quinta-feira, 6 de março de 2025

26.269 Relojoarias com história

 
Fábrica de Relógios “A Boa Reguladora”
 

Registada a firma, em 1892, com a denominação “São Paulo & Carvalho” e, inicialmente, instalada na cidade do Porto, datam de 1894 os primeiros relógios que produziu. No ano seguinte, obteve a medalha de ouro na Exposição Agrícola e Industrial de Vila Nova de Gaia e, em 1896, transfere-se para a freguesia de São Julião de Calendário, em Vila Nova de Famalicão.
A empresa “São Paulo & Carvalho” foi fundada em 14 de Fevereiro de 1892, por João José de São Paulo e José Gomes da Costa Carvalho.
A oficina destinada ao fabrico de relógios foi aberta, em 1893, no Porto, na Rua Gomes Freire, às Fontainhas.
Em 1894, a fábrica “A Boa Reguladora” colocava no mercado os primeiros relógios.
 
 
“O primeiro modelo fabricado na fábrica do Porto foi o “Batalha”, relógio de mesa batendo horas e meias horas. Sendo o primeiro, foi também um modelo que nunca deixou de se fabricar”.
Cortesia de Fernando Correia de Oliveira (estacaochronographica.blogspot.com)

 
 

Relógio de mesa modelo “Batalha” de “A Boa reguladora”
 
 
 
João José de São Paulo era, na realidade, quem conhecia a actividade, mas viria, pouco depois, a falecer.
Pouco antes deste desenlace, a sociedade foi reconstituída com a entrada de José Carvalho que se associou a seu irmão, Lino de Carvalho, também relojoeiro, exercendo em Famalicão e ainda, a Joaquim Martins de Oliveira Rocha, principal credor de João José de São Paulo. A firma passou a ter a denominação “Carvalho Irmão & Cia” e, em 1896 a fábrica já estava em Famalicão, junto à linha férrea, em Calendário.
Neste momento, cessa a ligação desta empresa à cidade do Porto.
A firma “Carvalho, Irmão & Cª”, Fábrica de Relógios “A Boa Reguladora” (Vila Nova de Famalicão) apresentou durante a Exposição Industrial Portuguesa de 1897, realizada no Palácio de Cristal, no Porto, uma colecção de relógios de mesa e de parede, além de diversos acessórios de relojoaria.
A produção de “A Boa Reguladora” pretendia concorrer, sobretudo, com o artigo similar importado da Alemanha e Estados Unidos.
Em 1901, é paga a dívida a Joaquim Martins de Oliveira Rocha, que sai da sociedade, ficando esta nas mãos dos irmãos Carvalho.
 
 
 “Registada a firma com a denominação São Paulo & Carvalho e inicialmente instalada na cidade do Porto, datam de 1894 os primeiros relógios que produziu. No ano seguinte obteve a medalha de ouro na Exposição Agrícola e Industrial de Vila Nova de Gaia e, em 1896, transfere-se para a freguesia de São Julião de Calendário, em Vila Nova de Famalicão”.
Fonte: reguladora.pt
 
 
 
 

Fábrica de Relógios de “A Boa Reguladora”, em Famalicão
 
 
 
 
 
“A Boa Reguladora”, a partir de 1953, passou a“Reguladora”.
Ficou muito conhecida pelos relógios exibidos nas estações de caminho-de-ferro.
 
 
 
 

Estação Ferroviária da Fontela
 




No seu apogeu, as instalações de “A Boa Reguladora”, em Famalicão
 
 
 
 
Relojoarias portuenses
 
 
São muitas dezenas as relojoarias que nas últimas décadas estiveram de portas abertas a servir os portuenses e que já desapareceram.
Na Rua de Santa Catarina a “Zurich”, na Rua Formosa, a “Relojoaria Baptista” e, na Praça dos Poveiros, n.º 80, a “Relojoaria Aguiar”.
Esta última com um destaque especial por só ter encerrado há poucos anos.
 
 
 
1. Relojoaria Aguiar




Praça dos Poveiros, à direita, em primeiro plano, a “Relojoaria Aguiar”, década de 1950



 

Publicidade à Relojoaria Aguiar, em 1940 – Cortesia do jornalista Fernando Ferreira de Oliveira



 

Relógio icónico na fachada do prédio da “Relojoaria Aguiar”, em Abril de 2011, quando já tinha encerrado há algum tempo - Cortesia de Paulo Ferreira
 
 
 
 
Entre muitas outras relojoarias, portanto, duas se destacaram e continuam de portas abertas: “Marcolino”, na Rua de Passos Manuel e “Mendonça”, na Rua de Sá da Bandeira.
 

