segunda-feira, 26 de novembro de 2018

25.23 S. Mamede, Lugares de Moalde, Ermida, Igreja Velha e Picoutos


 “Os registos fazem crer que, no século I, teria existido uma “villa ” Decio e um templo dedicado a Júpiter, onde hoje está localizado o Mosteiro de Leça do Balio, em São Mamede de Infesta.
Também na Quinta dos Alões, foi descoberta uma ara com a seguinte inscrição:
Flavus, filho de Rufo, cumpriu de boa mente o voto a Júpíter Optímus, Maxímus”.
Tais descobertas não são efetivamente de estranhar, já que S. Mamede de Infesta era atravessada pela estrada que ligava Olissipo a Bracara. Dessa via existe o local onde ela atravessava o rio Leça, na Ponte da Pedra, onde hoje existe a velha ponte medieval.
Efectivamente, encontraram-se na Quinta do Dourado um marco miliar romano, onde se encontra gravado o nome do imperador Adriano. Este marco miliar está no cemitério paroquial, junto da igreja matriz, transformado em cruz.
Decorria o ano 212, e o imperador Caracala, pelo édito com o seu nome, concedeu a cidadania romana a todos os povos do império. Sob Diocleciano, entre 284 e 288, passa a existir uma nova reorganização das províncias hispânicas, sendo formada uma nova província, a Galécia. Esta província tinha como fronteira a sul, o rio Douro, indo pelo norte até à Galiza. Nesta época, as vias de comunicação eram elementos de coesão de toda a estratégia romana na península. A via que ligava Olisipo a Bracara era certamente a mais importante rota do Norte ao Sul do atual território português. Esta via tinha também conexão à Serra do Gerês”.  
Fonte: “perdidanahistoria.blogspot.com”




Ponte da Pedra


Ponte da Pedra em vista lateral

 

Assim, de acordo com as “Memórias Paroquiais de 1758”, durante séculos, S. Mamede foi freguesia do “Couto de Leça do Venerando Balio, concelho e comarca da Maia”.




Lugar de Moalde e Capela do Senhor da Boa Fortuna e da Boa Morte


S. Mamede de Infesta, cujo povoamento do território, que hoje lhe é pertença, se deveu, certamente, ao reordenamento que os romanos impuseram em toda a região, obrigou os habitantes do Castro de Guifões , a descerem para as margens do rio Leça, a fim de aí implantarem uma agricultura intensiva, mais rentosa.
Dessas antigas explorações rurais emergiu a Villa Manualdi, (do nome Manualdis, um presor germânico que dela se terá apropriado).


“O actual Lugar de Moalde, durante o século XI até ao XVI foi o mais importante desta paróquia. Em 1021D. Unisco Mendes e seus filhos, fazem a sua doação ao Mosteiro de Vacariça, e em 1130, nova doação é feita por Veremundo, ao Bispo D. Hugo, de metade de Manualde.
Aparecendo documentada nas inquirições de D. Afonso III em 1258 e no censo de 1527, até 1643 dizia-se paróquia de S. Mamede de Moalde e também da Ermida. Enquanto isso, à designação de Infesta, se a havia já, dava-se-lhe pouca importância pois significava o que todos já sabiam, isto é, que a paróquia se estendia, desde uma espécie de “planalto” ou cimo de monte pelas encostas desse até às terras baixas e férteis.”
Fonte: “saomamedeinfesta.blogspot.com”


Se, em 1556, havia na freguesia de Sam Mamede os lugares de Aldeia de Baixo, Hermida, Outeiro, Carril Branco, Larangeyra, Casal da Igreja, Casal das Devezas, Eirado, Moalde, Casal do Meio e Casal da Poupa já, em 1643, a freguesia chamava-se Sam Mamede da Ermida e era constituída pelos lugares de Eirado, Corujeira, Ermida, Larangeira, Aldeia da Igreja, Tilheiro, Carril Branco, Tronco, Moalde, Casal da Poupa, Asprela, Arroteia, Casal de Baixo, Devesa, Outeiro, Alagoa, Cidreira e Cavada.
Em 1836, todos os lugares de S. Mamede eram aldeias, excepto Moalde que, segundo alguns, tinha o ar de vila minhota.
Em Moalde, na Rua de Moalde, existe, ainda hoje, a capela do Senhor da Boa Fortuna e da Boa Morte que, primitivamente se chamava do Senhor da Cruz das Almas e foi mandada construir pelo Reverendo Manuel da Silva Barros.
Tem festividade anual no Domingo do Espírito Santo e tem larga tradição nas gentes do local.




Capela do Senhor da Boa Fortuna e da Boa Morte



Capela do Senhor da Boa Fortuna e da Boa Morte, actualmente




Lugar da Ermida e Capela da Ermida


“A existência do Largo da Ermida induz a interpretações equívocas quanto à designação da Vila e da Capela que nele existe. Uns consideram-na a primitiva Matriz, outros afirmam que a Aldeia da Igreja era o centro onde esta sempre tinha estado: “Mais tarde, a Igreja Paroquial passou para o Lugar da Ermida (…) existindo ainda hoje, na Ermida, a Capela de Nossa Senhora da Conceição”.
Capela de Nossa Senhora da Conceição que se julga datar de 1643 e que as “Memórias Paroquiais de 1758″ diziam pertencer ao “Venerando Balio de Leça, a qual reedificaram os moradores à sua custa”, foi reconstruída em 1804 Matriz durante a edificação da Igreja”.
Fonte: “saomamedeinfesta.blogspot.com”


Capela da Ermida que ostenta na padieira da porta a data de 1804


Esta capela da Ermida, dedicada a Nossa Senhora da Conceição, foi Igreja Matriz de S. Mamede de Infesta durante a construção da actual igreja matriz.
O nome de S. Mamede da Ermida, que vigorou em documentos do século XVII e início do XVIII, talvez se deva à existência da dita capela, na vila. Há quem alvitre que, poderá ter existido, aí, anteriormente, um eremitério. Esta capela foi restaurada em 1804, sendo posteriormente construída uma torre no início do século XX.


(Continua)

Sem comentários:

Enviar um comentário