Campo do Ameal e Sport Progresso
O Sport Progresso nasceu com o nome de “Élite Futebol Clube”
e a sua fundação data de 15 de Agosto de 1908.
Segundo Horácio Marçal, na sua obra S. Veríssimo de Paranhos, o "Élite Futebol Clube" vivia na Quinta do Covelo, lado de Faria Guimarães, sob a protecção de um outro clube, o “Clube de
Caçadores Élite Portuense” ou "Élite Sport Clube" em cujo campo realizava os seus treinos de futebol.
Em 12 de Novembro de 1908, estando prevista uma prova de tiro organizada pelo "Élite Sport Clube", a mesma sofreria alterações de última hora na atribuição dos prémios do respectivo torneio, em virtude da impossibilidade de comparência do rei D. Manuel II, que se encontrava de visita à cidade.
Devido à sua situação de dependência, o "Élite Futebol Clube" tratou
de se emancipar, passou a Sport Progresso e a jogar num recinto levantado, com balizas e vedação, pela Câmara em 1911, nos terrenos baldios de Arca d’Água,
onde se manteve até 1920, quando se decidiu transformar o campo de futebol em
jardim.
Largo da Arca d’Água antes da implantação do campo de
futebol – Fonte: Com a devida vénia a Paulo Bizarro
Planta da implantação do Campo da Arca d’Água
Em 1921, o Sport Progresso decide avançar para a construção
do Estádio do Amial ou como escrevia na altura, Ameal.
O Estádio do Amial ficava próximo da Rua do Amial.
Tinha também como limite a Viela do Ameal, mais tarde
designada por “Sport Progresso” e que, hoje, é a Rua Dr. Carlos Ramos, e a Travessa do Ameal (hoje Rua Coronel Almeida Valente) e era
propriedade do Club Sport Progresso - colectividade da freguesia de
Paranhos.
Aquele estádio foi utilizado pelo FC Porto, em vários jogos,
nas décadas de 1920 e 1930.
O campo do Ameal era um dos mais bonitos
recintos desportivos da época, com modelares balneários e um relógio
monumental, tendo igualmente servido de palco para jogos da selecção
portuguesa. Foi ganhando o seu espaço na história portista à medida que o Campo
da Constituição se revelava demasiado exíguo para a afluência crescente de
adeptos aos grandes desafios.
O Campo do Ameal, conhecido também por Estádio do Ameal, foi
inaugurado oficialmente em 10 de Junho de 1923, durante um torneio em que participaram
o Sport Progresso, Salgueiros, F. C. Porto e o Boavista.
Em Janeiro de 1923, já tinha sido solicitada a licença para a
construção de um muro de vedação em volta do terreno de jogo que, todavia, já
vinha sendo utilizado nas condições possíveis.
Em 1922, o clube já se tinha inscrito na Associação Distrital.
Já dotado de todos os requisitos, o recinto passa a ser
utilizado pelo Sport Progresso e pelo Futebol Clube do Porto, sendo palco da
final do Campeonato de Portugal de 1925–26, quando o Marítimo venceu por dois a
zero o Belenenses. Dizia-se que poderia albergar 6.000 espectadores.
Ficava, como foi já expresso, próximo à Rua do Ameal, junto da Viela do Ameal, depois
chamada de Rua do Sport Progresso e actualmente Rua
Dr. Carlos Ramos e da actual Rua Coronel Almeida Valente, à data Travessa
do Ameal, bem perto dos terrenos onde está hoje o Bairro Sá de Miranda!
Planta de implantação do Campo do Ameal – Fonte: Com a devida vénia a Paulo Bizarro
Localização do Campo do Amial - Fonte: Google maps
Em 1937, em
Assembleia-geral do F.C. Porto, foi feita a proposta para que o clube
contraísse um empréstimo para a construção de um estádio próprio. Para o
efeito, os sócios teriam de subscrever obrigações. No entanto, a procura não
correu como o previsto e o sonho foi adiado.
