23.1 Notícias e Curiosidades
A 15 de Julho de 1918 a revista "Ilustração
Portugueza" estampava um artigo com o título " Uma explosão no Porto
“ com fotografias do interior e exterior do armazém dos Estabelecimentos
Jerónimo Martins & Filho, destruído por uma violenta explosão.
Os três edifícios destruídos pela explosão - “Clichés”
Álvaro Martins
Na notícia dava-se conta da estranheza do acontecimento,
pois, a explosão, ocorrida no prédio central da foto anterior, seria a
resultante do armazenamento em deficientes condições de material explosivo,
tendo como consequências, fora os danos materiais, algumas mortes de inquilinos
de prédios vizinhos e outros tantos feridos não especificados.
Na notícia não era feita a localização do referido armazém,
mas, parece que seria no entroncamento da Travessa de Miraflor e da Rua de
Pinto Bessa, em que os prédios então existentes, hoje, já foram reconvertidos,
como é óbvio.
Nesse ano, a firma “Jerónimo Martins” estava em situação de
quase falência e só recuperaria cerca de um ano depois, quando a firma do Porto
formada em 1920 “ Grandes Armazéns Reunidos” comprou a secção de mercearia fina
da “Jerónimo Martins” e se associaram.
O avô do actual Presidente do Conselho de administração da
“Jerónimo Martins” era um dos sócios dos “Grandes Armazéns Reunidos”.
Rua de Pinto Bessa
de acesso à estação de Campanhã e a Rua de Miraflor duas dezenas de metros à
esquerda
O armazém alvo de
explosão situava-se à esquerda da foto anterior, que pode ser comparada com a
que a antecede.
Local actual do acontecimento - Fonte: Google maps
Da referida associação resultou o crescimento do grupo, que,
decidiria o alargamento das lojas retalhistas eliminando a transacção e
armazenagem de produtos não alimentares.
Por razões que não se descortinam, o funesto acontecimento
de 1918 foi apagado da história oficial da firma.
O grupo “Jerónimo Martins” foi fundado em Lisboa na Rua Ivens, ao
Chiado, em 1792, por um galego de seu nome Jerónymo Martins, e mudaria as suas
instalações para a Rua Garrett em 1797.
Voltando aos factos que terão acontecido a 1 de Julho de
1918, terão perdido a vida no sinistro cinco pessoas, e resultado mais de uma
dezena de feridos, alguns com gravidade.
Os prédios afectados eram propriedade de Daniel Amílcar
sendo ocupados para além da firma Jerónimo Martins e pelos da Viúva de Sabino
Dias Leite, por um dormitório de pessoal da CP, pela Barbearia de Francisco
José Monteiro, por uma pensão e por vários inquilinos.
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