21.2 A Biblioteca Pública Municipal do Porto/Convento de Santo António da cidade
A Biblioteca Pública Municipal do Porto é uma biblioteca
localizada no início da Rua de D. João IV, frente ao Jardim de São Lázaro, na
freguesia do Bonfim e que funciona no antigo Convento de Santo António da
Cidade dos Capuchos, um enorme edifício claustral, de finais dos anos
setecentos onde desde 1842 tem funcionado a Real Biblioteca Pública da Cidade
do Porto, depois Biblioteca Pública Municipal do Porto e onde já funcionou, o
Museu Municipal, a Escola de Belas Artes e o Museu Arqueológico.
Segue-se uma
cronologia do aparecimento do Convento de Santo António da Cidade, desde a sua
fundação, até à inauguração da Real
Biblioteca Pública do Porto.
“1747 - Alguns
religiosos franciscanos da Província da Conceição vêm para a cidade do Porto e
fundam um Hospício, sob a invocação de Nossa Senhora da Conceição.
1749 - Dionísio
Verney, homem de negócios, está a acabar de construir, no Campo de São Lázaro,
uma capela, mais tarde adquirida pelos Religiosos da Província da Conceição
para estabelecimento de um Hospício Regular.
1753 - Em
disposição testamentária, Dionísio Verney refere-se à construção, em São
Lázaro, de um convento, convento esse que tinha intenção de ceder aos Padres da
Ordem da Santíssima Trindade.
1755 - Morre
Dionísio Verney, sendo sepultado na sua capela, ao Campo de São Lázaro.
1776 - Maria
Angélica Teresa vende a António José Mendes Guimarães a capela, bem como três
moradas de casas, sitas no Campo de São Lázaro, que tinham pertencido a seu
irmão, Dionísio Verney.
1778 - D. Maria I
concede aos Religiosos Menores da Província da Conceição autorização para
fundarem um Hospício Regular na cidade do Porto.
1779-1780 - Os
Religiosos da Província da Soledade (com sede no Convento de Santo António do
Vale de Piedade em V. N. de Gaia) opõem-se a que os da Província da Conceição
estabeleçam um Hospício Regular no Porto. Por isso, D. Maria I manda nomear um
desembargador para superintendente da fundação do referido Hospício.
1780 - Em 26 de
Novembro, os Religiosos da Província da Conceição compram a António José Mendes
Guimarães uma «capella publica com casas místicas a ela» e outras casas e
terrenos, situados no Campo de São Lázaro, que haviam pertencido a Dionísio
Verney. A 30 de Novembro, a comunidade religiosa muda-se, das casas que
habitava na Rua de Santa Catarina, para o edifício de São Lázaro. A 11 de
Junho, o Ministro Provincial, Frei António das Dores, faz a primeira visita ao
Hospício estabelecido em São Lázaro. No dia 3 de Julho, os Religiosos adquirem
mais casas e terrenos para ampliação do seu Hospício.
1782 - É eleito,
a 23 de Julho, o primeiro Prelado do Hospício de Santo António da Cidade, com
voto e com o nome de Presidente «in capite».
1785 - Continuam
as obras no Hospício, procedendo-se à extracção de pedra na Quinta da Fraga, às
Fontainhas.
1789 - O edifício
está ainda por concluir e promete vir a ser «um dos maiores Conventos da
Cidade», segundo refere o Padre Agostinho Rebelo da Costa na «Descrição
Topográfica e Histórica da Cidade do Porto».
1790 - O Hospício
passa a Convento e Casa Capitular. Frei António de Jesus toma então posse como
Guardião.
1791 - Realiza-se
o primeiro Capítulo Provincial no Convento de Santo António da Cidade, a 27 de
Agosto.
1794- O Provedor da Companhia Geral do Alto
Douro, Barnabé Veloso Barreto de Miranda, é enterrado na Igreja do Convento, em
frente ao altar de Nossa Senhora Mãe dos Homens.
