Boavista F. C.
“O Boavista, clube
desportivo sedeado no Porto, foi fundado a 1 de agosto de 1903, com o nome de
Boavista Footballers, por um grupo de portugueses e ingleses empregados da
fábrica William Graham. Tinha então o objetivo de competir com o clube
britânico Oporto Cricket. Em 1909, os ingleses afastaram-se do clube devido a
um diferendo sobre o dia da semana em que os desafios deveriam ser disputados.
Enquanto a fação britânica preferia o sábado, os portugueses optavam pelo
domingo. A votação foi ganha pelos empregados portugueses, o que levou à saída
de muitos ingleses e ao fim dos subsídios da William Graham. O nome do clube
alterou-se e passou para a designação atual, Boavista Futebol Clube.
Por essa altura o campo onde a equipa jogava foi transferido da Rua dos
Vanzeleres, para uma bouça alugada, no local onde atualmente está instalado o
Estádio do Bessa, tendo-se mudado de armas e bagagens, para esse terreno na
zona do Bessa, gentilmente cedido pela família Mascarenhas, onde nasceria o
Campo do Bessa.
Em 1933, o Boavista
resolveu transformar-se no primeiro clube português profissional. Na década de
40, após a presidência de Fernando Maurício Moreira, o clube enfrentou uma
grave crise, descendo às competições regionais.
Só à entrada para os anos 70, com Olímpio Magalhães na presidência, é que o
Boavista começou a criar as bases sólidas para o seu crescimento. Em 1972 foi
inaugurado o Estádio do Bessa e, em 1975, o Boavista venceu a sua primeira Taça
de Portugal, o que viria a repetir no ano seguinte, em 1976, ano em que
alcançou o segundo lugar no Campeonato Nacional da I Divisão, melhor
classificação de sempre do clube até então, com José Maria Pedroto como
treinador.
Em 2001 o clube obteve
a conquista do título nacional”.
In Infopédia
“A história mostra-nos
que o "The Boavista Footballers", a primeira versão do clube, fundada
a 1 de Agosto de 1903, equipava de camisa preta e calção preto e era o orgulho
de alguns jovens ingleses e portugueses, moradores no bairro da Boavista, que
ganharam a paixão pelo futebol ao observarem as partidas disputadas pelos
mestres e técnicos ingleses da Fábrica Graham.
Equipa de futebol em 1923
Dois dos jovens, Harry
e Dick Lowe, receberam do pai uma bola importada da Inglaterra e, encontrado os
companheiros e o terreno adequados, lançaram as bases para a criação do clube.
A Influência inglesa na colectividade recebeu "sentença de morte" em
1909, quando alguns dos jogadores britânicos, respeitando os preceitos da
Igreja anglicana, se recusaram a jogar aos domingos. Reuniram-se então os
sócios para resolver a situação, naquela que se pode considerar a primeira
assembleia geral. A votação foi claramente a favor dos jogos ao domingo e o
rosto da Direcção do clube alterou-se, passando a ser composta por portugueses.
Em 1910, o Boavista Footballers desapareceu para dar lugar ao Boavista Futebol
Clube.
Em 1911 foi inaugurado
o campo do Bessa e o clube começou a viver dias de expansão, interrompida
poucos anos depois. A I Guerra Mundial teve início em 1914 e o Boavista viu
partir os jogadores ingleses para defenderem a pátria, dos quais alguns não
voltaram a ser vistos. As camisolas voltaram a assunto do dia nos anos 1920,
com o aparecimento do calção branco, mas ainda não seria desta que a equipa
encontrava a sua identidade. A nova década trouxe ventos de bonança e o clube
ampliou o número de modalidades e intensificou a actividade internacional,
disputando vários jogos com clubes estrangeiros que demandavam ao Porto, casos
do Real Madrid, Celta de Vigo ou Vasas de Budapeste. E os jogadores
boavisteiros passaram a ser chamados à selecção, como o guardião Casoto e o
defesa Óscar de Carvalho.
Com tanto positivismo,
a cor negra das camisolas começou a incomodar muita gente. O Boavista equipou
às riscas verticais pretas e brancas e calção preto, mas ainda não estava bem.
O preto continuava demasiado dominante e chegou-se então ao extremo. Do sombrio
passou ao berante, com ostentação, em 1928, de uma camisola com riscas
verticais vermelhas, brancas e azuis, um calção preto e meias às riscas
horizontais brancas e pretas.
A mudança não agradou
a ninguém e mereceu muitos comentários irónicos da Imprensa. Então, Artur
Oliveira Valença foi ver as modas a França e regressou obstinado a fazer mais
uma alteração no visual do Boavista. O presidente, um homem de admirável
bagagem cultural, fundador do jornal desportivo "Sports" e promotor
de espectáculos desportivos, observou uma equipa francesa que alinhava com
camisola xadrez. Como a mesma correspondia às cores preto e branco do seu
clube, resolveu copiar o modelo.
Começou aí a história
aos quadradinhos pretos e brancos do Boavista. O dia 29 de Janeiro de 1933 é
como um segundo nascimento da colectividade. O Boavista bateu o Benfica por
4-0, na estreia do equipamento axadrezado.”
In Wikipédia
Desalinhado do texto anterior há quem assegure que, em 10 de Abril de 1910, é inaugurado o novo campo de jogos do
Boavista com um encontro em que o resultado foi: Boavista 3-3 Leixões.
