Quinta e Casa de Fiães ou Quinta de Santo Inácio
Os Vanzeller, vindos da Holanda, viviam no Porto e tinham uma vida abastada, ligada ao comércio e à indústria.
Estavam muito ligados à freguesia de S. Nicolau, por aí terem morada, e à confraria sedeada na igreja de S. Nicolau. Os primeiros Estatutos da Confraria do SS. de S. Nicolau foram confirmados em Abril do ano de 1663, e revistos no de 1683.
Entre outras disposições, prescreveu-se que o Juiz seria pessoa nobre e que os irmãos “seriam convocados ao som de campa tangida”.
Inscritos como Juízes ou Mordomos no Tombo da Confraria do SS. de S. Nicolau, no âmbito da família Vanzeller, encontramos:
2º Arnaldo João Vanzeller, desde 1730 a 1740;
3º Pedro Vanzeller, desde 1758 a 1759 e 1784;
4º João Vanzeller (11), desde 1767 a 1797 e 1799;
5º Arnaldo João Vanzeller (II), desde 1773 a 1774;
6º Henrique Vanzeller, desde 1779 a 1780;
7º Antonio Vanzeller, desde 1780 a 1781;
8º Luiz Vanzeller, desde 1794 a 1795;
9º Francisco Vanzeller, desde 1798 a 1799 e 1818 a 1820;
10º lgnacio Vanzeller Junior, desde 1707 a 1708;
11º Arnaldo João Vanzeller (III), desde 1808 a 1809 e 1826 a 1827;
12º Ignacio Vanzeller (II), arcediago, desde 1820 a 1821;
13º Roberto Vanzeller, desde 1835 a 1836;
14º Pedro Vanzeller (II), desde 1846 a 1847;
15º João Vanzeller (III), em 1857.
A fachada da casa possui várias janelas envidraçadas no primeiro andar e, em baixo, várias portas que dão entrada para os armazéns. Do lado direito, sobressai a capela dedicada a Santo Inácio, onde se rezavam as missas da aldeia sempre que a família estava por lá. De facto, o próprio padre passava a viver na quinta no período de Abril a Novembro, evitando que os van-Zeller se deslocassem à aldeia para assistir à missa. No centro da casa, uma dupla escadaria vinda do primeiro andar desce até ao pátio, um terreiro ou praça privada com três bicas de água. A poente, um bosque de carvalhos plantados geometricamente; a nascente, um jardim francês de camélias plantadas por Roberto van-Zeller, primeiro presidente da Sociedade Agrícola do Porto.”
“Caiu, em face da desassombrada atitude da Academia das
Ciências, o Carmo e a Trindade.
D. Maria Isabel foi libertada e, logo a seguir, (…) recebia a benemérita senhora, a 22 de Janeiro de
1814, a medalha de oiro daquela instituição científica, o prémio de 30$000 rs
em livros e, pouco depois, o diploma de sócia correspondente do Instituto
Vacínico.”
N. S., in revista “O Tripeiro” Vª série, Ano VIII
N. S., in revista “O Tripeiro” Vª série, Ano VIII
Diga-se, a título de curiosidade que, em 1800, já teria
ocorrido no hospital da Misericórdia (Santo António) uma experiência de
vacinação que não teve sequência, em virtude dos receios de todas as partes
envolvidas.
Na Escola Médica naquele mesmo ano foi fundado o Instituto Vacínico.
Na Escola Médica naquele mesmo ano foi fundado o Instituto Vacínico.
Em 27 de Abril de 1834, a Sociedade Literária tomou a seu
cargo a aplicação da vacinação, estabelecendo um posto na Escola Médica. Até
1839, foram inoculados contra a varíola 2560 indivíduos.
Ainda sobre esta terrível doença, no dia 1 de Outubro de 1902, o
governador civil recebeu ordem para tomar o Hospital do Bonfim (Goelas de Pau)
que a Misericórdia se negava a abrir e a recolher os doentes atacados com
varíola, pois reclamava o recebimento de um subsídio de 1.000$00 rs.
O hospital acabaria por reabrir no dia 8, passada uma semana, e com o conflito, sanado.
O hospital acabaria por reabrir no dia 8, passada uma semana, e com o conflito, sanado.
