Carros Eléctricos Transformados
Os primeiros carros que começaram os serviços eléctricos, em
1895, eram três antigos carros americanos / atrelados da máquina do tipo de 7
janelas.
Os três primeiros carros com os nºs 1, 2 e 3 números entram
serviço em 1895 e tinham equipamentos eléctricos de Thomson-Houston.
Eléctrico nº 3 no Carmo
Carro Eléctrico aberto – Ed. Aurélio Paz dos Reis; Colecção
CPF
O carro Eléctrico acima, que tinha o nº 41, possuía equipamento eléctrico da
Walker e assentos para 28 passageiros.
Em 1904, "A Constructora", convertera dois carros americanos abertos, para carros eléctricos que obtiveram os nºs 41 e 42 e, desde 1907, os nºs 141 e 142 e, em 1924, os nºs 100 e 115, respectivamente.
Em 1904, "A Constructora", convertera dois carros americanos abertos, para carros eléctricos que obtiveram os nºs 41 e 42 e, desde 1907, os nºs 141 e 142 e, em 1924, os nºs 100 e 115, respectivamente.
Na gravura anterior, o trem de atrelados, em primeiro plano,
é a Máquina que tinha como destino Cadouços, na Foz do Douro e, depois,
Matosinhos.
Na outra linha, observa-se um carro eléctrico e algumas
carruagens.
À esquerda, na entrada desta estação, para onde convergiam vários tipos de transportes, divisa-se um carro americano.
Carros com Plataformas Abertas – Risca ao meio
Em 31 Dezembro de 1902 havia a circular 24 Carros
Transformados numerados 1-14, 18-19, 28-32 e 35-37. Como existem diferentes
tipos de carros americanos / atrelados da máquina, também dos Transformados
vários tipos existiram. Apresentavam bancos longitudinais e com excepção de um a
capacidade era de 18 em bancadas de 4,25 m. Não se sabe exactamente quantos
carros havia de cada tipo.
Do tipo "7-janelas" havia pelo menos 11 e do
"8-janelas" pelo menos 6 carros eléctricos.
Eléctrico nº 2, passando junto do Palacete Andressen, c. 1907 - Ed. Aurélio da Paz dos Reis
À esquerda, o Carro Eléctrico nº 36, de 8 janelas e plataformas abertas e, à direita, um Carro Eléctrico de 7 janelas e igualmente de plataformas abertas, c. 1902
Carro Eléctrico nº 37, de 8 janelas e plataformas abertas, na Praça da Batalha c. 1904
Carro Eléctrico nº 22
(foi Americano)
“Teria sido
inicialmente um carro “Americano” e posteriormente motorizado em finais do séc.
XIX. Veículo de 18 lugares sentados e bancos de ripas de madeira. Os
passageiros viajavam de costas para as janelas devido à disposição longitudinal
dos bancos, modelo “Risca ao meio”.
O nº 22 é o único
Americano transformado em eléctrico que existe no Museu do Carro Eléctrico –
tinha 2 motores com 40 cv. cada, e trabalhava com corrente contínua de 550
volts”.
Fonte: Engº Fernando Pinheiro Martins
Carro Eléctrico nº 22 (numeração CCFP)
O último carro, ainda com plataformas abertas, foi desfeito
no final de 1950.
Uma réplica do carro com 7 janelas foi construída em 1997 e
faz agora parte da colecção do museu, com o nº 22.
Carro Eléctrico nº
104 (foi Americano)
“Veículo restaurado
segundo traçado original de 1860, inicialmente de tracção animal e motorizado
em 1903, modelo “Risca ao meio".
Tem uma lotação de 18 lugares sentados e bancos de ripas de madeira. Serviu de eléctrico de instrução”.
Fonte: Engº Fernando Pinheiro Martins
Carro Eléctrico nº 104
Carro Eléctrico de
“A Constructora” com 5 Janelas
Carros eléctricos
importados da Alemanha
Em 1898, dois carros completos foram encomendados pela CCFP de
dois fabricantes diferentes na Alemanha.
Schuckert & co. entregou um "5-Janelas" que tinha
capacidade para 18 nos bancos longitudinais de 4,30 m. Originalmente teve o nº
13, mas em 1901, passou a ser a 27. Ele desapareceu da frota em 1916.
A Siemens & Halske entregou um eléctrico com quatro
grandes janelas e assentos para apenas 16 em dois bancos de 4,06 m. Uma foto da
S&H mostra o eléctrico com um coletor de arco e um truk BSI. O carro
recebeu o número 14, mas cerca de 1901, tem o número 26. O carro também foi o
único a ter dois faróis. Ainda estava na lista frota de 1916, mas havia
desaparecido em 1919.
O Eléctrico com o nº 26
Em 1898/9 as oficinas da CCFP construiram três novos carros,
equipados com truks e equipamentos elétricos importados. Esses carros obtiveram
os números 10-12, mas logo foram renumeradas para 15-17. As caixas eram cópias
do tipo transformado de 7 janelas.