Tribuna do Bessa em 1910
“Nos primeiros anos, o
Boavista partiu à frente da concorrência na cidade invicta, com mais meios, e
apoiado por boas famílias da Boavista e da Foz do Douro, tomou a dianteira do
futebol portuense.
São desses primeiros
anos os primórdios da rivalidade com o Académico do Porto, o Leixões, o Salgueiros
e claro, o FC Porto. E não surpreendeu que tenha sido o primeiro Campeão
do Porto em 1914. Os anos seguintes marcariam a ascensão dos rivais azuis e
brancos, e o troféu nunca mais voltaria às vitrinas do Bessa.
Durante os anos 20 e
30, apesar das participações regulares no Campeonato do Porto e no Campeonato
Nacional, o Boavista nunca venceu nenhum campeonato. Acabando por só marcar uma
presença no Campeonato da I Liga em 1936, onde ficou num sexto lugar entre oito
equipas. No ano seguinte conquistaria o Campeonato da II Liga, naquele que foi
primeiro título nacional dos boavisteiros, que entretanto já vestiam de
axadrezado...
As décadas seguintes
marcaram um período de inconstância, com os boavisteiros a subirem e a descerem
repetidamente de divisão, acabando por descer às profundezas da terceira
divisão, onde se mantiveram entre 1966 e 1968.”
In ” boavista1903.blogspot”
Campo do Bessa em 1967 - Ed. “gloriasdopassado.blogspot”
Campo do Bessa, em 1940, ao centro, representando a linha amarela a Avenida da Boavista - Foto aérea
De notar que o campo do Bessa tinha orientação, segundo o comprimento,
de NW/SE e o estádio actual, a orientação perpendicular àquela de NE/SW.
Estádio do Bessa, em 1982, após obras de ampliação e com nova orientação segundo o comprimento
Campo do Luso
e Campos em Campanhã
CAMPO DO LUSO
“Do campo do Luso, onde fui centenas de vezes,
ver futebol, andebol e, especialmente, hóquei em campo, tenho milhares de
“fotografias” na memória!
Algumas até,
peculiares. Como a do Circo Mariano, que todos os anos pelo Natal se instalava
ali, e um ano houve que um violento temporal lhe levou a cobertura de lona.
Tenho bem presente o dia seguinte…
Este campo era do Sport Club Nacional (fundado em 1914),
clube mais dedicado às actividades náuticas, mas que não deixava de jogar o
futebol, tendo mesmo comprado um terreno na Rua da Alegria onde fez um campo
para a prática desse jogo, em frente ao que viria a ser mais tarde o estádio do
Lima, junto à fábrica têxtil Matos & Quintans.
Por outro lado, um
outro clube, o Portugal Foot Ball Club,
viria em 1923 a ver a luz do dia, nascido para o futebol, tendo-se asssociado
no ano seguinte ao Sport Club Nacional para formar o Luso Atlético Clube.
O Luso Atlético Clube
passaria a jogar no campo do Luso e seria extinto em 1937.
O acesso inicial a
este campo, construído antes do Lima, e que ficava encostado à fábrica Matos
& Quintans, era pela viela do Seixal…”.
Memórias de Victor de Sousa
Como nota, diga-se que o campo do Luso ficava em frente ao
Estádio do Lima no terreno onde estão hoje umas torres de habitação.
O campo do Luso teve existência até ao levantamento dessas
torres em meados da década de sessenta do século XX.
O campo era conhecido por lá se disputarem os jogos de
andebol de 11 e de hóquei em campo.
No local das torres
estava o Campo do Luso
Campo do Luso. Jogo de Andebol de 11, entre o Sport 5(azul) -
Salgueiros 7 (vermelho), em Outubro de
1949. Remate dum jogador do Sport (azul) - In jornal “O Comércio do Porto”
Campo do Luso. Jogo de Hóquei em Campo. FC Porto 5 – Senhora
da Hora 2 - In jornal “O Comércio do Porto” em 28 de Setembro de 1953
Clubes de Campanhã
“Campanhã é, nos
inícios dos anos 20 do século XX, uma populosa freguesia da cidade, onde
imensos bairros albergam a grande massa humana que labuta nas suas fábricas,
armazéns e outras instalações industriais. Por isso a febre do futebol que, por
estes anos, atravessa o país, também aqui se faz sentir. Um grupo de rapazes
entusiastas, mas modestos, criam o primeiro clube organizado (?), destas
bandas. Dão-lhe o sugestivo e bonito nome de Miraflor Futebol Clube. Era o nome da rua onde a maioria vivia. Mas
o clube não crescia, dadas as insuficiências financeiras, e levaram outros à
criação de um novo clube, que pudesse chegar ao futebol a sério.
Nascia o Clube Desportivo de Portugal.
Mas cedo chegou uma
cisão e, por isso, os líderes das respectivas facções promovem a inscrição de
cada uma delas, com o peculiar nome de Clube
Desportivo de Portugal nº 1 e de Clube
Desportivo de Portugal nº2!
A Associação faz um
inquérito e, conclui da justeza do direito ao nome, de cada um dos grupos,
decidindo contudo que o nome só pode pertencer a um.
