terça-feira, 25 de março de 2025

25.270 Casa Mello Abreu e Salão Mello Abreu

 
A “Casa Mello Abreu – Armazém de Música, Pianos e Outros Instrumentos” começou por exercer a sua actividade na Rua do Cimo do Muro, n.º 22, à Ribeira, tendo sido fundada em 1853 por José de Mello Abreu.
Anexo à actividade de aluguer e de venda de Orgãos, Concertinas, Harmoniflutes e Pianos das marcas Pieyel, Erard, Steinway e Bord, tinha oficina de reparação desses instrumentos.
Anexo a esta loja existia, como era habitual nas firmas desse ramo, uma sala de exibição de músicos. Neste caso era o denominado “Salão Mello Abreu” por onde passaram muitos alunos que viriam a singrar na actividade musical.
 
 
 

Publicidade a José de Mello Abreu, em 1860


 
 
Em 1861, já a firma José de Mello Abreu tinha um novo n.º de polícia (240), em virtude da remodelação introduzida, nesse âmbito, no ano anterior, pelo Governador Civil José de Serpa Pimentel, 2.º visconde de Gouveia.

 
 
 

Publicidade a José de Mello Abreu, em 1861
 
 
 
No fim da década de 1880, já a “Casa Mello Abreu” estava pela Rua da Cancela Velha. Subindo esta rua, as suas instalações estavam, à nossa direita, perto da Rua do Bonjardim.



 

A “Casa Mello Abreu” na Rua da Cancela Velha
 
 
 
 
 
A “Casa Mello Abreu”, na Rua da Cancela Velha, em 1888
 
 
 

A “Casa Mello Abreu”, na Rua da Cancela Velha, em 1889





Comerciantes de Música “Annuaire des artistes et de l’enseignement dramatique et musical”, 1903
 
 
 
 
Como se observa no extrato do anuário acima representado, à data, José Mello Abreu já teria falecido e a firma passou a “José de Mello Abreu (Viúva)”.
 
 
 

Comerciantes de Música “Annuaire des artistes et de l’enseignement dramatique et musical”, 1909
 
 



A “Casa Mello Abreu”, na Rua da Cancela Velha, em 1911
 
 
 

A “Casa Mello Abreu”, na Rua da Cancela Velha, em 1913
 



Para além do Salão da Casa Melo Abreu, existiam no Porto outros espaços ligados a conhecidas casas de música para apresentação dos novos executantes musicais. Devem ser realçados o Salão Casa Moreira de Sá (1900–1908), o Salão Bechstein (1910 – c.1927) e o Salão Beethoven (1914 – c. 1943).
Em todos estes espaços se apresentavam os discípulos e os seus professores em audições muito aguardadas.
Para além daqueles locais, outros não ligados ao comércio da música se destacavam, em audições muito participadas como, por exemplo, o Salão do Centro Comercial do Porto (1900–1940), o Ateneu Comercial e os Fenianos Portuenses.

 
 
 

Programa do concerto inaugural das sessões de Música de Câmara no Salão da Casa Mello Abreu, em 6 de Janeiro de 1913
 
 
 
 
 

Programa dum ensaio de discípulos realizado no “Salão Mello Abreu”, em 27 de Maio de 1918




Em 1916, Moreira de Sá era sócio-gerente da “Casa Mello Abreu” como se destaca e observa na carta abaixo.

 
 
 

Papel de carta da “Casa Moreira de Sá” – Cortesia de José Leite, administrador do blogue “Restos de Colecção”
 
 
 
A “Casa Mello Abreu” encerraria na década de 1920.

 
 

Os prédios, em frente, com as fachadas voltadas a norte, são o que ainda restava, em 1939, da Rua da Cancela Velha. Em frente, à direita a Rua Rodrigues Sampaio - Ed. Guilherme Bonfim Barreiros
 
 
 

Imagem editada da foto anterior, na qual se observa, à esquerda, em 1939, o Restaurante Madrileno que tinha ocupado as instalações da “Casa Mello Abreu” e tinha fama de servir o melhor chispe com feijão branco

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