1798/1799- Os Religiosos obtêm autorização
para conduzir água para o Convento, sem pagar foros e laudémios dos terrenos
comprados, e comprometem-se a fazer um aqueduto subterrâneo.
1799- Em 24 de Maio, é sepultado Frei João da
Conceição, religioso leigo «que trabalhou muito para esta fundação»
1808- São abertas
vinte e seis sepulturas nas «quadras do claustro», benzidas a 23 de Maio. Em
Julho, é estabelecido no Convento um depósito para móveis e roupas das tropas
espanholas que ocuparam a Cidade durante a 1ª Invasão Francesa.
1809- Foi morto a
tiro pelos franceses, na freguesia de Lordelo do Ouro, no dia 29 de Março, o
Irmão Pregador do Convento de Santo António da Cidade, Frei José de Santa
Gertrudes. No mês de Abril, passa a funcionar no Convento um hospital para
tropas francesas, hospital esse que, a partir de 20 de Maio, é destinado às
tropas portuguesas. A 26 de Maio, é enterrado na Igreja do Convento um soldado
falecido nesse hospital e, ainda no mesmo ano, um sargento e um soldado
miliciano.
1818- São abertas
sepulturas na segunda quadra do claustro, aplicando-se para este trabalho,
entre outras verbas, dinheiro proveniente do Convento do Maranhão.
1820- Procede-se
a diversas obras na sacristia.
1823/1824-
Continuam as obras na sacristia, utilizando-se, para o efeito, pedra de Valongo
e de Ançã.
1828- A 28 de
Janeiro, é sepultado o pedreiro, «Mestre das obras da Igreja». A 29 de Abril, o
Guardião do Convento, Frei José de Jesus Maria, assina, por si próprio e pela
comunidade, a acta da Vereação extraordinária da Câmara em que foi acordado
comunicar a D. Miguel que a cidade do Porto o queria como legítimo
representante da Coroa.
1829/1830-
Prosseguem as obras na Igreja e sacristia. 1830 Toma posse, em Capítulo
Provincial de 29 de Maio, o décimo oitavo e último Guardião do Convento, Frei
António da Natividade.
1831- Em 3 de
Dezembro é celebrado o último Capítulo (intermédio) no Convento do Porto.
1832- Continua a
construção da nova Igreja, encontrando-se já a capela-mor muito adiantada. Em
20 de Maio, é registada a última patente, dada pelo Ministro Provincial, Frei
Francisco de Santa Maria dos Anjos, no Convento do Porto. O Ministro Provincial
faz a última visita ao Convento, no dia 4 de Junho. A 1 de Julho, os Religiosos
procedem ao último enterramento, feito no claustro. O Convento é abandonado
pelos Religiosos no dia 9 de Julho, data da entrada do Exército Libertador na
Cidade, permanecendo apenas um membro da comunidade, Frei Joaquim da Assunção.
A 14 do mesmo mês, o Convento é ocupado por tropas inglesas que combatem ao lado
dos liberais, as quais furtam móveis, alfaias religiosas e livros. No dia 26 do
referido mês, são fuzilados pelos liberais, o Irmão Definidor, Frei Francisco
da Pureza, e o Irmão Corista, Frei António de Ave-Maria, que se haviam
refugiado na Quinta do Fojo. Na presença de Frei Joaquim da Assunção, são
inventariados, a 30 de Agosto, os bens do Convento. Em 25 de Setembro e 3 de
Outubro, é retirada a «Livraria», a qual é entregue ao Bibliotecário da
Comissão dos Conventos Extintos ou Abandonados. O Batalhão Francês, que ocupava
o Convento, abandona-o em Novembro, tendo feito nele grandes estragos, o que
leva a Comissão dos Conventos Extintos ou Abandonados a comunicar o sucedido a
D. Pedro IV. No dia 13 desse mês, a referida Comissão compra um livro de coro,
pertencente ao Convento, que estava na posse de um soldado francês.
1833- Em Outubro,
a mesma Comissão entrega a João Baptista Ribeiro, entre outros quadros e
painéis, a «Ceia» da autoria de Joaquim Rafael, que havia pertencido ao
Convento de Santo António da Cidade. Biblioteca Pública Municipal do Porto.