Surge assim o Clube Desportivo do Porto, que joga em
campo alugado na Bela Vista e o Grémio
Desportivo Portuense, que jogava em campo alugado em Benjóia ou Bonjóia.
Mais tarde, este seria
o Clube Desportivo de Portugal dos
nossos dias, nascido a 25-08-1925.
Mas a rivalidade
acentua-se entre estes 2 únicos clubes, existentes nesta populosa freguesia.
Os clubes passam a ser
conhecidos pelos favaios e azeiteiros, numa clara alusão ao negócio dos seus
presidentes: o sr. Couto do Desportivo do Porto vendia aquele excelente
aperitivo, e o senhor Nogueira do Desportivo de Portugal, era negociante de
azeites.
Entretanto, surgiria
em 1935 um novo clube na freguesia, O
Faísca, clube dos empregados da UEP (União Eléctrica Portuguesa), e com
sede na Rua do Freixo (vinha fazer companhia ao Clube do Ferroviários de Campanhã, fundado em 1930, mais ligado a
outros desportos, e com o futebol nos corporativos, que jogava no Campo de Vila Meã, no fim da Rua do
Godim, hoje ocupado pela Via de Cintura Interna, depois de atravessar a linha
férrea).
Mas o Faísca cresce,
com o apoio da empresa a que está ligado e, o seu presidente compra o campo (de
aluguer) do Desportivo do Porto, o Campo
da Bela Vista.
O Clube Desportivo do
Porto tem de mudar de casa. Aluga um terreno que adapta, na rua dos Navegantes (freguesia do Bonfim), e em 1937 atribui-lhe o nome de um seu atleta falecido
ficando a ser o Campo Joaquim Soares
Martins. Este recinto será posteriormente usado pelo Bonfim Futebol Clube,
clube entretanto fundado, em 21-08-1932 e que em 1946/47 chega aos distritais.
(Na área ocupada antes
por este campo de futebol, está hoje a Escola de Artes Decorativas Soares dos
Reis, na Rua do Major David Magno).
O campo do Faísca na
Bela Vista, cedo passou a ter um uso diversificado, pois, logo em 1936 o Sport
Clube do Porto joga ali o seu hóquei em campo. Hoje, o recinto do jogo ainda lá
está intacto, à espera duma daquelas urbanizações sem verde, em que a cidade é
fértil”.
Com a devida vénia a Vitor Sousa, In
futebolsaudade-victor.blogspot
Campo “Soares Martins” do Clube Desportivo do Porto - Fonte:
Google Maps
Na foto acima está o que resta do campo do Clube Desportivo
do Porto que tinha entrada à direita, pela Rua dos Navegantes.
O terreno que se vê era onde se situava a bancada lateral, e
ainda se observa parte do antigo muro de vedação.
À esquerda está hoje a Escola Soares dos Reis, que transitou
para aqui, vinda da Rua Firmeza.
Equipa de andebol de 11 do FC Porto antes de um encontro no
Campo Joaquim Soares Martins, vulgo Campo do Bonfim, tendo como fundo alguns
prédios da Rua dos Navegantes
Os prédios da Rua dos Navegantes visíveis na foto anterior
actualmente – Fonte: Google maps
Vista aérea do campo Soares Martins em 1940
Legenda
1. Campo Soares Martins
2. Avenida Fernão de Magalhães
3. Rua Nova de S. Crispim
4. Rua do Seixal
5. Rua Coutinho de Azevedo
6. Rua dos Navegantes
7. Rua Nau Trindade
8. Rua Brás Cubas
Rua dos Navegantes em 1937
Pelo lado esquerdo da foto seria levantado o Campo Soares
Martins.
Perspectiva actual da vista da foto anterior – Fonte: Google
maps
Foto aérea da zona da Belavista em 1939
Legenda
1. Casa e Quinta da Lameira (que foi da família Calém, n.º
2092, Rua de S. Roque de Lameira)
2. Companhia Nacional de Pneus (n.º 2181, Rua de S. Roque de
Lameira)
3. Campo de jogos do clube Desportivo do Porto (antes
chamado Faísca Desporto Club) ou Campo da Belavista
4. Rua de S. Roque da Lameira
5. Rua Justino Teixeira
6. Rua da Fonte Velha
7. Rua do Godim
8. Rua do Monte da Estação
Antiga entrada (desaparecida) do Campo da
Bela Vista pela Travessa da Fonte Velha
“O campo da Belavista
ainda lá tem o chão intacto. Há muito pouco tempo, ainda parte do acesso estava
visitável. Entretanto os proprietários vedaram a zona, que está cheia de mato.
O acesso fazia-se pela travessa da Fonte Velha, que o arruamento que liga São
Roque da Lameira à Alameda 25 de Abril cortou.
Descendo aquela
travessa, hoje cortada pela Avenida 25 de Abril, íamos dar à travessia da linha
do comboio, onde hoje está uma estação do metro que nunca funcionou (Benjóia),
e do outro lado, estava a entrada para o campo do Ferroviários. O nome oficial
do campo era Campo Engenheiro Sousa
Pires, embora por vezes, nos jornais da época, também lhe chamassem campo
de Benjóia (Bonjóia para alguns). Outros preferiam chamar-lhe campo de Vila
Meã.
Deste não sobra nada,
já que a auto-estrada lhe passou por cima. Literalmente”.
