terça-feira, 25 de outubro de 2016

(Continuação 3) - Actualização em 14/10/2017



“O Dr. Eugénio Andrea da Cunha e Freitas (1912-2000) nasceu em Lisboa (30 de Agosto) e faleceu em 10 de Dezembro. Teve cargos públicos e institucionais importantes: pertenceu ao Ministério Público no Tribunal de Lisboa, foi administrador do concelho de Sesimbra (1935), secretário da Câmara dos Administradores de Falências do Porto (1935-1982), vogal da Comissão de Etnografia e História da Junta de Província do Douro Litoral (1947-1980), foi o primeiro Director do Boletim da Associação Cultural “Amigos do Porto”, delegado da Junta Nacional de Educação no concelho de Vila do Conde, Presidente da Assembleia Geral da Santa Casa da Misericórdia de Azurara, director da estimada revista “O Tripeiro” (1961-1973) e pertenceu a inúmeras instituições (Associação dos Arqueólogos Portugueses; Sociedade História da Independência de Portugal; Academia Portuguesa de História; The American International Academy; Academia Nacional de Belas Artes; Associação Portuguesa de Geneologia; Sociedade de Estudos medievais; Associação Portuguesa de Ex-Libris, etc.)
Tem um copioso trabalho publicado em jornais e revistas e "obras de fundo, com realce para temáticas da História, da Etnografia e da Genealogia, e muito especialmente, para a história dos concelhos do Porto e de Vila do Conde”. A sua obra “é prolixa e vasta e a que deixou manuscrita monumental". 
In almocrevedaspetas.blogspot




Alberto Pimentel nasceu, naquela a que o povo chamava de Rua da Sovela, que no século XVI era chamada de Estrada de Santo Ovídio. Depois passou a ser Rua Direita de Santo Ovídio e mais tarde, simplesmente, Rua de Santo Ovídio. 
A referência  a Santo Ovídio derivava do nome do bairro em que se situava, e de ser a rua mais importante dele. Nessa época e pelo decreto de 4 de Dezembro de 1834, o Porto estava dividido em 3 bairros - de Santa Catarina, de Santo Ovídio e de Cedofeita. 
Em 21 de Janeiro de 1835, por proposta do vereador João Manuel Teixeira de Carvalho a Rua do Mirante passaria a ser Rua do Coronel Pacheco, sendo precisamente na esquina desta rua e da Rua de Santo Ovídio que se situava a casa onde nasceu Alberto Pimentel e que segundo ele: "parecia um ferro de engomar".
Em 28 de Outubro de 1835 a Rua de Santo Ovídio por proposta do vereador Rocha Soares, passaria a ser Rua Dezasseis de Maio que recordava um movimento político, iniciado pela guarnição do Porto, que proclamou em 1828 a restauração da Carta Constitucional e a legitimidade de D. Pedro IV e de D. Maria II.
Em Agosto de 1860, finalmente por deliberação do chefe do distrito, o visconde de Gouveia, a rua passaria a ter o que ainda hoje ostenta de Rua dos Mártires da Liberdade. 



No local do prédio da esquina esteve um outro onde nasceu Alberto Pimentel – Fonte: Google maps


Obra intitulada “Outros Tempos” do pintor António José da Costa – Fonte: “doportoenaoso.blogspot.pt”

No quadro anterior o artista retrata um desfile militar do regimento de Infantaria 18, porta-machados à frente, pela Rua da Sovela.
A meio, numa varanda, o artista coloca o pai de Alberto Pimentel, Dr. Furtado Pimentel.



