sexta-feira, 24 de novembro de 2017

(Continuação 41) - Actualização em 18/02/2020



Palacete da viscondessa de Santiago de Lobão




Este palacete situa-se na esquina da Rua dos Belos Ares com a Avenida da Boavista e foi mandado construir por António Júlio Machado, que na propriedade levou a cabo grandes bailes e festas que ficaram célebres. 
Aí, chegou também a montar um teatro onde se realizaram várias récitas.
Casa apalaçada do final do século XIX, em 1883, António Júlio Machado já tinha construído a casa, pois pedia autorização para o levantamento de uma vedação para aquele local.
A propriedade compreende um jardim e estruturas adjacentes (casa do guarda, coreto, lago, moinhos de vento e estufa em ferro e vidro) datando do primeiro quartel do século XX.
O gradeamento em ferro fundido possui marcado nos elementos estruturais as palavras Fundição Arrábida. Nos elementos decorativos no espaço interior, como sejam os estuques, pintura de paredes e azulejos é patente o Movimento Arte Nova.
O terreno e jardim envolvente confrontam, nas traseiras, com os jardins do ex-colégio “Maristas”, e a poente chegou a ter a companhia de dois palacetes geminados.
No fim do século XIX, o palacete entra na posse de Lino Henriques Bento de Sousa, futuro conde de S. Tiago de Lobão que, junto dele fará, em 1901, erguer uns outros dois, geminados, com José Joaquim de Carvalho, como mestre de obras  e com a particularidade de terem tido como arquitecto Miguel Ventura Terra.
Os palacetes referidos acima, na Avenida da Boavista, tinham o número de polícia, 1278 e 1294. Um deles, já foi demolido há alguns anos (com fachada principal voltada a nascente).
O que se mantem de pé, está à espera, não se sabe de quê.




À direita do prédio em ruínas, da foto acima, estava adossado a ele, o seu gémeo, com fachada principal virada para nascente (a fachada visível está voltada para Sul, para a Avenida da Boavista) – Ed. Graça Correia




Um dos palacetes geminados (com fachada principal virada para poente, junto ao Palacete da viscondessa de S. Tiago de Lobão – Fonte: Fundação Marques da Silva




Lino Henriques Bento de Sousa (Lobão, Santa Maria da Feira, 19 de Novembro de 1857 – 13 de Abril de 1921), primeiro e único visconde e conde de Santiago de Lobão, foi um emigrante português no Brasil onde alcançou grande fortuna na gestão de uma casa comercial. Foi um grande benemérito no Brasil e, após o seu regresso a Portugal, foi um grande investidor e benemérito.
Maria Albertina Saraiva de Sousa morreria no Porto em 1948, sendo a propriedade, incluindo a casa que foi sua residência, na ausência de descendentes directos do casal, legada ao Estado pela viscondessa, para fins de assistência a menores deficientes. 
Em 1976, ocorre o início dos trabalhos (construção civil e instalações especiais), com aprovação do projecto relativo às "Obras de adaptação de creche e jardim infantil do prédio do Legado da Condessa de Lobão", pelo Ministro da Educação e Investigação Científica, desde que a coordenação ficasse a cargo da DGEMN (Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais).
Em tempos esteve previsto que a mata exótica envolvente à casa fosse possível visitar pela população, o que nunca viria a ocorrer. 
Até há cerca de dois anos atrás o palacete esteve ocupado pelos Serviços Jurídicos do Centro Distrital da Segurança Social e, presentemente, está desocupado.
Um serviço de apoio a crianças deficientes, cumprindo a vontade da doadora, continua a ser prestado no âmbito da Segurança Social, em edifício anexo ao palacete implantado em área recuada do jardim.
É a Direcção-Geral do Tesouro e Finanças, representando o Estado, quem hoje é o proprietário do palacete e anexos.



Entrada do Palacete da viscondessa de Santiago do Lobão (Rua dos Belos Ares) – Fonte: Google maps


Coreto e Jardim do Palacete da viscondessa de Santiago do Lobão – Ed. SIPA

1 comentário:

  1. Olá boa noite!!! Adoraria visitar tudo por dentro mas encontra se fechado já lá fui duas vezes.

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