Fábrica de Relógios
“A Boa Reguladora”
Registada a firma, em 1892, com a denominação “São Paulo
& Carvalho” e, inicialmente, instalada na cidade do Porto, datam de 1894 os
primeiros relógios que produziu. No ano seguinte, obteve a medalha de ouro na
Exposição Agrícola e Industrial de Vila Nova de Gaia e, em 1896, transfere-se
para a freguesia de São Julião de Calendário, em Vila Nova de Famalicão.
A empresa “São Paulo & Carvalho” foi fundada em 14 de
Fevereiro de 1892, por João José de São Paulo e José Gomes da Costa Carvalho.
A oficina destinada ao fabrico de relógios foi aberta, em
1893, no Porto, na Rua Gomes Freire, às Fontainhas.
Em 1894, a fábrica “A Boa Reguladora” colocava no mercado os
primeiros relógios.
“O primeiro modelo
fabricado na fábrica do Porto foi o “Batalha”, relógio de mesa batendo horas e
meias horas. Sendo o primeiro, foi também um modelo que nunca deixou de se
fabricar”.
Cortesia de Fernando Correia de Oliveira
(estacaochronographica.blogspot.com)
João José de São Paulo era, na realidade, quem conhecia a
actividade, mas viria, pouco depois, a falecer.
Pouco antes deste desenlace, a sociedade foi reconstituída
com a entrada de José Carvalho que se associou a seu irmão, Lino de Carvalho,
também relojoeiro, exercendo em Famalicão e ainda, a Joaquim Martins de
Oliveira Rocha, principal credor de João José de São Paulo. A firma passou a
ter a denominação “Carvalho Irmão & Cia” e, em 1896 a fábrica já estava em
Famalicão, junto à linha férrea, em Calendário.
Neste momento, cessa
a ligação desta empresa à cidade do Porto.
A firma “Carvalho, Irmão & Cª”, Fábrica de Relógios “A
Boa Reguladora” (Vila Nova de Famalicão) apresentou durante a Exposição Industrial
Portuguesa de 1897, realizada no Palácio de Cristal, no Porto, uma colecção de
relógios de mesa e de parede, além de diversos acessórios de relojoaria.
A produção de “A Boa Reguladora” pretendia concorrer,
sobretudo, com o artigo similar importado da Alemanha e Estados Unidos.
Em 1901, é paga a dívida a Joaquim Martins de Oliveira
Rocha, que sai da sociedade, ficando esta nas mãos dos irmãos Carvalho.
“Registada a firma com a denominação São Paulo
& Carvalho e inicialmente instalada na cidade do Porto, datam de 1894 os
primeiros relógios que produziu. No ano seguinte obteve a medalha de ouro na
Exposição Agrícola e Industrial de Vila Nova de Gaia e, em 1896, transfere-se
para a freguesia de São Julião de Calendário, em Vila Nova de Famalicão”.
Fonte: reguladora.pt
“A Boa Reguladora”, a partir de 1953, passou a“Reguladora”.
Ficou muito conhecida pelos relógios exibidos nas estações
de caminho-de-ferro.
Relojoarias
portuenses
São muitas dezenas as relojoarias que nas últimas décadas estiveram
de portas abertas a servir os portuenses e que já desapareceram.
Na Rua de Santa Catarina a “Zurich”, na Rua Formosa, a
“Relojoaria Baptista” e, na Praça dos Poveiros, n.º 80, a “Relojoaria Aguiar”.
Esta última com um destaque especial por só ter encerrado há
poucos anos.
1. Relojoaria Aguiar
Praça dos Poveiros, à direita, em primeiro plano, a
“Relojoaria Aguiar”, década de 1950
Relógio icónico na fachada do prédio da “Relojoaria Aguiar”, em Abril de 2011,
quando já tinha encerrado há algum tempo - Cortesia de Paulo Ferreira
Entre muitas outras relojoarias, portanto, duas se
destacaram e continuam de portas abertas: “Marcolino”, na Rua de Passos Manuel
e “Mendonça”, na Rua de Sá da Bandeira.