Memórias de Victor Sousa
À direita da foto, parcialmente oculto por arvoredo, é
possível descortinar o pelado do Campo Ruy Navega.
O GDFC terá estatutos publicados no Diário do Governo, II
série nº 277, de 27 de Novembro de 1943, que serão alvo de actualização em 19
de Junho de 2015.
Em 1948, finalmente, após a ultrapassagem de uma série de entraves, o campo de jogos é inaugurado, perto do Bairro do Monte da Bela e junto à Quinta de Vila Meã.
Em 1951, à área daquele campo seria acrescentada uma faixa de terreno, que iria dotar o recinto com as medidas regulamentares para a prática de futebol e, sobretudo, do andebol de 11.
Vai, ainda, permitir a construção de um campo para a prática do basquetebol e construção de umas bancadas.
É, então, construída a nova sede, que irá substituir as instalações que funcionavam, até aí, nos escritórios da 4ª circunscrição, num edifício junto das oficinas.
Essas instalações fazem hoje parte da história e são uma
saudade, desde 1990, quando começou o processo de demolição do parque de jogos do
GDFC, na sequência da grande transformação operada na área ferroviária
adjacente à estação de Campanhã, que incluiu a construção de rodovias,
nomeadamente a Via de Cintura Interna da cidade do Porto.
O GDFC deixava, então, de ser uma referência na freguesia de Campanhã, passando a funcionar no Complexo Oficinal de Guifões, em Matosinhos com sede, mais propriamente, na Rua do Ferroviário, s/nº – Gatões-Matosinhos, donde continua a ser gerido, levando os seus equipamentos azul e preto por esse País fora.
Na foto acima pretende-se ilustrar um dos modos como se chegava
ao desaparecido campo de jogos do GDFC.
O local chamava-se de “Resineira”, devido a uma fábrica de resina que lá existiu e que, há umas décadas, ardeu totalmente num incêndio pavoroso.
Pela direita, está a Rua do Monte da Estação.
A rua que se desenvolve em frente é a Rua do Godim que, alguns metros na rectaguarda, se tinha cruzado com a Rua de Justino Teixeira e na continuação, desce até à antiga travessia da Linha Férrea. Para lá desta, aparecia, então, o campo do GDFC.
O G.D.F.C. conta no seu historial com dezenas de títulos de Campeão Nacional e Regional nas modalidades de Atletismo, Futebol, Futsal, Pesca, Ténis de Mesa, Voleibol, e com destaque para o Basquetebol e Andebol (de onze e de sete).
«Natural do Bonfim –
Porto, brincava no castiço bairro de S. Vítor, nas Fontainhas. Com uma bola a
sério, começou por brincar nas Camélias, onde o olho cirúrgico de Alves
Teixeira o detectou, fazendo-o jogador do seu S. C. Vasco da Gama.
Sob a orientação de Alves Teixeira, o Abílio treinava no Campo das Camélias, na parte da manhã, a partir das 9 horas — e, sempre que possível, também da parte da tarde — os lançamentos e dribles, tudo isso a troco de uns simbólicos trocos do bolso do próprio Alves Teixeira.
Em representação do S. C. Vasco da Gama, o Abílio Serafim sagrou-se Campeão Nacional de Basquetebol na categoria de juniores e sénior. Integrou a famosa equipa do S. C. Vasco da Gama que, em 1946, defrontou e venceu a Selecção Nacional do Brasil, em jogo particular disputado na nave principal do Palácio de Cristal.
Em 13 de Janeiro de 1946, conseguiu a proeza de bater o recorde nacional dos marcadores — 50 cestos, correspondendo a 89 pontos, naquela época ainda sem «triplos» — num jogo da Divisão de Honra da Associação de Basquetebol do Porto, que terminaria com o resultado de Vasco da Gama 134 x 20 Portuense Desporto.
Essa extraordinária marca perdurou até à época de 1971/72, quando Dale Dovar, que foi uma lenda do basquetebol portista e nacional, marcou 119 pontos num só jogo, representando o F. C. do Porto.
Em publicação do «Grupo do S. C. Vasco da Gama» no Facebook, datada de 4 de Março de 2023 — assinada por Luciano Rodrigues, em «Mais um Tesourinho» — com base num recorte de jornal de Maio de1950 e acerca da passagem pelo Porto das equipas de basquetebol dos «All Stars» e dos «Globetrotters», registaram-se dois comentários que aqui se transcrevem: «A partir deste dia a miudagem do Vasco foi apelidada de «Globetrotters» devido à sua extraordinária habilidade – Diamantino, Mário Barros, Abílio, etc., etc.» (José Silva) e, ainda, «O Vasco da Gama foi a grande escola de atletas, mas gostaria de referir o Abílio, que era um praticante excepcional, com uma visão de jogo fantástica, para além da sua veia de brincalhão. Grandes saudades desses tempos!» (Casimiro Fernando Silva).
O Abílio foi internacional por Portugal em duas modalidades: Basquetebol e Andebol de Onze.
Teve o seu baptismo com a camisola das quinas no Basquetebol, em 1 de Maio de 1947 – no dia em que foi Pai pela primeira e única vez de Maria Fernanda – em Madrid, num Espanha x Portugal, quando ainda representava o S. C. Vasco da Gama. Outras internacionalizações se lhe seguiriam, desconhecendo-se porém o seu número exacto.
