domingo, 9 de abril de 2017

(Continuação 12) - Actualização em 20/02/ e 18/04/2019

Campo do Ameal e Sport Progresso


O Sport Progresso nasceu com o nome de “Élite Futebol Clube” e a sua fundação data de 15 de Agosto de 1908.
Segundo Horácio Marçal, na sua obra S. Veríssimo de Paranhos, o "Élite Futebol Clube" vivia na Quinta do Covelo, lado de Faria Guimarães, sob a protecção de um outro clube, o “Clube de Caçadores Élite Portuense” ou "Élite Sport Clube" em cujo campo realizava os seus treinos de futebol.
Em 12 de Novembro de 1908, estando prevista uma prova de tiro organizada pelo "Élite Sport Clube", a mesma sofreria alterações de última hora na atribuição dos prémios do respectivo torneio, em virtude da impossibilidade de comparência do rei D. Manuel II, que se encontrava de visita à cidade.


In jornal "A Voz Pública" de 10 de Novembro de 1908



Devido à sua situação de dependência, o "Élite Futebol Clube" tratou de se emancipar, passou a Sport Progresso e a jogar num recinto levantado, com balizas e vedação, pela Câmara em 1911, nos terrenos baldios de Arca d’Água, onde se manteve até 1920, quando se decidiu transformar o campo de futebol em jardim.




Largo da Arca d’Água antes da implantação do campo de futebol – Fonte: Com a devida vénia a Paulo Bizarro


Planta da implantação do Campo da Arca d’Água



Em 1921, o Sport Progresso decide avançar para a construção do Estádio do Amial ou como escrevia na altura, Ameal.
O Estádio do Amial ficava próximo da Rua do Amial.
Tinha também como limite a Viela do Ameal, mais tarde designada por “Sport Progresso” e que, hoje, é a Rua Dr. Carlos Ramos, e a Travessa do Ameal (hoje Rua Coronel Almeida Valente) e era propriedade do Club Sport Progresso - colectividade da freguesia de Paranhos.
Aquele estádio foi utilizado pelo FC Porto, em vários jogos, nas décadas de 1920 e 1930.
O  campo do Ameal era um dos mais bonitos recintos desportivos da época, com modelares balneários e um relógio monumental, tendo igualmente servido de palco para jogos da selecção portuguesa. Foi ganhando o seu espaço na história portista à medida que o Campo da Constituição se revelava demasiado exíguo para a afluência crescente de adeptos aos grandes desafios.
O Campo do Ameal, conhecido também por Estádio do Ameal, foi inaugurado oficialmente em 10 de Junho de 1923, durante um torneio em que participaram o Sport Progresso, Salgueiros, F. C. Porto e o Boavista.
Em Janeiro de 1923, já tinha sido solicitada a licença para a construção de um muro de vedação em volta do terreno de jogo que, todavia, já vinha sendo utilizado nas condições possíveis.
Em 1922, o clube já se tinha inscrito na Associação Distrital.
Já dotado de todos os requisitos, o recinto passa a ser utilizado pelo Sport Progresso e pelo Futebol Clube do Porto, sendo palco da final do Campeonato de Portugal de 1925–26, quando o Marítimo venceu por dois a zero o Belenenses. Dizia-se que poderia albergar 6.000 espectadores.
Ficava, como foi já expresso, próximo à Rua do Ameal, junto da Viela do Ameal, depois chamada de Rua do Sport Progresso e actualmente Rua Dr. Carlos Ramos e da actual Rua Coronel Almeida Valente, à data Travessa do Ameal, bem perto dos terrenos onde está hoje o Bairro Sá de Miranda!


