Desde a sua fundação, em 1882, a Associação de Jornalistas e Homens de Letras do Porto (AJHLP) teve
várias moradas até se fixar, finalmente, na actual, numa rua que tem o nome de
um distinto jornalista – Rodrigues Sampaio.
Os seus estatutos foram redigidos em 1885, por Sampaio
Bruno.

A Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto
foi, então, constituída a partir de uma reunião de jornalistas, a convite dos
redactores de O Comércio do Porto, realizada na noite de 20 de Setembro de
1882, na Sociedade de Geografia Comercial, na Rua Formosa, no Porto. Nessa
reunião, foram aprovadas duas propostas: uma, destinada a nomear uma comissão
para “promover uma condigna manifestação de sentimento pela morte do ilustre
jornalista António Rodrigues Sampaio e que promova uma subscrição para se
instituir um prémio que, na escola de instrução primária de S. Bartolomeu do
Mar, seja anualmente conferido ao aluno que mais se distinguir na mesma aula”;
outra, a sugerir que, na sequência da comemoração da morte “do ilustre decano
da imprensa portugueza, se lancem as bases de uma Associação de Jornalistas,
que tenha por um dos seus fins principais a creação de um montepio destinado a
socorrer as famílias dos jornalistas que faleçam em circunstâncias precárias”.
Menos de um mês decorrido sobre a referida reunião, mais precisamente no dia 13 de Outubro de 1882, no salão nobre do Teatro Príncipe Real, decorreu a instalação solene da Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto, tendo-se registado, desde logo, a inscrição de 35 sócios. Durante a cerimónia, foram registados vários apoios, entre os quais se destaca: o do dr. Soares Franco, a oferecer os seus serviços médicos aos membros da Associação; e do jornalista e professor António José da Silva Reis, a oferecer-se para ministrar, gratuitamente, o ensino das línguas francesa e inglesa aos filhos dos associados. “Foi assim que, para honrar a memória de António Rodrigues Sampaio, insigne jornalista portuguez, benemérito da pátria e da liberdade, se instituiu no Porto, no trigésimo dia do seu passamento, a Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto”.
Menos de um mês decorrido sobre a referida reunião, mais precisamente no dia 13 de Outubro de 1882, no salão nobre do Teatro Príncipe Real, decorreu a instalação solene da Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto, tendo-se registado, desde logo, a inscrição de 35 sócios. Durante a cerimónia, foram registados vários apoios, entre os quais se destaca: o do dr. Soares Franco, a oferecer os seus serviços médicos aos membros da Associação; e do jornalista e professor António José da Silva Reis, a oferecer-se para ministrar, gratuitamente, o ensino das línguas francesa e inglesa aos filhos dos associados. “Foi assim que, para honrar a memória de António Rodrigues Sampaio, insigne jornalista portuguez, benemérito da pátria e da liberdade, se instituiu no Porto, no trigésimo dia do seu passamento, a Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto”.
Palacete do conde da Trindade, ao centro, c. 1919, na Praça
Carlos Alberto, onde esteve (1896 a 1906) a AJHLP, dividindo instalações
alugadas com o Centro Comercial do Porto
Para lá dos Grandes Armazéns do Chiado (exibindo as
bandeiras), já em plena Praça Santa Teresa, o prédio no qual a AJHLP dividia
instalações com o Centro Comercial do Porto
Firmino Pereira (Porto ??? – Porto, 17 Março de 1918), um reputado
jornalista, exerceria, durante alguns anos, o cargo de primeiro secretário da
Direcção da Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto.
Firmino Pereira deixou-nos uma obra de leitura obrigatória
para quem se interessa pela história da cidade do Porto, tendo sido, ainda,
para além de escritor, jornalista, crítico de arte e teatrólogo. Usou o
pseudónimo F. P..
Como escritor Firmino Pereira escreveu “O Cerco do Porto”,
“A Glória de Portugal”, “A Primeira Nuvem”, mas a sua obra emblemática é aquela
em que traça uma panorâmica do Porto da 2ª metade do século XIX – “O Porto d’outros tempos”.
A quinzenal folha portuense “O Bombeiro Portuguez”, de 1 de
Fevereiro de 1882, dá conta da actividade teatróloga de Firmino Pereira,
durante um espectáculo oferecido por amadores aos sócios da Associação dos
Bombeiros Voluntários do Porto, que teve lugar no fim do mês de Janeiro,
daquele ano, no Teatro Gil Vicente, ao Palácio de Cristal.
