Aurélio da Paz dos Reis nasceu no Porto, em 28 de Julho de 1862 e morreu, no Porto, em 18 de
Setembro de 1931.
Foi realizador de cinema, exibidor, fotógrafo, comerciante,
horto-floricultor, revolucionário republicano e maçon convicto.
É considerado o pioneiro do cinema em Portugal por ter realizado e
produzido o primeiro filme, "A Saída do Pessoal Operário da Fábrica
Confiança", réplica do primeiro da história do cinema, rodado em França
pelos irmãos Lumière, em 1894 - La Sortie de l'usine Lumière à Lyon.
Saída do pessoal operário da Fábrica Confiança, na Rua de Santa
Catarina
Paz dos Reis apresentaria o seu cinematógrafo no Porto – designado
pelo próprio como Kinematógrafo Portuguez –mostrando filmes com a duração de um
minuto no Teatro do Príncipe Real, actual Teatro Sá da Bandeira, no dia 12 de
novembro de 1896.
“Adquiriu, logo em 1896, uma máquina de filmar e projetar, e realizou
e exibiu nesse mesmo ano, pela primeira vez, no Porto, 27 pequenos filmes. O
primeiro e mais célebre foi Saída do Pessoal Operário da Fábrica Confiança
(1896), rodado na esquina das ruas de Santa Catarina e Passos Manuel, na cidade
do Porto. Seguiram-se O Zé Pereira na Romaria de Santo Tirso (1896). O Vira
(1896), Manobras de Bombeiros (1896), Cortejo Eucarístico Saindo da Sé do Porto
no Aniversário da Sagração do Eminentíssimo Cardeal Américo (1896), Barcelos
(1896) e Avenida da Liberdade (1896), entre outros.”
Fonte: Infopédia
Fonte: Infopédia
“Não foi, no entanto, Paz dos Reis o autor das primeiras imagens animadas filmadas em Portugal.
As primeiras são de um operador inglês com o nome de Henry W. Short,
que acompanhava Edwin Rousby, um agente comercial do produtor e fabricante de
equipamento de cinema Robert William Paul.
Rousby percorria vários países europeus com o intuito de dar a conhecer e de promover a venda do material fabricado pelo pioneiro inglês, em particular uma máquina de projectar com o nome de Theatrograph que em português poderá ser chamada teatrógrafo ou animatógrafo.
A projecção dos primeiros filmes rodados em Portugal tinha sido feita pouco tempo antes no Real Colyseu de Lisboa, na Rua da Palma, em várias sessões organizadas por Rousby, que duraram até ao dia 15 de Julho de 1896. Para isso teve o apoio técnico do lisboeta Manuel Maria da Costa Veiga que, como Paz dos Reis, se interessou pelo invento. Tornar-se-ia ele assim o segundo português a produzir e realizar filmes de actualidades e documentários em Portugal.
A cidade do Porto foi entretanto visitada por Edwin Rousby, que nela apresentou o teatógrafo em sessões públicas às quais Aurélio Paz dos Reis assistiu, a 17 de Julho, que tiveram lugar entre 7 de Julho e 10 de Agosto. É este evento que o entusiasma e o leva a decidir adquirir a curto prazo uma máquina de filmar, o que ele consegue numa deslocação que faz a França.”
Fonte: Wikipedia
Rousby percorria vários países europeus com o intuito de dar a conhecer e de promover a venda do material fabricado pelo pioneiro inglês, em particular uma máquina de projectar com o nome de Theatrograph que em português poderá ser chamada teatrógrafo ou animatógrafo.
A projecção dos primeiros filmes rodados em Portugal tinha sido feita pouco tempo antes no Real Colyseu de Lisboa, na Rua da Palma, em várias sessões organizadas por Rousby, que duraram até ao dia 15 de Julho de 1896. Para isso teve o apoio técnico do lisboeta Manuel Maria da Costa Veiga que, como Paz dos Reis, se interessou pelo invento. Tornar-se-ia ele assim o segundo português a produzir e realizar filmes de actualidades e documentários em Portugal.
A cidade do Porto foi entretanto visitada por Edwin Rousby, que nela apresentou o teatógrafo em sessões públicas às quais Aurélio Paz dos Reis assistiu, a 17 de Julho, que tiveram lugar entre 7 de Julho e 10 de Agosto. É este evento que o entusiasma e o leva a decidir adquirir a curto prazo uma máquina de filmar, o que ele consegue numa deslocação que faz a França.”
Fonte: Wikipedia
Aurélio recebeu influências do avô, que foi miguelista e, por isso, deu ao filho o nome de Miguel da Paz dos Reis.