Na sua profissão ferroviária, Abílio Serafim, «O Ruivo», era operário estofador, tendo entrado para as Oficinas Gerais do Minho e Douro da CP, em Campanhã, em 7 de Junho de 1947, mas foi um autêntico patrão no Basquetebol, na posição de base.
Já em Setembro de 1949, o extinto jornal O Comércio do Porto cotava-o como «o melhor jogador de todos os tempos» e acrescentava que «a sua ida para o basquetebol corporativo com o seu «Ferroviários», desfalcou o basquetebol nacional e que falta ele tem feito nos jogos internacionais».
Integrou a Selecção Nacional Ferroviária nos campeonatos da USIC — Union Sportive International des Cheminots — em 1951, 1953 e 1955 (sagrando-se Vice-Campeão em 1951 e 1955), tendo, aquando do Campeonato disputado em França (1951), merecido por parte da imprensa portuguesa da época a seguinte menção: «na altura da distribuição dos prémios, a assistência brindou Abílio Serafim com a maior ovação, apreciando a sua enorme técnica e tenacidade».
Em 1951, à partida para Paris, para disputar o campeonato da USIC, instado pelo jornalista Nuno Rocha, o Abílio afirmou que «a minha maior aspiração como jogador de basquetebol é ser de novo internacional, o que se torna difícil porque só disputo provas corporativas».
Relativamente ao Abílio, referia O Norte Desportivo na sua edição de 20 de Maio de 1951 tratar-se de um «jogador extremamente habilidoso para qualquer desporto — praticou andebol, onde conta com cinco internacionalizações, futebol, voleibol, ténis de mesa e ainda atletismo, com vários títulos de Campeão Nacional, Distrital e Peninsular / Ibérico — atingiu no basquetebol notável categoria de encestador, sendo cotado como um dos melhores lançadores portugueses de sempre»
Na foto acima, em 26/6/1951, a equipa vencedora do Campeonato Peninsular Corporativo 1951, realizado no Pavilhão dos Desportos de Lisboa, cujo resultado foi: G.D.F.C. 57 X Indústrias Químicas de Madrid 20
Com o emblema da locomotiva, foram pelo menos 89 os títulos — 86 no Corporativo e 3 no Federado (2 Internacionais, 29 Nacionais e 55 Distritais).
No ano de 1975, comandou como seleccionador e treinador a equipa ferroviária portuguesa que disputou o campeonato da USIC, em Wroclaw – Polónia.
A maior referência do basquetebol ferroviário português despediu-se das competições na época de 1978/79 (Inatel), já com a bonita idade de 56 anos.
Desde 2002, que repousa para sempre no Cemitério de Campanhã.
Bem hajas, Abílio!»
Cortesia de José Carlos Oliveira
(Ex-Presidente do Grupo Desportivo dos Ferroviários de Campanhã)
Actualmente, o clube movimenta cerca de 100 elementos
(atletas, treinadores, seccionistas e dirigentes), tendo 550 associados afectos
à CP, Refer, EMEF, Via-Porto e alguns ex-trabalhadores e participa nos
campeonatos da Inatel, da Ferrofer e A.C.N. na modalidades de Atletismo, Basquetebol,
Futsal, Cicloturismo, Pesca, Ténis de Mesa e Xadrez.
A equipa da Associação de Surdos do Porto e a sua congénere
de Lisboa em pose antes de um confronto no Campo da Belavista em 1950
Instantâneo do jogo no Campo da Belavista referido na foto
anterior
Vista aérea das Oficinas da C.P. de Campanhã, em 1960
Na foto anterior é possível ver parte do Campo do Ruy Navega,
à direita, a Via de Cintura Interna já a ser utilizada e que todo o complexo
oficinal desapareceu.
O Grupo Desportivo dos Ferroviários de Campanhã (G.D.F.C.) foi fundado em 1930, nas Ex- Oficinas Gerais da CP, junto à estação de Porto – Campanhã.
Começou como escola de ginástica e futebol amador. A sede do clube era junto à cantina e armazéns.
Passados dois anos, chegaria à CP, em Campanhã, oriundo de Lisboa e transferido para o Porto, o Engº António Rebelo Carneiro Sarmento de Sousa Pires (Coimbra, Almedina, Março 1896 - Porto, Nevogilde, Novembro 1974) que com o seu dinamismo iria criar, no futuro, condições para que o GDFC passasse a ter andebol de 11 e andebol de 7, atletismo, basquetebol, voleibol, pesca e ténis de mesa.
Em 1938, o GDFC iria candidatar-se a uma parcela de terreno (adquirida, em 1926, a uns herdeiros do Conde de Ferreira, para expansão da estação ferroviária de Campanhã) para nela fazer um campo de futebol.
Em 1940, o GDFC vai, finalmente, conseguir esse desiderato.
O Grupo Desportivo dos Ferroviários de Campanhã (G.D.F.C.) foi fundado em 1930, nas Ex- Oficinas Gerais da CP, junto à estação de Porto – Campanhã.
Começou como escola de ginástica e futebol amador. A sede do clube era junto à cantina e armazéns.
