21.18 Palacete
Monteiro Moreira (demolido)
Neste palacete localizado na antiga Praça das Hortas, durante
quase 100 anos, funcionou a Câmara.
Esse edifício era uma casa nobre destinada a habitação, mandada
fazer por volta de 1721 por Monteiro Moreira e sua mulher, Josefa Joana
Salazar, moradores, ao tempo, na velha Rua de S. Miguel. Pela morte deste
casal, o edifício passou à posse de seu filho, o capitão Manuel Eleutério
Monteiro
Entretanto, já no fim de Maio de 1752, o palacete da Praça
das Hortas já não era habitado pelos seus proprietários e tinha recebido o
tribunal da Relação que, à data, peregrinava por vários locais da cidade.
Aquele tribunal depois de mais um périplo por outros locais,
aqui tinha voltado e, aí estava em 1788, segundo o Padre Agostinho Rebelo da
Costa.
A vontade da Câmara para se instalar no palacete era já antiga.
Primeiro, foi a Administração do Tabaco que, em 1794, desejava
comprar o palacete, para nele instalar, as fornalhas de uma fábrica de
charutos. Protestou a Câmara e, em reunião de 30 de Dezembro, daquele mesmo
ano de 1794, apresentou os argumentos que julgou importantes para a aquisição
do imóvel.
Além de considerarem como ideal a localização da casa da
Câmara na Praça Nova das Hortas, os vereadores argumentavam que o
edifício iria acolher, além dos serviços camarários, o Depósito Público,
instituído havia pouco, e o Senado da Relação, que tinha sido obrigado a
abandonar as instalações que tinha para os lados do Olival.
Mas, só em Outubro de 1815, a Câmara do Porto obteve
autorização para dispor da verba necessária para a aquisição do edifício, dada pelo príncipe
regente, que era o futuro D. João VI. Seriam utilizados na transacção os dinheiros
do cofre da cidade onde se recolhiam "os sobejos das sisas".
Por essa altura, o edifício pertencia a Inácio Leite Pereira
de Almada Pinheiro Moreira, que residia em Guimarães.
Entretanto, a Companhia de Agricultura das Vinhas do Alto
Douro também apareceu à última hora como interessada na compra do palacete,
que acabou mesmo por adquirir, efectivamente, em 13 de Março de 1816, mas
devido ao protesto da Câmara, acabaria por cedê-lo pela verba de 26 contos de
reis pelo qual o tinha comprado.
As obras de adaptação do edifício às novas funções duraram
três anos. Os senhores vereadores instalaram-se nos novos paços do concelho em
21 de Agosto de 1819.
Palacete a funcionar como Câmara e encimando o frontão a
estátua “Porto” – Gravura de J. Villanova de 1833
A Câmara – Ed. Alberto Ferreira - P. da Batalha – Porto
Palacete de Monteiro Moreira da 1ª metade do século XVIII
Em 1 de Fevereiro de 1916 começariam os trabalhos de
demolição do edifício da Câmara Municipal, que seria acolhida no Paço Episcopal
na Sé, para que fosse possível a abertura da actual Avenida dos Aliados.
O Palacete Monteiro Moreira está por terra em 1916
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