Esta unidade fabril estava situada na Rua do Bonjardim,
826-828, próximo, da Rua Heliodoro Salgado (Rua Dr. João das Regras).
A empresa “A Vilar - Vilarinho e Moura Lda.” foi fundada, em
1922, passando depois a fabricar sob a sigla FNB (Fábrica Nacional de
Bicicletas), tendo sido o primeiro fabricante Português de bicicletas e motocicletas.
Foram seus fundadores António Pinto de Moura e Ilídio Horácio
Rodrigues Vilarinho.
“Em 1930 recebeu a
Patente de Introducão de Nova Indústria - que a converteu no fornecedor oficial
da administração pública. Em 1938, inauguram com 280 operários as instalações
da Rua do Bonjardim, Porto, projectadas pelos Arq. Alvaro da Fonseca e Alberto
Bessa. Depois da II Guerra Mundial mudam-se para S. Mamede de Infesta.
Em 1950, seriam 450 os
seus colaboradores. Produziram várias marcas com diversas motorizações e
cilindradas, sendo as mais conhecidas a Vilar e a Perfecta, com motores
Pachancho, JAP, Casal, Villiers, Cucciolo, HMW, Sachs, Demm, etc”.
Fonte: “motosdeportugal.com”
“A Vilar ficou famosa
em Portugal pelas bicicletas que produziu, construídas desde 1922, com o
precioso alvará obtido pela Vilarinho e Moura, Lda., sediada no Porto, na Rua
do Bonjardim, 826.
A ideia de produzir bicicletas
em série nasceu em 1921, graças ao mentor Ilídio Horácio Vilarinho, que
aproveitou os bons contactos que tinha no Ministério da Indústria, para
investigar a possibilidade de obter um alvará de construção de bicicletas em
série, no Porto. Convenceu o seu cunhado, António Pinto de Moura, a criarem uma
sociedade e é então que partem em viagem para França e Inglaterra, com o
objetivo de visitarem as principais fábricas de bicicletas em tournée, que lhes deu uma visão
absolutamente distinta do que se construía de forma artesanal no nosso país.
Durante a viagem,
conseguiram encomendar a maquinaria necessária e acessórios e, no regresso,
trazem consigo mil ideias para a fábrica. Logo que chegam ao Porto, põem mãos à
obra: contratam desenhadores, operários, serralheiros, pintores, torneiros e
mecânicos.
Obtêm a atribuição do
desejado alvará e criam o emblema da Vilar, que irá marcar todas as bicicletas
desde então: uma águia no seu esplendor, segurando uma roda dentada, com a cruz
de Cristo no interior, contornada por um círculo azul, com as letras que formam
a palavra VILAR, em cima, e PORTUGAL, em baixo.
Em 1922, lançam as
bicicletas e o sucesso e imediato da fábrica não pára. Quando, em 1949, surgem
os primeiros micromotores Pachancho, construídos em Braga por António Peixoto,
a Vilar começa a idealizar um velocípede a motor.
Paralelamente, em
Lisboa, Simão Chaskeslemann obtém a representação para Portugal dos motores
Cucciolo, de 48cc a quatro tempos (Ducati), e cria a Micromotor no Largo do
Mastro, 29. Para iniciar a revenda destes motores pelas casas de bicicletas
contrata Jorge Pais Lobo, que será também o chefe de fila dos pilotos da equipa
de corridas da Micromotor.
Chaskeslemann, que
sonha ainda mais alto, vai ao Porto negociar com Ilídio Vilarinho. Ambos
acreditam que unidos têm em mãos um valente negócio e decidem fazer uma
parceria com o objetivo de colocar no mercado os melhores velomotores
nacionais.
É acordado que Vilarinho
fica com a distribuição de toda a zona norte acima de Aveiro e a micromotor
desde Aveiro até Faro. Passado poucas semanas, fabricam os primeiros protótipos
com roda 26 na nova fábrica nacional de bicicletas e motocicletas, no lugar da
Ermida, em São Mamede de Infesta, os quais, depois de aperfeiçoadas e
decorados, serão um sucesso.”
Cortesia de “migueloliveirafanclub.pt/”; Texto extraído de “As motos da nossa vida: uma viagem
sentimental à memória das motorizadas portuguesas” de Pedro Pinto – Ed.
Bertrand Livreiros
Local onde funcionou, até 1937, a fábrica de bicicletas da
marca “Vilar” e onde, a partir de 1937, a fábrica passaria a contar com novas
instalações depois das intervenções efectuadas – Fonte: AHMP
Desenho de projecto de ampliação de instalações da Fábrica
Nacional de Bicicletas, em 1937, na Rua do Bonjardim. À esquerda, a Rua
Heliodoro Salgado – Fonte: AHMP
No fim da década de 1930, após a ampliação das suas
primitivas instalações da Rua do Bonjardim que tinham também saída para a
Travessa das Musas, 71-77 (actualmente, a Rua de Raúl Dória), a Vilar que tinha
começado pelo fabrico de bicicletas completas e acessórios de substituição,
nomeadamente, cubos, aros e raios, já com cerca de dez anos de experiência e
muito implementada no mercado, começou a fornecer acessórios e até quadros a
outras marcas que iam surgindo, contribuindo para o rápido sucesso e
crescimento da marca.