Cerca de dois anos antes, a mesma revista, “O Bombeiro
Portuguez”, de 1 de Setembro de 1880, informava sobre as comemorações do
primeiro lustro da existência da Real Associação Humanitária Bombeiros
Voluntários do Porto, entre os dias 25 e 29 de Agosto de 1880.
Para narrar o sarau acontecido no dia 27 de Agosto, no Teatro
Gil Vicente, do Palácio de Cristal, socorria-se, para o efeito, do material
publicado no jornal “A Actualidade”, no qual era feita referência à peça
exibida, da autoria de Firmino Pereira, intitulada “ A Primeira Nuvem”.
A festa começou com a execução do hino dos bombeiros
voluntários.
“Às 8 horas e meia a
orchestra da sociedade dramática de amadores Luz e Caridade, que generosamente
se prestou a abrilhantar a festa, executou o hymno dos bombeiros voluntários,
composição do sr. Douwens, inteligente director da banda de infantaria 10”.
In jornal “A Actualidade”
Sobre aquela peça teatral, dizia a referida revista “O
Bombeiro Portuguez”:
In revista “O
Bombeiro Portuguez”, de 1 de Setembro de 1880
(Cit. jornal “A Actualidade”)
A foto abaixo (tirada no Bom Jesus do Monte, em Braga) apresenta
Firmino Pereira na qualidade de repórter, durante uma visita do rei Luís I ao
norte de Portugal, estando também representados os enviados de diversos jornais de
Lisboa e Porto que cobriram o acontecimento.
A meio, de pé, Firmino Pereira
A seguir, se dá conta de uma notícia publicada no nº 3 do
jornal semanário "O Imparcial", sobre uma reunião, na qual Firmino
Pereira desempenhou o cargo de secretário, acontecida na Associação dos
Jornalistas e Homens de Letras do Porto, no mês de Outubro de 1899, em plena
pandemia de peste bubónica vivida na cidade.
O semanário “O Imparcial”, que teve uma existência breve,
tinha a sua administração e redacção na Praça D. Pedro, nº 95, em instalações
contíguas às do "Restaurante Porto", cujo chão é hoje ocupado pela
agência do Banco de Portugal.
Na qualidade de jornalista, Firmino Pereira exerceu a
actividade no “Commercio Portuguez”, n’ “A Actualidade” e n’ “A
Lucta”.
O “Commercio Portuguez” estaria nas bancas entre 1876 e 1890, “ A Actualidade” entre 1874 e
1891 e “A Lucta”, entre 1874 e 1890.
«Com efeito, a
Actualidade, apesar de ter um carácter independente, “serviu mais ou menos a
política regeneradora”. O primeiro número saiu a 1 de Fevereiro de 1874, sendo
seu director e proprietário Anselmo Evaristo de Moraes Sarmento e tendo como
redactores Elvino José de Sousa, Alfredo de Matos Angra, José Caldas, Júlio
Caná, Firmino Pereira e “outros
jornalistas da velha guarda”. Era considerado “um dos melhores jornais diários
que o Porto tem possuído”, tendo cessado a sua publicação em 31 de Julho de
1891, e sido substituído pelo Ideia Nova. Refira-se igualmente que os números
deste jornal, por nós consultados e respeitantes aos anos de 1890 e 1891, não
manifestam qualquer hostilidade para com Alves da Veiga e os restantes
revoltosos do 31 de Janeiro, facto a que não será alheia a pretérita
colaboração do izedense neste periódico portuense.
Vide a este respeito,
«Jornais da minha terra; subsídios para uma História do jornalismo portuense”,
O Tripeiro, 2ª Série, n.º2, Porto, 15 de Janeiro de 1919, p.41».
Cortesia de Guilherme Martins Rodrigues Sampaio (Tese de
mestrado da U.L. Departamento de História – 2009)
Capa d’ “O Sorvete” (revista humorística), Nº 312, 7º Ano,
Porto, 4 de Maio de 1884. Firmino Pereira anuncia a sua saída do jornal “A
Lucta”, diz: - A chronica? Morreu! Sahí da “Lucta”
No fim do ano de 1897, Firmino Pereira viria a tornar-se um
funcionário público.
