Palacete da viscondessa de Santiago de Lobão
Este palacete situa-se na esquina da Rua dos Belos Ares com
a Avenida da Boavista e foi mandado construir por António Júlio Machado, que na
propriedade levou a cabo grandes bailes e festas que ficaram célebres.
Aí, chegou também a montar um teatro onde se realizaram
várias récitas.
Casa apalaçada do final do século XIX, em 1883, António
Júlio Machado já tinha construído a casa, pois pedia autorização para o levantamento
de uma vedação para aquele local.
A propriedade compreende um jardim e estruturas adjacentes
(casa do guarda, coreto, lago, moinhos de vento e estufa em ferro e vidro)
datando do primeiro quartel do século XX.
O gradeamento em ferro fundido possui marcado nos elementos
estruturais as palavras Fundição Arrábida. Nos elementos decorativos no espaço
interior, como sejam os estuques, pintura de paredes e azulejos é patente o
Movimento Arte Nova.
O terreno e jardim envolvente confrontam, nas traseiras, com
os jardins do ex-colégio “Maristas”, e a poente chegou a ter a companhia de
dois palacetes geminados.
No fim do século XIX, o palacete entra na posse de Lino
Henriques Bento de Sousa, futuro conde de S. Tiago de Lobão que, junto dele
fará, em 1901, erguer uns outros dois, geminados, com José Joaquim
de Carvalho, como mestre de obras e com a particularidade de terem tido como arquitecto Miguel Ventura
Terra.
Os palacetes referidos acima, na Avenida da Boavista, tinham
o número de polícia, 1278 e 1294. Um deles, já foi demolido há alguns anos (com
fachada principal voltada a nascente).
O que se mantem de pé, está à espera, não se sabe de quê.
À direita do prédio em ruínas, da foto acima, estava
adossado a ele, o seu gémeo, com fachada principal virada para nascente (a
fachada visível está voltada para Sul, para a Avenida da Boavista) – Ed. Graça
Correia
Um dos palacetes geminados (com
fachada principal virada para poente, junto ao Palacete da viscondessa de S.
Tiago de Lobão – Fonte: Fundação Marques da Silva
Lino Henriques Bento de Sousa (Lobão, Santa Maria da Feira,
19 de Novembro de 1857 – 13 de Abril de 1921), primeiro e único visconde e
conde de Santiago de Lobão, foi um emigrante português no Brasil onde alcançou
grande fortuna na gestão de uma casa comercial. Foi um grande benemérito no
Brasil e, após o seu regresso a Portugal, foi um grande investidor e benemérito.
Maria Albertina Saraiva de Sousa morreria no Porto em 1948, sendo
a propriedade, incluindo a casa que foi sua residência, na ausência de
descendentes directos do casal, legada ao Estado pela viscondessa, para fins de
assistência a menores deficientes.
Em 1976, ocorre o início
dos trabalhos (construção civil e instalações especiais), com aprovação do
projecto relativo às "Obras de adaptação de creche e jardim infantil do
prédio do Legado da Condessa de Lobão", pelo Ministro da Educação e Investigação
Científica, desde que a coordenação ficasse a cargo da DGEMN (Direcção-Geral dos
Edifícios e Monumentos Nacionais).
Em tempos esteve
previsto que a mata exótica envolvente à casa fosse possível visitar pela
população, o que nunca viria a ocorrer.
Até há cerca de dois
anos atrás o palacete esteve ocupado pelos Serviços Jurídicos do Centro
Distrital da Segurança Social e, presentemente, está desocupado.
Um serviço de apoio
a crianças deficientes, cumprindo a vontade da doadora, continua a ser prestado
no âmbito da Segurança Social, em edifício anexo ao palacete implantado em
área recuada do jardim.
É a Direcção-Geral
do Tesouro e Finanças, representando o Estado, quem hoje é o proprietário do
palacete e anexos.
Entrada do Palacete da viscondessa de Santiago do Lobão (Rua
dos Belos Ares) – Fonte: Google maps
Coreto e Jardim do Palacete da viscondessa de Santiago do
Lobão – Ed. SIPA
Olá boa noite!!! Adoraria visitar tudo por dentro mas encontra se fechado já lá fui duas vezes.
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