domingo, 30 de abril de 2017

(Continuação 12)

C.C.F.P. – 28 (Bogies), ou Fumista (8 Janelas)


Carro Eléctrico nº 314

“Estes carros foram construídos entre 1929 e 1930 nas oficinas da C.C.F.P. com projecto próprio. As suas principais características eram não ter lanternim e as janelas descerem abaixo do nível dos assentos, sendo constituídas por painéis inteiramente amovíveis para serem retirados no verão. Porém, depressa se verificou que o clima não permitia tal situação pelo que houve necessidade de adaptá-las a janelas de correr. Existiam oito janelas de cada lado. O tejadilho era liso, tinham truck rígido de dois eixos do tipo Brill 21-E e eram equipados com motores GE 270 e controllers GEB 54 E. Abaixo podemos observar o Carro Eléctrico nº 314, pertencente a este modelo”.
Fonte: Engº Fernando Pinheiro Martins


Carro Eléctrico nº 314, após transformação das janelas


Carro Eléctrico nº 315 e Atrelado nº 18  (Brill, 1934)


“De uma série de 16 veículos construídos nas oficinas da “Companhia Carris de Ferro do Porto”, de 28 lugares sentados de distribuição 2+1, com bancos em palhinha. Inicialmente as janelas eram amovíveis e retiradas no Verão, daí o termo fumista. O atrelado é idêntico ao Carro Eléctrico mas sem o trólei. Das principais características destacam-se os 2 motores General Electric (GE) 270 de 55 HP e Combinadores General Electric (GE) B 54 E”.
Fonte: Engº Fernando Pinheiro Martins


Carro Eléctrico nº 315 com o atrelado nº 18




C.C.F.P. - 40 (Bogies) ou Bogie Fumista (11 Janelas)


Carro Eléctrico nº 267 e 269

“Veículos construídos no ano de 1930, nas oficinas da “Companhia Carris de Ferro do Porto”, de 40 lugares sentados de distribuição 2+2, 4 bancos individuais nos cantos e 11 janelas amovíveis.
Foram construídos em 1930 nas Oficinas da C.C.F.P. depois dos carros C.C.F.P. - 28, idênticos a estes mas com bogies que também foram construídos nas mesmas oficinas.
Estes bogies eram similares aos BSJ Bergestablindustrie da série 266 a 269. Nas fotos abaixo, é possível visualizar o Carro Eléctrico nº 267 e o nº 269, pertencente a esta série.
Os trucks eram Brill 39 E e os motores BTH 114 DR (Britis Thomson and Houston) de 89 HP, com controllers Siemens de um lado e BTH do outro, substituídos mais tarde por controllers Kiep NF 51 de 9 pontos”.
Fonte: Engº Fernando Pinheiro Martins


Carros Elétricos nº 267 e nº 269


Carro eléctrico nº 267, após transformação das janelas



Belgas

Carro Eléctrico nº 288 e Carro Eléctrico nº 274

“Estes veículos foram adquiridos para substituir aqueles que foram destruídos no incêndio da remise da Boavista em 28 de Fevereiro.
De uma série de 10 veículos adquiridos no ano de 1928 à empresa Belga “Societé Anonyme des Ateliers de Construction de Etablissements Familieureux”, de 40 lugares sentados, são conhecidos por carros “belgas”. Das principais características destacam-se os 2 motores The British Thomson Houston BTH e combinadores Siemens Schukert”.
Fonte: Engº Fernando Pinheiro Martins



Carro Eléctrico nº 288

Este veículo pertencia a uma série de 10 carros elétricos que foram adquiridos pela Companhia Carris de Ferro do Porto à empresa belga "Societé Anonyme des Atelliers de Construction des Etablissements Familleureux” em 1928, razão pela qual ficaram conhecidos pelo nome de "carros Belgas”.
A aquisição destes carros ocorreu na sequência do incêndio acontecido em Fevereiro de 1928 na Remise da Boavista.
O "Belga” era olhado como o carro elétrico mais elegante de todos. Possui seis janelas laterais e cinco em cada uma das plataformas. Os 40 lugares sentados no interior são revestidos a palhinha, destacando-se ainda pelos candeeiros interiores e pelos seis ventiladores no tejadilho que permitiam a renovação do ar.