Planta de implantação do Campo do Ameal  – Fonte: Com a devida vénia a Paulo Bizarro




Localização do Campo do Amial - Fonte: Google maps


Em 1937, em Assembleia-geral do F.C. Porto, foi feita a proposta para que o clube contraísse um empréstimo para a construção de um estádio próprio. Para o efeito, os sócios teriam de subscrever obrigações. No entanto, a procura não correu como o previsto e o sonho foi adiado.
O F.C. Porto alugou então, para os jogos grandes, o campo do Ameal, um dos melhores estádios de Portugal, que recebeu mesmo alguns encontros da selecção nacional.
Mas o Sport Progresso, arrendatário do terreno, reclamou em tribunal por alegadas falhas no pagamento. Os portistas passaram então a jogar no campo do Lima, que era utilizado pelo Académico e cujo aluguer era considerado exorbitante pelos sócios dos «azuis e bancos». Os três clubes envolveram-se então numa guerra de comunicados, que culminou numa série de acontecimentos estranhos: um incêndio destruiu parcialmente as bancadas da Constituição; e as do Ameal foram destruídas a camartelo.
Houve quem atribuísse essa demolição ao senhorio, alegadamente portista, e que teria pensado que assim poderia mais facilmente vender o campo do Ameal ao seu clube do coração. Houve quem nunca perdoasse ao senhor Andrade tal gesto e por isso os simpatizantes dos «azuis e brancos» começaram a ser conhecidos por «andrades»…
Até à realização do sonho do Estádio das Antas, o Campo do Ameal partilhou momentos de glória azul e branca com o Estádio do Lima.


Estádio do Ameal

A foto acima representa a entrada em campo das equipas, para o jogo de futebol entre as selecções de Portugal e da Itália, em 15 de abril de 1928, no Campo Sport Club Progresso.
Esta partida amigável foi o décimo quarto jogo da seleção nacional. Um jogo de preparação com vista aos Jogos Olímpicos de Amesterdão, tendo o resultado sido favorável è equipa lusa, com um contundente 4-1 (três golos de Waldemar Mota e um de Vítor Silva).
Portugal apresentou-se de camisola vermelha e calção azul e a Itália de camisola azul e calção branco.

Um lance da partida: Portugal vs Itália




O ocaso do Campo do Amial – Uma versão


“É uma história efémera de amores e ódios, que durou por quase 20 anos. Teve de tudo. Intriga, paixão, ganância, e um final trágico.
Afinal ninguém o vendeu, também ninguém o comprou, e pelo meio ficaram os mesmos de sempre. Os medíocres desta terra.
Mas afinal como tudo começou?
Foi o Progresso, genuíno clube de Paranhos, que tinha então a sua sede no 68 da rua Carlos da Maia, bem perto do descampado de Arca D’Água.
Era aqui que a juventude de então, dava largas ao seu entusiasmo pelo futebol.
Local “adequado” ao futebol, tinha acrescidas vantagens sobre outros. Dispunha de água em abundância, o que o dotava dos convenientes “balneários”, que noutros lados não se tinham.
A utilização devia ser intensa, a avaliar pelas convocatórias que os jornais da cidade faziam dos frequentes desafios populares.
Mas este futebol sempre gerou anti-corpos, que debaixo de um fingimento muito próprio, sempre trazia melhores “alternativas”
É assim que o Primeiro de Janeiro, em 1919, sugere em artigo que publica, que devia fazer ali a tão indispensável piscina municipal, equipamento fundamental ao exercício físico da juventude, e usufruindo das excepcionais disponibilidades em água com fartura, e ainda porque assim se erradicava dali o incomodativo futebol.
Mas os tempos passam, e de piscina nada. A revista O Sporting trás então (1922) à cena, novamente, o assunto. Publica uma acta da Câmara, onde se justifica a não construção daquele equipamento dados os elevados e insuportáveis custos para a autarquia.
Mas refere-se que a zona vai ser ajardinada, e contará até com um lago. Mais tarde, poderá este ser a piscina falada!
Entretanto o Progresso, clube de gente dinâmica e empreendedora, abalança-se à construção de um campo de jogos, que lhe possibilitasse outros voos (1922).
Na época anterior tinha começado a competir na Associação Distrital, onde se filiara.
É então que em 10 de Junho de 1923 procede à inauguração do seu campo.
São 3 equipas da cidade que estão presentes no seu festival. Salgueiros, Boavista e Porto.
Logo elege em AG uma Comissão de Melhorias, que haveria de dotar o campo de condições adequadas. Nascia o estádio do Ameal. Aqui se jogaram desafios internacionais da selecção portuguesa, com vitórias retumbantes.



