“Associação de
Estudantes do Porto” e “Associação Filantrópica dos Estudantes de Medicina do
Porto”
A “Associação de
Estudantes do Porto” foi fundada pelo estudante de engenharia, Pedro
Alcântara de Andrade Morais, formado em Matemática pela Universidade de Coimbra
e matriculado em Engenharia na Universidade do Porto.
A possibilidade de formação daquela associação foi gizada à
mesa do Restaurante Portugal, fronteiro ao actual edifício da Reitoria, na Praça
Gomes Teixeira (Praça dos Leões) e teria a sua concretização em Abril de 1911,
sendo que, cerca de um mês antes, a 22 de Março, tinha a Academia Politécnica
do Porto dado lugar à Universidade do Porto.
Para angariar fundos para dar existência à associação de
estudantes, já em 1910, tinha um numeroso grupo de estudantes levado à cena, no
palco do Teatro Águia de Ouro, uma engraçada revista intitulada “É dos Livros”,
com letra do estudante de medicina Artur da Cunha Araújo e música do maestro
Manuel Benjamim, cuja receita reverteria para as inerentes despesas de instalação
da associação, que começaria por ter morada num prédio da Praça Carlos Alberto,
onde se instalaria em 1935, o “Café Luso”.
Os vários compartimentos em que se dividia a casa
compreendiam, sala de leitura, biblioteca, gabinete da direcção, secretaria e
sala de jogos, sendo a renda mensal de cem escudos, com os lentes da
Universidade a contribuírem com 10 escudos e os estudantes com 30 centavos. Os
estudantes pobres estavam isentos do pagamento de quota.
A maioria dos estudantes, à época, frequentava, nas
imediações, o Restaurante Portugal e o Café Universidade.
Entretanto, e na mesma senda, alguns estudantes de medicina
para ajudarem os estudantes mais necessitados, fundariam a “Associação Filantrópica dos Estudantes de Medicina do Porto”,
fornecendo-lhes livros e pagando-lhes as propinas e acompanhando-os em caso de
doença.
Esta associação de estudantes de medicina instalou-se na
Praça Almeida Garrett, nº 14 (prédio do lado sul da nova passagem pedestre
aberta para ligação da praça à antiga cerca dos padres Lóios).
Para fazer face às despesas, a associação lançava mão de
actuações em diversos teatros, tendo até actuado no Teatro de S. Geraldo, em
Braga, com a peça “Os Velhos”, com
interpretações do conhecido e consagrado Vasco Verdial e ainda, Francisco
Guimarães, Primavera Rodrigues e Maria do Patrocínio Tomás.
Da Praça Almeida Garrett, a associação transitou para a Rua
do Almada, 358, e finalmente, para o Beco do Paço, à Praça do Duque de Beja
(hoje conhecido, como Jardim do Carregal).
No prédio que ostenta o reclame esteve a “Associação Filantrópica dos
Estudantes de Medicina do Porto”, na Rua do Almada – Fonte: Google maps
“Tuna Académica do
Porto” e “Tuna Universitária do Porto”
Aceitando-se o ano de 1888 como de surgimento duma tuna na
academia portuense, na realidade, a primeira notícia que se conhece sobre a “Tuna Académica do Porto”, também
conhecida por “Estudantina Académica do
Porto”, data de 25 de Fevereiro de 1897, quando, em plena crise académica,
em virtude de confrontos com as polícias, durante o carnaval desse ano, é
noticiado que a “Tuna Académica do Porto” partia em digressão para Espanha.
Presidia ao grupo o estudante Félix Magalhães, do 5º ano de
medicina, da Escola Médico-Cirúrgica do Porto e a estudantina teve ainda a
companhia do seu grupo dramático-cómico, composto por César Viriato França,
Francisco Ferreira Leitão, Luís Ferreira Gomes e Bernardo Dias Carvalho.
