quarta-feira, 8 de novembro de 2017

(Continuação 35)


Manuel António de Almeida (Vila Nova de Foz Coa, 1860 - Lisboa, 1929) foi um farmacêutico, empresário agrícola e político e 1º Visconde de Pinhel e 1º Conde de Pinhel.
Farmacêutico diplomado em Farmácia com o curso de 1.ª Classe pela Escola Médico-Cirúrgica do Porto, foi grande proprietário no Distrito da Guarda e no Distrito de Bragança, senhor do Palácio do Largo do Conde-Barão, em Lisboa, e da Casa Grande, em Pinhel e do palacete no gaveto da Rua de Oliveira Monteiro e Rua da Boavista na cidade do Porto.
Este palacete no nº 626 da Rua da Boavista é:

“Edifício de características neo-góticas, com a fachada principal voltada para a Rua da Boavista, organizada em três corpos, de dois registos cada. Os corpos são separados por pilastras pouco salientes e os registos por um friso. O corpo central é aberto ao nível do primeiro piso, por uma porta de arco quebrado; e ao nível do segundo piso por outra porta, também de arco quebrado, que dá acesso a uma varanda gradeada a ferro fundido. Os corpos laterais são simétricos. Sobre um alto embasamento, recortado por um postigo, desenha-se um grande arco, de volta perfeita, onde se inserem dois vãos de arco quebrado. Os peitoris são em ferro fundido, com arcos quebrados que imitam os dos vãos. No segundo, repete-se a solução, mas sem os peitoris. Sobre o entablamento, assenta uma cornija saliente, na qual se ergue uma platibanda, aberta por arcos quebrados, que glosam as soluções do alçado, e quebrada por um frontão curvilíneo, decorado com um florão. Os arcos dos vãos assentam em capitéis, decorados com motivos vegetalistas, que variam consoante as dimensões dos cestos. A porta é de duas folhas, com almofadas e decorações vegetalistas; e coroada por uma bandeira, em ferro fundido. O alçado Poente arranca com um alto embasamento, onde são rasgados cinco postigos, gradeados a ferro fundido. A nível do primeiro piso, abrem-se cinco janelas de arco quebrado, emolduradas a granito, a que correspondem outros tantos vãos no piso superior, sendo o central de sacada, gradeada a ferro fundido. Os pisos são separados por um friso granítico. Sobre um entablamento, uma cornija pouco saliente, onde assenta a platibanda, em que losangos alternam com balaustradas de arcos quebrados, abertas nos eixos dos vãos. O alçado posterior, voltado a Norte, foi alterado no século XX, erguendo-se em três pisos e recuado. Na continuidade do edifício, para Norte, ergue-se um muro, de aparelho granítico, rebocado e caiado, aberto por um portão em ferro fundido, de duas folhas, ladeado de duas colunas”.
Fonte: Manuel Graça, 2006; “monumentos.gov.pt”

Sabe-se que em 25 de Setembro de 1888 seria concedida licença a Manuel António de Almeida, 1.º Visconde de Pinhel, para a construção do edifício, segundo risco de Licínio Queiroz e que em 9 de Outubro de 1895 é-lhe concedida autorização para a construção de encanamento e desvio de ribeiro, sendo as obras orientadas também por Licínio Queiroz.
Já depois do ano 2000 o palacete é proposto como Imóvel de Interesse Patrimonial da Carta de Património do PDM do Porto, com a legenda C89 - Edifícios de Habitação (Palacete).


Casa do visconde de Pinhel (nº1) na planta de 1892 de Telles Ferreira


Palacete do Visconde de Pinhel em 1976


Na esquina da Rua da Boavista com Oliveira Monteiro o Palacete do visconde de Pinhel – Fonte: Google maps

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