O Banco
Português do Atlântico foi a primeira grande instituição bancária do nosso
país, tendo aparecido com este nome no final de 1942, resultando da experiência,
primeiro, da casa bancária “Cupertino de Miranda & Irmão Lda”, que
existia desde 14 de Maio de 1919, com um capital de 100 contos e duma outra que
lhe sucedeu, desde 30 de Abril de 1931, a “Cupertino de Miranda & Cia”,
registada na conservatória da cidade a 8 de Maio de 1931 e que viria a granjear
uma excelente reputação.
Na casa bancária “Cupertino de Miranda & Irmão Lda”, inicialmente, os dois irmãos (Artur Cupertino de Miranda e o Dr. Augusto Cupertino de Miranda, que chegou a desempenhar o cargo de Presidente da Comissão Administrativa da Câmara Municipal do Porto, entre 29 de Junho e 15 de Agosto de 1918) ficaram cada um com 30% e os restantes 40% (40 contos) são subscritos pelo Banco Popular Português.
Nos cerca de dois anos seguintes, a “Cupertino de Miranda & Irmão Lda” manteve o “Banco Popular Português”, que se tinha fundado, no Porto, em de 9 de Abril de 1917, como accionista.
A 4 de Fevereiro de 1921, Artur Cupertino de Miranda adquire aquela quota de 40% e, em 1922, faz a doacção de parte da quota primitiva a seu filho Artur Luís Cupertino de Miranda e compra a quota do seu irmão ficando, pai e filho, como únicos accionistas de “Cupertino de Miranda & Irmão Lda”.
Em 14 de Outubro de 1922, é efectuado um aumento de capital à sociedade e a sede é fixada na Rua de Sá da Bandeira.
Entram como novos sócios: José de Almeida Cunha, Almeida Cunha, Irmãos & Cia, Francisco da Silva Marinho, Klaus Stefnanson Jervell, Augusto Marques da Silva Júnior e Joaquim Fonseca.
Na casa bancária “Cupertino de Miranda & Irmão Lda”, inicialmente, os dois irmãos (Artur Cupertino de Miranda e o Dr. Augusto Cupertino de Miranda, que chegou a desempenhar o cargo de Presidente da Comissão Administrativa da Câmara Municipal do Porto, entre 29 de Junho e 15 de Agosto de 1918) ficaram cada um com 30% e os restantes 40% (40 contos) são subscritos pelo Banco Popular Português.
Nos cerca de dois anos seguintes, a “Cupertino de Miranda & Irmão Lda” manteve o “Banco Popular Português”, que se tinha fundado, no Porto, em de 9 de Abril de 1917, como accionista.
A 4 de Fevereiro de 1921, Artur Cupertino de Miranda adquire aquela quota de 40% e, em 1922, faz a doacção de parte da quota primitiva a seu filho Artur Luís Cupertino de Miranda e compra a quota do seu irmão ficando, pai e filho, como únicos accionistas de “Cupertino de Miranda & Irmão Lda”.
Em 14 de Outubro de 1922, é efectuado um aumento de capital à sociedade e a sede é fixada na Rua de Sá da Bandeira.
Entram como novos sócios: José de Almeida Cunha, Almeida Cunha, Irmãos & Cia, Francisco da Silva Marinho, Klaus Stefnanson Jervell, Augusto Marques da Silva Júnior e Joaquim Fonseca.
Por sua vez, as
primeiras tentativas de fundação do Banco Popular Português datam de 1916,
quando em 15 de Abril (data do decreto) Crispim Nunes da Costa consegue
autorização do governo para tal empreendimento.
Devido a
dificuldades de realização do capital exigido por lei, só a 13 de Janeiro de
1917, o governo renovava a autorização concedida, anteriormente, mas só a 9 de
Abril era lavrada escritura pública de constituição de sociedade anónima no
14.º Cartório Notarial do Porto, nas notas de Artur Cardoso Pinto Osório.
Logo após a sua
fundação tornaram-se agentes do banco os instaladores de Braga, Aveiro, Viseu,
Guarda, Coimbra, Covilhã, Santarém, Lisboa e Faro.
Sobre o Banco
Popular Português,
“Estava sedeado no
Porto, na freguesia da Sé, na Rua do Loureiro, n.ºs 46 a 50, à direita da
Estação de São Bento. Nas glosas d’O Tripeiro (VI série, ano VIII, n.º 6, Junho
de 1968), é referido que em 11 de Junho de 1918 o banco se mudou para o prédio
da Praça da Liberdade onde se localizava o Café Suíço (na esquina da actual Rua
de Sampaio Bruno com a Praça de D. Pedro). Contudo, a verdade é que só em 1923
se iniciaram negociações tendo em vista a instalação definitiva do banco
naquela morada. É provável que o Popular Português tenha ali criado um
escritório, mas é de todo impossível que tenha abandonado a sede na Rua do
Loureiro, já que em 1928 ainda lá se encontrava”.
Cortesia de Hugo Silveira Pereira, Investigador no CITCEM –
FLUP
Para lá da
ligação, breve, com “Cupertino de Miranda & Irmão Lda” e de um
portefólio de acções e títulos de dívida dos estados português, francês,
brasileiro, inglês, argentino, italiano e alemão, de companhias ferroviárias e
da CUF e muitas acções de bancos, fábricas diversas, moagens, agrícolas,
energéticas, transportadoras e metalúrgicas detinha ainda a maioria das acções
da Companhia Metalúrgica do Norte (empresa que auxiliou financeiramente),
sociedade na casa Justino Pinto de Oliveira & C.ª Lda., investimentos na
Moagem Harmonia, Sociedade de Vidago e Pedras Salgadas e Fábrica de Tecidos
Avenida, Lda., o Banco Popular Portuguez fundaria a Sociedade de Turismo do
Porto.
