domingo, 18 de junho de 2023

25.195 Visita da rainha D. Maria II, ao Porto, em 1852

 
Em 1852, D. Maria II encetaria uma visita ao Norte do País, começada em 15 de Abril, em Lisboa.
Assim, a comitiva que acompanhava o séquito real começou essa viagem em 15 de Abril de 1852, em direcção a Vila Franca, a bordo do vapor “Terceira” (esteve ao serviço da Real Marinha desde 1836 a 1856), tendo seguido depois, em carruagem, para a Ota, onde pernoitou.
No dia 16, chegou às Caldas da Rainha; a 18, estava em Alcobaça; a 20, em Leiria; a 21, em Pombal; a 22, em Condeixa; a 23, em Coimbra, seguindo-se Buçaco, Águeda e Albergaria e, por fim, o Porto, com entrada a 29 de Abril, um Sábado, tendo por cá ficado até ao dia 5 de Maio, quando a comitiva real rumou ao Minho.
Antes da chegada à cidade invicta, aquela comitiva pernoitou nos Carvalhos, onde as autoridades portuenses e da região se deslocaram para integrarem a caravana nas últimas léguas da jornada, com a chegada à margem esquerda do rio Douro a fazer-se pela Rua Direita (actual Rua Cândido dos Reis).
Dos preparativos realizados no Porto, da chegada real e da sua passagem pelo Minho, nos haveria de deixar rico testemunho o escritor Júlio Dinis, na sua obra "Serões da Província", no conto "Justiça de sua Majestade".
À data da visita real, Júlio Dinis tinha 13 anos e aquela obra é publicada cerca de dez anos depois, em fascículos, no "Jornal do Porto". No entanto, comparando com os factos narrados pelos periódicos de então, o escritor revela-se muito factual.


(…) no centro da Praça de D. Pedro terminava-se um obelisco, diversamente comentado pelos cadeirinhas do passeio do poente, pelos políticos do sul, pelos vigias e empregados municipais do norte, e do lado do nascente pelos grupos de elegantes, e literatos, que então estacionavam nas imediações do Guichard, aquele café que há de merecer uma menção honrosa na história da literatura portuense, se alguém se lembrar de a escrever um dia.
Júlio Dinis, In Serões da Província; Conto: A Justiça de Sua Majestade