Casa da Quinta de Fiães
Dedicou-se ao jornalismo. O mundo da imprensa já não lhe era desconhecido, pois desde os seus tempos de seminarista, que vinha publicando a sua poesia em jornais e revistas literárias, como O Mundo Elegante (1858-60), Mosaico (1865), Aurora (1867-68), Grinalda (1855-69) – do Porto; o Boudoir (1863-65) – de Lisboa; A Chrysalida (1863-64) e A Folha (1868) – de Coimbra.
Teve uma ligação forte com a imprensa generalista da cidade do Porto, nomeadamente com o Jornal do Porto (1859-1887); o Jornal da Manhã (1872?-1888), do qual chegou a assumir a direcção política; o Progresso Comercial (1873); e o Comércio Português (1876-1887).
Em Lisboa, foi redactor do Comércio de Lisboa (1878-1880?), substituindo Luciano Cordeiro durante os meses em que esteve no Brasil (1879), e assumiu a direcção do Jornal do Comércio (1853-1989) enquanto Eduardo Burnay, seu director, esteve ausente em Paris (1886).”
Cortesia de Rita Correia (2011)
Capela da Casa da Quinta de Fiães
Jardim da Quinta de Fiães –
Cortesia de Manuela Ramos
Camélias na Quinta de Fiães
Texto extraído de “portoarc.blogspot.com/” – Cortesia de Rui Cunha
Cortesia de Rui Cunha (24 de Maio de 2013)
Eucaliptos centenários, com
mais de 45 metros de altura, plantados c. 1870 – Cortesia de Manuela Ramos.
A Quinta das Devesas situa-se na freguesia de Santa Marinha,
na Rua Leonor de Freitas, entre os armazéns do Porto Barros.
" (...) antes de
ser retalhada pela construção da Estação do Caminho-de-Ferro, a Sul, pelo
caminho público que a atravessa de Leste para Oeste (antiga rua Nova das
Devesas; depois rua D. Leonor de Freitas) e pela construção de muitos armazéns
de Vinho do Porto voltados para a Calçada das Freiras (rua Serpa Pinto) ou para
as Azenhas, ocupava toda uma encosta suave voltada a norte e para o rio Douro e
era composta por uma extensa área com terrenos lavradios, vinha, pomares e
hortas."
Cortesia de Gonçalves Guimarães; Fonte: gaiarevelada.blogspot.com/
Cortesia de Gonçalves Guimarães; Fonte: gaiarevelada.blogspot.com/
Vários autores referem que, em 1601, a propriedade estava nas mãos do “abade de Valbom, padre José Garcês”.
Pinho Leal, de acordo com parágrafo abaixo, na sua obra “Portugal Antigo e Moderno…” dá a propriedade como pertencente, na primeira metade do século XVIII, à família dos condes da Arrochella (entre 1738 e 1744), sendo D. Manuel da Cruz Faria, enquanto pároco da freguesia de Santa Maria Madalena do concelho de Provezende, oriundo, contudo, da Casa das Devezas.
D. Thomazia casaria com Leonardo da Cunha Godinho, de cujo enlace, não resultariam quaisquer descendentes.
Herdaria depois a propriedade, c. 1779, José de Freitas Faria, que a deixou a sua mulher, D. Leonor Luísa de Freitas (cujo nome seria, mais tarde, atribuído à rua que limita o Parque da Quinta das Devesas a norte) que, por não ter filhos, a deixou a uma sobrinha, D. Mariana Vitória Pinto (1798-1872) que se casaria, por sua vez, com António Borges de Castro (1814-1884) que, tendo enviuvado, ficaria como único proprietário da Casa das Devesas.
Esta última personagem, para além de ter sido presidente da Câmara de Gaia, entre os anos de 1856 a 1857, foi também o primeiro e único visconde das Devesas, por decreto real passado por D. Luís, no ano de 1879.
Sem descendentes, os bens do visconde das Devesas passaram para a sua sobrinha, D. Maria da Conceição Bandeira de Castro, casada, por sua vez, com Francisco Pereira Pinto de Lemos, a quem foi atribuído o título de conde das Devesas por parte do rei D. Carlos, no ano de 1890.