 
 
2. Relojoaria Marcolino
 
 
Sendo, desde há décadas, uma relojoaria de referência, mais recentemente, mesmo para as gerações mais novas passou a ser conhecida por ser, em determinado momento, a única a comercializar e a disponibilizar os modelos mais raros dos relógios Swatch.
 
 
 
“Em 1926, António Marcolino abre a primeira relojoaria, na Rua de Santo Ildefonso, dando-lhe a designação que persiste até hoje. Em 1937 a relojoaria Marcolino passa para o número 130 da Rua de Passos Manuel, no coração do Porto, onde se mantém. Tal como ainda hoje acontece, começa por exibir na sua fachada um relógio que passou a ser o guia da hora exata para todos quantos passam naquela movimentada artéria. Em 1962, a relojoaria Marcolino conhece um novo proprietário, Adriano Magalhães, que, no entanto, mantém a marca e a especialização em relojoaria de qualidade. Em 1970, o ourives José Moura adquire a empresa e realiza a primeira grande renovação estética e funcional da loja. Nova mudança de proprietários em 1980, com a aquisição pela família Neves. Nesta ocasião, a empresa alarga a sua gama de produtos, vocacionando-se para um segmento de topo, através da representação de marcas de alta relojoaria de prestígio como Vacheron Constantin, IWC, Omega, Piaget, Cartier, Breitling, entre outras. O serviço de assistência técnica é também reforçado nesta época por um experiente mestre relojoeiro, de forma a responder a todas as exigências de um mercado em crescimento. Em julho de 2014, Paulo Neves regressa à gestão da empresa, através da sua aquisição ao irmão, Rui Neves. Inicia um processo de renovação e renascimento para a marca Marcolino que não esquece, no entanto, a tradição e know-how de quase 90 anos em relojoaria e joalharia”.
Fonte: comerciocomhistoria.gov.pt
 


 

Relojoaria Marcolino antes da ampliação das instalações, c. 1960
 
 
 
Já neste século, a Relojoaria Marcolino acabaria por se estender e aumentar significativamente as suas instalações ocupando a área em que, outrora, esteve a emblemática “Casa Inglesa” de pronto-a-vestir.

 
 

A “Casa Inglesa”, de Manuel Donas, na esquina das ruas de Passos Manuel e de Santa Catarina
 
 
 

Capa da partitura da peça musical “Espera-me na Casa Inglesa”, uma marcha one step de Júlio Pontes, c. 1940


 
 

Publicidade à “Casa Inglesa”
 
 
 
 
 
“Marcolino”, actualmente – Fonte: viva-porto.pt/
 
 


Relojoaria Marcolino – Cortesia de Gina Cunha
 
 
 
 
3. Relojoaria Mendonça
 
 
Com morada na Rua de Sá da Bandeira, n.º 428, ocupando, presentemente, as lojas, 23-24, do renovado Mercado do Bolhão, esta relojoaria já por aqui estava, no mesmo local, antes da última intervenção que ocorreu no citado mercado.
Enquanto decorreram as obras esteve numa loja mesmo defronte, no outro lado da mesma rua.
Esta relojoaria portuense é obra de Alberto Mendonça.

 
 

Publicidade à Relojoaria Mendonça
 
 
 
 
 
 
 

Na primeira loja, à esquerda, esteve a Relojoaria Mendonça durante as obras de remodelação do Mercado do Bolhão
 
 
 
 
 
“A paixão de Alberto Mendonça por relógios revelou-se logo aos 10 anos de idade, altura em que começou a aprender o ofício. A arte foi-lhe transmitida pelo tio Domingos Mendonça, uma referência no exclusivo mundo dos relojoeiros do Norte no início do século XX (fundou a Relojoaria Azevedo Mendonça, estabelecimento centenário que ainda hoje existe na sua terra natal, em Malta, Vila do Conde). Mais tarde, Alberto Mendonça passou a exercer e estabeleceu-se por conta própria em 1945, na altura com a Relojoaria Ramos e Mendonça, à qual esteve ligado durante 12 anos.
Hoje em dia, mantém-se a tradição familiar na gestão desta casa meio-centenária, com Jacinto Mendonça e a irmã Maria José a garantir a singela forma de comércio com o futuro já assegurado pela paixão de Miguel e Filipe, da geração seguinte”.
Fonte: mercadobolhao.pt
 
 

 

Relojoaria Mendonça no seu local actual e primitivo, nas lojas, 23 e 24, do Mercado do Bolhão