Obelisco provisório instalado na Praça D. Pedro



Ao Porto, depois dessa deambulação pelo norte do País, haveria D. Maria II de voltar, aquando do retorno a Lisboa.
A rainha fazia-se acompanhar do rei consorte, D. Fernando II e dos príncipes que seriam, mais tarde, os reis D. Pedro e D. Luís.
O Presidente da Câmara do Porto era, à data, José António de Sousa Basto.
Chegada a comitiva real à margem esquerda do rio Douro, segundo Júlio Dinis, o atravessamento do rio é feito num escaler, desconhecendo-se a razão de não ter sido usada a ponte pênsil.
Na Ribeira, a rainha receberia, num palanque montado para o efeito, as boas-vindas.
A recepção à rainha continuou de acordo com a programação traçada, e depois do beija-mão inicial no Paço dos Carrancas, destacam-se, em resumo,  as visitas feitas ao Palácio de Entre-Quintas, onde tinha falecido há três anos atrás o Rei Carlos Alberto, ao Castelo da Foz, à Escola Médico-Cirúrgica, à Academia Politécnica, ao Museu, à Feitoria Inglesa, a vários estabelecimentos comerciais e fabris e, marcando ainda presença, no habitual baile de gala na Assembleia Portuense.
A Academia Politécnica viria, também, a receber a rainha D. Maria II, durante a qual, não perdeu a oportunidade, o professor de Matemática Joaquim Torcato Álvares Ribeiro, de lhe recordar a falta que faziam os laboratórios práticos e os prejuízos causados pela paragem das obras no edifico, decorrente da apropriação pelo Tesouro Nacional da dotação feita por D. João VI.
Na preparação da visita real à Academia tinha sido pela 1ª vez decidido pelo Conselho Académico, os lentes apresentarem-se de “casacas, coletes e calças pretas, sapatos e meias de seda preta e lenço branco ao pescoço”.
Na sequência da visita real foi ainda projectado um obelisco a erigir na Praça de Dom Pedro da autoria de Luís Augusto de Parada e Silva Leitão.
Detalhando, no dia seguinte, após a chegada, os monarcas convidaram muitas personalidades para jantar, entre as quais o visconde de Terena, conde Ferreira, visconde de Oliveira, visconde de Gouveia, visconde de Podentes, barão de Ancede, Pessanha, presidente da Relação, Passos José, Matos, Martins da Costa, Norton e Silva Amaral, João Elias da Costa, Manuel Castro Pereira, e general Ferreira.
Os monarcas visitariam, durante a sua estadia, o Hospital Real de Santo António, da Misericórdia do Porto, a Roda dos Expostos, na Cordoaria e o Museu. Estiveram ainda presentes nos bailes da Assembleia e da Feitoria.
Visitaram, igualmente, fábricas e, entre essas, a Fábrica de Tecidos de Manuel Joaquim, ao Carregal, a Fábrica do Bicalho, onde foram recebidos pelos directores Hargreaves e Mesnier e a Fábrica de Jacinto da Silva Pereira.
Manuel Joaquim Machado, proprietário da fábrica de tecidos, ao Carregal, era, à data, talvez, o industrial têxtil mais considerado da época, dando trabalho a 437 operários, sendo ainda um dos mais activos no associativismo industrial, fundador tanto da Associação Industrial do Porto como da Associação Industrial Portuense e tendo já estado presente na primeira tentativa associativa que, desde 1838, procurava a legalização da associação do sector.
A comitiva real visitaria, ainda, a Fábrica de Oleados de Domingos José da Fonseca Pascoal, na Rua das Fontainhas, a de Sedas do sr. Barbosa, a do sr. Raimundo, estabelecida ao cimo da Calçada do Luciano, hoje, a Rua da Escola Normal e a do sr. Silva, na Boavista.
No dia 1 de Maio, os monarcas visitaram a quinta da baronesa de Vilar e o jardim da marquesa de Terena e, ainda, deram beija-mão, no Paço.
No dia 3 de Maio, a visita foi ao palácio do barão do Bolhão, a que se seguiria, no fim da jornada, o baile na Feitoria.
A notícia destas visitas teria sido publicada em vários jornais.
A seguir se dá conta de uma delas na qual o periódico da capital “A Revolução de Setembro”, de 10 de Maio, transcreve uma outra, saída no portuense jornal “O Braz Tizana”, em 4 de Maio.
Refere-se à visita real ao palácio do barão do Bolhão.
 
 
 
 
In “A Revolução de Setembro”
 
 
 
A 5 de Maio, os reis, finalmente, lá seguiram para o Minho.
O jornal “ A Revolução de Setembro” transcreveria, alguns dias depois, o que tinha sido escrito no jornal “O Nacional” sobre a partida da comitiva real para o Minho.

 
 
“A Revolução de Setembro” de 11 de Maio de 1852

 
 
Por sua vez, o brasileiro “Jornal do Comércio”, do Rio de Janeiro, de 11 de Junho de 1852, referia que na viagem para o Minho, a comitiva tinha almoçado, a convite do município da Maia, no Castedo, a sua sede de concelho desde a reorganização administrativa de 1836. A importância do sítio advinha de se encontrar à face da estrada Porto – Braga.
O Castedo é, hoje, Castêlo da Maia, sim, castêlo e não castelo, pois uma tal fortaleza existiu, de facto, para as bandas de Águas Santas. Por aqui, poderá ter existido, quando muito, uma torre de vigia.
Naquele almoço, teria sido servido um prato de lampreia.
 
 
“As dez horas chegaram ao Castedo no meio de povo imenso. A câmara recebeu SS. MM. e AA. debaixo do pálio, e conduziu a rainha, el-rei e os príncipes à sala do almoço. A rainha gostou muito da lampreia que lhe apresentaram, e a câmara anunciou com ênfase que por três vezes reformou a mesa das pessoas que acompanhavam SS. MM. o que denuncia fome canina servindo[?] a profusão dos nossos banquetes provincianos.”