O F.C. Porto alugou
então, para os jogos grandes, o campo do Ameal, um dos melhores estádios de
Portugal, que recebeu mesmo alguns encontros da selecção nacional.
Mas o Sport
Progresso, arrendatário do terreno, reclamou em tribunal por alegadas falhas no
pagamento. Os portistas passaram então a jogar no campo do Lima, que era
utilizado pelo Académico e cujo aluguer era considerado exorbitante pelos
sócios dos «azuis e bancos». Os três clubes envolveram-se então numa guerra de
comunicados, que culminou numa série de acontecimentos estranhos: um incêndio
destruiu parcialmente as bancadas da Constituição; e as do Ameal foram
destruídas a camartelo.
Houve quem
atribuísse essa demolição ao senhorio, alegadamente portista, e que teria
pensado que assim poderia mais facilmente vender o campo do Ameal ao seu clube
do coração. Houve quem nunca perdoasse ao senhor Andrade tal gesto e por isso
os simpatizantes dos «azuis e brancos» começaram a ser conhecidos por
«andrades»…
Até à realização do sonho do Estádio das Antas, o Campo do
Ameal partilhou momentos de glória azul e branca com o Estádio do Lima.
Estádio do Ameal
A foto acima representa a entrada em campo das equipas, para
o jogo de futebol entre as selecções de Portugal e da Itália, em 15 de abril de
1928, no Campo Sport Club Progresso.
Esta partida amigável foi o décimo quarto jogo da seleção
nacional. Um jogo de preparação com vista aos Jogos Olímpicos de Amesterdão,
tendo o resultado sido favorável è equipa lusa, com um contundente 4-1
(três golos de Waldemar Mota e um de Vítor Silva).
Portugal apresentou-se de camisola vermelha e calção azul e
a Itália de camisola azul e calção branco.
Um lance da partida: Portugal vs Itália
O ocaso do Campo do Amial – Uma versão
“É uma história
efémera de amores e ódios, que durou por quase 20 anos. Teve de tudo. Intriga,
paixão, ganância, e um final trágico.
Afinal ninguém o
vendeu, também ninguém o comprou, e pelo meio ficaram os mesmos de sempre. Os medíocres
desta terra.
Mas afinal como tudo
começou?
Foi o Progresso,
genuíno clube de Paranhos, que tinha então a sua sede no 68 da rua Carlos da
Maia, bem perto do descampado de Arca D’Água.
Era aqui que a
juventude de então, dava largas ao seu entusiasmo pelo futebol.
Local “adequado” ao
futebol, tinha acrescidas vantagens sobre outros. Dispunha de água em
abundância, o que o dotava dos convenientes “balneários”, que noutros lados não
se tinham.
A utilização devia ser
intensa, a avaliar pelas convocatórias que os jornais da cidade faziam dos
frequentes desafios populares.
Mas este futebol
sempre gerou anti-corpos, que debaixo de um fingimento muito próprio, sempre
trazia melhores “alternativas”
É assim que o Primeiro
de Janeiro, em 1919, sugere em artigo que publica, que devia fazer ali a tão
indispensável piscina municipal, equipamento fundamental ao exercício físico da
juventude, e usufruindo das excepcionais disponibilidades em água com fartura,
e ainda porque assim se erradicava dali o incomodativo futebol.
Mas os tempos passam,
e de piscina nada. A revista O Sporting trás então (1922) à cena, novamente, o
assunto. Publica uma acta da Câmara, onde se justifica a não construção daquele
equipamento dados os elevados e insuportáveis custos para a autarquia.
Mas refere-se que a
zona vai ser ajardinada, e contará até com um lago. Mais tarde, poderá este ser
a piscina falada!
Entretanto o
Progresso, clube de gente dinâmica e empreendedora, abalança-se à construção de
um campo de jogos, que lhe possibilitasse outros voos (1922).
Na época anterior
tinha começado a competir na Associação Distrital, onde se filiara.
É então que em 10 de
Junho de 1923 procede à inauguração do seu campo.