“Belga” nº 277 na Avenida Brasil - Ed. Agostinho Barbosa Pereira


O carro Eléctrico nº 277 já tinha janelas de abrir, pelo que era permitido fumar.


Carro Eléctrico nº 274 na Praça da Liberdade em 1930

Na foto anterior pode observar-se o “Belga” nº 274.

“O “belga” nº 274 é um dos 10 "belgas" construídos pelos "Atelliers de Construction Familleureux", na Bélgica, em 1928. Na foto acima ainda com o n.º original (274). Hoje em dia tem o n.º 284. Este foi o último eléctrico, da linha 1, a deixar Matosinhos no dia 11 de Setembro de 1993."
Pedro Rocha in Porto Desaparecido; Fonte: portoarc.blogspot.pt


Brill/STCP (Pipis)


Linha de montagem na Boavista dos “Pipis”



STCP-28

“Carros da série 350 a 373. O termo “pipis” deriva da sua elegância para a época pelos passageiros habituais dos Carros Eléctricos.
O STCP, logo a seguir ao resgate da C.C.F.P., em 1946, pretendeu construir novas viaturas de linhas simples e leves, só que devido ao período do fim da Guerra Mundial, não foram conseguidos bogies apropriados em tempo aceitável. Optou-se então por construir viaturas de dois eixos, de truck rígido. O material encomendado como motores BTH 89 HP 114 DR e controllers de nove pontos e ainda motores CGE de 68 CV comandados por equipamento semi-automáticos, foram colocados nos carros de bogies existentes, tendo sendo os equipamentos destes, tal como os outros recuperados de carros abatidos, aproveitados nos novos carros.
Eram carros unidireccionais que tinham local de entrada e saída unicamente de um dos lados.
Tinha 21 lugares sentados de distribuição 2+1, com bancos em madeira e de apenas uma porta lateral do lado direito accionada pelo guarda-freio e por isso o carro eléctrico que não permitia o “exercíco de saltar em andamento.
A sua utilização estava limitada às linhas com raquete nos seus términos. O truck era do tipo Brill-21E, com cadeiras de madeira sem estofos e tinham 28 janelas, o que originou a sua designação de carros STCP-28”.
Fonte: Engº Fernando Pinheiro Martins


O carro Eléctrico nº 364 (STCP-28)

Carro Eléctrico nº 373 com o atrelado nº 25

Carro Eléctrico nº 354



STCP-20


“Estes carros eram semelhantes aos STCP-28, apenas mais pequenos, com cinco janelas laterais, no lugar das sete e com 15 lugares sentados em vez de 21. Inicialmente destinados a atrelados, acabaram por ser transformados em carros motores onde foi aproveitado o equipamento eléctrico retirado de carros abatidos, dando origem à construção de seis novos carros”.
Fonte: Engº Fernando Pinheiro Martins


Carro eléctrico nº 401 (STCP-20)



Carro Eléctrico S-500 (Protótipo)


“Último carro a ser construído nas oficinas do Serviço de Transportes Colectivos do Porto, no ano de 1951. Veículo unidireccional, de 22 lugares sentados, com lugares sentados para o guarda-freio e cobrador”.
Fonte: Engº Fernando Pinheiro Martins


