domingo, 12 de março de 2017

(Continuação 14) - Actualização em 07/02/2018, 01/02/ e 11/02/2021 e 03/03/2021

Clube da Foz e Clube de Cadouços

“Estes dois clubes estavam localizados na Rua das Motas e Largo de Cadouços respectivamente, e tiveram actividade entre 1881 e 1910. A partir de meados do século XIX, a burguesia portuense, como as famílias abastadas das zonas rurais do interior, começaram a ir a banhos à Foz. Quem ia do centro do Porto, viajava de barco, a partir da Ribeira, ou então de carroção pela estrada marginal, e depois de Americano e mais tarde de eléctrico. É a partir da década de 1870 que a Foz ganha maior afluência de banhistas, e com eles, a necessidade de preencher o seu tempo de lazer. Em 1881, surge o Clube de Cadouços e o seu congénere da Foz. Eram ambos as sociedades recreativas mais selectas da freguesia de S. João da Foz do Douro, assegurando aos seus associados (e amigos de passagem ou estivais) "divertimentos de música e dança" nos meses de Verão”.
Autor: Desconhecido, In “publico.pt”


O Clube da Foz, em concreto, situava-se no prédio na esquina da Rua das Motas e o Passeio Alegre.
No início do século XIX era frequentado pelas famílias mais distintas da cidade e em textos escritos eram referenciados as identidades de D. Emília Aussenac, Armando Gagean, D. Júlia de Queirós Montenegro Pinto Moreira e sua irmã D. Constança Pinto Moreira, Luís Monteiro Nunes da Ponte e, ainda, as cantoras amadoras D. Sílvia Pinto, D. Olinda Rocha Leão, Franck de Castro, Henrique Kendall, Pedro Maria da Fonseca, etc.
O prédio onde esteve o Clube da Foz, em 1954, era propriedade de Raúl Mendes de Carvalho que, durante o ano, episódicamente, o habitava, teve o seu rés-do-chão ocupado pelo Café da Foz e, àquela data, por uma garagem.




Orpheon Portuense 

“Teve como localizações sucessivas a Rua do Rosário, Cordoaria, Praça da Batalha, Casa da Música e período de actividade entre 1881 e os dias de hoje.
O nome de Bernardo Valentim Moreira de Sá (1853-1924) é indissociável da vida do Orpheon Portuense e da vida musical na cidade na viragem dos séculos XIX-XX. Foi ele o fundador daquela Sociedade de Concertos, que não só cuidou da formação dos músicos no Porto como, principalmente, de fazer actuar na cidade vultos maiores da cena musical nacional, como Artur Napoleão, Vianna da Motta ou Guilhermina Suggia e internacional, como Pablo Casals, Georges Enesco ou Maurice Ravel.
O Orpheon Portuense foi, nessa altura, o principal organizador das temporadas de concertos, primeiro, no Salão do Laranjal, pertença do Club Portuense, depois no Palácio de Cristal”.
Autor: Desconhecido, In “publico.pt”

O Orfeão Portuense, fundado em 18 de Janeiro de 1881, teria como primeira morada uma sala cedida na residência de Henrique Carlos de Meireles Kendall, na Rua do Rosário, nº 155.
Adriano Ramos Pinto foi um dos 18 fundadores do Orpheon Portuense, em 12 de Janeiro de 1881.
Um ano antes, em 1880, com pouco mais de 20 anos, Adriano Ramos Pinto tinha fundado juntamente com o seu irmão, António Ramos Pinto, uma empresa com o seu nome tendo como objetivo a exportação do vinho do Porto para a América do Sul e, especialmente, para o Brasil.
 
“Ramos-Pinto era senhor dum gosto bem marcado pelo fin de siècle, e certamente aperfeiçoado nas suas viagens pela Europa e por alguma frequência de museus e notícias de Salon parisiense: deste vem sobretudo os modelos académicos de erotismo sugestivo que corriam mundo e que a publicidade da casa adoptou”.
Cortesia de José Augusto França