Antes, tinha chegado à secretária do Presidente da Academia
de Santiago de Compostela uma carta, datada de 14 de Fevereiro de 1897,
endereçada pelo presidente da “Estudantina Académica do Porto”, de cujo teor se
dá conta a seguir:
In revista “O Tripeiro”, Vª série, ano VII, n.º 10 (Setembro
de 1951), pág. 97
A chegada da estudantina a Santiago de Compostela ocorreu na
noite de 28 de Fevereiro, tendo havido, antes, uma paragem em Pontevedra, onde
no casino local foi “obrigada” a actuar
a que se seguiu uma noitada no salão de baile.
Em Santiago de Compostela a sessão de boas-vindas ocorrida
na universidade foi antecedida pela chegada, em apoteose, ao som de música e
foguetes.
“Tuna Académica do Porto”, em 1897 – Fonte: Photo Moderna,
In revista “O Tripeiro”, Vª série, ano VII, n.º 10 (Setembro de 1951), pág. 99
Em 6 de Julho de 1898, é noticiada uma homenagem, levada a efeito pela Tuna Académica do Porto, dirigida ao maestro Sousa Morais, a quem Santos Silva e Azevedo de Albuquerque entregam o diploma de sócio honorário da agremiação académica, como prova dos serviços prestados à Tuna e à cultura musical portuguesa.
Em 1902, é notícia uma outra digressão da Tuna Académica do
Porto, por terras da Galiza, sob a regência Henrique Carneiro.
Jornal "A Voz Pública", em 6 de Janeiro de 1902
Tuna Académica do Porto, junto da igreja de Santo Ildefonso, em 1907
Até 1913, conhecem-se mais algumas actuações da Tuna Académica do Porto, mas, a partir daquele
ano, não se tem notícias dela e, provavelmente, terá entrado em inactividade.
A anterior e inactiva Tuna Académica reapareceria, em 1922,
sob a regência de Modesto Osório, estudante da Faculdade de Engenharia da
Universidade do Porto, que viria a organizar a “Tuna Académica do Porto”,
apresentando-a no Teatro Carlos Alberto.
A Tuna, para os seus espectáculos, servia-se várias vezes do
Teatro Carlos Alberto, mas chegou a actuar, também, no Teatro D. Afonso
Henriques, em Guimarães.
A morte prematura de Modesto Osório mergulharia, novamente,
a Tuna no caos e na desorganização.
Surgiria, de novo, em 1937, com a designação de “Tuna Universitária do Porto”, sob a
batuta do Maestro Afonso Valentim, sendo, no entanto, efémera a sua existência.
Mais tarde, em Novembro de 1960, um grupo de Orfeonistas,
desejosos de reatar a tradição, organizou um “Agrupamento” que actuou em todos os Saraus do Orfeão Universitário do Porto realizados no ano de 1960-61, sob o
nome de Orquestra Típica.
A sede da Tuna e do Orfeão foi no Largo Moinho de Vento, onde
se juntaria a Associação de Estudantes, que abandonaria a Praça Carlos Alberto,
após o falecimento do seu fundador.
“Orfeão Académico do
Porto” e “Orfeão Universitário do Porto”
O “Orfeão Académico
do Porto” foi fundado em 6 de Março de 1912, nas comemorações do primeiro
aniversário da Universidade do Porto.
“Desde 1864, data em
que pelo Dr. Aires Borges foi escrito para um agrupamento coral, o «Hino
Académico», que na Academia Portuense existia uma tradição orfeónica que,
apesar disso, só em 1912 passou a ter tradução efectiva.
A 6 de Março de 1912,
após animada e concorrida Assembleia Magna, realizada na Nave do Palácio de
Cristal, fundara-se no Porto o Orfeão Académico, sendo atribuída a direcção
artística ao ilustre regente Fernando Moutinho. Rapidamente surgiram candidatos
e os 200 inscritos foram seleccionados e ensaiados na antiga sala de concertos
do Orfeão Portuense à Rua do Laranjal, típica artéria do velho burgo portuense
que ligava a Trindade à Praça Nova.
(…) Em Março de 1937,
o maestro Afonso Valentim aceitou o encargo de ensaiar um grupo dedicado de
rapazes e raparigas da nossa Universidade, satisfazendo o desejo formulado pelo
Reitor Pereira Salgado.