A Sociedade de
Turismo do Porto foi, então, fundada em 28 de Outubro de 1919 pelo Banco
Popular Português, Banco do Minho e José Augusto Dias F.º & C.ª, com um
capital de 1 260 contos e sede na Rua do Loureiro, propondo-se a explorar a
indústria turística em Vila do Conde e Póvoa de Varzim, construindo casinos,
casas de espectáculo, hotéis, sanatórios e balneários e financiando a
construção de jardins, parques e campos de jogos.
Em 1928, o Banco
Popular Português acabaria por encerrar as suas portas, soçobrando perante a
vaga de turbulência especulativa acontecida no sector bancário iniciada em 1918
e a crise que se seguiu entre 1920 até 1925, sendo vítima da selecção natural,
estando neste ano representado em 107 localidades.
Em Agosto de 1925,
foram cancelados os pagamentos em virtude do agravamento da situação
económico-financeira da praça do Porto e do pânico que se apoderou dos
depositantes do banco após igual medida ser tomada pelo Banco Comercial do
Porto.
Nos meses que se
seguem é tentada a refundação do banco, mas, em 1928, procede-se à sua
liquidação, como era anunciado pelo jornal "O Commercio do Porto" de 10 de Junho de 1928.
O Conselho de
Administração, que encerrou as portas do Banco Popular Português, era composto
por: Francisco Augusto Pinto Félix, Jaime Rodolfo Novais e Silva, José Mariano
de Azevedo de Figueiredo e António Eduardo Ferreira Barbosa Júnior.
Em 23 de Novembro de
1944, o Banco Popular Português estava extinto.
Entretanto, a “Cupertino
de Miranda & Irmão Lda” seguia o seu caminho.
Em 1931, surge então, a “Cupertino de Miranda & Cia” que
vai, para além de exercer a actividade bancária na cidade do Porto, estendê-la
para Famalicão, por solicitação da Associação Comercial e Industrial, para
tomar o lugar da encerrada “Brandão & Cia”.
A agência famalicense vai abrir em Julho de 1931.
Nos finais de 1937, abriria a agência da Póvoa de Varzim.
Então, já a actividade se estendia até ao Brasil.
Em 1942, chega ao fim a actividade “Cupertino de Miranda
& Cia” e, a partir de 30 de Dezembro de 1942, passa a ser “Banco Português
do Atlântico.
O Banco Português do
Atlântico acabaria por mudar para a Praça de D. João I, após a inauguração do
icónico edifício da cidade do Porto denominado Palácio Atlântico, inaugurado em
6 de Janeiro de 1951.
Artur Cupertino de
Miranda (Vila Nova de Famalicão, Louro, 15 de Setembro de 1892 — Lisboa, 13 de
Julho de 1988).
Artur Cupertino de
Miranda nasce na Quinta de Felgueiras, no seio de uma família de abastados
lavradores, sendo o mais novo de quatro irmãos, José, Augusto, António e Artur.
Casa com 19 anos com Alzira Celeste Maya de Cupertino de Miranda (1892 – 1978)
e fixa residência no Porto.
O Banco Português do
Atlântico lançaria o Telebanco na Praça D. João I, inaugurado em 20 de Dezembro
de 1965.
Nesse ano a
publicidade anunciava “Vá ao Banco sem sair do seu carro”.
A primeira pessoa a
utilizar o serviço foi o presidente do banco, Cupertino de Miranda, acompanhado
do chefe da PSP coronel Santos Júnior e do engº Arsénio da Fonseca da Câmara
Municipal do Porto.
O Telebanco era uma
caixa automática que permitia fazer depósitos e levantar cheques sem sair da
viatura e sem o contacto directo com o funcionário, que dialogava por
intermédio de um ecrã do telebanco, sendo os objectos movimentados dentro de
cápsulas, através de tubagens pneumáticas, entre a sede bancária e os clientes
à velocidade de 5 metros por segundo.
Entretanto, em 15 de Agosto de 1963, Artur Cupertino de
Miranda já tinha instituído, juntamente com a sua mulher, uma fundação com o
seu nome, a “Fundação Cupertino de Miranda”, sedeada em Vila Nova de Famalicão,
com fins de educação, cultura e assistência.
Após a morte de sua mulher, Artur Cupertino de Miranda vai
viver para Lisboa, onde virá a falecer em 1988.
“Fundação Cupertino de Miranda”, que ainda cumpre o destino que lhe foi traçado, foi dotada de um museu, de uma biblioteca e de um auditório, de forma a desenvolver actividades de promoção e divulgação de iniciativas culturais várias.
De acervo riquíssimo, fruto de doações de diversas origens, destaca-se em lugar de destaque muitas obras de arte moderna e contemporânea.
O engenheiro João Meireles e a sua mulher ofereceram um conjunto de obras representativas do surrealismo da colecção de Cruzeiro Seixas.
Para além da vertente cultural, a “Fundação Cupertino de Miranda” tem, também, uma actividade de assistêncial social diversa, de que se destaca a construção, na freguesia do Louro, da creche-jardim de infância D. Alzira Cupertino de Miranda.
Após o 25 de Abril de 1974, durante a vaga de
nacionalizações, o Banco Português do Atlântico absorveu o “Banco Fernandes
Magalhães” (Porto) e o “Banco do Algarve”.
Em 30 de Junho de 2000, viria a ser incorporado no “Banco
Comercial Português”, que tinha sido fundado, no Porto, em 25 de Junho de 1985.