Instalações da "Adriano Ramos Pinto & Irmão", no cais de V. N. de Gaia




Adriano Ramos Pinto (Porto, 1859 - Porto, 1927), para além de um negociante de vinho do Porto, foi uma personagem muito ligada às artes e um mecenas importante, tanto em Portugal como no Brasil.
Foi casado com Ardelina Petronila da Silva Machado, oriunda da Quinta das Antas, num casamento sem descendência, Porém, Adriano teve duas filhas provenientes de uma relação extra-conjugal, que perfilhou e educou em comum com a sua mulher.
Na década de 1910, o casal já vivia na Avenida da Boavista, nº 762.
Naquele país sul-americano, com o qual a sua casa comercial fazia muito negócio, chegou a oferecer à cidade do Rio de Janeiro uma estátua em mármore de Carrara, denominada Fonte Adriano Ramos Pinto.
A obra, do artista francês Eugéne Thivier, foi inaugurada em 1906 na Glória, na Zona Sul. No entanto, foi transferida para seu local actual, em 1935, junto ao Shopping Rio Sul, na entrada do túnel em direcção a Copacabana.
O monumento representa um grupo de mulheres escalando um cume em direção ao amor, representado por Cupido.
 
 
“A obra foi inaugurada a 24 de janeiro de 1906, porém as opiniões sobre a obra foram divergentes. O Prefeito que gostou muito da escultura, sentiu que as “performances” femininas eram muito insinuantes, chegando até em pensar em chamar o escultor brasileiro Rodolfo Bernardelli, o maior escultor nacional, para entalhar alguns saiotes nos “traseiros”...
Mas as qualidades artísticas da obra, falaram mais alto e a fonte ali permaneceu por quase trinta anos, até que, em 1935, o prefeito Pedro Ernesto mandou removê-la para a entrada do túnel do Leme”.
Cortesia do blogue “ashistoriasdosmonumentosdorio.blogspot.com/”


 

Fonte Adriano Ramos Pinto, no Largo da Glória (o seu local de instalação original), no Rio de Janeiro – Cortesia do Instituto Moreira Salles
 
 
 
Transferido o conjunto escultório, em 1935, para junto do Túnel do Leme, a Fonte de Adriano Ramos Pinto em 2012, estava vandalizada e o cupido decapitado, mas, desde 1983, já tinha deixado de funcionar como fonte.


 

Escultura vandalizada



O Orpheon Portuense foi formalmente extinto no dia 12 de Janeiro de 2008, embora já se encontrasse inactivo, há mais de uma década, quando era presidido pela violoncelista Madalena Sá e Costa,  neta do fundador. 
 
 
“Recentemente, o Orpheon Portuense foi extinto enquanto sociedade por quotas (a mais antiga Sociedade de Concertos da Península Ibérica) deixando um espólio documental (com mais de 3.000 documentos) que testemunha toda a sua actividade, o qual foi doado à Fundação Casa da Música e se encontra na sua Mediateca, após ter sido alvo de uma inventariação. Este espólio representa um património inestimável para a caracterização da vida musical portuense desde os finais do século XIX. A sua parte mais significativa é constituída por partituras, programas de sala, recortes de imprensa, fotografias de artistas, muitas das quais autografadas, diplomas, documentação administrativa, recortes de imprensa e materiais publicitários.
A Fundação Casa da Música disponibiliza ainda o espólio documental do Orpheon Portuense para consulta a estudantes universitários, investigadores e estudiosos no domínio da História da Música e da Cidade do Porto.”
Fonte: “casadamusica.com/”


Anúncio de abertura da época de 1891, do Orfeão Portuense - In "Jornal do Porto", 13 de Novembro de 1891



Foram fundadores do Orfeão Portuense: Henrique Carlos de Meirelles Kendall, Adriano Ramos Pinto, Alfredo de Azevedo Lima, Álvaro Leão Baptista Dias, Augusto Antero de Magalhães, Bernardo Valentim Moreira de Sá, Querubino Lagoa, Eduardo António Moreira, Eduardo Honório de Lima, Ernesto da Silva Maia, Dr. Francisco de Paula Albano da Silveira Pinto, Guilherme Augusto de Faria, Irineu Augusto Pais, Justino Moniz, Manuel Vaz de Miranda, Marcos Archer, Miguel Artur Gonçalves e Ricardo Vale.
 
 
 
 
Orfeão do Porto
 
 
Em 20 de Fevereiro de 1910, foi anunciado em alguma comunicação social, a fundação do Orfeão do Porto, cujo regente era Raúl Casimiro e a direcção constituída por Augusto Veras, João Mesquita, Euclides Bragança e Jaime Cibrão.
Os ensaios começaram por ocorrer na Rua do Bonjardim, no chamado Pátio do Paraíso, junto do quartel dos Bombeiros Voluntários do Porto.
 
