Edifício situado na Rua D. Hugo, antes chamada Rua de
Trás-da-Sé, muito próximo da Catedral, construído no 2º quartel do século XVIII
para habitação de um cónego da Sé, o Doutor Domingos Barbosa, e passaria por herança para o seu sobrinho Fernando Barbosa de Albuquerque, que mandaria construir o famigerado palacete da Quinta do Chantre em Leça do Balio.
De arquitectura barroca, com projecto de autor desconhecido,
apresenta duas torres angulares largas e baixas, a recordar as casas quinhentistas
portuguesas. Actualmente reúne as colecções de arte doadas à Câmara Municipal
do Porto pelos herdeiros do poeta Guerra Junqueiro e passou a ser conhecido por
Casa Museu Guerra Junqueiro.
Expostas no museu podemos ver uma colecção de arte sacra, faiança
de Viana do Castelo, pratos de Nuremberga, cerâmicas e mobiliário.
Casa Museu Guerra Junqueiro
“A casa foi adquirida
em 1934 pela filha do poeta Guerra Junqueiro e por ela doada à Câmara Municipal
do Porto em 1940, juntamente com o espólio artístico do poeta. Inaugurada em
1942, foi requalificada pelo arquiteto Alcino Soutinho, reabrindo ao público em
1997, ampliada com áreas de exposições temporárias, de reservas e novas áreas
de lazer: auditório, loja e cafetaria.
Este museu de artes
decorativas procura reconstituir o ambiente e a disposição original dos objetos
na casa onde o poeta Guerra Junqueiro viveu no Porto, expondo coleções de
cerâmica, metal, ourivesaria, escultura, mobiliário e têxteis de períodos
compreendidos entre os séculos XV e XIX.”
Fonte: “cm-porto.pt/”
Cronologia da Casa-Museu
Em 1730 / 1746 ocorre a construção da casa por ordem de
Domingos Barbosa, e após a sua morte torna-se proprietário Manuel Barbosa de
Albuquerque, seu irmão, que nomeia seu herdeiro o sobrinho Fernando Barbosa de
Albuquerque;
Na década 70 do século XIX, era sua proprietária D. Sancha
Augusta de Lemos Barbosa e Albuquerque;
Em 1908 o proprietário era Francisco de Sales Pinto de
Mesquita Carvalho, sobrinho de D. Sancha;
Em 1934 passaram a ser proprietários da casa os herdeiros de
Francisco Sales Pinto de Mesquita a quem a D. Maria Isabel Guerra Junqueiro, viúva
de Luís Augusto Pinto de Mesquita Carvalho, irmão de Francisco de Sales Pinto
de Mesquita Carvalho, casado em primeiras núpcias com uma Senhora Catalá Amaral
Osório, e em segunda com Maria Isabel Guerra Junqueiro, filha do poeta, que adquire
a casa para instalar as colecções de seu pai, o poeta Guerra Junqueiro;
Em 1940, D. Maria Isabel Guerra Junqueiro, juntamente com
sua mãe, Filomena Neves doam à Câmara Municipal, a casa e as colecções de
Guerra Junqueiro para recheio do Museu que será inaugurado em 1942;
Em 1991 / 1992 é
executado o projecto de remodelação e ampliação da Casa - Museu Guerra
Junqueiro da autoria do Arquitecto Alcino Soutinho;
Em 1996 ainda decorriam as obras de adaptação a Museu, bem
como escavações arqueológicas.
Casa Museu Guerra Junqueiro – Ed. Rui Duarte Silva
Estatuária na Casa
Museu Guerra Junqueiro – Ed. Rui Duarte Silva
Sobre uma faceta menos conhecida do poeta Guerra Junqueiro,
é o texto seguinte.
“Fez da vida uma
permanente busca, em tudo quanto era sítio, de peças, obras de arte capazes de
enriquecerem aquele que veio a tornar-se um importante espólio artístico e
arqueológico.
Ganhou terreno, até, a
caricatura de um Junqueiro, homem viajado, representado como um judeu sovina a
atravessar a fronteira portuguesa acompanhado de um burro carregado de
antiguidades. Casou rico, beneficiou da herança da mulher, em parte gasta na
compra de peças de arte religiosa, quadros, louça portuguesa do século XVI, ou
peças italianas ou hispano-árabes. Também negociou. Fez algumas vendas
polémicas, como quando o aveirense Francisco Homem Cristo, político
republicano, polemista, professor universitário, um dos militares envolvidos na
Revolta de 31 de janeiro de 1891, o acusou de, ao rei Dom Carlos e à rainha
Dona Amélia, ter vendido como preciosidades, objetos sem valor.
Ao escritor Raul
Brandão queixava-se por vezes da atrapalhação da vida em resultado da míngua de
fundos. Entre 1895 e 1903 vendeu mesmo uma parte substancial das suas coleções
artísticas por precisar de dinheiro para as plantações de vinha nas suas
propriedades”.
Fonte: Valdemar Cruz (Semanário Expresso em 28.08.2016)
Entre 1502 e 1550 numa capela junto do claustro velho da Sé
esteve a Misericórdia.
A Casa de Domingos Barbosa teria sido construída no local
onde antes estavam três imóveis, incluído um que teria sido Casa de Despacho da
Misericórdia e que tinham duas frentes: uma para a Rua dos Redemoinhos e outra
para o adro daquela capela.
Casa Domingos Barbosa e Claustro Velho – Fonte: Google maps
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