São 3 equipas da
cidade que estão presentes no seu festival. Salgueiros, Boavista e Porto.
Logo elege em AG uma
Comissão de Melhorias, que haveria de dotar o campo de condições adequadas.
Nascia o estádio do Ameal. Aqui se jogaram desafios internacionais da selecção
portuguesa, com vitórias retumbantes.
Bancada do Estádio do Amial com o seu relógio junto da
actual Rua Dr. Carlos Ramos
Foto do Estádio do Amial
Campo do Ameal no lado oposto à bancada – Fonte: Com a
devida vénia a Paulo Bizarro
Mas em 1934 o clube
passa por uma grave situação financeira, que coloca tudo em jogo.
Nunca se recuperará da situação. Assoberbado por dívidas, sem capacidade
para manter o campo, já então em degradação, cria-se uma rábula, com o
objectivo de encontrar interessados no campo.
As peripécias são
profusamente “relatadas” num jornal da cidade, mas o Progresso não consegue
competir nesse ano, pese a intervenção do governador civil, que nomeou uma
comissão administrativa. A normalidade volta por poucos anos, até que surge o
grande cisma, com o campeonato 37/38.
O regulamento não
permite a partilha do mesmo campo por 2 clubes da mesma prova nacional. O
Porto, não pode usar o Lima, e a Constituição limita substancialmente as
receitas. Pensa no Ameal, e faz com o Progresso um contrato. Anuncia-o o
Comércio do Porto de 1 de Janeiro de 1938.
Mas as arestas não
foram limadas, e começa a guerra do diz que diz.
O Progresso acusa o
Porto, através da Comissão do Campo, de pretender comprar uma das partes do
campo. Este tinha 3 proprietários, e duas metades. Uma delas, que integrava a
bancada, veria finalizar o arrendamento em Setembro.
Por outro lado o
pensado alargamento do campo, feito pela Comissão, para os terrenos traseiros à
bancada, não terá viabilidade, pois a Câmara projecta uma avenida até ao
“hospital da cidade” na Asprela, que se irá fazer e o Progresso diz que nunca
cederá a outra parte.
A Comissão entretanto
publica um comunicado, dizendo que não tem intenções de compra do terreno, e
que apenas sugeriu ao clube que fizesse o acordo apenas por um ano.
Nesta guerrilha com um
campo no meio, outro jornal da cidade faz o ponto da situação (Maio 1938),
dizendo:
“No início da
temporada, o Sport Progresso e o FC do Porto jogaram uma verdadeira cabra-cega
devido ao campo do Amial.
O Progresso, conforme
as negociações iam caminhando, caminhava também nas exigências. Por fim,
interrompidas as negociações, os dirigentes do FCP ouviram das boas e bonitas,
proferidas pelos dirigentes progressistas.
Os adeptos
destes, instigados a defenderam-se de quem lhes queria o campo, reagiram a
quente, e destruíram as bancadas, Também acabava o Amial.
Foi a debilidade
financeira do clube arrendatário, a cobiça dos proprietários, e o regulamento
da prova 37/38, que lhe apressaram o fim.
Com muito sacrifício e
dificuldade, abalançou-se o clube a encontrar alternativas, que surgem em 1947.
Com a ajuda da Federação, consegue o Progresso instalar ainda na rua do Amial,
mas agora do outro lado da Circunvalação. Longe das origens em Paranhos, mas ainda
na cidade…
…Entretanto, a avenida
majestosa até ao hospital, ficou reduzida a uma insignificante rua que não
chega a metade do percurso.
O estádio não deu mais
proventos desportivos ou financeiros, e os seus terrenos acabaram numas
urbanizações tristes e cinzentas.