Carro Eléctrico S-500

O carro elétrico S - 500 foi desenhado e fabricado nas oficinas do Serviço de Transportes Colectivos do Porto (STCP) entre 1951 e 1952. Este veículo é um protótipo de uma série de carros que nunca chegaram a ser construídos. Embora na altura se pensasse que seria o primeiro carro de uma nova série de linhas modernas, acabou por ser o último a ser fabricado no Porto. Com uma visão futurista e linhas inovadoras, fazendo lembrar um autocarro, o carro elétrico S - 500 possuía também algumas inovações técnicas: portas de comando automático funcionando a ar comprimido, accionadas pneumaticamente pelo guarda-freio, campainha elétrica e escovas limpa pára-brisa. Este veículo foi também o primeiro carro elétrico na cidade do Porto a ter um lugar sentado para o guarda-freio e outro para o cobrador. O carro elétrico S-500 é um veículo unidirecional, possuindo um combinador na retaguarda para manobras de serviço e emergência. A sua limitação nos percursos em que circulava, exigindo uma raquete ou rotunda, levou à sua retirada de circulação em 1967.
No final dos anos 1940 e nos anos 1950 a STCP tinha planos para modernizar a frota antiga. No entanto, tal não se realizaria, excepto para algumas reconstruções e para a construção dos Pipis. Uma das ações realizadas foi a extensão das plataformas dos veículos existentes.


Carros de Obras e de Socorro e outros veículos de transporte de materiais


Pronto-socorro nº 1, Carro Torre

Pronto-Socorro – Fonte: Site “museudocarroelectrico.pt”




Carro Torre nº 49


“Carro Eléctrico construído no ano de 1932 nas oficinas da “Companhia Carris de Ferro do Porto”, com uma torre elevatória manual e oficina de apoio no interior”.
Fonte: Engº Fernando Pinheiro Martins


Carro Torre nº 49


Carro Torre – Motor Explosão Hansa Lloyd MM - 91-79 (cor verde) Hansa Lloyd MM - 91- 80 (cor cinza)


Veículos a gasolina, adquiridos na Alemanha no ano de 1929, pela “Companhia Carris de Ferro do Porto”, com uma torre elevatória manual.

Carros Torre Hansa Lloyd MM-91-79 e MM-91-80


Carro de Socorro e "Joaninha"


Destinavam-se estes veículos ao reboque de viaturas avariadas.


Carro de Socorro ainda puxado por mulas


O Carro de Socorro nº 76 rebocando um veículo avariado



Carro de Socorro nº 76 com “Joaninha”

A “Joaninha” na foto acima é um veículo simples de dois eixos, que se atrela a um carro motor, com um estrado, de forma a ser colocada debaixo da plataforma de qualquer Carro Eléctrico.


Carro de Obras para rectificação de carris


Estes veículos de arrnjos de carris danificados e no seu assentamento ou levantamento eram também conhecidos por esmeriladores (de esmerilar).


Carro Obras nº 48, hoje peça de museu




Vagoneta 80

“Veículo concebido para o transporte de peixe em canastras. Provavelmente construído pela “Companhia Carris de Ferro do Porto” no ano de 1932, com uma capacidade de 4.000 kg”.
Fonte: Engº Fernando Pinheiro Martins


Vagonete 80


Vagonetes – Fonte: Os Velhos Eléctricos do Porto; In: “portoarc.blogspot.pt”


Na foto acima veem-se vagonetes com malas de emigrantes para o Brasil, em trânsito para o Porto de Leixões.



Zorra nº 58 e Zorra nº 66


Veículos destinados ao transporte de carga, nomeadamente carvão e cinzas e de apoio ao Serviço de Via e Obras.