“Alberto Augusto de Almeida Pimentel (Cedofeita, 14 de Abril de 1849 — Queluz, 1925) foi um escritor e jornalista portuense.
Alberto Pimentel nasceu no Porto, em 1849, e nesta cidade frequentou a instrução pública, não tendo podido, por motivos económicos, aceder ao ensino superior como era pretensão de seu pai.
Tendo ficado fascinado com o poder da imprensa, propôs-se ao redactor do Jornal do Porto e foi ali acolhido como tradutor e revisor, iniciando desta forma a sua carreira no mundo dos Jornais.
Trabalhou no Jornal do Porto como tradutor do noticiário estrangeiro. Por acordo com o editor lisboeta, António Maria Pereira, começa a escrever o romance “O testamento de Sangue”, mas devido um atraso habitual no folhetim “Os dramas de Paris” de Ponson du Terrail publicado no Jornal do Porto, o editor desse jornal convenceu Alberto Pimentel a publicar aquele romance como folhetim, e posteriormente em volume.
Entre 1871 e 1872 travou com Alexandre da Conceição uma intensa discussão na forma de cartas ao Jornal do Porto, posteriormente compiladas no livro “Nervosos, Linfáticos e Sanguíneos”.
Em 1873 muda-se para Lisboa e, publica o romance “A porta do Paraíso” e a compilação de crónicas “Entre o café e o Cognac”. Inicia, na loja de António Maria Pereira, estreitas relações de amizade com este editor e com o bibliófilo Inocêncio Francisco da Silva, que haveria de ser o responsável pela proposição de Alberto Pimentel a sócio da Academia Real das Ciências. Ainda em 1873 conhece pessoalmente Júlio César Machado, com quem já se correspondia, e de quem se tornou amigo.
Em 1875 esteve em Coimbra, como vogal de uma comissão de exames de instrução pública, onde conheceu o pintor Cristino.
Foi eleito deputado pelo círculo do distrito de Vizeu em Janeiro de 1882, e por um círculo do distrito do Porto em Abril de 1890”.
In Wikipédia

O artigo que se segue foi publicado no Jornal “Público” por José Manuel Lopes Cordeiro em 16/5/1999:

“Quando, aos catorze anos, fundou o "Tentativas Literárias" - um pequeno jornal, de vida efémera, publicado no Porto em 1863 -, Alberto Pimentel anunciava já a principal característica que iria revelar ao longo da sua vida: uma prolífera actividade literária. Natural do Porto, onde o seu pai exercia clínica, Alberto Pimentel nasceu a 14 de Abril de 1849 - completam-se agora, precisamente, cento e cinquenta anos - e estava destinado a seguir o exemplo paterno, caso o impulso vocacional que o conduziu a uma carreira nas letras não tivesse prevalecido desde bem cedo. Embora as suas primeiras criações se tenham exercido no campo da poesia - entre os inevitáveis poemas da adolescência, ficou célebre o que dedicou àquela que viria a ser a sua companheira de toda a vida, Ludovina Adelaide Peres da Silva, intitulado "Nereida", Alberto Pimentel logo consagrará à prosa todas as suas energias. Neste domínio, iniciará então uma prolongada actividade jornalística, que o levou a percorrer as redacções de alguns dos mais prestigiados títulos da imprensa portuense. Foi, justamente, a sua passagem pela redacção do "Jornal do Porto" - em cujas colunas deu à estampa, em folhetins, em Março de 1871, o "Testamento de Sangue" - que o aproximou daquele que, a partir de então, constituirá um dos seus motivos de culto, Camilo Castelo Branco. Na estrutura daquela sua obra, Alberto Pimentel manifestava já algumas afinidades com o conhecido "gazetilheiro", apresentando uma técnica próxima da que este utilizava, mas serão, contudo, os encontros que os dois travaram na famosa Livraria Moré - gerida pelo erudito José Gomes Monteiro, e que Camilo frequentava diariamente - que irão sedimentar entre os dois uma prolongada amizade. Com a publicação do livro "Uma Visita ao Primeiro Romancista Português em S. Miguel de Seide", inaugurou uma série de trabalhos que dedicou à figura e à obra de Camilo Castelo Banco, do qual, pode afirmar-se, constituiu o primeiro biógrafo. Da bibliografia que, ao longo de trinta e sete anos, lhe consagrou, merece especial destaque o "Romance do Romancista", publicado em 1890, o qual tem constituído uma base fundamental para todos os que pretendem debruçar-se sobre a obra daquele novelista. Em 1872, Alberto Pimentel é convidado para dirigir a secção literária de outro diário portuense, "O Primeiro de Janeiro", no qual se mantém até ao ano seguinte, quando, aconselhado pelo então governador civil do Porto conselheiro Bento de Freitas Soares, irá fixar residência na capital, iniciando uma segunda fase da sua vida. Em Lisboa, Pimentel empregar-se-á como amanuense na secretaria da Procuradoria Régia, junto do Tribunal da Relação, trabalhando em simultâneo na redacção do "Diário Ilustrado".
O afastamento da sua terra natal despertou em Alberto Pimentel uma compreensível nostalgia, que o mesmo traduziu, a partir de então, em inúmeras obras consagradas à Cidade Invicta. Seria fastidioso enumerar aqui os títulos de todos os livros, artigos ou crónicas que, ao longo da sua vida, escreveu sobre assuntos portuenses, desde o livro "Do Portal à clarabóia" (1872), ainda escrito no Porto, e "O Porto por fora e por dentro" (1878), até "O Porto há trinta anos" (1893), o "Porto na berlinda" (1894), o "Arco de Vandoma" (1916) ou "A Praça Nova", também do mesmo ano. Em todos eles transparecem os ambientes que caracterizavam a cidade naquela época, os diferentes tipos sociais, a fisionomia dos seus espaços, o pitoresco das suas vivências. O legado que, neste âmbito, nos deixou é imprescindível para uma compreensão do Porto na segunda metade do século XIX. Diversas vezes criticado por revelar um exacerbado bairrismo, que, aliás, não renegava, disso mesmo dá testemunho no prefácio do seu livro "A Praça Nova", onde, com um certo orgulho, proclama: "Nasci no Porto, criei-me no Porto, lá sonhei as melhores ilusões da vida, lá travei os primeiros combates com a realidade cruel; tudo isto não esquece mais, não pode esquecer-se nunca. Nem admira que um portuense ame entranhadamente a sua terra, porque o Porto é uma cidade que se faz amar até dos estranhos". A prolífera actividade que desenvolveu no domínio das letras teve correspondência na sua vida profissional e na sua actividade política, embora declarasse que esta não lhe despertava grande interesse. Secretário de Hintze Ribeiro quando este assumiu a pasta das Obras Públicas, em 1881, num governo presidido por Rodrigues Sampaio, foi eleito deputado pelo Partido Regenerador em várias legislaturas, pelos círculos da Póvoa de Varzim e de Cinfães, e desempenhou ainda as funções de administrador do concelho de Portalegre. Nomeado, em 1897, delegado do Governo junto do Teatro Nacional de D. Maria II, assumiu, mais tarde, o cargo de vereador da Câmara Municipal de Lisboa, encerrando a sua vida pública apenas em 1919, após os acontecimentos relacionados com a Monarquia do Norte. Da sua passagem pela autarquia lisboeta ficou célebre a proposta que apresentou no sentido de que se assegurasse a venda de flores nas principais praças e jardins da capital, o que lhe valeu uma caricatura de Manuel Gustavo Bordalo Pinheiro publicada em 1900 no jornal "A Paródia".
Henrique Marques, autor de uma "Bibliografia Pimenteliana", registou 198 títulos de "livros originais, traduzidos, prefaciados ou em colaboração", enumerando à parte a sua "colaboração em jornais, revistas e outras publicações periódicas", publicados por Alberto Pimentel ao longo de seis décadas de actividade consagrada ao jornalismo e à literatura. Uma produção digna do seu ídolo Camilo Castelo Branco, que, no entanto, o conseguiu superar”.