Acontece que aquele dia, 5 de Maio de 1852, fora escolhido para inaugurar as carreiras de diligências entre o Porto e Vila Nova de Famalicão pela Companhia de Viação Portuense que, no entanto, não tinha ainda construído a ponte pênsil da Trofa. Por esta razão, a comitiva real teve que fazer o atravessamento do rio Ave, na famosa Barca da Trofa, antes da chegada a Vila Nova de Famalicão e ao fim da jornada.
Vila Nova de Famalicão tinha sido elevada a vila, por D. Maria II, em 1841.
Segundo Júlio Dinis, os soberanos ficam alojados em casa de familiares do Exmo. Sr. António Emílio Brandão.
De seu nome completo, António Emílio Correia de Sá Brandão (1821-1909) era filho de José Maria Brandão de Melo Cogominho Correia Pereira de Lacerda e Maria Emília Jácome Correia de Sá, 2.ª condessa de Terena, 2.ª viscondessa de São Gil de Perre e casado com Carlota Inês O'Neill.


 
Nesta casa, na Rua Direita, em Vila Nova de Famalicão, ficaram alojados D. Maria II, o rei consorte e os príncipes, em 5 de Maio de 1852 – Fonte: Google maps


Passados dois dias sobre a partida da cidade do Porto e tendo a urbe voltado já ao seu quotidiano habitual, os telégrafos informam que, na noite anterior, pelas onze horas, tinha deflagrado um incêndio na residência onde se alojavam os monarcas, em Barcelos, tendo a rainha escapado em trajes menores e o rei em ceroulas e descalço.
A Casa da Nogueira, assim se chamava a residência referida, ardeu por completo tendo, porém, sido possível salvar o recheio.
Ana Joaquina da Silveira era, à data, senhora da Casa da Nogueira (nela faleceu em 1858) e viúva (desde 1828) do negociante e procurador camarário, José Simões Gomes, o fundador da casa em 1816.
A comitiva real iria então ser alojada numa outra residência daquele que, um ano depois, mercê da sua hospitalidade, haveria de ser o barão da Retorta.

 
 
 

Casa da Nogueira, em Barcelos

 
 


Casa do barão da Retorta, no Largo José Novais (antigo Largo da Cadeia), em Barcelos
 
 
 
 
Prosseguindo o seu périplo, em 8 de Maio, a comitiva já estava por Viana que, por decisão da soberana, se tinha passado a designar por Viana do Castelo, desde 1848.
Seguir-se-iam na visita, Braga e Guimarães. A vila do Gerês seria retirada do itinerário, devido à má qualidade das estradas, e na caminhada de regresso a comitiva real ainda pernoitou em Barcelos, em casa de José Vilas Boas, um deputado barcelense e um conhecido miguelista tendo, para o efeito, desempenhado um papel de intermediação decisivo o Duque de Saldanha. Diz-se que os monarcas ficaram admirados pela opolência exibida pelo anfitrião.
No ano seguinte, desde o exílio, D. Miguel atribuía a José Vilas Boas o título de conde de Alvelos.
O retorno a Lisboa, pela cidade do Porto, deu-se entre 18 e 22 de Maio de 1852.
A entrada na cidade do Porto foi antecedida por uma visita real ao Concelho de Valongo.

 
 
“O Diário do Governo, do dia 24 de maio de 1852, na primeira página, publica uma carta do Governador Civil do Porto, Visconde de Podentes, dirigida ao Ministro e Secretário de Estado dos Negócios do Reino, Rodrigo da Fonseca Magalhães, relativamente à visita que a Comitiva Real (Rainha D. Maria II, seu marido com o título de Rei, D. Fernando II, e os príncipes, que, mais tarde, viriam a ser reis de Portugal, D. Pedro e D. Luís) fez ao Norte do Reino, e onde se faz referência ao almoço que foi oferecido a Suas Majestades, nesta cidade, no lugar da Travagem, por parte da Câmara de Valongo em forma de gratidão pela criação do novo concelho de Valongo.”
“avozdeermesinde.com”
 
 
A seguir se dá conta de teor da carta do Governador Civil do Porto a propósito da passagem real por Valongo.
 