2. Relojoaria Marcolino
Sendo, desde há décadas, uma relojoaria de referência, mais
recentemente, mesmo para as gerações mais novas passou a ser conhecida por ser,
em determinado momento, a única a comercializar e a disponibilizar os modelos
mais raros dos relógios Swatch.
“Em 1926, António
Marcolino abre a primeira relojoaria, na Rua de Santo Ildefonso, dando-lhe a
designação que persiste até hoje. Em 1937 a relojoaria Marcolino passa para o
número 130 da Rua de Passos Manuel, no coração do Porto, onde se mantém. Tal
como ainda hoje acontece, começa por exibir na sua fachada um relógio que
passou a ser o guia da hora exata para todos quantos passam naquela movimentada
artéria. Em 1962, a relojoaria Marcolino conhece um novo proprietário, Adriano
Magalhães, que, no entanto, mantém a marca e a especialização em relojoaria de
qualidade. Em 1970, o ourives José Moura adquire a empresa e realiza a primeira
grande renovação estética e funcional da loja. Nova mudança de proprietários em
1980, com a aquisição pela família Neves. Nesta ocasião, a empresa alarga a sua
gama de produtos, vocacionando-se para um segmento de topo, através da
representação de marcas de alta relojoaria de prestígio como Vacheron
Constantin, IWC, Omega, Piaget, Cartier, Breitling, entre outras. O serviço de
assistência técnica é também reforçado nesta época por um experiente mestre
relojoeiro, de forma a responder a todas as exigências de um mercado em
crescimento. Em julho de 2014, Paulo Neves regressa à gestão da empresa,
através da sua aquisição ao irmão, Rui Neves. Inicia um processo de renovação e
renascimento para a marca Marcolino que não esquece, no entanto, a tradição e
know-how de quase 90 anos em relojoaria e joalharia”.
Fonte: comerciocomhistoria.gov.pt
Já neste século, a Relojoaria Marcolino acabaria por se
estender e aumentar significativamente as suas instalações ocupando a área em
que, outrora, esteve a emblemática “Casa Inglesa” de pronto-a-vestir.
Capa da partitura da peça musical “Espera-me na Casa
Inglesa”, uma marcha one step de
Júlio Pontes, c. 1940
“Marcolino”, actualmente – Fonte: viva-porto.pt/
3. Relojoaria Mendonça
Com morada na Rua de Sá da Bandeira, n.º 428, ocupando,
presentemente, as lojas, 23-24, do renovado Mercado do Bolhão, esta relojoaria
já por aqui estava, no mesmo local, antes da última intervenção que ocorreu no
citado mercado.
Enquanto decorreram as obras esteve numa loja mesmo
defronte, no outro lado da mesma rua.
Esta relojoaria portuense é obra de Alberto Mendonça.
Na primeira loja, à esquerda, esteve a Relojoaria Mendonça
durante as obras de remodelação do Mercado do Bolhão
“A paixão de Alberto
Mendonça por relógios revelou-se logo aos 10 anos de idade, altura em que
começou a aprender o ofício. A arte foi-lhe transmitida pelo tio Domingos
Mendonça, uma referência no exclusivo mundo dos relojoeiros do Norte no início
do século XX (fundou a Relojoaria Azevedo Mendonça, estabelecimento centenário
que ainda hoje existe na sua terra natal, em Malta, Vila do Conde). Mais tarde,
Alberto Mendonça passou a exercer e estabeleceu-se por conta própria em 1945,
na altura com a Relojoaria Ramos e Mendonça, à qual esteve ligado durante 12
anos.
Hoje em dia, mantém-se
a tradição familiar na gestão desta casa meio-centenária, com Jacinto Mendonça
e a irmã Maria José a garantir a singela forma de comércio com o futuro já
assegurado pela paixão de Miguel e Filipe, da geração seguinte”.
Fonte: mercadobolhao.pt