quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

(Continuação 45)


Edifício situado na Rua do Rosário nº 125/129, com projecto do arquitecto Marques da Silva.

“c. 1905 - Fundação de uma primeira oficina pelos irmãos António e Joaquim Enes Baganha, na R. de Vilar, nº 136; 1919 - construção de um prédio na R. do Rosário, integrando espaço destinado à instalação da oficina Baganha, pelo Arq. José Marques da Silva; 1920 - mudança para a nova oficina; 1934 - António Baganha morre num acidente de viação, quando se dirigia para Viseu; a partir de então a oficina passa a designar-se "Viúva de António Baganha (Casa Baganha)", nome que conservará até que os dois filhos de António, Domingos e António Baganha, se dedicam à mesma actividade do pai e tio; 1930, final da década - a oficina toma o nome de "Baganha & Irmão"; 1964, Jul. - dissolução da sociedade entre os irmãos, pelo que a oficina se passa a designar "Oficina de Escultura Decorativa Domingos Enes Baganha"; 1974 - com as mudanças políticas e sociais, a oficina entra em declínio; 1975, Out. - encerramento por motivo de falência; 1976, 27 Fev. - Domingos Baganha alerta o Secretário de Estado do Trabalho para o "variado e grandioso património artístico único no seu género no País e que está em risco de se perder se as entidades responsáveis não lhe lançarem protecção"; posteriormente deve ter manifestado ao Museu Soares dos Reis e ao IPPC a sua vontade de doar o espólio; 1978, Dez. - sob ordens do IPPC, desloca-se à oficina uma comissão formada pelo Dr. Florido Vasconcelos e Drª Clementina Quaresma; 1979 - o edifício pertencia a diversos herdeiros, não dispondo nenhum deles de meios para o adquirir na totalidade; a sua avaliação foi feita pelo Eng. Joaquim Vieira Mendes Jorge; 1982, 30 Jul. - oficializa-se a doação da colecção por Domingos Enes Baganha ao Museu Nacional Soares dos Reis; 1983, 5 Jan. - doação oficialmente aceite pelo Estado; 1994, Fev. - morte do doador.”
Fonte: “monumentos.gov.pt/”



Pérgola da Foz


Uma das obras mais visíveis de António Enes Baganha data de 1931. É a Pérgola da Foz, em frente à Praia do Molhe. Custou 53.000$00.
Sobre o edifício da rua do Rosário é o texto seguinte.

“Paredes exteriores em alvenaria de granito rebocado; Fachada principal rebocada; Pavimentos interiores em soalho de madeira e mosaico cerâmico; Paredes interioes com acabamento a rebocado estanhado; Cobertura em estrutura de madeira e revestida a telha de barro; Revestimento da mansarda das traseiras a placas de ardósia; Caixilharias de madeira pintadas; Guardas em ferro; Figuras decorativas em reboco.
(…) Este edifício confronta a N. com o nº 135, que foi em tempos adquirido pelo Domingos Enes Baganha, onde se julga ter funcionado um armazém de peças. Neste é ainda visível no logradouro um pequeno forno ligado à actividade do Baganha. No momento actual encontra-se em avançado estado de degradação, mas é onde se encontra grande parte do espólio a ser inventariado e armazenado. O sobrinho e afilhado de Domingos Enes Baganha continua a trabalhar em estuques na firma QUERELLE. Domingos Baganha trabalhou em muitas obras na cidade do Porto com o Arq. Marques da Silva. A sua oficina elaborou ao longo da sua existência propostas para concurso de obras de restauro e conservação para a DGEMN e IPPAR, onde as executou na sua grande maioria: Igreja de Serzedelo, restauro dos frescos das paredes das naves da Igreja de S. Sebastião da Ilha Terceira, Casa do Infante, Castelo de Chaves, Convento de Arouca, Igreja de Santa Clara, Igreja de Vilar de Frades, Igreja de S. Francisco, Igreja de S. Cláudio de Nogueira, Igreja de Longos Vales, Igreja Matriz de Vimioso, Impermeabilização do Castelo do Queijo, Matriz de Caminha, Matriz de Viana do Castelo, Muralha de D. Fernando, Muralha de Valença do Minho, Muralha de Chaves, Museu Alberto Sampaio, Paço dos Duques de Bragança, Repartição Pública de Valença, Castelo de Melgaço, Igreja de Paderne, Igreja de S. João dos Calvos, Mosteiro de Sº. André de Rendufe, S. Domingos de Guimarães, Sé de Miranda do Douro, Sé de Braga, Igreja de Santa Clara de Vila do Conde, Centro Universitário da Mocidade Portuguesa, Igreja e Torre dos Clérigos, Matriz de Torre de Moncorvo, Palácio das Carrancas, etc.”
Com a devida vénia a Isabel Sereno, 1994; In “monumentos.gov.pt/”


Edifício Oficina de Enes Baganha



A partir de 1995 a firma CRERE ficou a ser o fiel depositário da colecção deixada por Domingos Enes Baganha. A CRERE é uma empresa na área das indústrias culturais, com actividade centrada na conservação e restauro de património imóvel, integrado e móvel. Teve uma ligação estreita com a Oficina Baganha, e foi incumbida pela viúva de Domingos Baganha, por vontade manifesta deste último, da missão de perpectuar a sua obra.

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