Texto extraído da obra “Portugal Antigo e Moderno…” de Pinho Leal
Calótipo (editado) de Frederick W. Flower da Quinta das Devesas, em
meados do século XIX, presente num quadro informativo do actual Parque
municipal da Quinta das Devesas – Fonte: “gaiarevelada.blogspot.com/”
Calotipo de Frederick William Flower, da Quinta das Devesas, c. de
1853, extraído do livro "Ensaio sobre as Camélias" de Nuno Gomes
Oliveira – Fonte: “gaiarevelada.blogspot.com/”
À data daquela impressão fotográfica, após uma visita, em 1857, o francês Olivier Merson, escrevia:
In O Tripeiro, Volume 3, (1/10/1912)
Ponte Pênsil D. Maria II
1º conde das Devesas: Francisco Pereira Pinto de Lemos (1849-1916).
2º conde das Devesas: Alfredo Pereira Pinto de Lemos (1875-1945).
3º conde das Devesas: Ernâni Carlos Pereira Pinto de Castro e Lemos (1876-1965).
O 3.º conde das Devesas não teve descendentes e legou os seus bens à Misericórdia de Gaia, com usufruto para as cunhadas, a última das quais faleceu no solar em 1976, ficando a propriedade ao abandono até 2012. Em 2009 veio a ser acordada entre a Misericórdia e o Município uma solução urbanística para a quinta, que previa a entrega do solar e da sua zona adjacente a Câmara Municipal de Gaia.
O Conde Alfredo, homem profundamente religioso e sempre pronto a auxiliar os mais desfavorecidos, envolveu-se no movimento iniciado no dia 27 de novembro de 1928 pelo Notário Miguel da Silva Leal Júnior e por outros bons gaienses, para a criação da Misericórdia de Gaia. E quando a 26 de junho de 1929 a Misericórdia foi, oficialmente, constituída, os seus pares quiseram que fosse o Conde Alfredo a ocupar o lugar de Provedor.
Tinha então 54 anos e, durante mais sete, até 1936, ocupou esse cargo, tendo desenvolvido uma tarefa extremamente valiosa, para que fosse devidamente consolidada a vida da jovem e, então, ainda frágil instituição.
Por falecimento dos progenitores Conde Francisco e Condessa D. Maria da Conceição, herdaram os três filhos – Alfredo, Ernani e Jorge – em partes iguais, o património da família, de que era a parcela mais valiosa a chamada Quinta das Devezas, também então conhecida por Quinta do Estado, situada em Vila Nova de Gaia, onde a família tinha o seu solar.
Esta propriedade tem a sua entrada principal na Rua D. Leonor de Freitas, junto às instalações da firma Barros, Almeida & C.a. – Vinhos S.A. e era constituída por uma casa apalaçada, de dois andares, capela, anexos, jardim, estufas, pomares, hortas, adegas, casa para gado e terras de lavradio e de vinha, com uma área de 101.500 metros quadrados.
Graças à benemerência desta magnífica família, a referida Quinta é propriedade da Misericórdia de Gaia. Esta passagem realizou-se de forma faseada:
Por legado em testamento do Conde Ernani Carlos Pereira Pinto de Castro Lemos, falecido a 2 de agosto de 1965, da terça parte desta propriedade.
Por doação feita no dia 8 de março de 1966, pelas Senhoras D. Camila Machado dos Santos Castro Lemos, viúva do Conde Alfredo, falecida a 20 de maio de 1967, e de D. Maria Amélia Feio de Oliveira Leite Castro Lemos, viúva de Jorge Pereira Pinto de Castro Lemos, falecida a 14 de fevereiro de 1971, das outras duas terças partes de que eram pertença das mesmas, deduzidas de uma parcela de 21.206 metros quadrados, que as doadoras reservaram para si. Estas doações, segundo os termos da escritura, foram feitas pelo facto de ambas desejarem contribuir para “os altos fins de assistência a que se dedica a Misericórdia de Gaia”.
Na altura da morte da última das senhoras, em 1971, a Misericórdia tornou-se proprietária da Quinta das Devezas.
Entretanto, para homenagear os dadores, a Misericórdia construiu um magnífico lar para idosos, que foi inaugurado no dia 4 de julho de 1992, a que deu o nome de Lar Residencial Conde das Devezas, atualmente designado de Residências Seniores Conde das Devezas.
Fonte: “scmg.pt/historia”
Na fotografia seguinte, é possível observar-se o aspecto que a casa tinha antigamente.