 
“Fundado a 3 de fevereiro de 1910, (ano da implantação da República) sem sede própria, o Orfeão realizava os seus ensaios num espaço junto à sede dos Bombeiros Voluntários do Porto na Rua de Rodrigues Sampaio, num pátio interior daquele quarteirão que lhes foi cedido gratuitamente. Em 1926, veio a sediar-se num edifício da Praça da Batalha, edifício este que existiu no mesmo local onde o Orfeão está atualmente instalado. Nos anos 60 do século XX, o edifício foi demolido para ampliação do edifício contíguo do Hotel Império, atual Hotel Quality Inn Porto, mantendo-se aí a sede do Orfeão até à atualidade. Sócio honorário da Associação de Jornalistas e Homens de Letras do Porto, o Orfeão teve a sua atividade e relevância social e cultural reconhecida ao longo da sua história, com a atribuição de diversos prémios e medalhas. Foi reconhecido como Entidade de Utilidade Pública em 1989. Dispõe de um acervo de grande importância que integra o painel cerâmico da autoria de Mário Silva, de 1966, o relevo com busto de Hernâni Torres da autoria de Sérgio Caldas, datado de 1940, inúmeros desenhos da autoria de Cruz Caldas, documentos gráficos e fotográficos, cartazes e programas de eventos, inúmeras medalhas e algumas condecorações. O Orfeão do Porto é o orfeão mais antigo a nível nacional, pelo menos em termos de atividade ininterrupta.”
Fonte: “comerciocomhistoria.gov.pt/”
 

Na primeira metade do século XX, uma das grandes figuras do Orfeão do Porto, foi o maestro Raúl Casimiro (Peso da Régua, 23 de Abril de 1885; 1963), um reconhecido maestro de coros, professor de canto coral, compositor de música para coro e um impulsionador do orfeonismo nas primeiras décadas do século XX.
Iniciou a actividade laboral nos Caminhos de Ferro Portugueses, pela mão do seu pai.
Compôs obras corais que foram interpretadas pelos coros que dirigiu.
A obra “Longe de ti” foi interpretada pelo Orfeão do Porto, pela primeira vez, em 1914.
Entre 1910 e 1941, dirigiu o Orfeão do Porto.
A partir de 1923, leccionou no Curso Popular Nocturno do Conservatório de Música do Porto acumulando, entre 1929 e 1932, a leccionação da Classe de Canto Coral.
 
 
Sarau promovido pelo Orfeão do Porto dirigido por Raúl Casimiro, no Salão Jardim da Trindade, em 1920
 
 
 
 
 
Raúl Casimiro em caricatura da autoria de Cruz Caldas
 
 
Para além do Orfeão do Porto, Raúl Casimiro,
 
 
“Desenvolveu intensa atividade como maestro de coros tendo regido os seguintes orfeões: Orfeão Académico dos Institutos Comerciais (s.d.); Orfeão da Associação Cristã da Mocidade (s.d.); Orfeão da Associação de Estudantes da Junta Directora de Estudantes do Porto (1914); Orfeão da Fábrica de Cerâmica Carvalhinho (s.d.); Orfeão da Foz do Douro (1927-29); Orfeão de Barcelos (1925-8 e 1932); Orfeão do Colégio de João de Deus (1931); Orfeão do Coral do Porto (s.d.); Orfeão dos Adventistas Portuenses (s.d.); Orfeão dos Bombeiros Voluntários Portuenses (s.d.); Orfeão dos CTT do Porto (s.d.); Orfeão Municipal do Conservatório de Música do Porto(1925) (E.R.C. -315).”
Fonte: “anossamusica.web.ua.pt/”
 
 
 
Raúl Casimiro, em 1913
 
 
Orfeão do Porto, em 1921, durante uma digressão a Barcelos
 
 
Em 30 de Maio de 1936, um Sábado, no salão do Orfeão do Porto, realizou-se uma homenagem ao maestro Raúl Casimiro, que ficou conhecida como “Noite de Orvalhadas”.
 