Em 30 de
Dezembro, por o Prefeito do Douro e a Comissão Municipal entenderem que a
Biblioteca Pública – provisoriamente instalada no Hospício de Santo António de
Vale da Piedade, à Cordoaria, e no Paço Episcopal – necessitava de um edifício
mais espaçoso, é mandado examinar, para esse efeito, o «abandonado Convento de
Santo António da Cidade», por uma Comissão constituída pelo 1º Bibliotecário,
Diogo de Góis Lara de Andrade, pelo Arquitecto da Cidade, Joaquim da Costa Lima
Sampaio, e pelo 2º Bibliotecário, Alexandre Herculano.
1834- O Prefeito
do Douro, em 13 de Março, remete ao Governo as plantas da Praça de São Lázaro e
do Convento de Santo António da Cidade, bem como o orçamento das despesas
necessárias para neste edifício se instalar o Museu e a Biblioteca. No «Registo
dos Egressos habilitados», datado de Maio, são mencionados vinte ex-religiosos
do Convento de Santo António da Cidade.
1836- Em Agosto,
é anunciada a venda dos «materiaes das Igrejas nova, e velha do extincto
Convento de Santo António da Cidade».
1839- O edifício do
Convento é doado à Câmara do Porto, em 30 de Julho. 1842- É definitivamente
instalada no edifício do Convento a Real Biblioteca Pública do Porto e
inaugurada em 4 de Abril, dia do aniversário da Rainha D. Maria II.
Maria Adelaide Meireles, In O Convento de Santo António da Cidade;
Fonte: “balcaovirtual.cm-porto.pt”
Projecto inicial do convento – Fonte: “portoarc.blogspot.pt”
Em 1832, continuava a construção da nova igreja que iria
substituir, junto dela, a primitiva capela existente.
Como se pode ver na gravura acima, na ala mais a norte do
complexo (à esquerda) ficava o templo no qual era venerada uma imagem de Nossa
Senhora da Mãe dos Homens.
Para alinhamento da Rua do Mede-Vinagre, depois Rua da Murta
e, finalmente, Rua Morgado Mateus a nova igreja acabaria, mais tarde, por ser
demolida e integrada na fachada voltada para aquela rua.
O topónimo de Rua Morgado Mateus pretende homenagear D. José
Maria de Sousa, morgado de Mateus, nosso enviado a França e mecenas.
Quanto ao topónimo de Mede-Vinagre, por certo, tratar-se-ia
de uma referência a alguém que por aquelas bandas comerciaria aquele produto e
já constava da planta de Costa Lima de 1839.
Quanto ao topónimo de Rua da Murta, talvez se ficasse a dever
à viúva de Boaventura José Vaz Murta, que vivia nas imediações.
A Biblioteca foi instituída no dia 9 de Julho de 1833, por
decreto assinado nos paços reais de Porto por D. Pedro IV, duque de Bragança e
referendado por Cândido José Xavier, Ministro e Secretário de Estado dos
Negócios do Reino. A criação da biblioteca teve por objetivo expressamente
declarado solenizar o aniversário da cidade. O nome dado foi Real Biblioteca Pública da cidade do Porto.
A biblioteca tinha sido inicialmente instalada, no Hospício
dos Franciscanos, mais tarde Hospício dos Expostos, onde viria a funcionar a
Roda e o Mercado do Peixe, situado na Praça da Cordoaria, e em 11 de Abril de
1842 foi definitivamente instalada na casa que servia de hospício dos
religiosos de Santo António de Vale da Piedade, o Convento de Santo António da
Cidade, junto ao Jardim de São Lázaro na Rua D. João IV.
Os cargos da biblioteca seriam de nomeação da câmara, exceto
o cargo de bibliotecário cuja nomeação teria de ser feita pelo governo.
