O antigo Clube
Inglês (Oporto British Club) fundado em 1903 localizou-se, em tempos, na
freguesia de Miragaia, num palacete da Rua das Virtudes nº 11.
Sendo um exemplar
típico de moradia nobre e setecentista, teve como hóspedes a Congregação de São
Bernardo, uma família de comerciantes da cidade e mais tarde, o Oporto British
Club.
No seu jardim,
assente sobre um troço das Muralhas Fernandinas, esteve montada, durante o
Cerco do Porto, uma bateria das tropas liberais, dada a sua localização
privilegiada, e donde se tem um excelente panorama do rio Douro e de Vila Nova
de Gaia.
A casa foi
construída para recolhimento dos monges da Congregação da Ordem de São
Bernardo, que por lá terão estado cerca de 80 anos.
Com a extinção das
ordens religiosas, em 1834, a casa passou para a Fazenda Pública, acabando
vendida a José Alexandre Ferreira Brandão, um negociante exportador de vinho do
Porto para o Brasil, e que a tornou na sua residência familiar.
Entre outras
intervenções, o referido comerciante mandou também fazer uma porta na muralha,
tentando replicar a que teria sido a Porta das Virtudes, uma das entradas da Muralha
Fernandina e que, entretanto, tinha sido destruída no séc. XVIII. Porém, a verdadeira
porta denominada Porta das Virtudes, não se localizava naquele local preciso.
“Trata-se de um edifício de dois pisos, sendo
o superior rasgado por janelas de sacada com gradeamento em ferro e encimadas
por frontões curvos e triangulares, alternadamente. A fachada principal, que
abre para o antigo jardim, possui três portas de vergas curvas. No interior,
salientam-se o vestíbulo com seis arcos abatidos, apoiados em pilastras, a
decoração em estuque e as pinturas dos tectos.
Está situado na Rua das Virtudes, numa típica
moradia burguesa de cunho solarengo que voltada a oeste tem uma ampla vista
sobre o rio Douro.
Ao lado, um terraço da casa assenta sobre uma das torres da velha muralha fernandina. Esta torre é visível das traseiras do Museu de Etnografia e das Escadas do Caminho Novo. Trata-se de uma torre com 15 metros de altura, preciosa relíquia da muralha do século XIV. O seu acesso não é livre. Para se poder ir até ao eirado da torre é necessário ter autorização.
No interior o destaque vai para a decoração dos tectos, alguns dos quais são pintados a fresco em tons suaves. Chamam a atenção, pela decoração cuidada, um tecto circular e um outro em painéis, cujos principais motivos são aves e flores estilizadas e policromadas. Actualmente, encontra-se instalada neste edifício a sede da Ordem de Malta”.
Fonte: “patrimoniocultural.gov.pt”Ao lado, um terraço da casa assenta sobre uma das torres da velha muralha fernandina. Esta torre é visível das traseiras do Museu de Etnografia e das Escadas do Caminho Novo. Trata-se de uma torre com 15 metros de altura, preciosa relíquia da muralha do século XIV. O seu acesso não é livre. Para se poder ir até ao eirado da torre é necessário ter autorização.
No interior o destaque vai para a decoração dos tectos, alguns dos quais são pintados a fresco em tons suaves. Chamam a atenção, pela decoração cuidada, um tecto circular e um outro em painéis, cujos principais motivos são aves e flores estilizadas e policromadas. Actualmente, encontra-se instalada neste edifício a sede da Ordem de Malta”.
Em 1923 a casa foi
vendida pela proprietária nessa data, D. Adelaide Olívia de Sousa Brandão
Castro Neves (após duas gerações volvidas e com os negócios em queda) e passado
a ser, a partir de 1925, a sede do Oporto British Club, que até aí tinha as
suas actividades no vizinho Palacete dos Leite Pereira na Rua das Taipas, e era
um dos dois clubes ingleses que existiam no Porto (o outro era o Oporto Cricket
and Lawn Tennis Club). Por aquela sua nova morada se manteve o Oporto British
Club, até que, em 1967 se associou a ao Oporto Cricket and Lawn Tennis Club, em
instalações na Rua do Campo Alegre.
A casa ficou então
abandonada uns anos e, na altura do 25 de Abril, foi alvo de ocupações típicas
desse período histórico, durante o qual, entre outros, a Companhia de Teatro Pé
de Vento usufruiu do espaço.
Mais tarde, foi
possível por intermediação da Segurança Social estabelecer um protocolo com o
Dr. João Rebello de Carvalho, fundador em 1976 de uma organização de carácter
social e de beneficência, os “Serviços de Assistência Organizações de Maria
(SAOM)”, passando as instalações, a partir daí, a albergar aquela organização.
Entre 2011 e 2012, o
edifício sofreu importantes obras de requalificação.
Antigo Clube Inglês – Ed. “commons.wikimedia.org”
Detalhe da claraboia
– Ed. SAOM
Detalhe de tecto –
Ed. SAOM
Porta de entrada –
Ed. SAOM
Troço da Muralha
Fernandina e porta no muro do antigo Clube Inglês
Como complemento
diga-se que o Oporto Cricket and Lawn Tennis Club foi originalmente formado em
1855, no Candal, em Vila Nova de Gaia.
Entre os membros
fundadores estão as famílias Sandeman, Reid, Tait, Cassels, Sellars, Dow, Warre
e Fladgate, ainda hoje com representantes entre os membros do clube.
Hoje a sua sede é na
Rua do Campo Alegre, em terrenos adquiridos em 1923, e o clube actual resultou
da fusão em 1967 daquele clube, com origens no Candal, com o Oporto British
Club fundado em 1903 e que andou pelas Virtudes.
Algumas parcelas do
terreno inicialmente adquirido (principalmente as que apresentam frente para a
Rua do Campo Alegre) acabaram por ser vendidas em 1987 para financiar a
ampliação do clube e a construção de algumas instalações.
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