Seiva Trupe
A Seiva Trupe – Teatro Vivo, CRL é hoje uma cooperativa,
oficialmente fundada a 11 de Setembro de 1973, enquanto ‘sociedade artística’
(figura jurídica entretanto desaparecida) por António Reis, Estrela Novais e
Júlio Cardoso, na cidade do Porto, onde à data, como única companhia de teatro
profissional com actividade contínua, só existia o Teatro Experimental do
Porto.
Um dos seus espectáculos mais vistos pelos portuenses
ocorreu num espaço (um prédio bem antigo) cedido pela Câmara Municipal do Porto
para exibições da companhia teatral, sito, à Rua do Campo Alegre.
“O ano de 1982 foi
assinalado com a estreia do espetáculo “Um Cálice do Porto”, um texto de
Benjamim Veludo, Manuel Dias e Norberto Barroca, resultado de uma experiência
de café-concerto e do reavivar da tradição da Revista à Portuguesa, tratada com
inovadores cânones. Este espetáculo, voltado para a História e costumes do
Porto, esteve em cena 2 anos com lotações esgotadas, sendo um dos maiores
êxitos da Companhia (e de Portugal), que projectou e consolidou a sua
popularidade. E muito embora se aproximasse de um teatro mais ‘ligeiro’, nem
com este, nem com outros espetáculos, a Seiva Trupe se afastaria da ideia
permanente de cumprimento de um Serviço Público Cultural, onde de par com a
criação de Arte, estivesse subjacente um projeto pedagógico de captação,
fixação e formação dos públicos”.
Fonte: seivatrupe.pt
Saída a Companhia da Rua do Campo Alegre, tomou morada e
actuou na Sala do Povo Portuense, na esquina das ruas do Paraíso e de Camões.
Seguiu-se o Auditório Nacional Carlos Alberto.
Finalmente, quando era presidente da Câmara Municipal do
Porto Fernando Gomes e Santana Lopes, Secretário de Estado da Cultura, em 1997,
é inaugurado o Teatro do Campo Alegre e a Seiva Trupe passa a ser a companhia
teatral residente.
A Fundação Ciência e Desenvolvimento, então formada, em
1995, passou a gerir o Teatro do Campo Alegre, o Planetário (anexo) e, ainda o
Pavilhão de Água, presente na Expo 98.
O Teatro do Campo Alegre trata-se de um edifício sito na Rua
das Estrelas, junto ao Campus Universitário do Campo Alegre.
Arrancou com um Grande Auditório de 378 lugares, um Café-Teatro
de 120 lugares, Sala-Estúdio de 60 lugares e Cine-Estúdio de 70 lugares,
apoiado por foyer, livraria e BAR.
Por ali, anos a fio foram apresentados pela Seiva Trupe espectáculos
memoráveis, inúmeros e inolvidáveis êxitos, no mesmo espírito e timbre das
raízes da Companhia.
Relembra-se a abertura do Teatro do Campo Alegre com “O
Trapezista Azul”, texto do autor portuense Mário Cláudio, propositadamente
escrito para o efeito, com estreia em 1997.
“Porém, em 2013,
num processo muito polémico, aquando da presidência de Rui Rio na CMP, a Seiva
Trupe é despejada do Teatro a que ela mesma dera origem. Actualmente, já com
Rui Moreira na presidência da Câmara, este processo encontra-se encerrado por
decisão da novel Direção Artística de Castro Guedes, convidado para tal pelo
próprio Júlio Cardoso. A saída forçada da Seiva Trupe daquele Teatro tornou
irrecuperável mais de metade do acervo de guarda-roupa, cenários e até
documentação, tudo depositado num armazém da PSP, entre outros danos, morais e
de perda de públicos. Estes, muitas veze não sabiam sequer onde ‘encontrar-se’
com a ‘sua’ Seiva Trupe.
É neste quadro que só em
finais de 2021 se poria cobro à degradação que a situação
provocara, graças à instalação de residência da estrutura, por protocolo com o
Centro de Caridade de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro (cuja designação, ainda
que não finalizada do ponto de vista formal, passou a ser Perpétuo Educação e
Cultura), que a recebe de braços generosamente abertos. E para o qual, muito
por intervenção directa da Seiva Trupe, a CMP, na figura do seu Presidente, Rui
Moreira, se comprometeu a fazer obras de adaptação e dotação orçamental de
custo nada despiciendo”.