E, a 15 de Abril do
mesmo ano, decorrido pouco mais de mês e meio, é realizada uma Récita de Gala
no teatro Rivoli em comemoração do 1º Centenário da Academia Politécnica é
Escola Médico Cirúrgica do Porto, em que se faz ouvir, pela primeira vez, o
Orfeão Universitário do Porto.
Revista mensal do Orfeão Universitário do Porto (Março de
1963, nº4)
O "Orpheon Académico do Porto", assim denominado nessa
época, surgiu com o intuito de interpretar exclusivamente música portuguesa,
contribuindo para o início de um período de renovada valorização da canção
portuguesa. O seu primeiro director artístico foi o Maestro Fernando Moutinho.
Sucederam-lhe o Eng. Futuro Barroso (a partir de Fevereiro de 1916), o Dr. Clemente Ramos e, já nos anos
trinta, o Maestro Afonso Valentim, que assumiria o cargo durante trinta anos.
“Nas Comemorações do
Centenário da Academia Politécnica e da Escola Médico-Cirúrgica do Porto, em
março de 1937, o Maestro Afonso Valentim assume o cargo de regente do então
chamado Orfeão Académico da Universidade do Porto que, depois de reformulado,
foi o primeiro grupo coral universitário a apresentar naipes femininos.
Apesar da sua
existência atribulada, a ideia de um Orfeão Académico persistiu e em 1942, reorganizado, ressurge em novos
moldes com o nome de Orfeão Universitário do Porto.
É por esta altura,
1945, que pela primeira vez as universitárias passam a envergar o ainda atual
traje académico, posteriormente adotado noutras universidades.
É também ao longo da
década de 40 que o Orfeão passa a
incluir regularmente nos seus espetáculos a Tuna Universitária do Porto, o fado
académico, a orquestra de tangos,
entreatos e rábulas humorísticas. Surgem também Grupos de Bailados e Cantares
Regionais, passando o Orfeão a dedicar o maior interesse à divulgação do
folclore nacional, através de recolhas etnográficas junto das diversas regiões
do nosso país, procurando melhorar e aprofundar o reportório e a qualidade de
cada grupo, dispondo hoje em dia de um valioso espólio de trajes regionais.
O Maestro Afonso
Valentim manteve-se como regente até 1967, sucedendo-lhe os Maestros Günther
Argleb (1967/1969), Fernando Jorge Azevedo (1969/1973) e Mário Mateus
(1973/2006), sendo o Maestro António Sérgio Ferreira o atual regente.
O Orfeão Universitário
do Porto comemorou, em 2012, um século de existência.”
Fonte: “orfeao.up.pt/”
Em 1942, o Orfeão Académico ressurge com o nome de Orfeão
Universitário do Porto.
O Orfeão Universitário do Porto já teve actuações nos Estados Unidos da América, Brasil,
Venezuela, Angola, Moçambique, Cabo Verde, África do Sul, França, Itália,
Grécia, Inglaterra, Alemanha, Polónia, Suíça, Holanda, China, Hong-Kong, Índia,
Macau, Malásia e Tailândia, entre outros.
Bandeira do Orfeão Universitário do Porto
Antigas instalações das oficinas de mecânica da Faculdade de
Engenharia do Porto, na Rua dos Bragas, 289, sede actual do Orfeão
Universitário do Porto
Lutas estudantis
No começo dos anos 20, assiste-se a um ressurgir da actividade da
Academia Portuense sendo prova disso a disseminação do uso de capa e batina, a
reorganização da Associação dos Estudantes, a criação do jornal "Porto
Académico", sendo, esse, o período áureo do Orfeão e da Tuna.
“Em 1928 a
Faculdade de Letras (politicamente indesejável) é extinta pelo governo da
Ditadura (continuaria a funcionar até 1932 só para permitir aos alunos
inscritos que terminassem os seus cursos); o Orfeão e a Tuna desaparecem em
1930, no rescaldo de sérios confrontos entre estudantes e a polícia, de que
resultou a morte de um académico; o Porto Académico deixa de se publicar também
nesse ano de 1930; a Associação Académica é extinta por despacho ministerial de
24 de Novembro de 1932. Os organismos que tinham sido os grandes bastiões da
vida académica, e até uma das cinco faculdades da Universidade, desapareciam”.