Passados dois anos, chegaria à CP, em Campanhã, oriundo de Lisboa e transferido para o Porto, o Engº António Rebelo Carneiro Sarmento de Sousa Pires (Coimbra, Almedina, Março 1896 - Porto, Nevogilde, Novembro 1974) que com o seu dinamismo iria criar, no futuro, condições para que o GDFC passasse a ter andebol de 11 e andebol de 7, atletismo, basquetebol, voleibol, pesca e ténis de mesa.
Em 1938, o GDFC iria candidatar-se a uma parcela de terreno (adquirida, em 1926, a uns herdeiros do Conde de Ferreira, para expansão da estação ferroviária de Campanhã) para nela fazer um campo de futebol.
Em 1940, o GDFC vai, finalmente, conseguir esse desiderato.
Trabalhos de desmatação do terreno, em 18 de Março de 1940,
do que viria a ser, mais tarde, o Campo de Vila Meã
Em 1948, finalmente, após a ultrapassagem de uma série de entraves, o campo de jogos é inaugurado, perto do Bairro do Monte da Bela e junto à Quinta de Vila Meã.
Em 1951, à área daquele campo seria acrescentada uma faixa de terreno, que iria dotar o recinto com as medidas regulamentares para a prática de futebol e, sobretudo, do andebol de 11.
Vai, ainda, permitir a construção de um campo para a prática do basquetebol e construção de umas bancadas.
É, então, construída a nova sede, que irá substituir as instalações que funcionavam, até aí, nos escritórios da 4ª circunscrição, num edifício junto das oficinas.
Nova Sede do GDFC
Carolina Freitas e Avelino Ferreira que, entre 1949 e 1975,
exerceram as funções de Guardas do Campo de Vila Meã
Campo de Jogos de Vila Meã, com destaque, em primeiro plano,
para o recinto onde era praticada a modalidade mais emblemática do clube – o
basquetebol
Cerimónia de descerramento de uma lápide, em Abril de 1967, à entrada do campo
de jogos, no dia em que lhe foi atribuído o nome do Engº Sousa Pires
O GDFC deixava, então, de ser uma referência na freguesia de Campanhã, passando a funcionar no Complexo Oficinal de Guifões, em Matosinhos com sede, mais propriamente, na Rua do Ferroviário, s/nº – Gatões-Matosinhos, donde continua a ser gerido, levando os seus equipamentos azul e preto por esse País fora.
À direita da foto na zona da passagem da Via de Cintura
Interna, em viaduto, ficava o Campo do Grupo Desportivo Ferroviário de Campanhã
– Fonte: Google maps
Rua do Godim, no local da “Resineira” – Fonte: JPortojo
O local chamava-se de “Resineira”, devido a uma fábrica de resina que lá existiu e que, há umas décadas, ardeu totalmente num incêndio pavoroso.
Pela direita, está a Rua do Monte da Estação.
A rua que se desenvolve em frente é a Rua do Godim que, alguns metros na rectaguarda, se tinha cruzado com a Rua de Justino Teixeira e na continuação, desce até à antiga travessia da Linha Férrea. Para lá desta, aparecia, então, o campo do GDFC.
O G.D.F.C. conta no seu historial com dezenas de títulos de Campeão Nacional e Regional nas modalidades de Atletismo, Futebol, Futsal, Pesca, Ténis de Mesa, Voleibol, e com destaque para o Basquetebol e Andebol (de onze e de sete).
Sala de troféus do Grupo Desportivo Ferroviário de Campanhã
– Cortesia José Magalhães
O Engº Jorge Vilaverde, à data, um jovem quadro da CP, presidindo a uma das cerimónias das comemorações das bodas de ouro do GDFC realizadas no Campo Engº Sousa Pires, em 1981
José Carlos Oliveira, que desempenhou no GDFC os cargos de
presidente da Assembleia Geral entre 1985 e 1987, de Presidente da Direcção
entre 1987 e 1993 e entre 2013 e 2017, conhecedor profundo dos factos
históricos que marcaram a vida do clube, está a compilá-los para que seja
possível publicá-los em livro e, assim, não se perder uma memória que merece
ser contada.
Assim, por sua cortesia e de acordo com as suas investigações, se transcreve a sua visão sobre a actividade desportiva do antigo atleta, Abílio Serafim da Conceição, quando se comemoravam os 100 anos do seu nascimento.
Aquele atleta representou, entre outros clubes, o Grupo Desportivo dos Ferroviários de Campanhã (GDFC) e, muitos, tiveram o privilégio de o ver actuar nos recintos desportivos, no século passado.
Assim, por sua cortesia e de acordo com as suas investigações, se transcreve a sua visão sobre a actividade desportiva do antigo atleta, Abílio Serafim da Conceição, quando se comemoravam os 100 anos do seu nascimento.
Aquele atleta representou, entre outros clubes, o Grupo Desportivo dos Ferroviários de Campanhã (GDFC) e, muitos, tiveram o privilégio de o ver actuar nos recintos desportivos, no século passado.
Sob a orientação de Alves Teixeira, o Abílio treinava no Campo das Camélias, na parte da manhã, a partir das 9 horas — e, sempre que possível, também da parte da tarde — os lançamentos e dribles, tudo isso a troco de uns simbólicos trocos do bolso do próprio Alves Teixeira.
