Quanto ao actual edifício
da Câmara Municipal do Porto, foi decidido construí-lo em 1916, mas,
entretanto, foi necessário proceder a demolições no Bairro do Laranjal. Os seus
alicerces estavam prontos em 1920, e só seria ocupado a partir de 1957.
O projecto do novo
edifício da edilidade portuense tinha um prazo de construção de 3 anos e um
orçamento de 1300 contos. Acabaria por tardar 40 anos para ser finalizado e, no
seu termo, ficou por 55 mil contos.
O projecto do
edifício foi entregue ao 1.º oficial arquitecto municipal António Correia da
Silva, que auferia um ordenado mensal de de 720$00.
Este técnico, que
desempenhava funções também relacionadas com o Mercado do Bolhão e com o
Matadouro Municipal da Corujeira, viu, por isso, ser-lhe atribuído um subsídio
de 300$00, referentes aos meses de Outubro a Dezembro de 1920, referente aos
serviços prestados na direcção da obra dos Paços do Concelho.
Em 1920, os alicerces
do edifício estavam concluídos, sendo então realizada uma cerimónia pública
para encerrar um cofre na chamada pedra
fundamental.
No projecto de
Carlos Pezarat de 1889, a localização do edifício da edilidade seria a poente
da Avenida dos Aliados e, segundo a sugestão de Marques da Silva, deveria ser
escolhido um outro local, para os lados do Carmo e da Universidade. Acabou por
vingar a hipótese de Barry Parker, ao cimo da avenida.
No projecto inicial,
o edifício, muito diferente do risco de Barry Parker, foi projectado com uma
escadaria frontal e com uma alta torre a encimar o edifício.
Na foto acima, a
Câmara ainda está a ser construída e, no centro, em frente da estátua da
“Menina Nua”, observa-se uma bomba de gasolina da Shell (em cada bombada eram 5
litros).
Na foto acima, observa-se que o edifício que haveria de
surgir à direita da nova Câmara (o Palácio dos Correios), ainda não existe.
Na foto acima, observam-se quatro nichos verticais abertos
na fachada, dois laterais e dois centrais, que se destinavam a alojar quatro
estátuas de figuras de relevo na história da cidade.
Esses nichos acabariam por ser eliminados e a representação
daquelas figuras acabou por ser executada, no interior, por intermédio de pinturas
do pintor Dordio Gomes.
Por outro lado, o acesso ao edifício não está ainda construído.
Aspecto do edifício da Câmara Municipal, em 1941, ainda
dotado da sua torre com o pináculo original e uma escadaria de acesso central
O arquitecto Carlos Ramos explicou, a 12 de Janeiro de
1951, em sessão na C.M.P., que a torre do edifício iria ter menos 7 metros, não
haveria nichos na fachada, e que passariam a existir duas rampas de acesso em
vez de escadaria.
“O edifício é composto por uma cave, seis
pisos e pátios interiores, ocupando uma área de 2.438 m2. A torre central do
edifício atinge os 70 metros de altura, com uma escadaria de 180 degraus.
Construído em granito proveniente das pedreiras de São Gens e Fafe, sendo os
restantes materiais: betão armado, mármores de diferentes cores e madeiras de
carvalho e sucupira. À entrada do edifício, uma vastíssima escadaria em granito
permite o acesso ao andar nobre, decorada com quatro afrescos de D. Afonso
Henriques, Infante D. Henrique, Afonso Martins Alho e Camilo Castelo Branco. Na
varanda deste andar encontram-se quatro estátuas simbolizando as riquezas do
Norte de Portugal: a Terra, o Mar, a Vinha e o Trabalho. A Sala de Reuniões
está decorada com representações dos símbolos da vida do Porto: a famosa Noite
de São João e uma alegoria à produção e comercialização do Vinho do Porto”.
Fonte:
“portoxxi.com/”
Tendo estado
previsto para a fachada, no projecto inicial, prestar uma homenagem a figuras
de relevo na história do Porto e abandonados que foram os nichos,
primitivamente destinados ao efeito, acabaria a mesma por passar para o
interior, ao cimo da escadaria, em pinturas de Simão César Dordio Gomes ou Dordio
Gomes (Arraiolos, 26 de Julho de 1890 — Porto, 12 de Julho de 1976) com as
seguintes representações:
“As Origens de
Portugal”, onde a figura central é D. Afonso Henriques, primeiro rei da
nação.
“A Expansão
Geográfica”, que dá grande destaque ao Infante D. Henrique e as descobertas
ultramarinas.
“A Expansão
Comercial”, dando relevo ao burguês portuense, Afonso Martins Alho e ao
primeiro tratado comercial com a Inglaterra.
“O Porto
Romântico”, representado por Camilo Castelo Branco e seus locais
prediletos.
Por sua vez, a
homenagem da cidade a Garrett que, há anos, tardava, acabaria por ser prestada
diante dos Paços do Concelho.
A inauguração aconteceu no dia 11 de Novembro de 1954, durante as comemorações do Centenário da Morte de Almeida Garrett, com a presença do Presidente da República, tendo discursado o Presidente da Câmara, Machado Vaz.
Em 2001, durante os festejos do programa "Porto, 2001 - Capital Europeia da Cultura", em complemento das comemorações do Bicentenário do nascimento de Almeida Garrett, que decorreram em 1999, foi inaugurada, no Palácio de Cristal, a Biblioteca Almeida Garrett.
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