Por sua vez, a empresa “A Constructora” entregou seis
eléctricos, com as caixas que foram inspirados pelo carro Schuckert 5-janelas,
modelo este, do qual tinham sido adquiridos na Alemanha dois veículos em 1898.
Daqueles seis eléctricos, os dois primeiros foram entregues
em 1901 com equipamentos Siemens & Halske e os números 24-25.
Em 1902, os dois seguintes foram entregues com equipamentos
de Schuckert & co e os números 33-34.
No entanto, o carro 34 teve um acidente na Rua de Santo
António, em Novembro do mesmo ano e surgiram dúvidas sobre a capacidade de
travagem.
Em 1903, os dois últimos carros do tipo foram entregues pela
“A Constructora” com os números 38-39 e equipamentos Walker.
Os números da frota 33-34 desapareceram em 1903.
Em 1904, apareceram os carros com os números 55-56, sendo
considerado como tendo sido, os 33-34, após terem obtido novos
equipamentos eléctricos.
Parece que o carro 24, depois de uma troca de numeração foi
transformado no nº 35 de 8 janelas por volta de 1904.
O Carro eléctrico nº 34 (CCFP) de 5 Janelas, na Praça da
Batalha, no início do século XX – Colecção: Ernst Kers
É possível no postal acima observar à esquerda, uma pequena
parte do edifício de “A Constructora”, que aqui se manteve até 1906, até ser
substituída no local pelo cinema High-Life.
O Eléctrico da foto é um dos três primeiros veículos
adquiridos à Singer (que representava na Europa a americana Walker Eletric
Company).
Carro Eléctrico de 6 Janelas
“Nos anos 1904-1906 “A
Constructora” entrega 24 carros com seis janelas em ambos os lados. Os truks
vinham da Brill, os equipamentos eléctricos da Siemens. Estes foram os últimos
carros do tipo "Risca ao Meio". A capacidade era de 22 assentos em
duas bancadas de 5,22 m.
Eles foram numerados de
43-54, 57-66 e 68-69.
O carro 46 foi usado
em 1907 para a reconstrução de um carro de 7 janelas. Em Fevereiro de 1940,
havia ainda nove. Sete foram numerados pelo STCP entre 105-111. Um outro
sobrevive como carro museu 163, um outro como carro-obras 48”.
Fonte – Site: tram-porto.ernstkers.nl
Carro Elétrico de 6 janelas – Ed. Aurélio da Paz dos Reis,
colecção da CPF
Na foto acima um Carro Eléctrico construído na “A
Construtora” e na foto abaixo um outro exemplar com a mesma origem.
Na Praça da Liberdade em 1913
O carro Eléctrico de 6 janelas, a meio da foto acima é o nº
100 (numeração CCFP).
Carro Eléctrico de 6 Janelas e 2 Atrelados no Passeio Alegre
– Ed. Photo Guedes
Dos dois atrelados
da foto acima, um deles era aberto para desfrutar do bom tempo e para os
fumadores, e o outro para o transporte de peixeiras e canastras. O Eléctrico
tem o nº 163 e o destino na placa frontal, aponta à Praça D. Pedro.
Vista actual da foto anterior – Fonte: Google
maps
Construídos pela firma “Campos e Moraes” (também conhecida como “A Constructora”), sobreviveram depois
de sujeitos a uma reconstrução, apenas dois eléctricos do tipo do da penúltima foto
acima, obtida no Passeio Alegre.
Um é o nº 163 que faz parte do actual museu (que não é o da
foto anterior, tendo recebido materiais de outras proveniências) e outro, é o
Carro de Obras-Esmeril nº 48.
Carro Eléctrico nº 163 com 6 Janelas – Carro Museu
O Carro Museu actual, com o nº 163, resultou da
reconstituição a partir do antigo nº 107, na foto abaixo.
O nº 107 antes da transformação em nº 163 do museu – Fonte:
aportanobre.blogspot.pt
Carro eléctrico nº 169 (CCFP) de 6 janelas
Na foto acima um militar do Regimento de Engenharia, conduz
um elétrico durante a greve da "Carris", em 1909.
O Carro Eléctrico nº 107 de 6 Janelas em 1947, que sofrera
transformação em 1940 – Fonte: Site “museu-carro-electrico.stcp.pt”
Os últimos anos dos carros antigos
Dos 39 carros disponíveis em 1909 havia provavelmente ainda
27 em 1925. No período de 1934-1940 havia ainda 12.
O STCP, em 1946, ficou com 11, mas manteve apenas quatro
carros na frota e renumerados de 101 a 104.
O Nº 101 era um tipo transformado com sete janelas;
Os 102 e 103 eram carros de 5-Janelas da Constructora, mas
com o arranjo das janelas mudou para 6;
O 104 era um transformado de 8 janelas.
O último carro, ainda com plataformas abertas, foi desfeito
no final de 1950. Uma réplica do carro, construído em 1997, é agora parte da
colecção do museu.
Um carro de 7 janelas, seria convertido pela STCP para
atrelado 22, é reconvertido para o museu para o eléctrico 22.
Carro eléctrico nº22
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