Zorras nº 58 e nº 66 

sábado, 29 de abril de 2017

(Continuação 11) - Actualização em 14/10/2020

Desenvolvimento da CCFP no início do século XX.
Numeração e renumeração dos veículos


Ao longo dos tempos, os carros eléctricos apresentaram três pinturas características: o ocre e o creme que remonta à década de 1950 e substituíram o amarelo e o branco, que foi adoptado na década de 1930 após um período em verde e branco.
Com a expansão da rede de carros eléctricos, passam a ocorrer alguns acidentes que, pela sua frequência, levam a que o Dr. Lopes Martins proponha, em 15 de Setembro de 1904, a colocação na frente dos veículos de redes de protecção que impedissem os peões atropelados de rolar para baixo dos carros e que, a saída dos passageiros se efectuasse, apenas, pelo lado esquerdo.
Mais tarde, seriam adoptadas, para o mesmo efeito, umas grelhas características.
Entretanto, os carros eléctricos tipo Brill semi-convertíveis, eram os mais numerosos e duradouros de todos os tipos de eléctricos do Porto.
Entre os anos de 1909 e 1912, a CCFP encomendou um total de 65 desses carros à firma “J. G. Brill” de Filadélfia.


"Em 1909, a Brill forneceu 20 eléctricos (números originais 251-270) de quatro rodas construídos de acordo com o design patenteado "Grooveless Post" semi-convertível.
As janelas deste tipo abrem para cima, entrando numa "bolsa" entre o tejadilho e o tecto, dado que o tecto destes eléctricos tem a forma de "barril".
Em 1910, uma segunda remessa de 25 eléctricos (números originais 271-295) deste tipo foi entregue por Brill. Os salões destes eléctricos eram 33 cm mais compridos, facto que pode ser reconhecido comparando a largura dos pilares dos cantos.
Em 1912 uma terceira remessa de 20 eléctricos (números originais 171-190) foi entregue praticamente igual à segunda remessa. Os salões destes eléctricos eram 7½ cm mais compridos."

Fonte: "tram-porto.ernstkers.nl/"



A partir de meados da década de 1920, as oficinas da CCFP, constroem novos eléctricos baseados naquele tipo, mas maiores.
Provavelmente também alguns carros de modelos mais antigos, foram usados ​​para fornecer peças para carros novos ou reconstruídos. Todo este processo durou cerca de 20 anos e a maioria dos dados sobre as reconstruções feitas perderam-se.
Existiram os seguintes sub-tipos do Brill:
Brill-23 (carros originais feitos pela Brill em 1909-1912);
Brill-28 (carros novos e reconstruídos feitos pelas oficinas em 1925-1937);
Brill-32 (carros novos feitos pelas oficinas em 1926-1928);
Brill-28 com Plataforma Salão (carros reconstruídos pelas oficinas em 1938-1946).
Embora este tipo de eléctrico se apresentasse obsoleto logo nos anos 30 do século passado, ainda assim a CCFP (antigo nome da STCP) construiu vários usando o mesmo chassis e caixa até aos anos 40, mais propriamente, entre 1925 e 1938.
A designação destes carros ficou ligada, ao seu truck rígido Brill 21 E.
Três desses carros com os números 112, 113 e 114, foram construídos inicialmente pela “Construtora”.
O processo de renovação da frota foi lento e com as reconstruções posteriores, os carros também ganharam portas de plataforma, degraus retrácteis e num caso, um telhado mais moderno. Nos anos posteriores, os degraus passaram novamente a ser fixos.
A maioria dos carros que foram alterados era do tipo Brill-23, mas, também o foram três carros Ingleses, e com origem na Construtora, um dos de 6 janelas e outro de 7 janelas.
Do original Brill-23 não existe actualmente nenhum, mas, vários desses eléctricos modernizados, ainda existem.



O nº 113 dos STCP foi um eléctrico do tipo Constructora de 7 janelas, que tem plataformas prolongadas e os degraus retrácteis – Ed. Tim Boric



O Eléctrico nº 131 dos STCP com degraus retrácteis e portas de plataforma



O STCP nº 124 – Fonte: Colecção Ernst Kers



O carro eléctrico da foto acima era um Brill-23, com plataformas estendidas e portas de plataforma, degraus retrácteis e, excepcionalmente, também com um telhado sem lanternim.
Desde sempre, os veículos tinham associado um número de identificação que, em alguns casos, sofreram alterações ao longo do tempo.
A situação, em 1934, era a mostrada no quadro seguinte.
 