Bancada do Estádio do Amial com o seu relógio junto da actual Rua Dr. Carlos Ramos



Foto do Estádio do Amial


Campo do Ameal no lado oposto à bancada – Fonte: Com a devida vénia a Paulo Bizarro



Mas em 1934 o clube passa por uma grave situação financeira, que coloca tudo em jogo. Nunca se recuperará da situação. Assoberbado por dívidas, sem capacidade para manter o campo, já então em degradação, cria-se uma rábula, com o objectivo de encontrar interessados no campo.
As peripécias são profusamente “relatadas” num jornal da cidade, mas o Progresso não consegue competir nesse ano, pese a intervenção do governador civil, que nomeou uma comissão administrativa. A normalidade volta por poucos anos, até que surge o grande cisma, com o campeonato 37/38.
O regulamento não permite a partilha do mesmo campo por 2 clubes da mesma prova nacional. O Porto, não pode usar o Lima, e a Constituição limita substancialmente as receitas. Pensa no Ameal, e faz com o Progresso um contrato. Anuncia-o o Comércio do Porto de 1 de Janeiro de 1938.
Mas as arestas não foram limadas, e começa a guerra do diz que diz.
O Progresso acusa o Porto, através da Comissão do Campo, de pretender comprar uma das partes do campo. Este tinha 3 proprietários, e duas metades. Uma delas, que integrava a bancada, veria finalizar o arrendamento em Setembro.
Por outro lado o pensado alargamento do campo, feito pela Comissão, para os terrenos traseiros à bancada, não terá viabilidade, pois a Câmara projecta uma avenida até ao “hospital da cidade” na Asprela, que se irá fazer e o Progresso diz que nunca cederá a outra parte.
A Comissão entretanto publica um comunicado, dizendo que não tem intenções de compra do terreno, e que apenas sugeriu ao clube que fizesse o acordo apenas por um ano.
Nesta guerrilha com um campo no meio, outro jornal da cidade faz o ponto da situação (Maio 1938), dizendo:
“No início da temporada, o Sport Progresso e o FC do Porto jogaram uma verdadeira cabra-cega devido ao campo do Amial.
O Progresso, conforme as negociações iam caminhando, caminhava também nas exigências. Por fim, interrompidas as negociações, os dirigentes do FCP ouviram das boas e bonitas, proferidas pelos dirigentes progressistas.
Os adeptos destes, instigados a defenderam-se de quem lhes queria o campo, reagiram a quente, e destruíram as bancadas, Também acabava o Amial.
Foi a debilidade financeira do clube arrendatário, a cobiça dos proprietários, e o regulamento da prova 37/38, que lhe apressaram o fim.
Com muito sacrifício e dificuldade, abalançou-se o clube a encontrar alternativas, que surgem em 1947. Com a ajuda da Federação, consegue o Progresso instalar ainda na rua do Amial, mas agora do outro lado da Circunvalação. Longe das origens em Paranhos, mas ainda na cidade…
…Entretanto, a avenida majestosa até ao hospital, ficou reduzida a uma insignificante rua que não chega a metade do percurso.
O estádio não deu mais proventos desportivos ou financeiros, e os seus terrenos acabaram numas urbanizações tristes e cinzentas.
Mas o local é achacado a histórias “desportivas”. Em 1938, o governo civil patrocinou a iniciativa de construção de um estádio distrital. A proposta vencedora implantava-o nas proximidades. Coisa ampla e sumptuosa, exactamente onde mais tarde, mas agora em muito menos terreno, se projectou o estádio do Salgueiros. Está lá um rústico e decorativo charco…”
Com a devida vénia a Victor Sousa