Porém, a inclinação política de Aurélio era o liberalismo,
confirmando-se com a sua participação na Revolta do Porto, de 31 de Janeiro de
1891, que pretendia derrubar a Monarquia. Em sequência, foi preso e julgado,
mas, porém, sairia ilibado deste processo.
De acordo com os seus ideais, iniciou-se na maçonaria na “Loja Honra e Dever”, em 1889, onde adoptou o nome simbólico de Homero.
Ao longo da sua vida, passou por várias Lojas Maçónicas e fez uma progressão rápida nos graus da Maçonaria do Vale do Porto, tendo aderido ao Partido Republicano.
Esta sua opção política originou dois encarceramentos na Cadeia da Relação.
Aurélio foi ainda vereador e presidente substituto da Câmara Municipal do Porto e cooperou com inúmeras instituições culturais e de beneficência, nomeadamente, como membro da “Comissão Executiva dos Empregados do Comércio” (com apenas vinte anos de idade), da “Associação de Protecção à Infância Desvalida”, como sócio fundador da “Associação Portuguesa do Asilo de S. João”, como director e segundo secretário do “Ateneu Comercial” (1896), dirigente do Clube dos Caçadores, tendo sido um dos fundadores do Orfeão Portuense e seu director, colaborador do Clube dos Fenianos e tendo-se envolvido também na criação do Conservatório de Música do Porto, pois, foi por sua proposta, de 17 Janeiro de 1914, que surgiu a posterior fundação desta instituição, em 1917, pela Câmara Municipal do Porto.
Na Rua do Barão de Nova Sintra, nº 125, teve a residência de família e, aí, viveu com a sua mulher e os seus quatro filhos.
Junto da residência, em terrenos anexos, localizavam-se os viveiros e as estufas que abasteciam a “Flora Portuense”, a loja fundada em 1893, de comércio de flores, plantas e sementes, instalada na Praça D. Pedro.
De acordo com os seus ideais, iniciou-se na maçonaria na “Loja Honra e Dever”, em 1889, onde adoptou o nome simbólico de Homero.
Ao longo da sua vida, passou por várias Lojas Maçónicas e fez uma progressão rápida nos graus da Maçonaria do Vale do Porto, tendo aderido ao Partido Republicano.
Esta sua opção política originou dois encarceramentos na Cadeia da Relação.
Aurélio foi ainda vereador e presidente substituto da Câmara Municipal do Porto e cooperou com inúmeras instituições culturais e de beneficência, nomeadamente, como membro da “Comissão Executiva dos Empregados do Comércio” (com apenas vinte anos de idade), da “Associação de Protecção à Infância Desvalida”, como sócio fundador da “Associação Portuguesa do Asilo de S. João”, como director e segundo secretário do “Ateneu Comercial” (1896), dirigente do Clube dos Caçadores, tendo sido um dos fundadores do Orfeão Portuense e seu director, colaborador do Clube dos Fenianos e tendo-se envolvido também na criação do Conservatório de Música do Porto, pois, foi por sua proposta, de 17 Janeiro de 1914, que surgiu a posterior fundação desta instituição, em 1917, pela Câmara Municipal do Porto.
Na Rua do Barão de Nova Sintra, nº 125, teve a residência de família e, aí, viveu com a sua mulher e os seus quatro filhos.
Junto da residência, em terrenos anexos, localizavam-se os viveiros e as estufas que abasteciam a “Flora Portuense”, a loja fundada em 1893, de comércio de flores, plantas e sementes, instalada na Praça D. Pedro.
Casa de Aurélio da Paz dos Reis na Rua de Barão de Nova
Sintra, nº 125, actualmente, o nº 194
Estufas e viveiros de plantas e flores, em Nova Sintra
“Flora Portuense” junto do Hotel Europa e do Restaurante
Europa, na Praça D. Pedro
Aurélio e a sua mulher, Palmira de Souza Guimarães
A mulher de Aurélio era oriunda da Casa de Corim, na Maia.
Era filha do comendador António Fernandes Guimarães, o célebre “Visconde das Hortas”, um grande negociante da cidade do Porto, que residia na Rua das Hortas (hoje, um troço da Rua do Almada).
Era filha do comendador António Fernandes Guimarães, o célebre “Visconde das Hortas”, um grande negociante da cidade do Porto, que residia na Rua das Hortas (hoje, um troço da Rua do Almada).
