No ano de 1868, Serafim
Ribeiro apresentou proposta para a construção da sua futura habitação. Aquela personagem pertenceu à mesa
administrativa da Irmandade do Santíssimo Sacramento e Senhor do Bonfim e
Boa-Morte.
Prédio na Rua do Bonfim, nº 328/ 334 (antes de ser
intervencionado) e Fábrica de Tecidos do Bonfim, à direita – Fonte: Google maps
Em 1883, Serafim Ribeiro terá solicitado licença para
acréscimo de um novo piso, com a introdução de um terraço e portais em arco
quebrado, destacando-se o prédio pela sua fachada coberta de azulejos de
tonalidade azulada e branca em contraste com o vermelho sangue das janelas e
das portadas.
Em 1921, o prédio foi adquirido por Manuel Pinto de Azevedo que
detinha, desde há alguns anos, a sua Fábrica de Tecidos do Bonfim, mesmo ali ao
lado.
Prédio na Rua do Bonfim, nº 328/ 334 (depois de ser
intervencionado) e Fábrica de Tecidos do Bonfim, à direita – Fonte: Google maps
Casa dos Freire
Situa-se na Rua D. Hugo data de finais do século XVII,
princípios do XVIII. Tem dois pisos e possui o brasão dos Coutinhos, Pereiras,
Andrades e Bandeiras.
No séc. XVIII o edifício sofreu algumas modificações. O
portal que dá acesso ao átrio da casa é encimado por cartela com escudo
esquartelado e sobrepujada por coroa. No andar nobre há seis janelas de peito
três de cada lado do brasão.
Nesta casa está presentemente sedeada a Fundação Guerra
Junqueiro.
É provável que a casa tenha pertencido primordialmente, ao
arcediago Luís de Magalhães da Costa, instituidor do morgadio de Oliveira do
Douro. António Mateus Freire de Andrade Coutinho Bandeira herdaria a casa do
arcediago que foi seu avô, tendo mandado brasonar a fachada da mesma.
Na viragem do século XVIII para o XIX viveu nesta casa, António
Mateus Freire de Andrade Coutinho Bandeira (1747-1820), com sua mulher D.
Tomazia Joaquina de Mendonça Cardoso Figueira de Azevedo.
A casa seria vendida à Câmara Municipal do Porto e alberga,
hoje, o museu da Fundação Maria Isabel Guerra Junqueiro cuja primeira fase de
instalação ocorreria em Abril de 2000, com a consequente abertura ao público, localizando-se
mesmo em frente à Casa-Museu Guerra Junqueiro.
O espólio do Museu da Fundação Maria Isabel Guerra Junqueiro
é constituído por antiguidades de diversas origens, adquiridas por Guerra
Junqueiro durante a sua vida, numa actividade que era uma verdadeira paixão.
Casa dos Freire de Andrade
Casa dos Freire de Andrade – Ed. IRSU, SIPA
Situada na Rua da Vilarinha, n.º 477, projectada em 1939, pelo
arquitecto José Porto (1883-1965), foi morada do cineasta por mais de quatro
décadas.
Os arquitectos Viana de Lima, na decoração dos interiores e Cassiano
Branco desenharia os espaços exteriores, colaboraram nos acabamentos da moradia.
Aqui viveu Manuel de Oliveira e constituiu família – quatro filhos
e sete netos – durante quatro décadas.
Após a revolução do 25 de Abril de 1974, perdeu-a na sequência
de uma hipoteca para pagar um empréstimo que fizera para a remodelação da fábrica
de malhas fundada pelo seu pai.
Quando abandonou a casa Manuel de Oliveira rodou um filme intitulado
“Visita ou Memórias e Confissões” com texto de Agustina Bessa Luíz.
A casa, a partir de então, foi adquirida por um médico e, depois,
por um empresário nortenho do sector imobiliário.
A moradia seria sucessivamente intervencionada pelos arquitectos
Eduardo Souto Moura, Gonçalo Ribeiro Teles, Alexandre Burmester e Maria de Fátima
Burmester, sendo dotada de um court de ténis, piscina e ginásio.
