Avenida de Montevideu e as praias do Homem do Leme, do
Aquário e do Castelo do Queijo
A via que saindo do
Castelo do Queijo seguia em direcção ao molhe de Carreiros chamou-se Rua do
Castelo do Queijo, e passaria em 1926, por sugestão do cônsul do Uruguai, a ser
a Avenida de Montevideu.
Tinha sido em 15 de Fevereiro de 1865, que o empreiteiro Manuel José da Silva tinha arrematado, no 3º Bairro Fiscal, pelo preço de 3 590$000 réis, a empreitada para a construção do 2º lanço (Carreiros-Castelo do Queijo) da estrada marginal Foz-Leça da Palmeira.
“...Lemos na monografia da Foz, do Sr.Guido
Monterey, que a mudança do nome da Rua do Castelo do Queijo para a Avenida de
Montevideu, em homenagem à República do Uruguai, foi proposta e aprovada em
sessão camarária de 25 de Julho de 1926, que a autorização para a Câmara dispôr
dos terrenos necessários ao prolongamento da Avenida foi dada pelo Ministério
da Guerra em oficío de 30 de Dezembro de 1927, e os seus jardins, junto ao
molhe, foram inaugurados em 28 de Junho de 1929 ... ("Toponímia
Portuense" de Andrea da Cunha e Freitas)”.
Fonte: “ruasdoporto.blogspot.pt”
O Forte de São Francisco Xavier, popularmente conhecido como
Castelo do Queijo, tem uma posição dominante sobre o oceano Atlântico e a pouca
distância da foz do rio Douro. Segundo a tradição, por ter sido edificado sobre
uma rocha de granito arredondada, e com um formato similar ao de um queijo (penedo
do Queijo) ficou para sempre com aquele curioso nome.
Desde tempos antigos que se diz que o enorme penedo do Queijo
foi um lugar de culto sagrado para os Draganes, uma tribo celta que havia
chegado à Península Ibérica no século VI a.C..
É nesse local que foi inicialmente edificado um forte no
século XV que, em ruínas em meados do século XVII, serviu como alicerce para
esta pequena fortificação marítima, erguida às custas da Câmara Municipal da
cidade do Porto durante a Guerra da Restauração da independência portuguesa
(1640-1668).
Com traça do engenheiro militar francês Miguel de l'École, a
obra foi dirigida por Fernando César de Carvalhais Negreiros (capitão da Armada
Real).
Foi classificado como Imóvel de Interesse Público em 1934.
Em 1944, foi ocupado pela Junta de Freguesia de Nevogilde que, tendo recebido no ano seguinte, ordem de despejo, foi obrigada a abandonar essas instalações.
Em 1949 foi cedido ao Núcleo da Brigada Naval da Legião Portuguesa do Porto que ali esteve instalado até ao 25 de Abril de 1974. Actualmente restaurado, encontra-se sob a guarda da delegação do Norte da Associação de Comandos que ali mantém um pequeno museu histórico-militar e uma programação de eventos culturais e de animação, aberta ao público.
Foi classificado como Imóvel de Interesse Público em 1934.
Em 1944, foi ocupado pela Junta de Freguesia de Nevogilde que, tendo recebido no ano seguinte, ordem de despejo, foi obrigada a abandonar essas instalações.
Em 1949 foi cedido ao Núcleo da Brigada Naval da Legião Portuguesa do Porto que ali esteve instalado até ao 25 de Abril de 1974. Actualmente restaurado, encontra-se sob a guarda da delegação do Norte da Associação de Comandos que ali mantém um pequeno museu histórico-militar e uma programação de eventos culturais e de animação, aberta ao público.
Castelo do Queijo - Fonte: "pt.wikipedia.org"
Rua do Castelo do
Queijo, ainda com casa sobre a praia, em 1903 - In revista "Brasil-Portugal”, nº 96, de 16 de Janeiro de 1903
A casa, à esquerda,
da foto anterior, tinha nas suas traseiras um mirante, que ainda hoje subsiste,
e pode ser observado na foto seguinte.
Mirante da Praia do Homem do Leme nos anos 20 - In “portoarc.blogspot”
Casa José Prata de
Lima – Fonte: Google maps
A foto anterior é da
moradia emblemática da Avenida de Montevideu, existente no nº 644 (esquina com
a Rua Pêro da Covilhã), é um projecto do arquitecto José Porto (1883-1965),
autor de imensas obras espalhadas por várias cidades, inclusivamente pelas
ex-colónias, e para sempre ligado à Casa Manoel de Oliveira na Rua da
Vilarinha.
