segunda-feira, 16 de outubro de 2017

(Continuação 26) - Actualização em 10/01 e 11/10/2019 e 17/01/2021



Solar dos Correia Montenegro (demolido)


Este solar situado na Sé foi dos Correia que, mais tarde, seriam condes de Castelo de Paiva.



Solar dos Correia Montenegro



Solar dos Correia com a Rua Escura a desenvolver-se no centro da foto



Solar dos Correia observado da Calçada de Vandoma



Localização do Solar dos Correia (1) e do Aljube (2), na Planta de Telles Ferreira (1892)



Solar dos Correia


Na foto anterior está o Solar dos Correia em 1951, na confluência da Rua Chã com a Rua Escura. Ao fundo, à direita, é possível observar as torres da Câmara e da igreja da Trindade. 




Palacete de Manoel Alves Soares



Esta residência conhecida como Palacete Manoel Alves Soares, um capitalista ligado, entre muitos outros empreendimentos, ao Jornal “O Primeiro de Janeiro” e à Empresa Fabril do Norte, foi, de facto, mandada construir em 1902, por José Zagalo Ilharco (Lamego 1860 - 1910 Porto), um fotógrafo amador, premiado nacional e internacionalmente, que se dedicou primordialmente à fotografia de paisagem, mas também  ao retrato de familiares, de amigos e dos ambientes em que viveu.
Manoel Alves Soares terá, então, comprado o palacete aos herdeiros de José Zagalo Ilharco.
José Ilharco era filho do General José Joaquim Ilharco de Sousa Cardoso e de Maria Cândida do Couto Zagalo. 
Na cidade do Porto, onde se fixou ainda jovem, acabaria por contrair matrimónio com Angelina Ribeiro de Moura.
O casal teve um filho único, Norberto de Moura e Melo Zagalo Ilharco (1883-1958), também fotógrafo amador, casado com Maria Helena de Magalhães Carneiro (1882-1965).
Norberto Zagalo Ilharco residiu, entre 1918 e 1930, na “Vila Palma”, na antiga Rua Central, actual Rua Augusto Cardia Pires, em Leça da Palmeira.


 

Norberto Zagalo Ilharco e a esposa, na “Vila Palma”, em Leça da Palmeira



“Vila Palma, antes e actualmente



José Zagalo Ilharco foi sócio fundador e director do Real Velo Club do Porto, gerente da companhia de seguros "A Equitativa do Porto" e director da agência no Porto da companhia de seguros "A Nacional".
Sendo um amante da horticultura, havia de em colaboração com Jacinto Matos, de criar em volta da sua casa, na Avenida da Boavista, o chamado Parque Zagalo Ilharco, jardim que rodeava a vivenda mandada construir em 1902.



 
Licença de obra nº 211, de 1902, referente ao palacete de José Zagalo Ilharco



Ponte dos Arcos em Matosinhos, em 1889 – Ed. José Zagalo Ilharco
 

Velódromo do Real Velo Club do Porto, em 1893 – Ed. José Zagalo Ilharco


Palacete na Avenida da Boavista, nº 2609






Palacete de Júlio Costa
 

António Júlio da Costa foi um empresário e capitalista, nascido em 1855, na Vila de Chacim e falecido em 13 de Abril de 1913.
O projecto do palacete situado na Avenida da Boavista, nºs 2483-2521, é de 1907.

 
 
Desenho de muro de vedação e portões de acesso ao jardim do Palacete de Júlio Costa, anexo a pedido de licenciamento de 1909 – Fonte: AHMP

 
 

Construção do Palacete, na Avenida da Boavista, de António Júlio da Costa, na foto acompanhado por Hugo da Paz dos Reis e a irmã, Hilda Reis – Fonte: Centro Português de Fotografia


Na foto acima, o palacete que se observa é o da família Gilbert e o pinheiro é o tal famoso “Pinheiro Manso”.
O palacete de Júlio Costa situava-se, em frente, no outro lado da Avenida da Boavista, em terreno onde estão as pessoas que se deixaram fotografar.




Palacete de Júlio Costa
 
 
 

Palacete de Júlio Costa, em 2009 – Fonte: Google maps
 
 
 

Palacete de Júlio Costa, em 2021 – Fonte: Google maps










Esta moradia (que praticamente já não existe) ficava na Avenida Marechal Gomes da Costa, nº 1103, na artéria que já foi Avenida do Gama.
Estava situada no gaveto daquela avenida e da Rua Fernão Lopes de Castanheda, tendo sido inspiração do mesmo arquitecto dos Armazéns Frigoríficos em Massarelos – Januário Godinho (Almeida).
Presentemente, parte da moradia foi aproveitada para dar lugar a um projecto que contempla um condomínio habitacional de luxo, e no qual foram aproveitados alguns (poucos) elementos arquitectónicos da construção primitiva.
Daniel Maria Vieira Barbosa (Porto, 13 de Julho de 1908, Cascais, 12 de Maio de 1986), conhecido como Daniel Barbosa, licenciou-se em Engenharia Civil pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto em 1935, onde foi professor.
Transfere-se, em 1952, para o Instituto Superior Técnico da Universidade Técnica de Lisboa para chefiar, como professor catedrático, o ensino da Economia. Foi ainda ministro de Salazar em 1947-48 (Ministro da Economia apelidado do “Barbosa das Farturas”) e Ministro da Indústria e Energia (1974), no governo de Marcelo Caetano.



Casa Daniel Barbosa (obra de 1936) em 2015



A moradia pertenceu, portanto, ao Prof. Daniel Barbosa e teve licença de construção nº 295/1936, de 3 de Março.
O primeiro registo de propriedade é de 1956.
Em 1967, passou para as mãos da Associação Rainha D. Beatriz - uma associação de solidariedade social.
Em 1979, por Portaria, o imóvel foi integrado no Centro Distrital da Segurança Social do Porto.
A partir do início dos anos 80 do século passado, a moradia ficou conhecida de inúmeros portuenses, pois, lá se apresentaram a “Juntas Médicas” do “Núcleo de Verificação de Incapacidade”.
Em 2014, ao abrigo do Decreto-Lei nº. 112/2004, de 13 de Maio, o imóvel transitou para o Património do Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social, IP.
Em 2015, através de “Concurso de Alienação de Imóveis”, o imóvel foi vendido.
Durante o ano de 2019, um condomínio de luxo começaria a ser implantado no local da moradia.
Diga-se, em complemento, que a Associação Rainha D. Beatriz foi constituída em 1964 e viu os seus primeiros estatutos aprovados por Despacho Ministerial de 15 de Junho de 1964, publicado no então Diário do Governo nº 150, 3ª Série, de 27/06/1964.
A Associação Rainha D. Beatriz, hoje sita na Rua da Cerca 388 (à Foz Velha), tem acordo de cooperação com o Instituto de Segurança Social, funcionando como um lar para 31 idosas.

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