“Artur de Magalhães Basto (Porto, 5 de Março de 1894 — Porto, 3 de Junho de 1960) foi um professor e historiador português.
O historiador portuense fez os seus estudos na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e foi professor de história em diversos colégios e na Faculdade de Letras da Universidade do Porto no período compreendido entre 1923 e 1931.
Artur Basto que casou com Maria Luisa Esteves Mendes Correia, além de director do Arquivo Distrital do Porto, chefiou também os serviços culturais da Câmara Municipal do Porto nos anos de 1938 a 1960.
No ano de 1945, por sua iniciativa a revista O Tripeiro começou a ser editada novamente. O historiador passou a dirigir a revista.

Obras:

O Porto sob a Segunda Invasão Francesa (1929)
O Porto do Romantismo (1934)
História da Santa Casa da Misericórdia do Porto (1934)
O Porto Medieval (1940)
Silva de História e Arte (Notícias Portucalenses) (1945) (Edições Progredior)
Cronistas e Crónicas Antigas (estudos)
Fernão Lopes (estudos)
Crónica de 1419 (estudos)
Sumário de Antiguidades da mui nobre Cidade do Porto (1942-Edições Progredior-Gaia)”
In Wikipédia


Rua D. João IV nº 549. Aqui nasceu Artur Magalhães Basto – Fonte: Google maps

Em frente a Rua Dr. Magalhães Basto seguindo-se a Rua da Fábrica. À esquerda o edifício do Banco de Portugal – Fonte: Google maps

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