Não se pense que, apenas, durante a ditadura do Estado Novo,
ocorreram contestações estudantis.
Em 1897, durante o período do carnaval desse ano, a academia
esteve a ferro e fogo.
Assim, no dia 19 de Fevereiro daquele ano, os estudantes da
Politécnica iniciam os festejos da quadra carnavalesca. Com aquela escola como
quartel-general, lançam sobre os passantes, grossa metralha de toda a
qualidade. A “futricada tripeira” irrita-se,
reage e a brincadeira descamba num arraial de pancadaria.
Uma força da Guarda da Cadeia e a infantaria e cavalaria da
Guarda Municipal acode e a festa termina no Hospital da Misericórdia (Santo
António), ali perto.
Nos dias seguintes, os confrontos continuaram e a Polícia
recebe ordens para acabar com os desmandos, a qualquer preço.
No dia 23, os estudantes montando uns longos paus e com as
cabeças cobertas por tigelas de barro, à laia de capacetes e munidos de colheres
de pau, imitando espadas, são confrontados na Rua de Sá da Bandeira por uma
barragem policial e as vítimas dos confrontos acontecidos recebem assistência
nas farmácias da baixa e no posto da “Inspecção de Incêndios” que ficava atrás
da Câmara Municipal, junto à capela dos Reis Magos.
A situação piorava de dia para dia, como nos dá conta um
texto resumo, inserido na revista “O Tripeiro”, Vª série, II ano, 10 Fevereiro
de 1947, que a seguir se apresenta:
No dia 3 de Março, dia seguinte à 3ª Feira de carnaval,
reuniria num prédio da Rua do Laranjal a Comissão Académica de Resistência,
para tratar do conflito, cujo auge, foi a 24 de Fevereiro, com a invasão da
Politécnica.
Após, Santos Silva, que presidiu à reunião, e os estudantes
Manuel Carvalho e Freitas Sanches terem informado das diligências feitas para
desagravar a academia, ficou decidido o retorno às aulas.
No dia 6 de Março, é dado por concluído o inquérito, sendo
os autos entregues no Governo Civil que, face à proposta do inquiridor,
resolveu arquivar o processo.
Festas da Academia. A
Queima das Fitas e o seu Cortejo
A Universidade de Coimbra sempre foi, ao longo dos tempos,
precursora em muitos aspectos ligados à vida estudantil.
Por exemplo, isso aconteceu no que ao traje diz respeito.
De facto, em 1858, estudantes da Academia Politécnica do
Porto fazem uma requisição ao Governo para usar Capa e Batina à semelhança dos
estudantes de Coimbra. (Cf. O Tripeiro, vol. 1958/59, pág. 196.)
Pelo argumento usado da “semelhança”, por certo, aquele
desiderato teve que ver com a mudança para o Porto de alguns estudantes
portuenses de Coimbra. Resultado prático é que o Traje começa a aparecer no
Porto aos poucos.
Os festejos estudantis portuenses parecem radicar, também,
em acções similares acontecidas na academia coimbrã.
Assim, entrado o século XX, começou a realizar-se uma festa
levada a cabo pela academia conimbricense – a Festa da Pasta - patrocinada
pelos estudantes de medicina, para comemorar o fim dos cursos.
No Porto, também por acção dos futuros médicos, por
imitação, passou a ser realizada uma comemoração do género,
que consistia de um desfile do tipo carnavalesco e, paulatinamente, a Festa da
Pasta é estendida a outros cursos.
Já em 24 de Maio de 1916, a imprensa dava conta da realização de um desfile dos alunos de Medicina pelas ruas do Porto.
Texto recolhido na revista "O Tripeiro", 7.ª Série, Maio 2016
Desfile de estudantes na Festa da Pasta, c. 1924, passando
na Praça Carlos Alberto junto do Hospital do Carmo – Fonte revista “O
Tripeiro”, 7.ª Série, Fevereiro de 2014
A imagem acima foi editada a partir de um estereograma cuja
propriedade é do Eng.º Francisco Ireneu V. M. Guimarães.