 
«Governo Civil do Districto do Porto / Ill.mo e Ex.mo Sr.
Tenho a honra de participar a V. Ex.ª, que tendo Suas Magestades e Altezas saído hoje de Santo Thyrso ás oito horas da manhã, e tendo-se dignado acceitar um bem servido almoço que tinha feito preparar, e lhes ofereceu na ponte da Travage a Camara de Vallango, a sua entrada se verificou nesta cidade pelas duas horas da tarde, dirigindo-se Suas Magestades á Real capella de Nossa Senhora da Lapa, aonde assistiram a um solemne e pomposo Te-Deum, preparado e dirigido pela irmandade da mesma capella, no qual celebrou S. Ex.ª o Bispo da diocese. (...) / Deos guarde a V. Ex.ª / Porto 18 de Maio de 1852, ás quatro horas da tarde. = Ill.mo e Ex.mo Sr. Rodrigo da Fonseca Magalhães, Ministro e Secretario de Estado dos negocios do Reino. = Governador civil, Visconde de Podentes».
 
 
Aproveitando a presença da Rainha, e quando o protocolo já se mostrava completamente livre de compromissos, um grupo de senhoras da alta sociedade resolveu dar uma festa, na Quinta das Águas Férreas, programando-a para a ante-véspera do dia de retorno dos monarcas e respectiva comitiva a Lisboa.
 
 
 

Palacete da Quinta das Águas Férreas
 
 
Sobre esta festa, fala-nos também um texto inserido n’ O Tripeiro, Série 5, Ano 9, nº 12, com o título de  As consequências de um dia de chuva”.
 

“Em 1852, em honra da visita ao Porto da Rainha D. Maria II e de el-rei D. Fernando, a alta sociedade da cidade decide organizar uma festa elegante e original ao ar livre, sendo escolhido para tal efeito a Quinta das Águas Férreas, considerada na altura uma das mais belas do Porto. De modo a preparar tudo para a festa, terraplanou-se os terrenos e cobriu-se de saibro vermelho um campo para nele se improvisar uma esplanada. Foram contratados carpinteiros para construir barracas para os fornos e para as cozinhas ao longo dos muros de Cedofeita. Levan­taram-se vários tablados e construiu-se um imenso pavilhão quadrado, coberto com um toldo, para dançar e proteger do sol, sendo as mesas para o almoço colocadas debaixo das laranjeiras. Infelizmente a festa não terminou nas melhores condições, devido à intensa chuva que nes­se dia se fez sentir”. 
 
 
A comissão organizadora da festa era constituída pela Marquesa de Terena, Condessa de Terena, Viscondessa de Alpendurada, Viscondessa de Balsemão, Viscondessa de Castro Silva, Baronesa de Ancêde, Baronesa do Bolhão, Maria Ermelinda Woodhouse e muitas outras senhoras da alta sociedade, tendo como adjuntos António Bernardo de Brito e Cunha, Francisco de Oliveira Chamiço, Ricardo de Clamouse Brown, José Pedro Barros Lima e mais uns quantos.
Quem não esteve pelos ajustes, foi o S. Pedro. Foi água até dizer basta. E, lá se perderia uma oportunidade, para as meninas casadoiras serem apresentadas na corte. 
O Palácio das Águas Férreas, após várias utilizações ao longo dos anos está, hoje, na posse da Direcção Geral dos Serviços Prisionais.
 
 
 
Palácio das Águas Férreas, na Rua do Melo, nº 5 - Fonte: Google maps



Por seu lado, o rei consorte, D. Fernando II recebia, nos últimos momentos da estadia no Porto, no Palácio dos Carrancas, alguns pintores.
Entre outros, foi o monarca visitado por João Eduardo Malheiro, um pintor de quem se esperava muito sucesso, conforme narra notícia abaixo.
 