Em representação do S. C. Vasco da Gama, o Abílio Serafim sagrou-se Campeão Nacional de Basquetebol na categoria de juniores e sénior. Integrou a famosa equipa do S. C. Vasco da Gama que, em 1946, defrontou e venceu a Selecção Nacional do Brasil, em jogo particular disputado na nave principal do Palácio de Cristal.
Em 13 de Janeiro de 1946, conseguiu a proeza de bater o recorde nacional dos marcadores — 50 cestos, correspondendo a 89 pontos, naquela época ainda sem «triplos» — num jogo da Divisão de Honra da Associação de Basquetebol do Porto, que terminaria com o resultado de Vasco da Gama 134 x 20 Portuense Desporto.
Essa extraordinária marca perdurou até à época de 1971/72, quando Dale Dovar, que foi uma lenda do basquetebol portista e nacional, marcou 119 pontos num só jogo, representando o F. C. do Porto.
Em publicação do «Grupo do S. C. Vasco da Gama» no Facebook, datada de 4 de Março de 2023 — assinada por Luciano Rodrigues, em «Mais um Tesourinho» — com base num recorte de jornal de Maio de1950 e acerca da passagem pelo Porto das equipas de basquetebol dos «All Stars» e dos «Globetrotters», registaram-se dois comentários que aqui se transcrevem: «A partir deste dia a miudagem do Vasco foi apelidada de «Globetrotters» devido à sua extraordinária habilidade – Diamantino, Mário Barros, Abílio, etc., etc.» (José Silva) e, ainda, «O Vasco da Gama foi a grande escola de atletas, mas gostaria de referir o Abílio, que era um praticante excepcional, com uma visão de jogo fantástica, para além da sua veia de brincalhão. Grandes saudades desses tempos!» (Casimiro Fernando Silva).
O Abílio foi internacional por Portugal em duas modalidades: Basquetebol e Andebol de Onze.
Teve o seu baptismo com a camisola das quinas no Basquetebol, em 1 de Maio de 1947 – no dia em que foi Pai pela primeira e única vez de Maria Fernanda – em Madrid, num Espanha x Portugal, quando ainda representava o S. C. Vasco da Gama. Outras internacionalizações se lhe seguiriam, desconhecendo-se porém o seu número exacto.
Na sua profissão ferroviária, Abílio Serafim, «O Ruivo», era operário estofador, tendo entrado para as Oficinas Gerais do Minho e Douro da CP, em Campanhã, em 7 de Junho de 1947, mas foi um autêntico patrão no Basquetebol, na posição de base.
Abílio Serafim com a
camisola do GDFC
Já em Setembro de 1949, o extinto jornal O Comércio do Porto cotava-o como «o melhor jogador de todos os tempos» e acrescentava que «a sua ida para o basquetebol corporativo com o seu «Ferroviários», desfalcou o basquetebol nacional e que falta ele tem feito nos jogos internacionais».
Integrou a Selecção Nacional Ferroviária nos campeonatos da USIC — Union Sportive International des Cheminots — em 1951, 1953 e 1955 (sagrando-se Vice-Campeão em 1951 e 1955), tendo, aquando do Campeonato disputado em França (1951), merecido por parte da imprensa portuguesa da época a seguinte menção: «na altura da distribuição dos prémios, a assistência brindou Abílio Serafim com a maior ovação, apreciando a sua enorme técnica e tenacidade».
Em 1951, à partida para Paris, para disputar o campeonato da USIC, instado pelo jornalista Nuno Rocha, o Abílio afirmou que «a minha maior aspiração como jogador de basquetebol é ser de novo internacional, o que se torna difícil porque só disputo provas corporativas».
Relativamente ao Abílio, referia O Norte Desportivo na sua edição de 20 de Maio de 1951 tratar-se de um «jogador extremamente habilidoso para qualquer desporto — praticou andebol, onde conta com cinco internacionalizações, futebol, voleibol, ténis de mesa e ainda atletismo, com vários títulos de Campeão Nacional, Distrital e Peninsular / Ibérico — atingiu no basquetebol notável categoria de encestador, sendo cotado como um dos melhores lançadores portugueses de sempre»
Em pé: Pires, A. Mário, Reinaldo, Abílio, Sande e Árbitros
Em Baixo: Maia, Ângelo, Armando, Esteves e Varela
Na foto acima, em 26/6/1951, a equipa vencedora do Campeonato Peninsular Corporativo 1951, realizado no Pavilhão dos Desportos de Lisboa, cujo resultado foi: G.D.F.C. 57 X Indústrias Químicas de Madrid 20
Com o emblema da locomotiva, foram pelo menos 89 os títulos — 86 no Corporativo e 3 no Federado (2 Internacionais, 29 Nacionais e 55 Distritais).
Abílio Serafim é agraciado (anos 60) pelo saudoso Professor
Manuel Puga
No ano de 1975, comandou como seleccionador e treinador a equipa ferroviária portuguesa que disputou o campeonato da USIC, em Wroclaw – Polónia.
A maior referência do basquetebol ferroviário português despediu-se das competições na época de 1978/79 (Inatel), já com a bonita idade de 56 anos.
Desde 2002, que repousa para sempre no Cemitério de Campanhã.
Bem hajas, Abílio!»
