Este palacete fica situado no gaveto da Rua do Rosário e Rua
Professor Jaime Rios de Sousa (antes Travessa do Rosário), tendo sido
mandado construir sob licença camarária de 6 de Junho de 1859, por João Maria
Augusto de Melo Albuquerque Pereira e Cáceres, o qual viria a falecer no ano
seguinte, tendo deixado viúva Camilla Amelia Ribeiro de Faria.
Em 22 de Julho de 1869 é concedida licença camarária a Dona
Camilla Amelia Ribeiro de Faria, para a construção de cano de água pelo que se
pode depreender que a habitação estaria em condições de habitabilidade, tendo
os seus jardins sido projectados pelo arquitecto paisagista alemão, Emil David.
Neste solar, ficaram célebres os bailes oferecidos à melhor sociedade portuense, por Camilla Amélia Ribeiro de Faria .
Em 2 de Setembro de 1893, é concedida licença camarária a
Dona Camilla Amelia Ribeiro de Faria, para a ampliação do edifício, no lado da
Rua do Professor Jaime Rios de Sousa e em 25 de Fevereiro de 1897, é concedida
licença a Manoel de Albuquerque Mello Pereira Cáceres, para a construção de um
alpendre de ferro e vidro.
No dia 3 de Fevereiro de 1919, um incêndio ocorrido no palacete ocasionou prejuízos de certa monta, que não teve consequências totais devido `intervenção dos bombeiros.
Manoel de Albuquerque Mello Pereira Cáceres, filho de João
de Albuquerque e de Dona Camilla Amelia, foi Senhor da Casa da Ínsua,
Representante dos Morgados de Casal Vasco (12º), do dos Mellos da Lousã (9º),
do da Ínsua (8º) e do de Espinhel.
Engenheiro Civil pela Academia Politécnica do Porto, Membro
da Real Sociedade Humanitária, Director-Substituto da Real Companhia Vinícola
do Norte de Portugal, Tesoureiro do Instituto de Protecção às Classes
Trabalhadoras (nascido a 10 de Junho de 1853; falecido solteiro e sem geração, instituiu
seu herdeiro universal o sobrinho João de Albuquerque de Mello Pereira e
Cáceres).
Na última década do século XX foi feita a demolição e total
adulteração dos interiores do palacete, e procedeu-se à construção de um outro edifício
no lado do logradouro mais próximo (para Norte) da Rua de Miguel Bombarda.
Observa-se na planta de Perry Vidal de 1865, na área da oval
a amarelo, que o palacete dos Albuquerque ainda não está representado
Palacete dos Albuquerque na Rua do Rosário
“Edifício de planta
irregular, adaptando-se organicamente aos arruamentos da zona. É composto de
três pisos e recuado. A fachada principal divide-se em três corpos simétricos,
separados por pilastras em granito e pouco salientes. O embasamento é de granito,
sobre o qual se rasgam, nos corpos laterais, três janelas de arco abatido, e no
corpo central, um portal rusticado, de arco de volta perfeita, cuja altura se
eleva até ao segundo piso. Entre o primeiro e o segundo piso, um estreito friso
granítico. No segundo piso, os corpos laterais repetem o número e forma das
janelas do piso inferior; já no eixo central, o rusticado do portal acompanha a
janela do segundo piso, também de arco de volta perfeita. No terceiro piso, os
corpos laterais rasgam-se em três vãos de sacada, de verga de arco abatido, com
varandas em ferro fundido; no eixo central, o vão da sacada é de volta
perfeita, e a varanda avança um pouco na sua parte central. O entablamento é
saliente, nele erguendo-se uma cornija de granito. O piso inferior do alçado
lateral abre-se para o pequeno jardim por três portas; nos andares superiores,
rasgam-se três janelas em cada piso, de secção rectangular. No alçado lateral
Sul, divide-se em dois corpos. O corpo principal, é aberto por apenas um vão em
cada piso, sendo o do inferior uma porta e o do terceiro piso uma sacada, com
gradeamento em ferro fundido. O segundo corpo corresponde a um segundo
edifício, que se ergue em três pisos. No primeiro piso, abrem-se três vãos,
duas janelas e uma porta; no segundo e terceiro pisos, cinco janelas. A fazer a
ligação entre estes dois corpos, uma ala, com uma abertura no segundo e
terceiro pisos”.
Com a devida vénia a Manuel Graça, 2006; In “monumentos.gov.pt”
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