 

Norberto Zagalo Ilharco e a esposa, na “Vila Palma”, em Leça da Palmeira



“Vila Palma, antes e actualmente



José Zagalo Ilharco foi sócio fundador e director do Real Velo Club do Porto, gerente da companhia de seguros "A Equitativa do Porto" e director da agência no Porto da companhia de seguros "A Nacional".
Sendo um amante da horticultura, havia de em colaboração com Jacinto Matos, de criar em volta da sua casa, na Avenida da Boavista, o chamado Parque Zagalo Ilharco, jardim que rodeava a vivenda mandada construir em 1902.



 
Licença de obra nº 211, de 1902, referente ao palacete de José Zagalo Ilharco



Ponte dos Arcos em Matosinhos, em 1889 – Ed. José Zagalo Ilharco
 

Velódromo do Real Velo Club do Porto, em 1893 – Ed. José Zagalo Ilharco


Palacete na Avenida da Boavista, nº 2609






Palacete de Júlio Costa
 

António Júlio da Costa foi um empresário e capitalista, nascido em 1855, na Vila de Chacim e falecido em 13 de Abril de 1913.
O projecto do palacete situado na Avenida da Boavista, nºs 2483-2521, é de 1907.

 
 
Desenho de muro de vedação e portões de acesso ao jardim do Palacete de Júlio Costa, anexo a pedido de licenciamento de 1909 – Fonte: AHMP

 
 

Construção do Palacete, na Avenida da Boavista, de António Júlio da Costa, na foto acompanhado por Hugo da Paz dos Reis e a irmã, Hilda Reis – Fonte: Centro Português de Fotografia


Na foto acima, o palacete que se observa é o da família Gilbert e o pinheiro é o tal famoso “Pinheiro Manso”.
O palacete de Júlio Costa situava-se, em frente, no outro lado da Avenida da Boavista, em terreno onde estão as pessoas que se deixaram fotografar.




Palacete de Júlio Costa
 
 
 

Palacete de Júlio Costa, em 2009 – Fonte: Google maps
 
 
 

Palacete de Júlio Costa, em 2021 – Fonte: Google maps










Esta moradia (que praticamente já não existe) ficava na Avenida Marechal Gomes da Costa, nº 1103, na artéria que já foi Avenida do Gama.
Estava situada no gaveto daquela avenida e da Rua Fernão Lopes de Castanheda, tendo sido inspiração do mesmo arquitecto dos Armazéns Frigoríficos em Massarelos – Januário Godinho (Almeida).
Presentemente, parte da moradia foi aproveitada para dar lugar a um projecto que contempla um condomínio habitacional de luxo, e no qual foram aproveitados alguns (poucos) elementos arquitectónicos da construção primitiva.
Daniel Maria Vieira Barbosa (Porto, 13 de Julho de 1908, Cascais, 12 de Maio de 1986), conhecido como Daniel Barbosa, licenciou-se em Engenharia Civil pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto em 1935, onde foi professor.
Transfere-se, em 1952, para o Instituto Superior Técnico da Universidade Técnica de Lisboa para chefiar, como professor catedrático, o ensino da Economia. Foi ainda ministro de Salazar em 1947-48 (Ministro da Economia apelidado do “Barbosa das Farturas”) e Ministro da Indústria e Energia (1974), no governo de Marcelo Caetano.



Casa Daniel Barbosa (obra de 1936) em 2015



A moradia pertenceu, portanto, ao Prof. Daniel Barbosa e teve licença de construção nº 295/1936, de 3 de Março.
O primeiro registo de propriedade é de 1956.
Em 1967, passou para as mãos da Associação Rainha D. Beatriz - uma associação de solidariedade social.
Em 1979, por Portaria, o imóvel foi integrado no Centro Distrital da Segurança Social do Porto.
A partir do início dos anos 80 do século passado, a moradia ficou conhecida de inúmeros portuenses, pois, lá se apresentaram a “Juntas Médicas” do “Núcleo de Verificação de Incapacidade”.
Em 2014, ao abrigo do Decreto-Lei nº. 112/2004, de 13 de Maio, o imóvel transitou para o Património do Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social, IP.
Em 2015, através de “Concurso de Alienação de Imóveis”, o imóvel foi vendido.
Durante o ano de 2019, um condomínio de luxo começaria a ser implantado no local da moradia.
Diga-se, em complemento, que a Associação Rainha D. Beatriz foi constituída em 1964 e viu os seus primeiros estatutos aprovados por Despacho Ministerial de 15 de Junho de 1964, publicado no então Diário do Governo nº 150, 3ª Série, de 27/06/1964.
A Associação Rainha D. Beatriz, hoje sita na Rua da Cerca 388 (à Foz Velha), tem acordo de cooperação com o Instituto de Segurança Social, funcionando como um lar para 31 idosas.

quinta-feira, 12 de outubro de 2017

(Continuação 25)



Edifício Parnaso

O Edifício Parnaso, no Porto, projectado pelo arquitecto José Carlos Loureiro em 1954, por iniciativa do seu proprietário, o compositor Fernando Corrêa de Oliveira, foi edificado em 1956 e está classificado como monumento de interesse público.
Viria a servir de modelo ao seu vizinho, onde está actualmente instalado o Museu Marta Ortigão Sampaio, sendo que esta era irmã de Feliciana, casada com Fernando Corrêa de Oliveira.
Situado na freguesia de Cedofeita, no gaveto das ruas de Oliveira Monteiro e Nossa Senhora de Fátima, este edifício de habitação, comércio e serviços, que deve o seu nome à Escola de Música Parnaso que aí funcionava (no rés-do-chão), é um importante exemplar da arquitectura moderna portuguesa.
Segundo a portaria de classificação publicada em Diário da República o Parnaso "é já uma referência na história da arquitectura portuguesa, concretizando com elevada qualidade artística e construtiva os princípios da arquitectura modernista, da Carta de Atenas e da Organização dos Arquitectos Modernos, de que o autor foi membro activo".
A mesma portaria destaca "o domínio das escalas, a utilização de volumes simples que se articulam de forma harmoniosa e a qualidade plástica global". Loureiro, que nasceu em 1925, conseguiu com "talento" que o edifício mantivesse "um generoso afastamento em relação à via pública", criando "um espaço de desafogo" e impondo simultaneamente "uma presença marcante no cenário urbano".
José Carlos Loureiro, natural da Covilhã, um dos decanos da arquitectura em Portugal, hoje com 92 anos, é também autor do Pavilhão Rosa Mota, nos Jardins do Palácio de Cristal e, entre muitos outros projectos seus de relevo, estão: a estação fronteiriça de Valença, a Capelinha das Aparições em Fátima, a Torre Hotel D. Henrique, etc.
Todo o seu acervo profissional foi por si doado, à Fundação Marques da Silva, à Praça do Marquês.