quarta-feira, 4 de outubro de 2017

(Continuação 17)

21.18 Palacete Monteiro Moreira (demolido)

Neste palacete localizado na antiga Praça das Hortas, durante quase 100 anos, funcionou a Câmara.
Esse edifício era uma casa nobre destinada a habitação, manda­da fazer por volta de 1721 por Monteiro Moreira e sua mulher, Josefa Joana Salazar, moradores, ao tempo, na velha Rua de S. Miguel. Pela morte deste casal, o edifício passou à pos­se de seu filho, o capitão Manuel Eleuté­rio Monteiro
Entretanto, já no fim de Maio de 1752, o palacete da Praça das Hortas já não era habitado pelos seus proprietários e tinha recebido o tribunal da Relação que, à data, peregrinava por vários locais da cidade.
Aquele tribunal depois de mais um périplo por outros locais, aqui tinha voltado e, aí estava em 1788, segundo o Padre Agostinho Rebelo da Costa.
A vontade da Câmara para se instalar no palacete era já antiga.
Primeiro, foi a Administração do Tabaco que, em 1794, dese­java comprar o palacete, para nele instalar, as fornalhas de uma fábri­ca de charutos. Protestou a Câmara e, em reunião de 30 de Dezembro, daquele mes­mo ano de 1794, apresentou os argumentos que julgou importantes para a aquisi­ção do imóvel. 
Além de considerarem como ideal a lo­calização da casa da Câmara na Praça Nova das Hortas,  os vereadores argu­mentavam que o edifício iria acolher, além dos serviços camarários, o Depósito Público, instituído havia pouco, e o Sena­do da Relação, que tinha sido obrigado a abandonar as instalações que tinha para os lados do Olival.
Mas, só em Outubro de 1815, a Câmara do Porto obte­ve autorização para dispor da verba neces­sária para a  aquisição do edifício, dada pelo príncipe regente, que era o futuro D. João VI. Seriam utilizados na transacção os di­nheiros do cofre da cidade onde se reco­lhiam "os sobejos das sisas"
Por essa altura, o edifício pertencia a Inácio Leite Pereira de Almada Pinheiro Moreira, que residia em Guimarães.
Entretanto, a Companhia de Agricultu­ra das Vinhas do Alto Douro também apa­receu à última hora como interessada na compra do pa­lacete, que acabou mesmo por adquirir, efectivamente, em 13 de Março de 1816, mas devido ao protesto da Câmara, acabaria por cedê-lo pela verba de 26 contos de reis pelo qual o tinha comprado.
As obras de adaptação do edifício às novas funções duraram três anos. Os senhores vereadores instalaram-se nos novos paços do concelho em 21 de Agosto de 1819.


Palacete a funcionar como Câmara e encimando o frontão a estátua “Porto” – Gravura de J. Villanova de 1833


A Câmara – Ed. Alberto Ferreira - P. da Batalha – Porto


Palacete de Monteiro Moreira da 1ª metade do século XVIII


Em 1 de Fevereiro de 1916 começariam os trabalhos de demolição do edifício da Câmara Municipal, que seria acolhida no Paço Episcopal na Sé, para que fosse possível a abertura da actual Avenida dos Aliados.


O Palacete Monteiro Moreira está por terra em 1916

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