segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

25.80 Duas instituições que os portuenses sempre apoiaram


O Lar do Comércio


“O Lar do Comércio” é uma Instituição Particular de Solidariedade Social que, hoje, alberga cerca de 300 idosos residentes, 40 utentes em Centro de Dia, 80 em Apoio Domiciliário, cerca de 175 crianças em Creche e Jardim de Infância e, ainda, alguns praticantes de equitação (adaptada, terapêutica ou de lazer), usufruindo da actividade equestre, tanto utentes, como educandos ou funcionários da Instituição ou, mesmo, pessoas externas à mesma.
“O Lar do Comércio” foi idealizado para ser fruído, em situação de reforma de uma vida de trabalho e mediante o pagamento de uma quota, por todos aqueles que tinham tido uma actividade comercial.


“É em 26 de Junho de 1936, com a aprovação do Estatuto por alvará do Governo Civil do Porto, que surge “O LAR DO COMÉRCIO”, Instituição Privada de Solidariedade Social. A criação desta Obra visava assegurar aos profissionais do comércio, no termo duma longa vida de labuta, uma velhice mais feliz.
De início na Rua dos Bragas, albergando 6 Hóspedes e mais tarde, em 1939, na Praça da República já com 60 idosos. Na prossecução da resposta aos objectivos que haviam presidido à sua fundação, em 1951, é celebrada a escritura da compra da quinta de Catassol e erguida a 1a. fase, em Outubro de 1954, para 150 Hóspedes.
Em Dezembro desse ano, foram transferidos para ali os Hóspedes que residiam no  edifício da Praça da República. No ano de 1969, reconhecendo-se a necessidade de melhorar as condições habitacionais, a qualidade de vida dos residentes e aumentar a capacidade de resposta, iniciou-se o projecto da construção da 2a. fase da Casa de Repouso. É em 1976 que se inaugura este imóvel com capacidade para cerca de 300 Residentes.
 Na sequência do desenvolvimento da Obra, foram ainda criados um Centro de Dia, o Serviço de Apoio ao Domicílio (o primeiro em Portugal), uma Creche/Jardim de Infância e Salas de Actividades de Tempos Livres.”
Fonte: “olardocomercio.pt/”


“O Lar do Comércio” organizava, frequentemente, sorteios que se destinavam à angariação de fundos.



Publicidade a um sorteio de “O Lar do Comércio”, impresso num bilhete de acesso ao recinto da Feira popular no Palácio de Cristal – Fonte: AHMP



Instalações de “O Lar do Comércio” em Catassol – Maia – Cortesia de “clubedecoleccionadoresdegaia.blogspot.com/”



Durante as comemorações dos 75 anos de “O Lar do Comércio”, em 2011, os CTT emitiram um Selo Personalizado, um Postal ilustrado e um sobrescrito especial para colar o Selo Personalizado.
Os CTT fizeram ainda a obliteração respectiva, com um carimbo comemorativo que ilustra um Pelikano e quatro crias, logotipo da instituição.



Selo comemorativo dos 75 anos de “O Lar do Comércio”



Na comemoração dos 50 anos da Instituição também tiveram lugar algumas iniciativas interessantes.



Praça da Batalha (Edição Comemorativa do 50º Aniversário de “O Lar do Comércio”, postal nº 5) - Impressor: Litografia Invicta; Fonte: AHMP



De notar que o carro eléctrico nº 33, da gravura acima, datada de c. 1904, tinha plataformas abertas, parece ter 8 janelas e que a igreja de Santo Ildefonso ainda estava desprovida de azulejos, que só os ostentou, a partir de 1932.
Os carros eléctricos deste tipo resultaram da transformação de antigos carros americanos.



Cais de V. N. de Gaia e vista sobre o Porto (Edição Comemorativa do 50º Aniversário de “O Lar do Comércio”, postal nº 7) - Impressor: Litografia Invicta; Fonte: AHMP



Arnaldo Leite (9/03/1886 - 21/02/1968), o comediógrafo e jornalista portuense, haveria de deixar o seu nome ligado à prestimosa instituição, ao deixar a sua extensa biblioteca, após o seu falecimento, à guarda de “O Lar do Comércio”, conforme atesta a notícia seguinte.



Artigo no «Jornal de Notícias» em 3 de Abril de 1968, referindo-se ao legado que Arnaldo Leite deixou ao «Lar do Comércio». Com ilustração de Cruz Caldas – Fonte AHMP



«Da vasta obra de Arnaldo Leite, destaca-se o livro de poesia “Versos de um portuense” (1927) e a compilação de várias crónicas publicadas no Tripeiro a que deu o nome “O Porto 1900” (1952). Para teatro, escreveu “Pires da Costa Paio”, “O Luz em Queluz”, “Monólogo”, “Manhã Triste”, “O Adultério” e “O Mudo”, obras da sua exclusiva autoria. Em colaboração com outros autores, escreveu dezenas de peças, incluindo contos humorísticos, operetas e revistas, estas últimas estreadas nos palcos do Porto. Muitas das cançonetas e rábulas das suas peças ganharam fama e corriam a cidade de boca em boca e haverá ainda quem tenha memória de revistas como “Contas do Porto”, “Chá e Torradas”, Porto à Vista”, “Cama, Mesa e Roupa Lavada”, “O Pardal de S. Bento”, “A Costureirinha da Sé” ou “O senhor Ventura”.»
Cortesia de “memoriacruzada.wordpress.com”



Capa da revista “O Tripeiro” de Junho de 1952, com uma caricatura de Arnaldo Leite, desenhada por Cruz Caldas



Capa do Mensário “Catassol” de “O Lar do Comércio” no Natal de 1968 – Fonte: AHMP


Da capa do “Catassol” acima destaca-se, a seguir, o poema.






(Continua)


Sem comentários:

Enviar um comentário