Bancadas do Campo do Ameal após a destruição – Fonte: Com a devida vénia a Paulo Bizarro


Fotografia aérea da implantação do Campo do Ameal – Fonte: Com a devida vénia a Paulo Bizarro


Na foto acima, o círculo assinala parte da bancada destruída.
Ainda antes de meados do século XX, o Sport Progresso teria o seu campo de jogos na Rua do Amial, alguns metros após a Estrada da Circunvalação, no denominado Campo Queiroz Sobrinho.


Entrada do Campo do Sport Progresso, na Rua do Amial, para lá da Estrada Exterior da Circunvalação


Hoje, o campo do Sport Progresso não mais existe e o seu antigo terreno é o parque automóvel de uma churrasqueira das imediações.



Estádio do Lima e Académico FC


Recinto multidisciplinar, propriedade do Académico FC, o Estádio do Lima contava nas suas valências com bancada central coberta, bancada de cimento no topo Norte, zonas de «peão», pistas de atletismo, de ciclismo e campo de basquetebol, para além de um pavilhão. Face às condições precárias do Campo da Constituição, o Lima foi utilizado para jogos do FC Porto em diversas ocasiões, sobretudo na década de 1940. De entre os encontros particulares aqui disputados, destaca-se o jogo entre FC Porto e Arsenal, em 1948, que terminou com um triunfo portista por 3-2.

Na foto Araújo marca o golo da vitória sobre o Arsenal.

Na foto anterior em 6 de Maio de 1948, Porto 3- Arsenal 2. 


“Pode parecer estranho uma Taça ganha num jogo amigável fazer parte da galeria do orgulho do futebol azul e branco. A Taça foi oferecida ao F.C.Porto por um grupo de sócios que assim decidiu perpetuar aquela que terá sido uma das mais importantes vitórias da história do F.C.Porto.
O adversário era só o Arsenal de Londres, considerado na altura a melhor equipa do Mundo. Estavamos a 6 de Maio de 1948, o jogo era no Estádio do Lima completamente cheio. Ninguém queria perder a oportunidade de ver ali, bem perto, os melhores jogadores do Mundo e poucos teriam alguma réstia de esperança numa vitória.
Só que a entrada em jogo da equipa do F.C.Porto foi tão fulgurante que em poucos minutos conseguiu três golos. Um estádio atónito e em delírio via o F.C.Porto a ganhar ao Arsenal por 3-0 ainda não havia meia hora de jogo. O Arsenal ainda conseguiu marcar dois golos, mas já não teve força para inverter o marcador”. 
Fonte: "memoriaazul.blogspot"