Mas o local é achacado
a histórias “desportivas”. Em 1938, o governo civil patrocinou a iniciativa de
construção de um estádio distrital. A proposta vencedora implantava-o nas
proximidades. Coisa ampla e sumptuosa, exactamente onde mais tarde, mas agora
em muito menos terreno, se projectou o estádio do Salgueiros. Está lá um
rústico e decorativo charco…”
Com a devida vénia a Victor Sousa
Bancadas do Campo do Ameal após a destruição – Fonte: Com a
devida vénia a Paulo Bizarro
Fotografia aérea da implantação do Campo do Ameal – Fonte:
Com a devida vénia a Paulo Bizarro
Na foto acima, o círculo assinala parte da bancada destruída.
Ainda antes de meados do século XX, o Sport Progresso teria o seu campo de jogos na Rua do Amial, alguns metros após a Estrada da Circunvalação, no denominado Campo Queiroz Sobrinho.
Entrada do Campo do Sport Progresso, na Rua do Amial, para lá da Estrada Exterior da Circunvalação
Hoje, o campo do Sport Progresso não mais existe e o seu
antigo terreno é o parque automóvel de uma churrasqueira das imediações.
Estádio
do Lima e Académico FC
Recinto multidisciplinar, propriedade do Académico FC, o
Estádio do Lima contava nas suas valências com bancada central coberta, bancada
de cimento no topo Norte, zonas de «peão», pistas de atletismo, de ciclismo e
campo de basquetebol, para além de um pavilhão. Face às condições precárias do
Campo da Constituição, o Lima foi utilizado para jogos do FC Porto em diversas
ocasiões, sobretudo na década de 1940. De entre os encontros particulares aqui
disputados, destaca-se o jogo entre FC Porto e Arsenal, em 1948, que terminou
com um triunfo portista por 3-2.
Na foto Araújo marca o golo da vitória sobre o Arsenal.
Na foto anterior em 6 de Maio de 1948, Porto 3- Arsenal 2.
“Pode parecer estranho
uma Taça ganha num jogo amigável fazer parte da galeria do orgulho do futebol
azul e branco. A Taça foi oferecida ao F.C.Porto por um grupo de sócios que
assim decidiu perpetuar aquela que terá sido uma das mais importantes vitórias
da história do F.C.Porto.
O adversário era só o
Arsenal de Londres, considerado na altura a melhor equipa do Mundo. Estavamos a
6 de Maio de 1948, o jogo era no Estádio do Lima completamente cheio. Ninguém
queria perder a oportunidade de ver ali, bem perto, os melhores jogadores do
Mundo e poucos teriam alguma réstia de esperança numa vitória.
Só que a entrada em
jogo da equipa do F.C.Porto foi tão fulgurante que em poucos minutos conseguiu
três golos. Um estádio atónito e em delírio via o F.C.Porto a ganhar ao Arsenal
por 3-0 ainda não havia meia hora de jogo. O Arsenal ainda conseguiu marcar
dois golos, mas já não teve força para inverter o marcador”.
Fonte: "memoriaazul.blogspot"
Plantel vencedor
Taça da vitória
“Aproveitando a
“gloriosa” lembrança do célebre FC Porto – Arsenal, de 1948, é de bom-tom que
se faça aqui uma pequena nota em torno do palco onde se desenrolou este épico e
inesquecível desafio de futebol: o Estádio do Lima. Os mais novos – a grande
maioria destes - que visionarão estas curtas linhas decerto estranharão este
nome. Conhecedores dos modernos e ultra-confortáveis estádios da actualidade no
nosso país perguntar-se-ão: «mas onde raio fica o Estádio do Lima?»
Infelizmente ele não passa de uma doce memória para uns, ou de um fantasma para
outros, simplesmente porque fisicamente este templo da primeira metade do
século XX do futebol português já não existe.
No entanto, muita da
grandiosa história do nosso futebol foi ali escrita, e escrita a “letras de
ouro”, não só o “famoso” FC Porto – Arsenal, de que já aqui falámos, como outros
épicos encontros que o maior clube da Cidade Invicta realizou ante os seus
rivais de Lisboa (Benfica e Sporting, por exemplo), bem como o facto de ter
servido de berço de dezenas e dezenas de jogos que opuseram os donos da casa, o
Académico Futebol Clube – na época um dos grandes emblemas do futebol lusitano
– a diversas equipas que disputavam os primeiros desafios do recém-criado
Campeonato Nacional da 1ª Divisão, ou de emotivos “tira-teimas” do Campeonato
de Portugal (o antecessor da actual Taça de Portugal).
