quarta-feira, 18 de outubro de 2017

(Continuação 27)

Palacete do Conde de Azevedo ou Palacete dos Azevedo aos Carvalhos do Monte (Largo 1º de Dezembro)


“Desconhece-se quando terá sido construído o Palácio do Conde de Azevedo – também conhecido como Casa de Santo António do Penedo –, mas o histórico imóvel, que agora está a ser reabilitado, foi casa de um visconde culto e Repartição da Fazenda.
Casa de Santo António do Penedo ou Palácio do Conde de Azevedo, casa nobre sita na Rua Saraiva de Carvalho (outrora Santo António do Penedo). Desconhece-se quando foi construída, mas terá pertencido aos Pereira de Sampayo.
Em 1771, foi concluída a escadaria, aquando do rebaixamento da rua.
Vendida ao 1º Visconde de Azevedo, Francisco Lopes de Azevedo Velho da Fonseca Barbosa Pinheiro Pereira e Sá Coelho (1809-1876), provavelmente por volta de 1858.
No mesmo ano, o visconde requereu à Câmara licença para remodelar o palácio e anexar-lhe um prédio contíguo.
(…) Em 1887, a casa foi vendida ao Estado que ali instalou a Repartição da Fazenda. Encontrava-se há vários anos desocupada, (…) ”.
Com a devida vénia a César Santos Silva


Palacete do Conde de Azevedo – Fonte: César Santos Silva, In “porto24.pt”



Este palacete há anos ao abandono acaba de ser recuperado com projecto do arquitecto Nuno Pinto Cardoso, dentro dum programa de  habitação colectiva com19 unidades de alojamento: 
5 apartamentos em Estúdio
9 Unidades com 1 Quarto Duplo
5 Unidades com 2 Quartos Duplos.


“O Palácio dos Condes de Azevedo é um edifício com elevado interesse patrimonial localizado no centro da cidade. Com efeito, o edifício encontra-se referenciado na história da arquitetura como uma das melhores obras de transição do século XVII para o século XVIII. Este edifício arquitectónico de traço neoclássico é constituído por um piso térreo e por um andar nobre. No alçado principal do andar nobre é possível visualizar que as sacadas apresentam grades do tipo seiscentista, com 11 janelas às quais estão associadas alternadamente entre frontões triangulares e semicirculares. O projecto de reabilitação levado a cabo, interpreta e incorpora o legado cultural, patrimonial e histórico do Palácio dos Condes de Azevedo, numa intervenção de reabilitação consentânea com o elevado valor patrimonial do edifício”.
Fonte: “premio.vidaimobiliaria.com”


Palacete do Conde de Azevedo antes da última intervenção


Traseiras do Palacete do Conde de Azevedo - Fonte: “premio.vidaimobiliaria.com”


Palácio dos Condes de Azevedo - Fonte: “premio.vidaimobiliaria.com”


Este palacete localizava-se numa área da cidade chamada de Carvalhos do Monte, interior às muralhas da cidade, perto de um postigo transformado, posteriormente, na Porta do Sol, com um vasto terreno contínuo, para além dela que, até às Fontainhas, era denominado de Vale da Asna.
Os terrenos deste vale foram propriedade até ao século XVII aos fidalgos da Honra de Barbosa, Lugar de Barbosa, em Rãs, Penafiel, D. Francisco de Azevedo e Ataíde e a sua mulher, D. Maria Brito e Noronha.
O visconde de Azevedo descenderia, assim, daqueles fidalgos.
A "Honra de Barbosa", território com privilégios especiais, foi um conjunto formado por solar, torre, residência, pelourinho, prisão, fonte e capela, sendo que, a residência senhorial com torre ameada, foi fundada no século XII por Mem Moniz de Ribadouro, irmão de Egas Moniz.
 
 

Honra de Barbosa
 
 

Pelourinho da “Honra de Barbosa”



O visconde e, depois, conde de Azevedo (Marrancos, Vila Verde, 21 de Fevereiro de 1809 - Porto, 25 de Dezembro de 1876)  foi, ainda jovem, interveniente nas lutas liberais, ao lado dos realistas teve uma passagem pela política, tendo sido, sobretudo, um bibliófilo. 
Em 1846, chegou a ser governador civil de Braga e Deputado às Côrtes em 1851.
Ficou célebre a sua livraria, que doou em testamento a seu sobrinho o 2º conde de Samodães.
Como escreveu Pinho Leal na sua obra “Portugal Antigo e Moderno”, em 1876, o conde de Azevedo era proprietário de uma das bibliotecas particulares mais dotadas da cidade do Porto, a par da biblioteca da Associação Comercial.

 
 
 



 
A biblioteca do 1º conde de Azevedo que passou para o 2º conde de Samodães, seria leiloada pelos herdeiros deste, em Lisboa, nos últimos dias de Maio de 1921 e, a parte restante, em Novembro de 1922. 
Possuindo a sua residência principal, no Porto, o conde de Azevedo, que obteve este título no mês do seu falecimento, tinha uma outra, alternativa, na Póvoa de Varzim, que é a sede do Museu Poveiro. No Porto e na Póvoa, reunia cenáculos culturais. Na casa do Porto, instalou uma tipografia particular onde fez imprimir algumas raridades bibliográficas, em tiragens limitadas.

 
“Escreveu alguma prosa de ficção, alguma poesia e artigos de apreciação crítica, traduziu Virgílio e Cervantes. Ajudou a salvar a Gramática da Linguagem Portuguesa, de Fernão de Oliveira, primeira gramática da nossa língua, publicada originalmente em 1536, e que ele republicou.
(…) Era casado com Maria José Carneiro da Grã Magriço que nasceu em 6 de agosto de 1804, da Casa dos Carneiros, na Póvoa de Varzim; Maria José Carneiro da Grã Magriço era descendente do Morgado Pedro Carneiro da Gram da Freguesia de Balazar, Concelho da Póvoa de Varzim, deste casamento não houve filhos”.
Fonte: “wikiwand.com/”
 
 
 

Museu Poveiro
 
 
 

Notícia do falecimento do conde de Azevedo, In “Jornal do Porto” de 27 de Dezembro de 1876

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