“Em 1833 entendeu-se
que a Biblioteca Pública, até então instalada provisoriamente no hospício de
Santo António de Vale da Piedade, na Cordoaria, necessitava de um edifício mais
espaçoso. Daí, foi nomeada uma comissão para examinar as condições do
«abandonado Convento de Santo António da Cidade».
A comissão constituída
pelo 1.º bibliotecário, Diogo de Góis Lara de Andrade, pelo arquiteto da
cidade, Joaquim da Costa Lima Sampaio, e pelo 2.º bibliotecário, Alexandre
Herculano, apresentam uma proposta no ano seguinte com plantas e orçamentos
para a instalação da biblioteca e do museu no edifício.
Só em 1839 o edifício
do convento é doado à Câmara do Porto, e em 1842 é definitivamente instalada no
edifício do convento a Real Biblioteca Pública do Porto e inaugurada em 4 de
abril, dia do aniversário da rainha D.
Maria II”.
In facebook.com/PortoDesaparecido
“O primeiro fundo
bibliográfico do novo estabelecimento cultural foi constituído principalmente
pelas livrarias dos conventos abandonados e pela do prelado da diocese, D. João
de Magalhães e Avelar.
Segundo Alexandre
Herculano, a biblioteca constava de 36 mil volumes, além de 300 códices
manuscritos. Devido a uma questão de herdeiros do prelado que perdurou por
vários anos, o governo teve ainda que pagar uma quantia que na época era de
24.000$000 réis. Os primeiros catálogos que a biblioteca possuía foram de
dezasseis volumes manuscritos que naquela época prestavam excelentes serviços.
Em 1842 a Biblioteca
constava de 24.256 obras, em 47.322 volumes, pelo que diz os livros já
catalogados. Além, deste acervo, havia também 50 mil volumes, entre os quais
4.200 tinham vindo dos conventos extintos de Vila do Conde e imediações. Foi
nessa época que apareceram os primeiros catálogos impressos da Biblioteca do
Porto. Encontra-se no prelo um catálogo descritivo, analítico e comentado dos
Manuscritos Ultramarinos da Biblioteca Pública Municipal do Porto e organizado
para aquele certame pelo Gabinete de História da Câmara Municipal da mesma
cidade.
A coleção de
manuscritos raros desta biblioteca enriqueceu em 1877 pelo legado do Conde de
Azevedo.
Esta biblioteca foi
transformada em Municipal, por determinação da Carta de lei de 27 de Janeiro de
1876, promulgada por D. Luís I e referendada pelo ministro do Reino António
Rodrigues Sampaio, tendo como presidente da Câmara do Porto Francisco Pinto
Bessa”.
Fonte: “pt.wikipedia.org”
“Em 1747, religiosos
franciscanos da Província da Conceição, vieram à cidade do Porto, para aqui
fundarem um Hospício, da invocação de Nossa Senhora da Conceição. No ano de
1780 compraram uma capela pública e outras casas e terrenos, no Campo de S.
Lázaro. Em Novembro desse ano mudam-se para S. Lázaro. Em 1790 o Hospício
passa a convento e casa capitular. Assim nasceu no Porto o Convento dos Frades
Menores Antoninhos da Província da Conceição, mais conhecido por Convento de
Santo António da Cidade. A sua construção prolongou-se por vários anos, e ainda
no ano de 1832 prosseguiam as obras da nova igreja. Em 9 de Julho de 1832, o
convento é abandonado, por se ter verificado a entrada na cidade do Porto das
tropas liberais. No dia 14 o convento é ocupado pelas tropas inglesas.
Em 1833 a
Biblioteca Pública, é provisoriamente instalada no Hospício de Santo António do
Vale da Piedade, na Cordoaria, e no Paço Episcopal e começa a ser mudada para o
Convento de S. Lázaro em 1839 quando o Convento é doado à C.M.P. e em 4 de
Abril de 1842, dá-se a inauguração de Real Biblioteca Pública do Porto.”
Fernando Moreira da
Silva, In Boletim dos Amigos do Porto de 2003.