“Casa de Corim” do sogro de Aurélio Paz dos Reis
Exposição de Flores no Palácio de Cristal, em 1900, na qual
participou a “Flora Portuense”
A filha de Aurélio, Hilda Ofélia, na Praça D. Pedro, em
1909, enviando um postal de Boas-Festas
A filha de Aurélio, Hilda Ofélia, no Molhe de Carreiros, à
Foz do Douro, em 1913, na companhia de Adriano Ramos Pinto e das suas duas
filhas
Molhe de Carreiros, em 1900
Aurélio da Paz dos Reis nos jardins de sua casa, à Rua do
Barão de Nova Sintra, em 1915
O casal Paz dos Reis e os seus quatro filhos, em 1915
O Presidente do Ministério (1º Ministro) Afonso Costa, divertindo-se nos
jardins da casa de Aurélio, na Rua do Barão de Nova Sintra
Aurélio tinha boas ligações aos políticos que governavam na
época, mas com o afastamento de Afonso Costa, por Sidónio Pais, a vida política
de Aurélio começaria a esmorecer.
Entre 1918 e 1919, perde tragicamente três dos seus quatro filhos.
Como curiosidade, diga-se que todos os nomes dos filhos começam pela letra "H": Homero (nascido em 1887), Horácio (nascido em 1888), Hugo (nascido em 1891) e Hilda (nascida em 1898).
Hilda e Horácio não resistem à pneumónica e Homero morre em França no final da 1ª Guerra Mundial.
Restou Hugo, que passaria toda a documentação herdada dos trabalhos de Aurélio, para o seu filho, também ele, Hugo.
Entre 1918 e 1919, perde tragicamente três dos seus quatro filhos.
Como curiosidade, diga-se que todos os nomes dos filhos começam pela letra "H": Homero (nascido em 1887), Horácio (nascido em 1888), Hugo (nascido em 1891) e Hilda (nascida em 1898).
Hilda e Horácio não resistem à pneumónica e Homero morre em França no final da 1ª Guerra Mundial.
Restou Hugo, que passaria toda a documentação herdada dos trabalhos de Aurélio, para o seu filho, também ele, Hugo.
Praça D. Pedro, em 1913
Na foto acima vemos, da esquerda para a direita, a Casa
Navarro, a Cervejaria Sá Reis e a Flora Portuense, com ligação, nas traseiras,
à Rua das Hortas.
A Flora Portuense, à época, uma floricultura, substituiu, nesse local, a camisaria do pai.
Aurélio viveria com os seus pais, em solteiro, por cima da camisaria.
Será a neta de Aurélio, Hilda, filha de Hugo e Raquel, que será o último elemento da família ligado à "Flora Portuense" antes do seu encerramento.
Aí, se dedicou à venda de flores e sementes, mantendo o estabelecimento até ele ser substituído pela Confeitaria Ateneia.
Hugo Virgílio (filho), após a morte da mãe, abandona a casa de Nova Sintra, mudando-se para a Foz, guardando todo o espólio do pai que transmite depois ao seu filho, que o viria a depositar no CPF, em 1997.
A Flora Portuense, à época, uma floricultura, substituiu, nesse local, a camisaria do pai.
Aurélio viveria com os seus pais, em solteiro, por cima da camisaria.
Será a neta de Aurélio, Hilda, filha de Hugo e Raquel, que será o último elemento da família ligado à "Flora Portuense" antes do seu encerramento.
Aí, se dedicou à venda de flores e sementes, mantendo o estabelecimento até ele ser substituído pela Confeitaria Ateneia.
Hugo Virgílio (filho), após a morte da mãe, abandona a casa de Nova Sintra, mudando-se para a Foz, guardando todo o espólio do pai que transmite depois ao seu filho, que o viria a depositar no CPF, em 1997.
No prédio
mais próximo morou Aurélio da Paz dos Reis – Cortesia de
“portosombrio.blogspot.com/”
Cortesia de “portosombrio.blogspot.com/”
Cortesia de “portosombrio.blogspot.com/”
Rua do Barão de
Nova Sintra, nº 159 – Fonte: Google maps
Pedido de
licenciamento dirigido por António Dias Pereira, à CMP, para o nº 159, da Rua
do Barão de Nova Sintra, em 14 de Julho de 1925 - Fonte: AHMP
Pedindo desculpa pela intromissão, venho corrigir a afirmação de que Afonso Costa terá sido Presidente da República. Não foi tal. Exerceu o cargo de Primeiro-Ministro, cargo este que na 1.ª República se chamava Presidente do Ministério.
ResponderEliminarNão tem que pedir desculpa, eu é que agradeço o reparo. Foi um erro imperdoável da minha parte e que já corrigi.
EliminarEspero continuar a ter a suas visitas e, sobretudo, a merecê-las. Os meus cumprimentos.