Fonte: seivatrupe.pt
Rui Rio baseou o despejo da Seiva Trupe, acima referido, “na falta do pagamento das prestações
devidas, no âmbito do contrato de cedência das instalações do Teatro Campo
Alegre”.
Os anos seguintes, foram de degradação do acervo da
companhia sob vários aspectos.
Desde que, Júlio Cardoso, nos finais de 2018, convidou
Castro Guedes para lhe suceder na Direcção Artística da Seiva Trupe – Teatro,
este passou, de jure et de facto, a desempenhar funções em 2 de Abril de 2019.
O futuro da Seiva Trupe passou a acontecer na Sala
Estúdio Perpétuo, na Rua de Costa Cabral, 128.
Foi na Sala Estúdio Perpétuo que a Seiva Trupe se apresentou
pela primeira vez no Dia Mundial do Teatro, a 27 de Março de 2022.
E onde, uma vez concluído o processo de remodelação e dotação de equipamento de
ponta, vai transformar-se no mais bem equipado e apetecível espaço cultural na
chamada Zona Alta do Porto.
Neste ano de 2022, faleceu António Reis, um dos fundadores
da instituição e do FITEI – Festival de Teatro de Expressão Ibérica.
Destaque-se que recebeu as distinções de Medalha de Mérito
Cultural da Cidade do Porto, o Prémio Prestígio da Casa da Imprensa e o Grau de
Comendador da “Ordem do Infante Dom Henrique”.
Pé de Vento
Foi fundada em Julho de 1978, a Companhia de Teatro Pé de
Vento.
São seua fundadores, entre outros, João Luís, Maria João
Reynaud, José Martins, Luís Miguel Dias, Manuel António Pina e Manuel Dias da
Fonseca.
Na primeira actuação foi levado à cena o Ventolão de Manuel António Pina.
Desde a sua fundação que o Pé de Vento alicerçou a sua direcção
artística num núcleo impulsionador, constituído pelo encenador João Luís, pela
dramaturgista Maria João Reynaud e pelo escritor Manuel António Pina.
O Ventolão
Devido à perda do subsídio usufruído durante dez anos, em
1987, a companhia vai abandonar as instalações que ocupava, a título precário,
na Rua do Heroísmo.
Sempre procurando instalações próprias, finalmente, em
Outubro de 1996, na sequência de um protocolo de 5 anos, com a Junta de
Freguesia de Aldoar, a companhia fixou a sua actividade no Teatro da Vilarinha,
num conhecido edifício, na Estrada da Circunvalação, que há mais de cem anos
funcionou como posto fiscal onde era cobrado o Real d’Água, nome popular porque
ficou conhecida a taxa de entrada de mercadorias na cidade.
“Num sintético balanço
do trabalho desenvolvido em 22 anos, de 1996 a 2018, registámos que o Pé de
Vento recebeu 185. 000 (cento e oitenta e cinco mil) espectadores nessa sala de
106 lugares, num total de 2.310 representações. Para atingir estes números, o
Pé de Vento levou à cena 78 criações, com 41 espectáculos em estreia absoluta,
a maioria dos quais em resultado de encomendas feitas a autores portugueses.
Para além das criações e produções próprias, a equipa do Pé de Vento
proporcionou a 89 grupos profissionais e não-profissionais as condições
técnico-artísticas de que a sala dispunha para apresentarem os seus
espetáculos, fossem eles de teatro, de música ou de dança”.
Fonte: pedevento.pt
Nos 25 anos da Companhia, comemorados em 2003, a Câmara
Municipal do Porto atribuiu ao Pé de Vento a Medalha de Mérito – Grau Prata.
No final do ano de 2013, pelo Despacho n.º 16789/2013
publicado no Diário da República, 2ª Série, nº 251 de 27 de Dezembro de 2013, o
Coletivo de Animação Teatral Pé de Vento foi reconhecido como Instituição de
Utilidade Pública.
Em 2018, a Companhia de Teatro Pé de Vento recebeu ordem de
despejo do Teatro da Vilarinha, argumentando a Junta de Freguesia, da
necessidade de adequar o funcionamento do espaço a novos tempos.
O Teatro da Vilarinha encerrou as suas portas no dia 28 de
Outubro de 2018, com uma representação de “O Pássaro da Cabeça”, de Manuel
António Pina.
Desde então, as instalações encontram-se encerradas.
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