Sobre a grandiosidade do convento narra a notícia da
realização nas suas instalações, já como Biblioteca Pública Municipal do Porto,
de um jantar servido em 13 de Agosto de 1845 em honra de José Bernardo da Silva
Cabral, ministro da Justiça.
“…as viandas foram
servidas no “salão do Ateneu” no r/c e as “desert” no salão do 1.º andar.
O salão do Ateneu é
onde era dantes o refeitório e cozinha dos frades, no tempo do convento de
Santo António da Cidade. A sua extensão era tal que a mesa tinha 1400 cadeiras
de cada lado”.
In “Periódico dos
Pobres no Porto”, 22 Agosto de 1845
Entre 1780 e 1832, na véspera e no dia 1 de Junho,
realizava-se uma grande cerimónia na Igreja de Santo António da Cidade, que se
alargava ao Campo de S. Lázaro, com fogo preso e luminárias, em honra de Nossa
Senhora da Mãe dos Homens que, pelos dias de hoje, é apenas evocada em Moreira
da Maia, lugar de Pedras Rubras.
O convento de Santo António da Cidade, após o ano de 1833,
viria a ter várias utilizações para além da de Biblioteca Pública Municipal.
O chamado Museu
Portuense ou Ateneu D. Pedro,
foi criado em 1833 por Pedro IV de Portugal e instalado no edifício do Convento
de Santo António da Cidade, tendo para esse efeito sido demolida a capela da
gravura acima.
Em 1905 recebeu o contributo das peças vindas do Museu Municipal ou Museu Allen ou Museu da
Restauração, que tinha sido inaugurado em 11 de Abril de 1852 nas instalações do antigo
Museu Allen, na Rua da Restauração, após a aquisição em 1850 pela Câmara do Porto, dos espólios do Museu Allen.
No convento também esteve instalado o Museu
Archeologico dirigido por Rocha Peixoto entre 1900 e 1909.
O claustro do convento de Santo António utilizado como
museu, In revista “Arte”, 5º ano, 1909 – Fonte: “doportoenaoso.blogspot.pt”
“(…) Do lado nascente
encontramos a Biblioteca que alberga ainda a Escola Portuense de Belas Artes
criada em 1881 (a antiga Academia Portuense de Bellas Artes fundada em 1836
tinha agora funções de promoção das artes), dirigida pelo Inspector da Academia
Leopoldo Mourão e onde leccionam entre outros, Marques da Silva e Alves de
Sousa.
(…) Também aí está
instalado o Museu Archeologico dirigido por Rocha Peixoto
entre 1900 e 1909, acrescido em 1905 do Museu Municipal do Porto,
em instalação.
(…) Da iniciativa do Centro
Artístico Portuense, de que fizeram parte Soares dos Reis, Tomás Soller, José
Sardinha e Marque de Oliveira, entre outos, foi projectado um edifício para
albergar o Museu Municipal, num terreno adjacente à Biblioteca por José Geraldo
da Silva Sardinha (1845-1906), que porém, nunca foi realizado.
(…) No Porto as
exposições de artes plásticas, realizam-se em locais tão variados como a casa
do Visconde da Trindade, a Sociedade Promotora das Belas Artes em Portugal, o
Grémio Artístico, o Instituto Portuense de Estudos, a casa de Fotografia União,
o Centro Artístico Portuense, o Ateneu Comercial do Porto e a Santa Casa da
Misericórdia do Porto”.
Professor Ricardo Figueiredo, In “doportoenaoso.blogspot.pt”
Entretanto, já em 1839, o Museu Portuense de Pintura e
Estampas, também designado “Ateneu D. Pedro” ou, simplesmente, “Museu
Portuense”, tinha visto ser-lhe anexado, a Academia Portuense de Belas
Artes.
A Academia Portuense de Belas Artes tinha
sido criada pelo Decreto de 22 de Novembro de 1836, da autoria de Passos
Manuel.
A sede da Academia situou-se, então, no extinto Convento de
Santo António da Cidade juntamente com o Museu Portuense.
De qualquer modo, algumas das aulas iniciaram o seu
funcionamento no edifício da Academia Politécnica, onde permaneceram até à
década de 70 do século XIX.