 
 





 
 
A designação de Serviço de Transportes Colectivos do Porto surge em 1946, com o resgate duma concessão feita pela Câmara Municipal do Porto a um grupo de empresários, para o transporte de pessoas. Esta concessão durou 40 anos e cresceu sempre durante esse período.

 
 

Colocação de novos carris, na Praça da Liberdade, em meados da década de 1930

 
 

Construção de viaduto em S. Mamede de Infesta, em 1934, quando um Brill 28 com o nº 230 passava no local
 
 
Aquele momento da transição de detentor da concessão foi escolhido para ser feita uma renumeração profunda da frota.
 
 
 




Brill-23, Brill-28, Brill-28 com plataforma salão (7 Janelas) e Brill 32 (italiano)




Brill-23 (23 lugares sentados)

Em Fevereiro de 1940, havia ainda 38 eléctricos Brill-23.
Quando o STCP assumiu em 1946, ainda 27 carros permaneceram do tipo Brill-23, em parte ainda com antigos equipamentos elétricos.
Eles foram renumerados entre 120-146.
Uma parte foi depois reconstruída pela STCP como já vimos.



Brill-23 com nº 143



Carro elétrico n.º 122, em Dallas, EUA, em 2018 – Cortesia “Porto Desaparecido” (facebook.com/)



O carro elétrico da foto acima serviu na cidade do Porto, até ser adquirido pela americana "San Francisco's Municipal Railway", no final da década de 1970. Nos dias de hoje, presta serviço em Dallas.
Atendendo à numeração, deverá ser um “Brill-23”.




Um Brill-23 com o nº 128, em Arca d’Água - Ed. Porta Nobre


Na foto acima, um dos eléctricos que foram adquiridos novos, em Filadélfia, entre 1909 e 1912.



Brill-28 (28 lugares sentados)

Quando o STCP assumiu em 1946, havia 49 carros Brill-28, recebendo os números 150-168 e 170-199.
Se os carros eram construções totalmente novas ou se eram reconstruídos dos carros Brill-23, não se sabe exactamente.



Brill 28 com o nº 198 (adquirido em 1912) e, atrás, um outro Brill 28 com o nº 188 (adquirido em 1910)
 
 
Na foto acima, o carro eléctrico da linha 8 manteve o número durante a renumeração, enquanto o da linha 7, com o nº 188, antes tinha o nº 288.



Brill-28, nº 191. Antes era o nº 291, adquirido em 1910



Brill-28 com plataforma salão


Em muitos aspectos, semelhantes ao Brill-28, estes carros tinham plataformas mais longas que aumentavam a capacidade de passageiros em pé. Esta característica, presente antes apenas nos eléctricos Brill de bogie de 1926 a 1928, pode ser facilmente reconhecida pelas janelas estreitas perto das entradas. Mas foram instalados também truks extendidos (base das rodas de 2,25 m em lugar de 2,15 m) e freios de ar.
No total, foram renumerados 25 destes carros pelo STCP 169 e 200-223.
O STCP converteu o Brill-28 nº 160 para este tipo também.
Mais tarde, em muitos deles, embora não em todos, foram colocadas luzes traseiras e portas em lugar de grelhas retractéis.
Esta série constituía o tipo mais numeroso em circulação nos últimos anos do sistema de eléctricos clássicos no Porto.




Nº 203, Brill-28 com plataforma salão



Nº 205, Brill-28 com plataforma salão


Nº 213, Brill-28 com plataforma salão



Nº 218, Brill-28 com plataforma salão



Nº 220, Brill-28 com plataforma salão



Brill-32 (32 lugares sentados) ou Italianos (8 Janelas)


Em 1927/8 as oficinas da CCFP construíram esta série de 12 carros eléctricos de quatro rodas. Sob muitos aspectos são semelhantes aos do tipo Brill-28, sendo um pouco mais longos porque tem um salão com oito janelas em lugar de sete. Os seus motores originais com 55 hp foram substituídos pelo tipo italiano com motores de 68 hp. Esta foi a origem do seu apelido "italianos". Na renumeração dos STCP o nº 250 está no museu de Massarelos. Os 254 e 260 foram para os EUA e os 252 e 258 encontram - se em Buenos Aires (Argentina).