A Fábrica Nacional de Bicicletas, após as obras a que foi
sujeita no fim da década de 1930, esteve por aqui, junto da casa onde nasceu em
11 de Fevereiro de 1863, o pintor do “Realismo”, Artur Loureiro - Fonte: Google maps
Placa de homenagem ao pintor Artur Loureiro, na fachada da
casa onde nasceu - Fonte: Google maps
Bicicleta da marca Vilar – Cortesia de Fernando Carrilho
Em 1930, “A Vilar” conseguiu obter licenças de produção para
a construção de motos.
Nesta altura, ainda não havia fabricantes de motos ou
motores em Portugal o que levou a marca a virar-se para o mercado estrangeiro
com o fim de obter motores fiáveis e quadros para equipar as suas motos. Procurava-se
construir motos fiáveis a preços acessíveis, construindo riqueza para o país e
criando emprego.
Com o lançamento das motas e ciclomotores, a fábrica começa
a intitular-se como FNBM (fábrica nacional de bicicletas e motocicletas) e as motorizadas
começam a sair da fábrica, entretanto já transferida para o Lugar da Ermida-S.
Mamede de Infesta.
«O mercado de
motocicletas encontrava-se em forte expansão em Portugal, através de importação
muito forte de marcas com muita qualidade, como a BMW, DKW, Norton, Triumph
Motorcycles, BSA, AJS, Coventry Eagle, Matchless, Ariel entre outras.
Devido a estes fatos,
a Vilar tinha que ser muito rápida a lançar as suas motos, é então que Ílidio
Vilarinho parte para Inglaterra na busca de um motor fiável e de fácil
adaptação aos seus quadros, ou eventualmente quadros completos, tendo conhecido
diversas marcas inglesas equipadas com o famoso motor Villiers.
Só em 1949 a Vilar
fabricou seu primeiro modelo, a famosa Vilar 125cc. Segundo se consta só terão
sido fabricadas 4 motos do 1º modelo, com motor Villiers de dois escapes com
122cm³, com a suspensão da frente em aço estampado com uma única mola central e
traseira rígida.
A Vilar a partir deste
ano, lançou muitos modelos de sucesso em Portugal até o fechamento da empresa
em 1980.»
Fonte: “pt.wikipedia.org/”
Publicidade aos velocípedes da marca Vilar - Cortesia de "História-das-Motas-Vilar"
Texto de apresentação da Vilarinho & Moura, Lda., na
Feira das Indústrias Portuguesas (FIP), em 1949, em Lisboa - - Cortesia de "História-das-Motas-Vilar"
A Feira das Indústrias Portuguesas, em 1949, foi organizada
com a colaboração da Associação Industrial Portuense, decorrendo de 26 de
Novembro a 18 de Dezembro, na Praça do Império, em Belém-Lisboa, com a presença
de 250 expositores.
Por aqui, em Belém, decorreu em 1949, a 1ª FIP e, no ano
seguinte, a 2ª FIP - Cortesia "Restos de Colecção"
Cartaz de promoção à FIP realizada em 1949 - Cortesia "Restos de Colecção"
Publicidade à FIP realizada em 1949 - Cortesia "Restos de Colecção"
Vilar Seta Pop, modelo de 1952,
equipada com motor HMW 50 N3 – Cortesia de Alberto Santos Almeida
Exposição realizada no IST (Instituto Superior Técnico), em
Lisboa, em 1953, com a participação da Vilar
A partir de 1957, e durante alguns anos, com o patrocínio da
Vilar, passou a realizar-se pelas estradas do País uma prova de ciclismo
denominada de “Grande Prémio Vilar”, que funcionava como uma preparação dos
ciclistas para a “Volta a Portugal”.
Estando a fábrica de S. Mamede de Infesta a atravessar sérias
dificuldades financeiras, quando tinha já nove sócios, entre os quais se
contava o Dr. António (Cândido Miranda) Macedo, destacado dirigente do Partido
Socialista, a 25 de Janeiro de 1989, seria adquirida pelo ex-corredor de
bicicleta Joaquim Leite, proprietário, à data, da “Bicimotor”, uma empresa
fundada em 1983, com loja na Rua de Sá da Bandeira e que era uma das filiais da
Fábrica Vilar.
Muito bom trabalho. A publicidade onde é a fonte? Obrigado
ResponderEliminarObrigado pelo incentivo. Quanto às fontes de que me servi para a publicação das gravuras referentes à realização da FIP-1949, elas são várias, destacando o blogue "Restos de Colecção", razão pela qual já foi feito o merecido destaque.
EliminarAgradecido estou pelo pertinente reparo.
Cumprimentos
Excelente trabalho Américo e Simão ( não conheço este S.).
ResponderEliminarNas vossas diferentes publicações é ótimo quando conseguem colocar imagens do que está nesses locais neste momento, nem que seja via Google ) Abraço.
Esperamos continuar a merecer a sua atenção.
EliminarCumprimentos
Américo Conceição