Actualmente a casa foi intervencionada pelo atelier de arquitectura Barbosa & Guimarães Arquitectos fundado em 1994 pelos arquitectos portuenses José António Vidal Afonso Barbosa e Pedro Luís Martins Lino Lopes Guimarães.
Actualmente a casa foi intervencionada pelo atelier de arquitectura Barbosa & Guimarães Arquitectos fundado em 1994 pelos arquitectos portuenses José António Vidal Afonso Barbosa e Pedro Luís Martins Lino Lopes Guimarães.
“O Salva-Vidas” ou
“Lobo do Mar” de 1937 - Henrique Moreira (1890-1979)
«Para lembrar a desaparecida estação salva-vidas e, sobretudo, para homenagear
esta “Gente marinheira de
têmpera, que enfrentava o perigo em favor do próximo”, em finais de 1936
o Comércio do Porto noticiava a decisão da Câmara Municipal de colocar a escultura “O Lobo-do-Mar” ou o “Salva-Vidas”, nome porque ficou
conhecida, da autoria de Henrique Moreira (1890 - 1979) no Jardim da
Avenida Brasil.
A escultura colocada entre a Pérgula e o
terraço da Esplanada, foi inaugurada em 1937».
Com a devida vénia a
Ricardo Figueiredo
Em sessão da Câmara
de 24 de Dezembro de 1936 o capitão Paulino Celestino de Sousa refere o
pagamento de 10 contos pela maqueta da escultura “O Salva-Vidas”.
Homem do Leme de
Américo Gomes
Na foto acima está a
escultura do Homem do Leme, quando foi colocada na Foz do Douro, 1938, após ter
estado exposta na I Exposição Colonial Portuguesa, organizada por Henrique
Galvão
Nessa exposição
realizada em 1934 no demolido Palácio de Cristal pretendeu-se simbolizar o
espírito do marinheiro, dos portugueses e da época dos descobrimentos e, aquela
escultura, constituía um modelo em gesso criado pelo escultor Américo Gomes.
O Homem do Leme
durante a Exposição Colonial – Fonte: “doportoenaoso.blogspot.pt”
“Terminada a Exposição Colonial e perante a
qualidade da obra, foi criada uma Comissão para o Levantamento na Foz do Douro
da escultura “O Homem do Leme” com o objetivo de a reproduzir em bronze, tendo
o trabalho sido executado em 1937 na oficina de Bernardino Inácio.
Em 1938, a Câmara Municipal do Porto
deliberou a sua colocação no local onde está atualmente, a avenida de
Montevideu na Foz do Douro, para o que foi desenhado um novo pedestal, pelo
arquiteto Manuel Marques (1890-1956).
Ainda no mesmo ano de 1938, foi publicado um
Livro O Homem do Leme, com
textos, poemas, desenhos, partituras de composições musicais, todos com datas
entre 1936 e 1938. De entre as diversas personalidades que participam neste
livro destacam-se as directamente ligadas à Exposição como o capitão Henrique
Galvão, e personalidades como o Cardeal Patriarca e o Bispo do Porto, o
comandante Gago Coutinho, o engenheiro Ricardo Severo, o escultor Teixeira
Lopes e a actriz Palmyra Bastos. Ainda os poetas Teixeira de Pascoaes, António
Corrêa d’Oliveira, Eugénio de Castro, Afonso Lopes Vieira e Martha de Mesquita
da Câmara, os pintores Carlos Reis, José de Brito, Alberto de Sousa, António
Costa, os músicos José Viana da Motta, Guilhermina Suggia, Cláudio Carneiro,
Óscar da Silva e Armando Leça, os escritores Aquilino Ribeiro, Júlio Dantas e
Carlos Passos e os professores Joaquim de Carvalho, Damião Peres, Hernâni
Cidade e Aarão de Lacerda.
No livro, ainda uma lista de 270 pessoas que
contribuíram para a transposição da escultura para bronze e a sua colocação na
Foz do Douro”.
Com a devida vénia a
Ricardo Figueiredo
Jardim ladeando a Avenida de
Montevideu c. 1920 - Fonte: “doportoenaoso.blogspot.pt”
Jardim ladeando a
Avenida Montevideu antes da colocação da estátua do Homem do Leme - Fonte: “doportoenaoso.blogspot.pt”
Palacete Andresen
O palacete emblemático
da foto anterior foi mandado construir por Alberto Henrique Andresen em 1897, tendo
sido vendido em 2017, ao mesmo operador
hoteleiro que lançou o Hotel Teatro, na baixa da cidade, pela família Moreira.
Em 1924, já estava nas mãos da família Moreira, sendo, por isso, também conhecido como Palacete dos Moreira.