Em Dezembro de 2013, foi classificada como Imóvel de
Interesse Público, no 105º aniversário do realizador.
Casa Renascença (demolida)
Este palacete, já demolido, foi construído na Rua do
Príncipe da Beira (Rua 5 de Outubro).
Teve licença de construção n.º 765, de Maio de 1912,
solicitada por Albertina de Albuquerque, como sua proprietária.
O projecto esteve a cargo do mestre-de-obras Manuel Ferreira
da Silva Janeira, muito requisitado na época.
Entre as muitas obras de Manuel Ferreira da Silva Janeira é
de destacar o prédio da Avenida Brasil, n.º 523, de estilo “Art Nouveau”, recentemente remodelado, situado
junto da casa onde morreu o poeta António Nobre, já demolida (Agosto de 2018).
À esquerda, a casa do irmão do poeta António Nobre, onde
faleceu o poeta e, à direita, o prédio da responsabilidade de Manuel Ferreira
da Silva Janeira, com projecto de 1912, mandada erguer por António Rodrigues
Cardoso
Edifício da Praça Teixeira
de Pascoaes
Este edifício localiza-se ao cimo da Rua de Santos Pousada,
com fachada principal voltada para a Praça Teixeira de Pascoaes, no local pelo
qual passava a Viela do Seixal, que se dirigia para norte e há muito
desaparecida, passando pelas traseiras do Campo do Luso e da fábrica Matos
& Quintans (ambos já desaparecidos e que apresentavam frente para a Rua da
Alegria), da qual, hoje, apenas resta um pequeno troço denominado Rua do Seixal.
“Há uns 20 anos tentei
procurar o projecto desse edifício na Câmara Municipal, mas à época não o
conseguiram encontrar. Contudo, existe uma referência ao edifício projectado em
1956 na tese de mestrado do arq. Mário Mesquita ("Processo e forma urbana
no Porto: 1880-1980: formação e consolidação do tecido urbano na zona das
Antas"), que identifica a autoria dos arquitectos
António Machado e Manoel Rodrigues, conforme referi na minha prova final de
licenciatura”.
Cortesia do arquitecto José Pedro Galhano Tenreiro
Cortesia do arquitecto José Pedro Galhano Tenreiro
À data, acabado de inaugurar, na ficção cinematográfica, alojava o atelier de alta-costura onde trabalhava a protagonista do filme.
Durante muitos anos, no seu rés-do-chão, esteve um café muito do agrado dos jovens das redondezas, o “Café Príncipe”, que daria lugar, mais tarde, a uma loja das “Tintas Cin”.
"A Costureirinha da Sé" - Frame do filme
"A Costureirinha da Sé" - Frame do filme, sendo visível uma das características colunas revestidas com pastilha preta e as instalações do Café Príncipe
Por outro lado, o edifício em causa, de alojamento colectivo, apresentava uma arquitectura em voga, desde o início da década de 1950, que teve a sua concretização mais visível no chamado “Bairro das Estacas”, em Alvalade, Lisboa, com projecto final da autoria dos arquitectos, Rui Jervis Atouguia e Sebastião Formosinho Sanchez, constituído por vários blocos residenciais, exibindo galerias formadas por uma série de pilares e começado a construir em 1952.
No Porto, esse estilo arquitectónico teve expressão, entre muitos outros exemplos, também, num edifício localizado na Praça Dom Afonso V, junto da igreja do Cristo-Rei, com projecto da autoria do arquitecto Pereira da Costa.
Edifício na Praça Teixeira de Pascoaes – Fonte: Google maps
Edifício na Praça Dom Afonso V – Fonte: Google maps
Bairro das Estacas (vista obtida a partir da Avenida Frei
Miguel Contreiras), em Alvalade, Lisboa – Fonte: pt.wikipedia.org
Cortesia do arquitecto José Pedro Galhano Tenreiro
Edifício dos Oficiais do Exército – Fonte: Google maps
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