O Lima é pois um baú
de histórias da bola, e não só, pois na sua pista de atletismo passaram alguns
dos melhores corredores nacionais daquela época, e na de ciclismo muitos dos
“ases” da arte de dar ao pedal.
O Lima foi o primeiro
grande templo do futebol português numa época em que o belo jogo era puramente
amador... e romântico.
Hoje em dia não passa
de um fantasma, pois no local onde outrora eram vividas tardes épicas em termos
desportivos hoje não mais existe do que um enorme e gélido descampado... sem
qualquer vestígio do extinto templo desportivo.
Inaugurado no
longínquo dia 16 de Março de 1924 o Estádio do Lima (situado entre as ruas de
Costa Cabral e da Alegria) era, como já descortinámos nas primeiras linhas
deste texto, propriedade do Académico Futebol Clube, nobre agremiação portuense
fundada em 1911. Foi um dos primeiros estádios relvados do nosso país, processo
de arrelvamento que foi levado a cabo em 1937.
O Lima pode já não
existir fisicamente mas os seus belos traços, a alegria contagiante das suas
bancadas... serão eternas. E assim o são pelo facto de um dos filmes
portugueses mais populares de sempre, “O Leão da Estrela”, ter sido – em parte
– ali gravado. Nesta película são retratadas as aventuras de um fanático adepto
do Sporting – personagem interpretada pelo “imortal” António Silva – que se
desloca ao Porto para assistir a um decisivo e emotivo encontro entre o FC
Porto e o seu clube.
As bancadas, a relva
sagrada, a sua atmosfera foram captadas e desta forma imortalizadas através do
cinema.
Devo confessar que
sempre que passo no local onde outrora esteve erguido fisicamente o Estádio do
Lima não deixo de sentir uma certa inveja... inveja daqueles que ali
presenciaram grandes momentos de futebol, colocando de imediato a minha imaginação
a trabalhar... imaginando a alegria vibrante e contagiante das bancadas, os
dribles dos artistas que naquele relvado mágico tantas e tantas vezes
brilharam... e eu ali, no meio da multidão a contemplar aquele cenário
paradisíaco. Dentro de mim o Lima continua bem vivo.”
Com a devida vénia a Miguel Barros
Estádio do Lima com o Monte dos Congregados ao fundo com o
seu depósito de água
Porto vs Benfica
Diz a caixa da notícia acima que estão no lance, Virgílio,
Joaquim Alfredo e Romão.
Pista de ciclismo e automobilismo do Estádio do Lima e por fundo a Fábrica Matos & Quintans
A pista de ciclismo também servia para provas
automobilísticas – Fonte: JPortojo
O Académico Futebol Clube é um clube desportivo do Porto,
que foi fundado em 15 de Setembro de 1911.
Situa-se na freguesia de Bonfim, no limite com a freguesia
de Paranhos, na Rua Costa Cabral.
A origem do clube que hoje se denomina Académico Futebol
Clube (A.F.C.) remonta ao início do século XX, quando um Grupo de Estudantes,
essencialmente provenientes do Liceu Alexandre Herculano o decidiu fundar.
Por isso, começaria por se chamar "Team Académico do Porto", a partir do dia 24 de Abril de 1911, do qual se destacavam os fundadores Manuel Valença, Elísio Bessa, Sebastião Paranhos, Canuto de Figueiredo, Mário Macãs, José Magalhães Bastos, Camilo Monis, João Cal, Carlos Megre, Eurico Paiva e José Lobão de Carvalho.
Passados 6 dias sobre aquela data, a 30 de Abril, o "Team Académico do Porto", na sua primeira exibição, derrotaria por 5-3 o FC Porto.