Em 1924, já estava nas mãos da família Moreira, sendo, por isso, também conhecido como Palacete dos Moreira.
Pedido de licenciamento no qual Joaquim Alves Moreira é o requerente - Fonte: AHMP
Aquário Augusto
Nobre em 28/7/1907 - Ed. Comércio do Porto
Exterior e interior
do aquário - In “portoarc.blogspot”
Sobre o aquário Augusto Nobre (irmão do poeta António Nobre) pode ler-se o seguinte artigo transcrito
em “portoarc.blogspot”:
"A história
do ensino e da investigação em Zoologia e Biologia na Universidade do Porto não
ficaria completa sem se referir o nome de Augusto Nobre. Ao professor e biólogo
da Faculdade de Ciências, fundador de um dos primeiros institutos de
investigação da U. Porto - o Instituto de Zoologia da FCUP (1921) - deve-se a
criação, no início do século XX, do primeiro laboratório marítimo no Porto. Em
1914, este daria origem à Estação de Biologia Marítima da Foz, organismo onde,
no Verão de 1927, abriu ao público o primeiro aquário da cidade do Porto: o
conhecido Aquário da Foz.
Combinando numa
mesma estrutura espaços vocacionados para o ensino da Zoologia, investigação em
Biologia Marítima e divulgação científica, a Estação/Aquário apresentava já uma
visão moderna e democrática do conhecimento científico. “Do mesmo passo que
abre aos professores e estudantes os seus bens acondicionados, laboratórios,
onde o estudo se torna agradável e produtivo, franqueia às pessoas dotadas de
curiosidade, o ensinamento proveitoso que dimana da observação em flagrante da
natureza viva, proporcionando ao público e aos estudiosos, em recinto
apropriado e aprazível, as belezas naturais, a fauna e a flora das regiões do
norte do país”, relatava O Comércio do Porto poucos dias antes da abertura do
espaço ao público.
Numa visita ao
Aquário, os visitantes poderiam encontrar vários tanques e terrários repletos
de espécies da flora e fauna marítima, mas também “numerosos exemplares de água
doce e mesmo animais terrestres, ou anfíbios” recolhidos pelos investigadores
da estação. Espécies que, do ponto de vista científico, podiam ser estudadas
“comodamente tanto nas piscinas como nos laboratórios excelentemente providos
do melhor instrumental para trabalhos desta natureza”.
Espaço
emblemático na memória da cidade, o Aquário da Foz manteve-se aberto ao público
até 1965, ano em que os avanços do mar e a crescente deterioração do edifício
obrigaram ao seu encerramento. Mas, a componente científica manteve-se. Depois
de recuperado, o edifício passou a albergar projectos de investigação no âmbito
da Biologia Marinha, Ecologia, Etologia, Impacto Ambiental, Pescas, Nutrição de
Peixes e Aquacultura. Paralelamente a Estação continua a funcionar como sala de
aula e laboratório para os estudantes de Biologia da FCUP”.
In site da
Universidade do Porto.
Estação de Zoologia
Marítima – Ed. AHMP; Fonte: “doportoenaoso.blogspot.pt”
Em memória de D. João
VI, Portugal ofereceu à cidade do Rio de Janeiro, durante as comemorações do IV
Centenário da fundação daquela cidade, uma colossal estátua equestre, obra de
Salvador Barata Feyo, tendo ficado com uma cópia fundida em bronze, inaugurada
em 1966 na Praça de Gonçalves Zarco, orientada na direcção daquela cidade
brasileira.
Durante a renovação
do local, operada pela Porto 2001, Capital Europeia da Cultura, a estátua foi
apeada do pedestal de granito original e colocada na plataforma onde se
apresenta actualmente.
No Rio de Janeiro, a
escultura encontra-se na Praça 15 de Novembro.
Estátua de D. João VI actualmente - Ed. MAC
Estátua de D. João VI antes da intervenção na praça
Desde o Castelo do Queijo até à praia do Molhe contam-se
nesse sentido as seguintes praias: do Homem do Leme, do Aquário e do Castelo do
Queijo.
Praia do Castelo do Queijo em 1970 - Ed. Delcampe
Café Belavista ao Castelo do Queijo em 1971
Praia do Homem do Leme – Ed. “feriasportugal.com”
Toda a área atrás
referida no presente item, abrange as freguesias da Foz do Douro e de Nevogilde
que a partir de 29/9/2012 se juntaram numa união de freguesias com a vizinha
Aldoar tendo a junta da união, passado para a Rua da Vilarinha, na foto abaixo.
Sede da união das freguesias
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