Foi no Restaurante "REGALEIRA", aberto em 1934,
que começaram a ser confeccionadas as célebres "Francesinhas".
Sobre a foto anterior, diga-se que o restaurante “Regaleira”
se situava, à esquerda, a seguir ao reclame da empresa representante das
máquinas de escrever "Underwood" de Carlos Dunker.
De notar, que a Praça D. João I ainda não existia, pois começava a ser rasgada.
Foi Abrantes Jorge, um industrial da hotelaria, proprietário
do Grande Hotel da Batalha que, no início da década de 1930, vai lançar, pela
mão do seu genro António Passos, um restaurante de referência na baixa do
Porto, mais precisamente, na Rua do Bonjardim. Assim, em 1934, o restaurante “A
Regaleira” já está a servir os portuenses e, para além do seu serviço, vai
ficar na memória de muitos pela presença diária, na sua entrada, de um africano
que desempenhou a função de porteiro e que granjeou a simpatia de todos os
clientes – era o Tony.
Em 1952, “A Regaleira” vai lançar a já célebre “Francesinha”.
Confeccionada com um molho muito picante, com semelhanças a
uma tosta francesa, identificada como croque-monsieur. A malícia dos portuenses
fez o resto e deu-lhe nome - francesinha.
“A Regaleira é um restaurante na Rua do
Bonjardim conhecido por ter sido o local onde foi criada a francesinha. Fundada
em 1933, foi na Regaleira, na década de 1950, que Daniel David Silva,
emigrante regressado da França e da Bélgica, criou a francesinha com base na
tosta francesa, ou croque-monsieur, acrescentando-lhe um molho de cobertura, o
"segredo" do petisco. É constituída por linguiça, salsicha fresca,
fiambre, carnes frias e bife de carne de vaca ou, em alternativa, lombo de
porco assado e fatiado, coberta com queijo (posteriormente derretido). É
normalmente guarnecida com um molho à base de tomate, cerveja e piripiri. A sanduíche,
criada por Daniel David Silva, foi considerada, em 2011, uma das melhores
sanduíches do Mundo”.
Fonte: “portoarc.blogspot.pt”
A partir de 1952, pela mão de Daniel David da Silva, a
francesinha passa a ser servida na Regaleira, mas será na década de 1960, que o
petisco vai começar a ser conhecido, em parte, pela frequência do Restaurante
Regaleira dos espectadores das matinés dos cinemas da Rua de Passos Manuel, da
Praça da Batalha e do Rivoli e, ainda, dos que tiveram o ensejo de assistir aos
shows realizados, à data, nas salas de espectáculos das imediações.
Matinés de perfeita loucura da juventude de então com os
shows de Francoise Hardy, Sylvie Vartan ou "Vítor Gomes e os Gatos
Negros", este último agrupamento subindo ao palco no Teatro Sá da Bandeira.
Entretanto, Daniel, o criador da francesinha, passa o
segredo do molho do petisco a um empregado, José Silva, natural de Castelo de
Paiva que, irá, a partir de 1962, exercer a sua profissão no Café Mucaba, em V.
N. de Gaia, à saída do tabuleiro superior da ponte Luís I, à direita, um pouco
à frente do Jardim do Morro.
A francesinha começa a estender o seu sabor por outras
paragens.
Em 1970, José da Silva abre o seu próprio negócio e, agora,
é na Marisqueira Majára, em Matosinhos, que a francesinha sai, como nunca, até
aos nossos dias.
Voltando ao Restaurante Regaleira, o icónico estabelecimento
acabaria por fechar no início do mês de Junho de 2018, apesar de ter entrado
para a lista de estabelecimentos classificados como “Porto de Tradição”, criada
pela Câmara Municipal do Porto para fazer face e proteger os negócios mais
antigos da pressão imobiliária.
Em 2021, a Regaleira reabriria, uns metros abaixo do local
original, na Rua do Bonjardim, nº 83.
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