"Levados da breca
– A ENTREGA DAS PASTAS – Tradição Académica. São sempre cheias de espírito e de
entusiasmo as festas que os nossos quintanistas de Medicina todos os anos
realizam como comemorativas da entrega da pasta aos camaradas do quarto ano.”
In Jornal de Notícias, 30 de Maio de 1920
”Às 9 horas: saiu da
Escola (Médica – note-se que já desde 1911 esta estava constituída como
Faculdade da Universidade do Porto) um grupo de Zés P’reiras e gaiteiros que
percorreram as ruas próximas, fazendo um barulho ensurdecedor, barulho que
aumentou consideravelmente com o estralejar de foguetes.
Às 13 horas: saíram da
Escola muitos estudantes acompanhados de duas bandas de música, a do Terço e a
do Internato Municipal, dirigindo-se para o Cais da Ribeira a fim de aguardar o
inventor da «Sanocrisina» e a sua comitiva. No cais da Ribeira juntou-se muito
povo que ria com as falécias dos rapazes e o bom humor mais se evidenciou
quando, após uma curta demora chegou ao cais um caiaque do qual desembarcaram
quatro académicos que representavam o inventor da «Sanocrisina» e sua comitiva.
Houve abraços,
cumprimentos, grandes chapeladas, muitas palmas e tratou-se da organização do
cortejo, que seguiu pelas ruas de S. João, Mouzinho da Silveira, Praças Almeida
Garrett e da Liberdade, ruas dos Clérigos, Carmelitas, Universidade,
ingressando na Faculdade de Medicina. O átrio foi a sala de recepção. Ali se
deram as boas vindas e seguidamente, o grande inventor usou da palavra para
expor o que era o célebre medicamento, isto entre a gargalhada dos estudantes e
do numeroso público que assistia. Depois falaram ainda outros oradores,
recebendo todos muitos aplausos. Terminada esta cerimónia realizou-se a outra.
A entrega das pastas e dos grelos e a emancipação dos caloiros que decorreu
também cheia de alegria e com toda a solenidade. Depois... o tradicional copo
d'água. Vinho, tirado ali do pipo, boroa, azeitonas e iscas. Este número foi o
de maior sucesso, pois os académicos em pouco tempo viram o fundo ao pipo e aos
pratos. Foi uma verdadeira razia! Assim acabaram as festas dos estudantes de
Medicina que tiveram, de facto, muita graça. O edifício da Escola, estava
vistosamente engalanado com bandeiras de papel.”
In jornal “O Primeiro de Janeiro”, 10 de Maio de 1925
Os anos que se seguiram à instituição da ditadura foram
vividos em conflito constante entre a academia e as autoridades civis.
“Em 1928 a Faculdade
de Letras (politicamente indesejável) é extinta pelo governo da Ditadura
(continuaria a funcionar até 1932 só para permitir aos alunos inscritos que
terminassem os seus cursos); o Orfeão e a Tuna desaparecem em 1930, no rescaldo
de sérios confrontos entre estudantes e a polícia, de que resultou a morte de
um académico; o Porto Académico deixa de se publicar também nesse ano de 1930;
a Associação Académica é extinta por despacho ministerial de 24 de Novembro de
1932. Os organismos que tinham sido os grandes bastiões da vida académica, e
até uma das cinco faculdades da Universidade, desapareciam”.
Cortesia de Rui Cunha
Com o ambiente mais calmo, em 1945, deixa-se definitivamente
de utilizar o termo "Festa da Pasta" e passa-se a falar na "já
tradicional" festa da "Queima das Fitas".
Até finais dos anos 60, a Queima das Fitas portuense
realizou-se de forma regular, mas, em 1962 e 1969, foi abalada pelas lutas
encetadas pelos estudantes, respectivamente em Lisboa e Coimbra.
No caso portuense, apenas em 1971, como consequência da
crise académica vivida pela academia de Coimbra, em 1969, e com a chegada de
alguns estudantes, que a tinham aí vivido, à academia do Porto, a Queima das
Fitas praticamente não se realizou.
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