Palacete do fim do século XIX, com traços da época comuns a
muitos outros edifícios espalhados pela cidade.
“O casarão da Casa de
Saúde de Santa Catarina, na Rua de Santa Catarina, próximo da Praça do Marquês
à esquerda de quem sobe, é também conhecido como o Palacete de Souza-Soares
mas, primitivamente, pertenceu ao médico José
de Andrade Gramacho, Lente da Escola Médico-Cirúrgica do Porto.
Em 1901 vende-o a Souza-Soares, nascido em Vairão, Vila
do Conde, em 1846, de pai médico e mãe farmacêutica.
Ainda órfão
Souza-Soares, emigrou em 1862 para o Maranhão no Brasil onde já se encontrava
um irmão. Adoeceu e desceu para o Rio Grande do Sul. Casou em 1873 e foi para
Pelotas, fundou o seu Laboratório Homeopático onde descobriu um remédio contra
o veneno das cobras. Inventou o Peitoral Cambará a partir desta planta para
combater doenças pulmonares. Em 1883 funda na Vila do Prado o Parque Pelotense
numa campina árida e inculta que transformou em terrenos de lavoura, bosques,
jardins, lagos, cascatas, praças com estátuas e avenidas. Hoje pouco restará
deste parque. Quando regressou a Portugal, neste casarão fez o seu Hospital.
Faleceu em 7 de Junho de 1911 em Vila Meã, relativamente próximo do Porto.
Foi o único Visconde
de Sousa Soares, José Álvares de Sousa Soares. Este título foi criado a seu
favor por D. Carlos I, pelo seu Decreto de 24 de Dezembro de 1904”.
Fonte: portojofotos.blogspot de texto respigado do livro Os
Palacetes dos Brasileiros no Porto.
Em 3 de Março de 1921, o jornal “O Primeiro de Janeiro” dava
conta de uma historieta sobre a construção do palacete, que abaixo se transcreve,
resultante da cortesia de Fernando Barreto.
José Álvares de
Sousa Soares, após a estadia no Brasil, retorna a Portugal em 1896, e contrai um segundo matrimónio com Maria da
Assunção Leite Brochado, sua prima em 2º grau, do qual resultaram 10 filhos, a
acrescentar a mais três que já vinham do 1º casamento contraído naquele país da
América do Sul.
Em 1900, compra a José de Andrade Gramacho um palacete na
Rua de Santa Catarina, fixando aí a sua residência no Porto, mas, um ano
depois, monta nele um laboratório que irá evoluir, rapidamente, para uma
unidade de prestação de cuidados de saúde.
Tendo fundado o jornal “O Porto”, diário, matutino, monárquico,
defensor dos interesses do Norte do País, que se publicou de Outubro de 1809 a
Dezembro de 1911, e que dirigiu durante algum tempo, foi, ainda, o fundador da
Liga Monárquica do Norte.
Casa de Santa Cruz, do visconde de Souza-Soares, em Vila
Meã-Amarante, onde faleceu José Álvares de Sousa Soares, em 1911
Após quatro anos sobre o falecimento do visconde, em 1915, concluía
a sua licenciatura na Escola Médico-Cirúrgica, um dos seus filhos que tinha também
o seu nome completo, José Álvares de Sousa Soares. Mais tarde, licenciar-se-ia em
Farmácia.
Com morada na Rua da Constituição, era uma personagem conhecida na cidade, pois tinha, a exemplo de seu pai e de seu avô, seguido a actividade médica, com consultório no centro da cidade, na Rua de Santa Catarina (um pouco acima da sede do jornal “O Primeiro de Janeiro”), exercendo ainda no Hospital Maria Pia e Hospital de Santo António.
Também ficaria conhecido dos portuenses pelo interesse que demonstrava pelo que se passava na cidade do Porto.
Certo dia, levantou uma polémica pública sobre a projectada implantação do Palácio Atlântico, na Praça D. João I, pois advogava outro alinhamento do edifício que não escondesse a fachada do prédio da Associação de Jornalistas e Homens de Letras do Porto.
Faleceu em 27 de Agosto de 1960.
Com morada na Rua da Constituição, era uma personagem conhecida na cidade, pois tinha, a exemplo de seu pai e de seu avô, seguido a actividade médica, com consultório no centro da cidade, na Rua de Santa Catarina (um pouco acima da sede do jornal “O Primeiro de Janeiro”), exercendo ainda no Hospital Maria Pia e Hospital de Santo António.
Também ficaria conhecido dos portuenses pelo interesse que demonstrava pelo que se passava na cidade do Porto.
Certo dia, levantou uma polémica pública sobre a projectada implantação do Palácio Atlântico, na Praça D. João I, pois advogava outro alinhamento do edifício que não escondesse a fachada do prédio da Associação de Jornalistas e Homens de Letras do Porto.
Faleceu em 27 de Agosto de 1960.
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