Plantel vencedor




Taça da vitória


“Aproveitando a “gloriosa” lembrança do célebre FC Porto – Arsenal, de 1948, é de bom-tom que se faça aqui uma pequena nota em torno do palco onde se desenrolou este épico e inesquecível desafio de futebol: o Estádio do Lima. Os mais novos – a grande maioria destes - que visionarão estas curtas linhas decerto estranharão este nome. Conhecedores dos modernos e ultra-confortáveis estádios da actualidade no nosso país perguntar-se-ão: «mas onde raio fica o Estádio do Lima?» Infelizmente ele não passa de uma doce memória para uns, ou de um fantasma para outros, simplesmente porque fisicamente este templo da primeira metade do século XX do futebol português já não existe.
No entanto, muita da grandiosa história do nosso futebol foi ali escrita, e escrita a “letras de ouro”, não só o “famoso” FC Porto – Arsenal, de que já aqui falámos, como outros épicos encontros que o maior clube da Cidade Invicta realizou ante os seus rivais de Lisboa (Benfica e Sporting, por exemplo), bem como o facto de ter servido de berço de dezenas e dezenas de jogos que opuseram os donos da casa, o Académico Futebol Clube – na época um dos grandes emblemas do futebol lusitano – a diversas equipas que disputavam os primeiros desafios do recém-criado Campeonato Nacional da 1ª Divisão, ou de emotivos “tira-teimas” do Campeonato de Portugal (o antecessor da actual Taça de Portugal).
O Lima é pois um baú de histórias da bola, e não só, pois na sua pista de atletismo passaram alguns dos melhores corredores nacionais daquela época, e na de ciclismo muitos dos “ases” da arte de dar ao pedal.
O Lima foi o primeiro grande templo do futebol português numa época em que o belo jogo era puramente amador... e romântico.
Hoje em dia não passa de um fantasma, pois no local onde outrora eram vividas tardes épicas em termos desportivos hoje não mais existe do que um enorme e gélido descampado... sem qualquer vestígio do extinto templo desportivo.
Inaugurado no longínquo dia 16 de Março de 1924 o Estádio do Lima (situado entre as ruas de Costa Cabral e da Alegria) era, como já descortinámos nas primeiras linhas deste texto, propriedade do Académico Futebol Clube, nobre agremiação portuense fundada em 1911. Foi um dos primeiros estádios relvados do nosso país, processo de arrelvamento que foi levado a cabo em 1937.
O Lima pode já não existir fisicamente mas os seus belos traços, a alegria contagiante das suas bancadas... serão eternas. E assim o são pelo facto de um dos filmes portugueses mais populares de sempre, “O Leão da Estrela”, ter sido – em parte – ali gravado. Nesta película são retratadas as aventuras de um fanático adepto do Sporting – personagem interpretada pelo “imortal” António Silva – que se desloca ao Porto para assistir a um decisivo e emotivo encontro entre o FC Porto e o seu clube.
As bancadas, a relva sagrada, a sua atmosfera foram captadas e desta forma imortalizadas através do cinema.
Devo confessar que sempre que passo no local onde outrora esteve erguido fisicamente o Estádio do Lima não deixo de sentir uma certa inveja... inveja daqueles que ali presenciaram grandes momentos de futebol, colocando de imediato a minha imaginação a trabalhar... imaginando a alegria vibrante e contagiante das bancadas, os dribles dos artistas que naquele relvado mágico tantas e tantas vezes brilharam... e eu ali, no meio da multidão a contemplar aquele cenário paradisíaco. Dentro de mim o Lima continua bem vivo.”
Com a devida vénia a Miguel Barros


Estádio do Lima com o Monte dos Congregados ao fundo com o seu depósito de água

Porto vs Benfica

Diz a caixa da notícia acima que estão no lance, Virgílio, Joaquim Alfredo e Romão.

Pista de ciclismo e automobilismo do Estádio do Lima e por fundo a Fábrica Matos & Quintans





A pista de ciclismo também servia para provas automobilísticas – Fonte: JPortojo


O Académico Futebol Clube é um clube desportivo do Porto, que foi fundado em 15 de Setembro de 1911.
Situa-se na freguesia de Bonfim, no limite com a freguesia de Paranhos, na Rua Costa Cabral.
A origem do clube que hoje se denomina Académico Futebol Clube (A.F.C.) remonta ao início do século XX, quando um Grupo de Estudantes, essencialmente provenientes do Liceu Alexandre Herculano o decidiu fundar.
Por isso, começaria por se chamar "Team Académico do Porto", a partir do dia 24 de Abril de 1911, do qual se destacavam os fundadores Manuel Valença, Elísio Bessa, Sebastião Paranhos, Canuto de Figueiredo, Mário Macãs, José Magalhães Bastos, Camilo Monis, João Cal, Carlos Megre, Eurico Paiva e José Lobão de Carvalho.
Passados 6 dias sobre aquela data, a 30 de Abril, o "Team Académico do Porto", na sua primeira exibição, derrotaria por 5-3 o FC Porto.
Em Setembro desse ano aparecia, então, o "Académico Futebol Clube", que ligado ao futebol actuaria no campo que, passado uma década, seria ocupado pelo Ramaldense F. C. e, um outro, para os lados de Costa Cabral, possivelmente aquele que ficou conhecido como o campo do Outeiro.