 
 
Notícia sobre homenagem ao maestro Raúl Casimiro, em 30 de Maio de 1936

 
Entre os anos de 1951 e 1958, foi director do Orfeão do Porto, Virgílio Pereira (1900 - 1965), conceituado etnomusicólogo, natural da freguesia de Vilela, Paredes, que desenvolveria, naquele período, a parte coral da Nona Sinfonia de Beethoven.
Em 1924, em Lordelo – Paredes, Virgílio Pereira fundou e dirigiu, durante uma década, o "Orfeão Castro Araújo", formado exclusivamente por trabalhadores rurais e em 1934, criaria o "Orfeão Oliveira Martins", com alunos da escola técnica do mesmo nome e, no ano seguinte, formou e dirigiu o Coro Infantil do Porto, constituído por 1600 jovens das escolas oficiais da cidade.



Actuação no Cine-Teatro Vale Formoso, do coro Misto, em 1951, sob a direcção de Vergílio Pereira


A partir da primeira metade do século XX, no tempo em que ainda não havia discotecas, ficaram célebres os bailes realizados nas suas instalações, quando as salas de baile proliferavam um pouco por toda a cidade.
Os seus bailes, nos anos sessenta e setenta do século passado, eram muito bem frequentados e com muita gente e eram um veículo para tornar conhecida a instituição.
 
 
 
 
 
Plácido Martins, presidente da direcção do Orfeão do Porto, junto do Painel Cerâmico da autoria de Mário Silva
 
 
 
 
 
Instalações actuais do Orfeão do Porto





Sociedade de Instrução e Recreio Musical
 
 
Esta agremiação musical foi fundada em 1880.
 

F. M. – Fonte: Revista “O Tripeiro”, Nº 48, 3ª Série, 15 de Dezembro de 1927
 


Segundo o autor do texto anterior, “quando a feira de S. Lázaro se mudou para o Campo 24 de Agosto, aos Domingos, com as janelas abertas, a orquestra tocava toda a tarde e, entre outras músicas a sinfonia do Frei Luiz de Sousa”.
Pelo Natal a orquestra exibia-se na capela do Montebelo.




Outras Agremiações
 

Em Julho de 1883, Ramalho Ortigão escreve nas “Farpas”, o seguinte trecho, sobre o movimento associativo na cidade do Porto.
 
 




Muitas outras sociedades recreativas viram a luz do dia, a partir da 2ª metade do século XIX ou fundadas na transicção de séculos.
Para além da promoção dos habituais bailes, nos seus salões, para os seus associados e familiares, levavam à cena, anualmente, os ruidosos e participados bailes de carnaval.
A “Sociedade Camilo Castelo Branco” foi uma das que mais estiveram em voga e na qual predominavam como membros, distintos comerciantes da nossa praça. Teve morada, na Rua de S. Lázaro, junto da garagem “Galiza”, por onde esteve também, o “Clube Lusitano”.
Em 10 de Março de 1901, o Salão Lusitano já estava na Rua de Serralves, 433, onde realizava os bailes que organizava.
Por esses tempos, tinha existência o “Grémio Comercial do Porto”, que antes se tinha chamado “Clube Progressista” e, posteriormente, veio a chamar-se, “Grémio Serpa Pinto”, com sede na Rua do Laranjal, nº 185, quase em frente à Viela do Cirne.
Uma outra agremiação com grande impacto na sociedade portuense foi a “Sociedade Alexandre Herculano”, com sede na Rua da Porta do Sol, nº 22 (nas traseiras do antigo Governo Civil), cuja direcção tinha licença para realizar bailes públicos e de máscaras, concertos, saraus literários, gimnasticos e de esgrima.
Em 19 de Dezembro de 1901, no Salão Herculano, a comissão de bailes conseguiu que um amador apresentasse o famoso aparelho “Royal Prince Kosmograph” com muitas cenas fantásticas do Moulin Rouge e muitos outros quadros da Exposição de Paris de 1900. Foram distribuídos cerca de 100 convites a damas.

 
 
 
“Na rua da Porta do Sol Nº 20 existia desde o século XIX um espaço denominado Sociedade Alexandre Herculano que serviria como um salão onde se apresentavam variados espetáculos e bailes. Nesse mesmo local aparece em dezembro de 1907 um cinematógrafo designado Salão da Palavra que terá mudado de nome em algum momento do ano de 1910 para Salão Porta do Sol, ficando assim conhecido até ao seu término em dezembro de 1910”.
Cortesia de Liliana Duarte, In “Dissertação realizada no âmbito do Mestrado em História da Arte Portuguesa”, 2017








