quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

(Continuação 48) - Actualização em 09/03/2018 e 28/02/2020

Vivenda na Rua Honório de Lima



Começada a construir em 1941, foi demolida em 1971 e constituiu uma referência na arquitectura da cidade, da autoria do arquitecto Viana de Lima (1913-1991) que revolucionou a prática arquitectónica nacional no período do pós-guerra, tendo sido colega de Januário Godinho, Agostinho Ricca e Mário Bonito.
Foi seu proprietário António de Sousa Cortês e teve, a sua localização inicial, a Rua Aníbal Patrício, 24-26, que era, assim, como se chamava a actual Rua Honório de Lima.



Pedido de licenciamento da moradia dirigido à Câmara Municipal do Porto – Fonte: AHMP



Esta vivenda é, para alguns, uma deliberada aproximação a Le Corbusier.
Na sua extensa obra nas áreas do planeamento e da arquitetura, assinalem-se ainda o plano de urbanização para a cidade de Bragança (início em 1960), o Bloco Habitacional de Costa Cabral no Porto e a Faculdade de Economia da Universidade do Porto.



Localização da moradia de António de Sousa Cortez na Rua Aníbal Patrício – Fonte: AHMP



Em frente a Rua Honório de Lima (antiga Rua Aníbal Patrício) desembocando na Rua Costa Cabral, em 1941



Rua Costa Cabral em 1941, na esquina com a Rua Honório de Lima (antiga Rua Aníbal Patrício)



Vivenda na Rua Honório de Lima da autoria do arquitecto Viana de Lima



Esquina da Rua de Honório de Lima e da Rua de Costa Cabral, actualmente – Fonte: Google maps



Outra perspectiva da vivenda na Rua Honório de Lima da autoria do arquitecto Viana de Lima – Fonte: “pt.wikipedia.org/”





Eduardo Honório da Lima (1856-1939), que viria a ver o seu nome dado a esta rua, foi um rico empresário portuense, coleccionador de arte e grande amador de música, foi, em 1881, um dos fundadores da sociedade de concertos «Orfeon Portuense», de cujo conselho de administração fez parte durante 57 anos. Possuidor de uma notável galeria de pinturas de artistas contemporâneos, manifestou em vida o desejo de que os seus 21 quadros de Silva Porto fossem doados ao Museu Nacional de Soares dos Reis, o que a sua viúva cumpriu, reservando-se ali uma sala para o grande paisagista, com a legenda «Doação de Eduardo Honório de Lima».
É avô de Jorge Nuno Pinto da Costa, o presidente do Futebol Clube do Porto.



Prédio de Viana de Lima


O prédio icónico da foto acima fica na Rua Costa Cabral, próximo da Rua Silva Tapada.





Edifício da Faculdade de Farmácia na Rua de Aníbal Cunha

O imóvel que faz gaveto com as ruas de Aníbal Cunha e de Álvares Cabral foi construído especificamente para acolher a Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto. Durante os primeiros anos de funcionamento, esta Faculdade ocupou um edifício na Rua do Rosário. Porém, a insuficiência das instalações levou o Conselho Escolar e, logo a seguir, o Senado Universitário, a equacionar a necessidade de construção de um edifício próprio. O terreno foi doado pela Câmara Municipal do Porto e a Faculdade apenas teve de recorrer a empréstimos para a edificação.
A 1 de Fevereiro de 1916 deu-se o lançamento da primeira pedra na presença do Presidente da República e o início das obras teve lugar no mês seguinte. Em 1918 já decorreram aulas na ala construída do lado sul. A construção, de planta rectangular e com a frente voltada para a Rua de Aníbal Cunha (na época, Rua da Carvalhosa), foi projectada pelo engenheiro Arnaldo Casimiro Barbosa.


Desenho do Projecto de reconstrução do Edifício da Rua de Aníbal Cunha (Alçado lateral norte)


Fachada principal a Poente da Faculdade de Farmácia em 1939 – Ed. SIPA

“No início de 1927, o edifício ainda não se encontrava concluído. Por incumbência do Conselho Escolar da Faculdade, o arquitecto Aucíndio dos Santos ficou responsável pela execução do projeto. Durante os dois anos seguintes tiveram lugar obras de beneficiação da fachada voltada para a Rua da Carvalhosa, construiu-se uma varanda no corpo principal e modificaram-se as guarnições das janelas.
A inauguração oficial ocorre em 13 de Abril de 1937 nas comemorações do centenário da Academia Politécnica da Escola Médico-Cirúrgica do Porto.
 Com o passar dos anos e o envelhecimento natural do edifício, houve lugar para mais obras de recuperação, para a construção de um pavilhão situado nas suas traseiras, inaugurado em 1966 e até para a construção de mais um andar para fazer face à insuficiência das instalações. Com dois pavimentos, o corpo central albergou o Salão Nobre e a escadaria.
Em 1975, um violento incêndio destruiu a quase totalidade do edifício.
A Faculdade de Farmácia partilha actualmente as instalações com o Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, na Rua Jorge de Viterbo Ferreira”.
Fonte: “sigarra.up.pt/up”

A Faculdade de Farmácia nas suas novas instalações na Rua Jorge de Viterbo Ferreira, desde 2012, veria, entretanto, ser inaugurado a 10 de Maio de 2013, o seu novo museu - um espaço que reúne um espólio alargado e de grande valor científico de objectos emblemáticos da história da farmácia e da ciência em geral.
Com previsão de conclusão para 2019, irá ser feito um aproveitamento para habitação, do antigo edifício da Faculdade de Farmácia do Porto, distribuída por 25 apartamentos. É um projecto da autoria de Armando Rui, de reabilitação do edifício pré-existente, que manterá a sua traça e estilo originais, mas, terá a si geminado uma nova construção com uma linguagem arquitectónica contemporânea, que marca um propositado contraste entre ambos. Nesta data a obra ainda não arrancou.
Sobre o topónimo de Aníbal Cunha, diz-nos Teo Dias em ruasdoporto.blogspot.pt

“ANÍBAL AUGUSTO CARDOSO FERNANDES LEITE DA CUNHA, nasceu no Porto em 1868. Como sargento, tomou parte na revolta de 31 de Janeiro. Exilou-se para Espanha e para o Brasil, amnistiado, regressou em Julho de 1894; habilitou-se com o Curso Superior de Farmácia, a cujo corpo docente veio depois a pertencer, contribuindo sempre para o engrandecimento desta profissão, designadamente na transformação das Escolas de Farmácia em Faculdades, e na, construção do edifício actual nesta cidade. Foi desta Faculdade muitos anos professor, director, e ainda internamente, vice-reitor da Universidade. Morreu em São Mamede, em 1931, no posto de tenente-coronel farmacêutico, deixando impressos alguns trabalhos sob química e farmácia”.

Sem comentários:

Enviar um comentário