Plantel do Académico Futebol Clube 1916/17


O Académico Futebol Clube, criado após a implantação da República, começa por dedicar-se ao futebol.
Começou a jogá-lo no lugar da Cruz, num terreno improvisado para os lados do Hospital do Conde de Ferreira. Talvez pela precariedade das instalações, um seu apaniguado terá ofertado ao clube um terreno em Ramalde, onde o Académico se instalou. 
Em 1921, o clube arrenda um terreno da Santa Casa da Misericórdia, na Rua da Alegria, frente ao campo do Luso e inaugura o seu Estádio do Lima, em 1923.
Este campo do Luso, do Luso Atlético Clube, onde se jogou também futebol, era conhecido por lá se disputarem os jogos de andebol de 11 e de hóquei em campo.



Foto aérea do Estádio do Lima em 1939

Legenda:
1. Estádio do Lima
2. Campo do Luso
3. Fábrica de Fiação e Tecidos Matos & Quintans
4. Viela do Seixal (Desaparecida)





Courts de Ténis anexos ao palacete da sede do Académico Futebol Clube


“No Lima, deu-se o pontapé de saída da primeira jornada do primeiro campeonato nacional, num Académico-União Lisboa (que em 1942 se fundiria com o Carcavelinhos para fundar Atlético Clube de Portugal), em janeiro de 1935, um ano depois de ter sido palco do primeiro jogo de futebol noturno em Portugal (1934) – em que a bola foi pintada de branco mas perdeu a tinta com o decorrer da partida”.
Fonte: “maisfutebol.iol.pt”


Sobre o desaparecimento do Estádio do Lima ocorrido no fim dos anos 60 do século XX, já em 1944, a opinião pública se debruçava sobre essa possibilidade.



Revista Desportiva “Stadium”, 26 de Abril de 1944



Nos anos que antecederam o artigo jornalístico acima, a participação na primeira divisão nacional de futebol do AFC tinha terminado em 1941/42. Daí em diante, o futebol definhou até a equipa fazer o seu último jogo no estádio em Junho de 1964.



Jogo entre o Académico do Porto e o SL Benfica, para o campeonato nacional de futebol em Março de 1940


Em 1947, ficou célebre o jogo entre o FC Porto e o Sporting que o filme “O Leão da Estrela”, imortalizou.


Em 1947 ainda se usava a saudação nazi


Cumprimentos antes do jogo FCPorto vs Sporting CP


Cartaz do filme “O Leão da Estrela”


Um dos maiores atletas do Académico foi o ciclista Ribeiro da Silva, conhecido como o "O Português Voador", contudo alguns outros nomes se devem realçar, essencialmente pela sua particularidade: Manuel Fonseca e Castro, foi o primeiro internacional de futebol de um clube da cidade do Porto e José Prata de Lima, foi o primeiro atleta Olímpico da cidade invicta tendo participado nos Jogos Olímpicos de 1928 na modalidade de Atletismo.


Ribeiro da Silva homenageado no Lima depois de ganhar uma das duas Voltas (1955 e 1957) a Portugal que conseguiu em compita com o Alves Barbosa do Sangalhos



Chegada ao Estádio do Lima de uma etapa da Volta a Portugal em 1965



Hoje, mais de 700 atletas praticam modalidades tão diversas como ginástica, andebol, basquetebol, bilhar, campismo/montanhismo e hóquei patins.


Entrada pela Rua de Costa Cabral para os pavilhões cobertos do Académico Futebol Clube – Fonte: JPortojo


Sala de troféus do Académico Futebol Clube – Fonte: Jornal Público


Vista aérea do Estádio do Lima antes da demolição

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