Em Setembro desse ano aparecia, então, o "Académico Futebol Clube", que ligado ao futebol actuaria no campo que, passado uma década, seria ocupado pelo Ramaldense F. C. e, um outro, para os lados de Costa Cabral, possivelmente aquele que ficou conhecido como o campo do Outeiro.
Plantel do Académico Futebol Clube 1916/17
O Académico Futebol Clube, criado após a implantação da República,
começa por dedicar-se ao futebol.
Começou a jogá-lo no lugar da Cruz, num terreno improvisado para
os lados do Hospital do Conde de Ferreira. Talvez pela precariedade das
instalações, um seu apaniguado terá ofertado ao clube um terreno em Ramalde,
onde o Académico se instalou.
Em 1921, o clube arrenda um terreno da Santa Casa
da Misericórdia, na Rua da Alegria, frente ao campo do Luso e inaugura o seu
Estádio do Lima, em 1923.
Este campo do Luso, do Luso Atlético Clube, onde se jogou
também futebol, era conhecido por lá se disputarem os jogos de andebol de 11 e
de hóquei em campo.
Foto aérea do Estádio do Lima em 1939
Legenda:
1. Estádio do Lima
2. Campo do Luso
3. Fábrica de Fiação e Tecidos Matos & Quintans
4. Viela do Seixal (Desaparecida)
Courts de Ténis anexos ao palacete da sede do Académico
Futebol Clube
“No Lima, deu-se o
pontapé de saída da primeira jornada do primeiro campeonato nacional, num
Académico-União Lisboa (que em 1942 se fundiria com o Carcavelinhos para fundar
Atlético Clube de Portugal), em janeiro de 1935, um ano depois de ter sido
palco do primeiro jogo de futebol noturno em Portugal (1934) – em que a bola
foi pintada de branco mas perdeu a tinta com o decorrer da partida”.
Fonte: “maisfutebol.iol.pt”
Sobre o desaparecimento do Estádio do Lima ocorrido no fim
dos anos 60 do século XX, já em 1944, a opinião pública se debruçava sobre essa
possibilidade.
Revista Desportiva “Stadium”, 26 de Abril de 1944
Nos anos que antecederam o artigo jornalístico acima, a
participação na primeira divisão nacional de futebol do AFC tinha terminado em
1941/42. Daí em diante, o futebol definhou até a equipa fazer o seu último jogo
no estádio em Junho de 1964.
Jogo entre o Académico do Porto e o SL Benfica, para o
campeonato nacional de futebol em Março de 1940
Em 1947, ficou
célebre o jogo entre o FC Porto e o Sporting que o filme “O Leão da Estrela”,
imortalizou.
Em 1947 ainda se
usava a saudação nazi
Cumprimentos antes
do jogo FCPorto vs Sporting CP
Cartaz do filme “O
Leão da Estrela”
Um dos maiores atletas do Académico foi o ciclista Ribeiro
da Silva, conhecido como o "O Português Voador", contudo alguns
outros nomes se devem realçar, essencialmente pela sua particularidade: Manuel
Fonseca e Castro, foi o primeiro internacional de futebol de um clube da cidade
do Porto e José Prata de Lima, foi o primeiro atleta Olímpico da cidade invicta
tendo participado nos Jogos Olímpicos de 1928 na modalidade de Atletismo.
Ribeiro da Silva homenageado no Lima depois de ganhar uma
das duas Voltas (1955 e 1957) a Portugal que conseguiu em compita com o Alves
Barbosa do Sangalhos
Chegada ao Estádio do Lima de uma etapa da Volta a Portugal
em 1965
Hoje, mais de 700 atletas praticam modalidades tão diversas
como ginástica, andebol, basquetebol, bilhar, campismo/montanhismo e hóquei
patins.
Entrada pela Rua de Costa Cabral para os pavilhões cobertos
do Académico Futebol Clube – Fonte: JPortojo
Sala de troféus do Académico Futebol Clube – Fonte: Jornal
Público
Vista aérea do Estádio do Lima antes da demolição
Sem comentários:
Enviar um comentário