 
“O snr. João Eduardo Malheiro obteve a honra de ser apresentado a S. M. El-Rei, para lhe oferecer as seguintes obras do seu pincel e curiosidade.
Dois quadros de costumes do Minho em ricos caixilhos, e uma figura de três palmos de altura – verdadeiro modelo duma vareira, tanto nas formas do corpo como no vestuário, que era todo de fazendas próprias do costume.
S. M. vocalmente lhe dirigiu muitos elogios, e ontem lhe mandou em testemunho do seu Real apreço uma rica abotoadura de ouro para colete pelo seu ajudante e exm.º barão da Foz. O snr. Malheiro é nosso patrício, e como tal faz honra à cidade invicta.”
In “O Jornal do Povo”, de 22 de Maio de 1852

 
 
João Eduardo Malheiro, com formação adquirida em Itália, dada a impossibilidade de viver apenas da pintura, após a situação narrada esteve, praticamente, inactivo, vivendo do salário que obtinha do seu emprego na alfândega do Porto.
Apareceria publicamente, após quase dez anos, concorrendo à Exposição Industrial Portuense, em 1861, realizada entre Agosto e Setembro, na qual a curiosidade maior era uma enorme máquina a vapor da Fundição de Massarelos e uma outra hidráulica produzida na fundição do Bicalho, e onde os visitantes poderiam também encontrar produtos  químicos  e  farmacêuticos,  fazendas,  sabonetes,  móveis,  vestuário,  ourivesaria, cristais, cerâmica, etc., além de esculturas, pinturas e fotografias.
João Eduardo Malheiro obteria uma medalha de 2ª classe.
Apresentar-se-ia, depois, João Eduardo Malheiro, na 1ª Exposição Internacional do Porto, em 1865, aquando da inauguração do Palácio de Cristal, tendo recebido um grande elogio do pintor Francisco José Resende e ganhou uma Menção Honrosa.
 
 
“O snr. Malheiro tendo deixado de ser artista de profissão há muitos anos, ainda consagra à arte o mesmo amor e dedicação dos tempos passados: só uma bela alma como possui, alma de verdadeiro artista, lhe daria coragem para aproveitar os curtos instantes que lhe restam dos seus trabalhos quotidianos, empregando-os na pintura. É digno de verdadeira estima um cavalheiro tão inteligente e modesto.”
Francisco José Resende

 
 
Em 1867, Malheiro voltaria ao Palácio de Cristal, apresentando seis paisagens, mas não obteria qualquer reconhecimento neste certame.
Em 1877, apresenta três quadros, durante a Exposição Hortícola realizada no Palácio de Cristal.
Após este ano, a vida do pintor é eclipsada, desconhecendo-se a data do seu falecimento e actividade artística deste pintor amador (impossibilitado de viver exclusivamente da pintura), embora se saiba que, na primeira metade da década de 1880, ainda procedia a obras num seu prédio da Rua de Santa Catarina.
Nascido no Porto, na freguesia de Santo Ildefonso, a 24 de Junho de 1821, cursou Filosofia, em Coimbra, e, em meados da década de 1840, partiu para Roma e Veneza, aí fazendo estudos de pintura.
Regressou em 1847, ao Porto, e em Outubro de 1848, apresentou alguns trabalhos na Exposição da Academia Portuense de Belas-Artes, instituição fundada em 1836.

 
 
“Os dados conhecidos sobre a vida e obra de João Eduardo Malheiro são hoje muito escassos, mas, simultaneamente, bastante significativos. O estudo deste homem transporta-nos ao mundo dos pintores amadores dos meados do século XIX, universo muito peculiar, já que não se limitava a autores de segundo plano, mas envolvia nomes sonantes do nosso Romantismo. Por exemplo, Leonel Marques Pereira era militar de carreira, Isaías Newton trabalhava nos caminhos de ferro, Luís Ascêncio Tomasini comandava navios e Manuel Maria Bordalo Pinheiro era oficial na Secretaria da Câmara dos Pares do Reino.”
Cortesia de António Mourato - Breves apontamentos para a biografia do pintor João Eduardo Malheiro

 
 

Paisagem (assinada no canto inferior esquerdo); Óleo sobre tela, 1867. Fonte: Museu Nacional de Soares dos Reis

 

 

Sem comentários:

Enviar um comentário