A Academia Portuense
de Belas Artes teve existência entre 1836 e 1911, passou depois a Escola de
Belas Artes do Porto entre 1881 e 1950 (em 1938 viria a ocupar o vizinho
Palacete Braguinha) e, finalmente, foi Escola
Superior de Belas Artes do Porto entre 1950 e 1992.
A 12 de Dezembro de
1991, o Senado Universitário aprovou a integração deste estabelecimento na
Universidade do Porto, decisão que acabou por dar origem, no ano seguinte, à
Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (Despacho n.º 307/ME/92, de
30 de Outubro).
“A primeira tentativa
de reforma da Academia Portuense de Belas Artes deu-se em 1881, pelo Decreto de
22 de Março, que pretendeu reforçar a separação entre a Academia e a Escola. Este
diploma atribuiu à Academia as funções de promoção da arte e da arqueologia, de
realização de exposições, de conservação e restauro de monumentos e de defesa
do património museológico, enquanto que a Escola de Belas Artes foi
objeto de uma reforma do ensino que ministrava, tendo-se aumentado o número de
cursos. Em resultado desta reforma, esta Escola passou a lecionar cursos como o
Geral de Desenho, o de Arquitectura Civil, o de Pintura Histórica, o de Pintura
da Paisagem, o de Escultura Estatuária, o de Gravura a Talho Doce, o de Gravura
em Madeira e também cursos de Belas Artes com aplicação às artes industriais.
A implantação da
República trouxe consigo grandes mudanças. As Academias de Belas Artes foram
extintas, criando-se conselhos de Arte e Arqueologia em sua substituição. O
Museu Portuense que, entretanto, passou a designar-se Museu Soares dos Reis,
ficou subordinado ao Conselho da “3.ª Circunscrição”. Apesar destas
reestruturações, a Escola de Belas Artes manteve-se ativa, embora com o estatuto
de organismo autónomo. A organização interna passou a observar, em traços
gerais, a da Escola Académica, que datava de 1881. O ensino repartiu-se por dez
cadeiras, constituídas por vários módulos, e por Cursos Especiais (de
Escultura, de Pintura e de Arquitectura).
O ensino artístico foi
novamente reformado em 1931, pelo Decreto n.º 19.760, de 20 de Maio. Nesta
altura constituíram-se Cursos Especiais, de nível elementar, para cada uma das
três artes, a cuja frequência se seguia a de um Curso Superior”.
Fonte: “sigarra.up.pt”
Biblioteca Pública Municipal do Porto – Ed. “bibliotecas-.blogspot.pt”
Claustro do convento e fonte
Após a vitória dos liberais, demolida a igreja, o aspecto
exterior do convento de Santo António da Cidade foi parcialmente mantido, bem
como o claustro e o chafariz de 1789. O interior, no entanto, foi objecto de
remodelações profundas, com o objetivo de melhor responder à nova ocupação do
edifício.
Por diversas ocasiões foi alvitrado ampliar as instalações do edifício. Foi o caso da proposta feita em 1882 que, no entanto, não se concretizaria.
Projecto de
ampliação das instalações do convento – In: “A Arte Portugueza” (Revista
mensal de Bellas-Artes); Publicada pelo Centro Artistico Portuense,
I Anno Março de 1882
Na gravura acima
pode ser observado um projecto para alargamento do convento dos Capuchos em S.
Lázaro, respeitante à fachada da Rua da Murta. O projecto era de José
Geraldo da Silva Sardinha, e o desenho de Joaquim Augusto Marques Guimarães.
Em 2023, finalmente, foi decidido prolongar a área adjacente às instalações da biblioteca situadas a nascente, confrontando com a Avenida Rodrigues de Freitas e Rua Visconde de Bóbeda.
Em 2023, finalmente, foi decidido prolongar a área adjacente às instalações da biblioteca situadas a nascente, confrontando com a Avenida Rodrigues de Freitas e Rua Visconde de Bóbeda.
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