segunda-feira, 21 de junho de 2021

25.127 Coats & Clark

 

A origem da Coats tem as suas raízes a partir do momento em que as famílias Clark e Coats criaram as suas indústrias de fiação e tecelagem em Paisley, na Escócia, em finais do século XVIII.
Fazendo uma caminhada separadamente ao longo do século XIX, as empresas Coats e Clark acabam por, em 1896, se fundirem formando a J&P Coats Ltd.
Em 30 de Janeiro de 1905, a J&P Coats decide instalar-se em V. N. de Gaia com uma fábrica e nasce, assim, a Companhia de Linhas Coats & Clark, Lda, como subsidiária da casa-mãe, passando a ser uma referência no sector, durante mais de um século.
 
 
 
Caixa de costura (século XIX) com dez carrinhos de linhas de costura, de várias cores, da empresa J&P Coats
 
 
 
Cartão comercial da J &P Coats
 
 
 
A Companhia de Linha Coats & Clark esteve, desde a sua criação, instalada na Quinta de Cravel, na freguesia de Mafamude, em Vila Nova de Gaia.
Foi no ano de 1907, que ficaram concluídas as obras da fábrica, iniciando-se o processo de instalação da maquinaria.
Curiosamente, neste mesmo ano, o empresário Delfim Pereira da Costa iria inaugurar uma fábrica de carrinhos de linha de algodão para coser e bordar, na Senhora da hora – A “Efanor”.
Entretanto, em 1908, dá-se a abertura da fábrica da Coats & Clark, mais concretamente, a 17 de Fevereiro, com o início da produção e com 280 trabalhadores. É nesta data que se começa a escrever a história da actividade produtiva da J & P Coats em Portugal.
A multinacional inglesa chegou a empregar na sua unidade em V. N. de Gaia, cerca de dois mil trabalhadores, dedicando-se à produção de linhas de costura industrial e fabricando as conhecidas linhas de crochet "Âncora" e "Corrente".
Mais do que uma mera propriedade industrial, a antiga fábrica da Coats & Clark é um marco histórico em V. N. de Gaia.
De facto, a empresa manteve o seu funcionamento neste local durante mais de 100 anos.


 
Vista aérea das instalações da Coats & Clark em V. N. de Gaia
 
 
Vista aérea das instalações da Coats & Clark, vendo-se, à esquerda, um pequeno troço da E.N. 222
 
 
No Porto, a Coats & Clark chegou, durante grande parte do século XX, a ter um depósito na Rua Duque de Loulé, em edifício icónico com projecto de 1898, nas antigas instalações da Padaria Bijou.

 
 
À esquerda, o edifício onde funcionou um depósito da Coats & Clark – Fonte: Google maps
 
 
Em 2009, a Coats & Clark vai ser atingida pelo processo que se traduz na deslocalização da produção.
 
 
«A Coats & Clark vai despedir 127 funcionários dos cerca de 200 que trabalham na fábrica de Gaia. A empresa, que produz linhas de costura, alega "forte quebra da procura", mas o sindicato diz que está a deslocalizar a produção.
Os 127 trabalhadores afectados pelo despedimento colectivo receberam a comunicação na semana passada. Ontem, realizou-se um plenário, no qual foi eleita uma comissão de acompanhamento do despedimento colectivo para representar os trabalhadores não sindicalizados.
As negociações com a empresa deverão começar a 5 de Maio, mas "ninguém acredita que seja possível reverter a situação”»
Fonte: Inês Schreck, In Jn de 29 Abr 2009
 
 
A propriedade onde esteve instalada a Coats & Clark era, à data do seu encerramento, constituída por um terreno de 62.223m² com vários edifícios totalizando 24.236m² de construção e acomodava toda a produção de linhas para costura.
Situada no centro da cidade, a propriedade foi estruturada para vir a ser a futura localização de um projecto emblemático com características arquitectónicas e de uso únicas, com um conceito idêntico, de certo modo, ao utilizado nas instalações da antiga Fábrica Lionesa, em Leça do Balio, no actual Centro Empresarial Lionesa.
 
 
“Esperamos durante o próximo ano ter uma ocupação considerável de 50%” dos 33 mil metros quadrados construídos no espaço que se mantém mesmo junto à Estrada Nacional 222, afirmou Mário Almeida, gestor da empresa Fercopor que, no final de 2013, comprou o imóvel por quatro milhões de euros. A ideia passa pela criação de um parque à imagem dos modelos Lionesa (na Maia) ou Lx Factory (em Lisboa), levando para a freguesia do centro urbano do concelho uma nova dinâmica e reativando a atividade económica do espaço. Segundo explicou o responsável, nos 12 pavilhões disponíveis há espaços “chave na mão”, prontos a receber empresas de comércio e serviços, mas a maioria precisará de obras, que terão de ser feitas pelos novos inquilinos”.
Fonte: “viva-porto.pt/” (22 Julho, 2015)
 
 
Entrada para a “Fercopor”, junto da E.N. 222

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