De uma série de 12 veículos construídos nas oficinas da “Companhia Carris de Ferro do Porto”, conhecidos por “italianos” devido à origem dos motores, de 32 lugares sentados com distribuição 2+2 e 2 lugares nos cantos, revestidos a palhinha. Das principais características destacam-se os 2 motores Companhia Generale Ellectricita (CGE) e Combinadores General Electric (GE) B 54 E”.
Fonte: Engº Fernando Pinheiro Martins



Carro Eléctrico nº 250, Brill-32



Parece ser um “Italino” (Brill-32)



O Eléctrico da foto acima que se vê a subir na década de 50 do século XX a Rua dos Clérigos, com a identificação nº 19 do percurso, fazia a ligação da Praça da Liberdade com Matosinhos, via Palácio.




Parece ser um “Italino” (Brill-32) da linha 4, ligando a Praça da Liberdade a Pereiró (via Carvalhosa), na década de 1940





Inglês (7 Janelas)


“Veículo Inglês nº 247 de 1925, com 23 lugares sentados de distribuição 2+1 (uma fila de dois lugares ao comprimento do veículo e outra de um, separadas por um corredor), bancos em palhinha e de 7 janelas”.
Fonte: Engº Fernando Pinheiro Martins




Carro Inglês nº 247



Carro Inglês, nº 205 na Praça da Liberdade c. 1912/3 – Colecção Ernst Kers



Já em 1909 a CCFP tinha ordenado a compra de cinco carros com 23 lugares de passageiros em bancos transversais, à UEC de Preston, na Inglaterra, observando-se um exemplar na foto acima. De notar que este modelo originalmente tinha a frente sem curvatura, tendo-a ganho nos exemplares que foram posteriormente reconstruídos já com os STCP.
A numeração original era 202-206, mas já em 1913 foi transformada em 296-300. Os equipamentos eléctricos vieram da Siemens-Schuckert.
Com a renumeração da CCFP em 1946 passaram a 175, 170, 247, 171 e 267. A STCP voltou a renumerar e os veículos ficaram numerados de 115 a 119.
Excepto para os 117 e 118 que também tem ampliado plataformas salões. Apenas o 119 conseguiu portas em vez de portas dobráveis.
O 115 e o 119 foram retirados em 1967, o 117 em 1973, o 116, após um acidente, no final de 1976. O 118, que funcionou até a década de 1980, sobrevive como 247 no museu de Massarelos.


Carros Eléctricos de Bogie



Bogie



Um bogie, bogia ou truque (do inglês: truck) constitui um conjunto de rodas, sapatas de freio, rolamentos, molas, eixos, cilindros de freio, barras estabilizadoras entre outras coisas. Todos os veículos ferroviários que têm dois ou mais conjuntos de rodas possuem bogies. Os carros e vagões antigos não dispunham de bogies e eram montados apenas com dois eixos (quatro rodas), mas com o progresso das estradas de ferro surgiu a ideia de colocar a caixa principal do vagão sobre dois veículos independentes pequenos, denominados "bogies".