Cortesia de José Carlos Oliveira
(Ex-Presidente do Grupo Desportivo dos Ferroviários de Campanhã)
Localização de Campo da Bela vista e Campo de Vila Meã
Legenda:
1. Campo da Bela Vista
2. Campo dos Ferroviários, ou Campo de Vila Meã, ou Campo Engº
Sousa Pires, ou Campo de Benjóia
3. Avenida 25 de Abril
4. Via de Cintura Interna
5. Via Férrea
Campo Rui Navega, na Rua Pinheiro de Campanhã
Nas fotos acima a entrada do Campo Ruy Navega, do
qual, o Clube Desportivo de Portugal há anos faz a sua casa, após a demolição
do campo de Vila Meã invadido pela Via de Cintura Interna, onde jogava também, habitualmente.
O Campo Ruy Navega foi o recinto próprio do Grupo
Desportivo da Esmaltagem Mário Navega, que jogava no Campeonato
Corporativo, tendo chegado a representar Portugal, no campeonato Peninsular
defrontando em Espanha o respectivo campeão corporativo.
Bem dotado para época das infra-estruturas necessárias,
tinha adstrito um recinto para a prática do basquetebol e voleibol, e tinha
ainda iluminação artificial para a prática desportiva nocturna.
Mário Navega era pai de Rui Navega.
Notícia da época sobre o campo Rui Navega
O texto acima foi impresso no Boletim do Grupo Desportivo
Esmaltagem Mário Navega de 1960, tem a particularidade de ter sido visado pela
comissão de censura.
“O Grupo Desportivo Esmaltagem Mário Navega orgulhou-se
de possuir as melhores, mais modernas e mais bem apetrechadas instalações de
todos os agrupamentos desportivos corporativos portugueses de então. O seu
campo de futebol era electrificado com bancada coberta e uma bancada descoberta
devidamente demarcado para a prática também de Voleibol e Basquetebol, na Rua
Benjóia. O piso do campo foi então levantado na altura com as máquinas da
Camara Municipal do Porto, e trabalhava-se de dia e noite numa ânsia de possuir
o melhor campo nacional ao serviço do desporto corporativo. Foram para
além de inúmeras actividades de outro cariz, Campeões Regionais de
Futebol 9 vezes e Campeões Nacionais de Futebol por 3 vezes.
Mário Navega foi o grande
impulsionador deste projecto, para além de ser sócio gerente era também o
Presidente da Direcção do Grupo Desportivo
Esmaltagem Mário Navega, teve a designação corporativa de CAT
- Centro de Alegria no Trabalho nº 227, que lhe foi imprimida pela FNAT
desde 03 de Dezembro de 1948. Conforme esta designação o indica o CAT visava
a proporcionar aos trabalhadores uma derivação recreativa, cultural e
desportiva á margem das suas horas do trabalho profissional.
Trabalho, Recreio e
Descanso eram a trilogia do progresso social.
In Site: “bsjoao.com”
“A empresa tinha uma
equipa de futebol que impressionava, era formada por trabalhadores que
disputavam provas denominadas por campeonatos, creio, do Inatel. Essa equipa
era o Grupo Desportivo de Esmaltagem Mário Navega que jogava no, hoje muito
maltratado pelado do campo com o mesmo nome em Campanhã. Da varanda da casa que
habitava tinha uma vista total sobre o campo.
Grandes jogadores na
época, cuja, maioria não abandonavam o clube, porque a fábrica lhes permitia um
melhor futuro, casos do guarda-redes, Agostinho, Teixeira, Matos, Silva,
Carriço, Fernandinho, Feijão que faleceu ainda jovem e outros que me falham.
Assisti a jogos estupendos como aqueles em que o então adversário era a
Companhia dos Telefones de Lisboa, assistências em número tal que hoje fariam
inveja a alguns clubes ditos profissionais”.
In Site: “bsjoao.com”
“O Campo Ruy Navega
seria ainda, a “casa” do Académico FC para os seus jogos de Hóquei em Campo,
após o uso do Campo do Luso e do Estádio do Lima, já nos seus derradeiros anos.
Este recinto,
propriedade da Fábrica de Esmaltagem da família Navega, para uso dos seus
colaboradores, foi disponibilizado ao Académico pelo grande academista e seu
presidente nos anos 1932/34 e 1965/72, para o clube aí realizar os seus jogos
de Futebol e Hóquei em Campo, após Lima”.
Com a
devida vénia a José Manuel Carvalho
Presentemente, o Campo Ruy Navega acaba de ser alvo de uma
expropriação por parte da Câmara Municipal do Porto para que se cumpra o plano
de instalação do Terminal Intermodal de
Campanhã.
Em sequência daquela decisão, o campo de futebol será
transferido para um terreno que se localiza abaixo das piscinas de Campanhã que
já se encontra inserido na ORU (Operação de Reabilitação Urbana) de Campanhã.
Aliás, esse terreno, resulta de uma troca estabelecida entre o Município do
Porto e a Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte, no âmbito da
construção do Novo Centro de Saúde de Ramalde.
Este é o terreno (bem ao centro da vista aérea) para onde está previsto passar o parque desportivo do Ruy Navega – Fonte: Google maps
Campo de Ruy Navega e o Bairro de São Vicente de Paulo (à esquerda) ou Bairro de Casas Económicas do Monte da Bela, um pouco antes do desaparecimento – Ed.
MAC
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