Escadaria principal do solar da Quinta das Devesas – Cortesia
Alexandre Silva
Capela (em ruínas) do solar da Quinta das Devesas – Cortesia Alexandre
Silva
Fachada principal do solar da Quinta das Devesas – Cortesia Alexandre
Silva
O Parque conta com 118 variedades diferentes de japoneiras,
91 das quais obtidas em Gaia e no Porto, nos séculos XIX e XX.
Painel existente no Parque da Quinta das Devesas
Entrada do Parque da Quinta das Devesas. Em primeiro plano, as
instalações da firma Barros, Almeida & C.ª
Pequeno lago com escultura na Quinta das Devesas – Cortesia de “gaiarevelada.blogspot.com/”
Lago e ponte da Quinta
das Devesas – Cortesia de “gaiarevelada.blogspot.com/”
Quinta da Costa e
solar dos Condes de Resende
Situa-se esta quinta na freguesia de Canelas, no Lugar de
Negrelos, em V. N. de Gaia e dela se diz que o solar tem raízes em 1042
(referência em Carta de Negrelos).
“Construída para
residência na época Medieval, foi comprada e adaptada em 1984 para Casa
Municipal da Cultura, pela Câmara Municipal de V. N. de Gaia depois de ter
pertencido aos Condes de Resende que deram origem à actual designação.
De realçar o jardim das Japoneiras ou das Camélias, com exemplares centenários, e a Estátua de Eça de Queiroz que nesta casa se enamorou de Emília de Castro Pamplona, filha dos Condes de Resende.
Aqui funciona um Centro de Documentação Histórica, com documentação original desde a Idade Média, um Núcleo Museológico de Arqueologia, Arte e Antropologia e espaço de exposições temporárias e de Congressos.
Na programação anual destacam-se as festas do solstício de Verão e as comemorações queirosianas em Novembro, para além de actividades quotidianas nos domínios da arqueologia, história, antropologia cultural e património relacionadas com o Município e a região envolvente e afinal com todo o mundo com quem a história da Casa e as suas colecções a relacionam”.
Fonte: solaresebrasoes.blogspot.com/
De realçar o jardim das Japoneiras ou das Camélias, com exemplares centenários, e a Estátua de Eça de Queiroz que nesta casa se enamorou de Emília de Castro Pamplona, filha dos Condes de Resende.
Aqui funciona um Centro de Documentação Histórica, com documentação original desde a Idade Média, um Núcleo Museológico de Arqueologia, Arte e Antropologia e espaço de exposições temporárias e de Congressos.
Na programação anual destacam-se as festas do solstício de Verão e as comemorações queirosianas em Novembro, para além de actividades quotidianas nos domínios da arqueologia, história, antropologia cultural e património relacionadas com o Município e a região envolvente e afinal com todo o mundo com quem a história da Casa e as suas colecções a relacionam”.
Fonte: solaresebrasoes.blogspot.com/
Solar dos Condes de Resende
Transitaria, depois, para os viscondes de Beires e, finalmente, para os condes de Resende, por casamento do 4º conde de Resende, António Benedito de Castro, em 1843, com Maria Balbina Pamplona Carneiro Rangel Veloso Barreto de Figueiroa (1819-1890).
Será a filha deste casal, Maria Emília de Castro Eça de Queiroz (1857-1934), que casaria em 1886, com José Maria Eça de Queiroz (1845-1900). A Quinta foi, por isso, também, conhecida como “Quinta dos Resende”.
No solar, com três corpos, de dois pisos de planta em “Z”, o seu primeiro piso estava preparado para as tarefas do dia-a-dia e para as despensas. No piso superior, apresentava-se a área de habitação e aí, se desenrolavam, também, todas as actividades de lazer.
O solar foi dotado de uma capela de invocação de S. Tomé, semi-privada, pois situava-se extra-muros do edifício.
Entrada da Quinta dos Condes de Resende – Fonte: Gloogle
maps
Os Condes de Resende, até 1895, tinham a sua residência principal, no Porto, num magnífico palacete, na Quinta de Santo Ovídio, que abandonaram, naquela data, para ser loteada toda a área e aberta a Rua de Álvares Cabral.
A Quinta de Marques Gomes, também referida como Quinta do Montado,
localiza-se na freguesia de Canidelo, no concelho de Vila Nova de Gaia.
Situada na margem esquerda do rio Douro, constitui-se numa vasta propriedade de 36 hectares e o seu palacete, uma ampla edificação, com 37 salas distribuídas entre o rés-do-chão e dois andares, cercado por árvores e um jardim. No interior tem tectos lavrados e paredes ornamentadas com frescos.
