sexta-feira, 10 de novembro de 2017

(Continuação 36)


Este palacete fica situado no gaveto da Rua do Rosário e Rua Professor Jaime Rios de Sousa (antes Travessa do Rosário), tendo sido mandado construir sob licença camarária de 6 de Junho de 1859, por João Maria Augusto de Melo Albuquerque Pereira e Cáceres, o qual viria a falecer no ano seguinte, tendo deixado viúva Camilla Amelia Ribeiro de Faria.
Em 22 de Julho de 1869 é concedida licença camarária a Dona Camilla Amelia Ribeiro de Faria, para a construção de cano de água pelo que se pode depreender que a habitação estaria em condições de habitabilidade, tendo os seus jardins sido projectados pelo arquitecto paisagista alemão, Emil David.
Neste solar, ficaram célebres os bailes oferecidos à melhor sociedade portuense, por Camilla Amélia Ribeiro de Faria .
Em 2 de Setembro de 1893, é concedida licença camarária a Dona Camilla Amelia Ribeiro de Faria, para a ampliação do edifício, no lado da Rua do Professor Jaime Rios de Sousa e em 25 de Fevereiro de 1897, é concedida licença a Manoel de Albuquerque Mello Pereira Cáceres, para a construção de um alpendre de ferro e vidro.
No dia 3 de Fevereiro de 1919, um incêndio ocorrido no palacete ocasionou prejuízos de certa monta, que não teve consequências totais devido `intervenção dos bombeiros.
Manoel de Albuquerque Mello Pereira Cáceres, filho de João de Albuquerque e de Dona Camilla Amelia, foi Senhor da Casa da Ínsua, Representante dos Morgados de Casal Vasco (12º), do dos Mellos da Lousã (9º), do da Ínsua (8º) e do de Espinhel.
Engenheiro Civil pela Academia Politécnica do Porto, Membro da Real Sociedade Humanitária, Director-Substituto da Real Companhia Vinícola do Norte de Portugal, Tesoureiro do Instituto de Protecção às Classes Trabalhadoras (nascido a 10 de Junho de 1853; falecido solteiro e sem geração, instituiu seu herdeiro universal o sobrinho João de Albuquerque de Mello Pereira e Cáceres).
Na última década do século XX foi feita a demolição e total adulteração dos interiores do palacete, e procedeu-se à construção de um outro edifício no lado do logradouro mais próximo (para Norte) da Rua de Miguel Bombarda.

Observa-se na planta de Perry Vidal de 1865, na área da oval a amarelo, que o palacete dos Albuquerque ainda não está representado



Palacete dos Albuquerque na Rua do Rosário


“Edifício de planta irregular, adaptando-se organicamente aos arruamentos da zona. É composto de três pisos e recuado. A fachada principal divide-se em três corpos simétricos, separados por pilastras em granito e pouco salientes. O embasamento é de granito, sobre o qual se rasgam, nos corpos laterais, três janelas de arco abatido, e no corpo central, um portal rusticado, de arco de volta perfeita, cuja altura se eleva até ao segundo piso. Entre o primeiro e o segundo piso, um estreito friso granítico. No segundo piso, os corpos laterais repetem o número e forma das janelas do piso inferior; já no eixo central, o rusticado do portal acompanha a janela do segundo piso, também de arco de volta perfeita. No terceiro piso, os corpos laterais rasgam-se em três vãos de sacada, de verga de arco abatido, com varandas em ferro fundido; no eixo central, o vão da sacada é de volta perfeita, e a varanda avança um pouco na sua parte central. O entablamento é saliente, nele erguendo-se uma cornija de granito. O piso inferior do alçado lateral abre-se para o pequeno jardim por três portas; nos andares superiores, rasgam-se três janelas em cada piso, de secção rectangular. No alçado lateral Sul, divide-se em dois corpos. O corpo principal, é aberto por apenas um vão em cada piso, sendo o do inferior uma porta e o do terceiro piso uma sacada, com gradeamento em ferro fundido. O segundo corpo corresponde a um segundo edifício, que se ergue em três pisos. No primeiro piso, abrem-se três vãos, duas janelas e uma porta; no segundo e terceiro pisos, cinco janelas. A fazer a ligação entre estes dois corpos, uma ala, com uma abertura no segundo e terceiro pisos”.
Com a devida vénia a Manuel Graça, 2006; In “monumentos.gov.pt”

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