Bogie Americano (10 Janelas) de 1904


Carro Eléctrico nº 249

“O carro 249 foi o primeiro carro com bogies no Porto. Foi encomendado em Junho de 1904, à firma J. G. Brill, tendo sido entregue em 1905. Tinha dois bogies Brill 27 G1 de rodas iguais e quatro motores, um por eixo. Em 1960 esses bogies foram, temporariamente substituídos por bogies similares aos dos carros eléctricos 270 e 277. Os quatro motores iniciais foram substituídos por dois motores GE 270 de 68 HP, um por bogie.
Em face do resultado satisfatório conseguido com este carro em linhas com pequenos declives, a C.C.F.P. decidiu adquirir trucks à companhia alemã Bergische Stahl Industrie of Remscheid (BSI) que, em 1920, conseguiu licença da firma Brill, com os quais foram construídos, entre 1926 e 1928, os oito carros, 270 a 277, Brill 40 com bogies. Estes carros tinham dez janelas de cada lado e 40 lugares sentados. Embora construídos vinte anos mais tarde eram, com pequenas alterações, cópias perfeitas do carro 249.
O facto destes carros terem apenas dois eixos motores, suportando cada um deles apenas 60% da carga do bogie, limitava muito o seu emprego, devido aos arranques mais difíceis em declives acentuados e com o tempo húmido. As suas plataformas tinham portas em vez de cancelas e o seu equipamento eléctrico era GE com motores de 55 HP”.
Fonte: Engº Fernando Pinheiro Martins




Carro Eléctrico nº 249



Em Outubro de 1972 este veículo foi vendido ao Rockhill Trolley Museum (nos EUA), onde ainda hoje se encontra.



Brill-Bogie de anos 1926/8
 
Carro Eléctrico nº 273
 
Em 1926, foram construídos dois eléctricos com bogies nas oficinas da CCFP. Sob vários aspectos eram iguais ao carro de bogie de 1904 fornecido por Brill. As diferenças mais significativas eram os bogies de tracção máxima e as plataformas extendidas com portas (plataformas salão). Ambos os eléctricos (numerados 200-201) sobreviveram ao incêndio da Boavista.
Em 1928 foram construídos mais seis eléctricos deste tipo, ligeiramente mais compridos, mais largos e mais pesados. Foram numerados pela CCFP de 268-273. Os STCP renumeraram os 268-269 em 274-275 e os 200-201 em 276-277. Esta série fazia serviço sobretudo nas mesmas linhas que os Belgas e os Bogie-fumistas.
A maioria dos eléctricos desta série desapareceu das ruas com o corte da linha 1 e o encerramento da linha 19, em 1993, e o encerramento da linha 1, em 1994. Só o 277, fazia alguns serviços extra na linha 18 entre a Boavista e a Foz durante o Verão de 1995.
 
 

Carro eléctrico nº 273, na Praça da Liberdade, no início da década de 1960
 

 
Actualmente, o carro eléctrico que transitou pelas ruas da cidade do Porto, com o nº 273, é desde 1995, pertença do espólio do National Tramway Museum, em Crich, na Inglaterra, após ter sido vendido, naquele ano, pelo STCP.
Com poucas alterações sofridas, desde 1928, além de uma actualização de seus motores, foi sujeito a duas mudanças de pintura.

 
 

Carro eléctrico nº 273, nas estradas inglesas




Carro Eléctrico nº 274 e Atrelado nº 1 de 1908



“Veículo construído no ano de 1928, nas oficinas da “Companhia Carris de Ferro do Porto”, sendo uma cópia do primeiro carro de bogies adquirido à empresa americana “John George Brill Company, Ltd em 1904. Veículo de 40 lugares e 10 janelas e com mais de 17 toneladas. Das principais características destacam-se os 2 motores The British Thomson Houston BTH e combinadores Siemens Schukert.
O atrelado é idêntico ao Carro Eléctrico mas sem o trólei.
De referir ainda a comodidade oferecida aos passageiros devido à suspensão destes veículos”.
Fonte: Engº Fernando Pinheiro Martins



Carro Eléctrico nº 274 com atrelado nº 1


Nº 275 Bogie Americano (10 Janelas) (32 pessoas sentadas)



Carro Eléctrico nº 277 Bogie Americano (10 janelas)



Bogie Americano 10 janelas, em frente ao palacete da família Moreira, na Avenida Montevideu