Foram moda, nas primeiras décadas do século XX, os bailes em sociedades recreativas, muitas das vezes, constituindo verdadeiros concursos de dança.
O “Abaixa a Tola” foi um famoso tasco com existência a partir do início do século XX, situado na Avenida Gustavo Eiffel, (entre a ponte Luís I e a Rampa da Corticeira), onde se realizava um famoso bailarico, e cujo nome radicava no facto de os clientes ao dançarem, irem avisando-se uns aos outros, de modo imperativo, da aproximação de uma trave mais baixa, do tecto, para que não batessem com a cabeça na mesma.
Em virtude de uma derrocada que aconteceu em 2010, no sopé da escarpa do Passeio das Fontainhas, foram afectados, na altura, diversos edifícios. Nas imediações, aquele que albergou o  "Abaixa a Tola", também já não existe. Os bailaricos, no entanto, há muito tempo que já não se realizavam.




Ao fundo da Calçada das Carquejeiras (antiga Corticeira) esteve no prédio mais baixo o "Abaixa a Tola"



Também os bailes, em Associações de Bombeiros (os dos Bombeiros Voluntários Portuenses, na Rua Fernandes Tomás destacavam-se) e em associações de diversa índole e clubes, como a “Casa de Espanha” (à data, na Praça da Batalha), “Casa da Beira Alta” (à Rua de Santa Catarina nº 147), “Orfeão” (à Praça da Batalha), “Ateneu”, “Fenianos”, “Vasco da Gama” (à Rua Alexandre Herculano), eram o passatempo preferido de muitos portuenses, principalmente, ao fim-de-semana.
Dançava-se o Tango, o Fox-trot, o One-step e depois, o Twist, o Jerk e o Rock and Roll.
Nessas sessões de dança pontificava o marcador de sala, que dirigia o baile e fazia o planeamento e a junção dos pares, para que todos tivessem a sua oportunidade e a quem muitos tentavam meter uma cunha para a parceira de eleição.
Alguns outros, a partir de meados do século XX, conviviam e divertiam-se também nas chamadas “Boites”, mais tarde, denominadas de “Discotecas” e que normalmente ocupavam as caves esconsas de alguns hotéis. 
Ficaram célebres, dentro da cidade, a boite do Hotel “Corcel”( na Rua de Camões, próximo à estação da Trindade) e a boite do Hotel “Castor” (à Rua da Alegria).




“Hotel TRYP – Porto Centro” antigo Hotel Castor



Local onde esteve uma oficina de “Reis & Filhos – Joalheiros” e foi, mais tarde, construído o Hotel Castor, no gaveto da Rua da Alegria e a Rua das Doze Casas, tendo substituído nesse local a fábrica de açúcar da marca "Castor"



Etiqueta de viagem do Hotel Castor



Quem pretendia juntar ao baile a distração de uma pequena viagem, deslocava-se para a boite do Hotel “Brazão” em Vila do Conde, e para a do Hotel Mirassol em Miramar, ou um pouco para mais longe, até à boite do Hotel Ofir em Esposende.



Mirassol c. 1970


Mirassol



A partir de 4 de Janeiro de 1974, é aberta ao Passeio Alegre, por José Luís Kendall, em parceria com o escultor portuense Rogério Azevedo, a discoteca “Twins” que se viria juntar às já existentes discotecas, Dona Urraca, na Foz, e a Coutada (depois Batô), em Leça da Palmeira.
Por todas elas passaram legiões de portuenses, e visitantes de várias proveniências.
Algumas casas de diversão houve, durante o século XX, no Porto, que ficaram também célebres, e que fizeram as delícias, de muitos vizinhos da cidade, que as visitavam, muitas vezes, em verdadeiros “grupos excursionistas”.
Temos referências de zonas típicas da cidade, características destas casas mais viradas para o operariado, como o Café Royal (na Rua Chã) e a poucos metros o Café Derbi (ao fundo da Rua do Cativo) e as situadas na Rua do Bonjardim, concentradas na antiga zona do denominado Bairro Alto.


Neste prédio funcionava o Café Royal - Fonte: Google maps


No final da pândega, confortavam-se estômagos, em restaurantes abertos durante toda a noite, como no “Transmontano”, à Praça dos Poveiros ou no “Ginjal”, ao Largo do Dr. Tito Fontes e, mais recentemente, ali, bem perto, no “Big-Ben”, na Rua de Gonçalo Cristovão.
Ficaram na memória, os locais que seguem, entre muitos outros e para as mais variadas clientelas.



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