O autor do projecto foi o engenheiro António da Silva que, na transicção para o século XX, ficou ligado a projectos icónicos encomendados por membros dos grupos mais dinâmicos da estrutura industrial e comercial do Porto, de que se destaca o Palacete dos Andresen, na Avenida de Montevideu e, ainda, um já desaparecido chalet, situado junto de um viaduto ferroviário (do qual hoje só o conhecemos, apenas, por algumas fotos) e que se localizava próximo do Largo de Cadouços.
Situada na margem esquerda do rio Douro, constitui-se numa vasta propriedade de 36 hectares e o seu palacete, uma ampla edificação, com 37 salas distribuídas entre o rés-do-chão e dois andares, cercado por árvores e um jardim. No interior tem tectos lavrados e paredes ornamentadas com frescos.
O autor do projecto foi o engenheiro António da Silva que, na transicção para o século XX, ficou ligado a projectos icónicos encomendados por membros dos grupos mais dinâmicos da estrutura industrial e comercial do Porto, de que se destaca o Palacete dos Andresen, na Avenida de Montevideu e, ainda, um já desaparecido chalet, situado junto de um viaduto ferroviário (do qual hoje só o conhecemos, apenas, por algumas fotos) e que se localizava próximo do Largo de Cadouços.
Palacete do Marques Gomes
A propriedade passou, recentemente, pelas mãos de um fundo imobiliário que visava nela implantar um projecto de arquitectura da responsabilidade do gabinete Barbosa & Guimarães, autores, entre outros projectos, do edifício sede da Vodafone, na Avenida da Boavista.
Para além disso, prevê-se preservar 100 mil metros quadrados de espaço verde que, cedidos à autarquia, irão permitir a criação do Parque Urbano do Vale de São Paio.”
Fonte: “pt.wikipedia.org/”
Palacete do Marques Gomes - Cortesia de “ruinarte.blogspot.com/”
Filho de pescadores, nasceu pobre, tendo vivido os primeiros anos da sua vida com grandes dificuldades. Teve, no entanto, a sorte de ter despertado a atenção de uma senhora de posses que o retirou da rua e lhe deu educação. Em 1885, com dezoito anos, partiu para o Brasil.
No Pará, ingressou na firma comercial Nunes & Almeida Ld.ª que, em pouco tempo, se iria transformar em Marques Gomes & C.ª.
Importava aguardente, café e açúcar por grosso.
Conheceu, então, Rosalina dos Santos, brasileira com pais portugueses da Figueira da Foz, com quem se casou. Graças também à fortuna da família da mulher, os negócios de Marques Gomes foram crescendo, criando com outros sócios a Empresa de Navegação do Grão-Pará.
Problemas de saúde acabaram por ditar o seu regresso a Portugal, em 1890. Apesar da fortuna acumulada, Manuel Marques Gomes continua a actividade mercantil, na firma exportadora de vinhos Bento Cunha & C.ª, em Matosinhos.
Pai de treze filhos, adquiriu a Quinta do Montado — hoje mais conhecida como Quinta de Marques Gomes —, na Alumiara, Canidelo, Vila Nova de Gaia, começando a construção de um palacete. À volta do seu palacete mandou plantar uma frondosa floresta, com árvores únicas na região, importadas do Brasil. Na sua quinta, ergueu também uma fábrica de conserva do peixe. Investiu, ainda, em fábricas de cerâmica e em armazéns de vinhos do Porto.
Na sua terra natal, apoiou obras paroquiais, financiou o prolongamento da rede eléctrica até à freguesia, construiu o Apeadeiro de Coimbrões, uma escola primária (já demolida), o campo de futebol do Sport Clube de Canidelo, diversas ruas e estradas, etc. Foi, também, financiador do Clube Euterpe.
Faleceu em 1932, com 65 anos de idade, tendo os seus treze filhos se envolvido em disputas quanto à herança.
Abandonada, por isso, a propriedade e o palacete, há muitos anos, a ruína deste levou, a que nos últimos anos, o associem a uma lista de lugares assombrados na região, tendo a vegetação tomado conta do edifício que, entretanto, foi pilhado e incendiado.
Na obra literária “Histórias de um Portugal Assombrado”, Vanessa Fidalgo, faz o seguinte relato:
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