Este palacete situa-se na Rua António Cardoso onde funcionou
a Direcção Regional de Cultura do Norte (agora com sede em Vila Real), que aqui
tem uma delegação.
Foi mandado construir nos últimos anos da década de 1920, para
residência pelo 3º Visconde de Vilar d'Allen, Joaquim Ayres de Gouveia Allen,
com ligações à Casa Ramos Pinto (através de laços matrimoniais e comerciais),
engenheiro de formação e cônsul da Bélgica no Porto, e definido como um
"misto de aristocrata e capitalista" .
O projecto foi concebido pelo arquitecto José Marques da
Silva (1869-1947). Em 1991, foi construída, nos seus jardins, a Casa das Artes,
projecto do Eduardo Souto Moura.
“Os primeiros desenhos estavam concluídos em Abril de
1927, mas o casal Allen foi introduzindo múltiplas alterações ao projecto
inicial que, de forma genérica, se prendiam com o hall de distribuição do
espaço interno e com a localização da capela, que se pretendia de acesso
directo ao exterior, sendo que todas estas questões acabaram por se reflectir
na própria concepção das fachadas, também sucessivamente alteradas. Na sua
Dissertação de Doutoramento, António Cardoso analisa este programa,
considerando o Petit Trianon, de Versalhes, como o modelo principal da Casa
Allen, numa escolha cuja responsabilidade imputa ao encomendador, e da qual
resultou uma “imagem mitigada e adulterada de um Petit Trianon, agora
portuense, numa linguagem academizante e involutiva”.
A planta estrutura-se em torno do hall central, a que se
acede através da fachada principal, virada para a rua, e da fachada Sul, cuja
monumentalidade acaba por inverter a importância dos alçados, quase anulando o
principal. A capela abre-se no alçado Norte, que se articula em três corpos
diferenciados.
Ambas as fachadas, de aparelho rusticado, caracterizam-se
pela simetria na abertura dos vãos, pelos remates em platibanda, que quase
cobrem o telhado, e pelos pórticos, numa linguagem de cariz neoclássico. De
acordo com António Cardoso, reside na concepção destes alçados, de leitura
equívoca em relação ao interior, uma das novidades do projecto: “a suposta
ambiguidade das fachadas significava, afinal, a sua visão totalizadora, uma
nova concepção do projecto, e uma nova forma de abordagem”. Os jardins, que
aproveitam três frentes da casa, distribuem-se da seguinte forma: na entrada e
na área lateral Sul, respeitam um esquema racional, e na zona posterior invocam
a influência inglesa”.
Fonte: “patrimoniocultural.gov.pt”
Palacete do visconde Vilar de Allen
Fachada principal e jardim - Fonte: “portophotographyguide.wordpress.com”
Pormenor
de jardim – Fonte: “portophotographyguide.wordpress.com”
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