Assim, em 23 de Outubro de 1897, foi nomeado para exercer
interinamente o cargo de secretário da Administração do 1º Bairro do Porto,
cargo que, pouco depois, se tornou definitivo.
O Decreto de 21 de Outubro de 1868 modificou a divisão
geográfica e administrativa do concelho do Porto, sendo criados o Bairro
Oriental (1.º Bairro) e o Bairro Ocidental (2.º Bairro).
O Bairro Oriental ou 1º Bairro compreendia as freguesias do
Bonfim, Campanhã, Santo Ildefonso, Paranhos e Sé.
Faziam parte do Bairro Ocidental (2.º Bairro) as freguesias
de Cedofeita, Foz do Douro, Lordelo do Ouro, Massarelos, Miragaia, São Nicolau
e Vitória. A partir de 1895, as freguesias de Aldoar, Nevogilde e Ramalde,
anexadas ao concelho do Porto, passam a integrar o Bairro Ocidental, de acordo
com o decreto de 21 de Novembro desse ano.
A Lei n.º 8/81, de 15 de Junho de 1981, extinguiu as
administrações dos bairros, passando a Câmara Municipal do Porto a assumir as
suas competências. O Município do Porto criou para o efeito a Repartição
Administrativa Oriental, no seguimento da Ordem de Serviço da Presidência nº
438/82.
Na época natalícia do
ano de 1914, no jornal “O Primeiro de Janeiro”, nos dias 24, 25, 27 e 30 de
Dezembro, Firmino Pereira publica uns artigos sob o título «O Natal na Igreja, no Teatro e na Rua».
O texto que se segue é de um seu amigo, Emídio de Oliveira, constituindo um elogio fúnebre ao Firmino Pereira, que terá partido, sem o amparo dos seus.
O texto que se segue é de um seu amigo, Emídio de Oliveira, constituindo um elogio fúnebre ao Firmino Pereira, que terá partido, sem o amparo dos seus.
Jornal “República” de 30 de Março de 1918
Voltando à história da AJHLP, era costume todos os anos a AJHLP
levar a cabo um festival num dos teatros da cidade. Foi o caso do acontecido em
1902, a seguir narrado.
In jornal “A Voz Pública” de 28 Fevereiro de 1902, pag. 2
Durante os anos que se seguiram foram várias as acções para
recolha de fundos que permitissem o levantamento do edifício próprio da AJHLP.
Finalmente, em 1916, o Presidente da República, Bernardino
Machado lançava a primeira pedra para o novo edifício da Associação dos
Jornalistas e Homens de Letras do Porto (AJHLP).

No dia 13 de Outubro de 1921, a Associação assinalou 39 anos
de existência, e foi então que um grupo, auto denominado “Velhada do Jornalismo
Tripeiro”, decidiu conjugar esforços para reconstituir quase meio século da
vida portuense, no que aos jornais e jornalistas diz respeito. Reconstituição
que culminou na publicação, em 1925, da obra “Os Jornalistas do Porto e a sua
Associação”, compilada por Luiz Ferreira Gomes, quatro anos após ter sido
lançada a ideia de reunir testemunhos de reconhecida idoneidade, como: Alfredo
de Matos Angra, Catão Simões, José António de Souza Moreira, António Maria
Lopes Teixeira, Marcos da Silva Nunes Guedes, Alberto Bessa, Júlio de Oliveira
e Henrique António Guedes de Oliveira. E é com base nestes preciosos
testemunhos que é descrito, com grande minúcia, “como eram feitos os jornaes há
cincoenta anos” (finais do séc. XIX e início do séc. XX), desde os tempos de
predomínio de O Primeiro de Janeiro (1871) e O Comércio do Porto até ao
aparecimento do Jornal de Notícias (1879), após uma fracassada experiência como
título de uma gazeta que durou pouco mais de um ano. Eram os três jornais
diários da cidade do Porto que tinham as suas posições consolidadas.
No ano de publicação daquela obra falecia, no Porto, o jornalista Marcos Guedes, um dos mais entusiastas servidores da Associação de Jornalistas e Homens de Letras do Porto.
“Marcos da Silva Nunes
Guedes (Poiares da Régua, 30/4/1858-Porto, 1925). Poeta, director literário d’O Sorvete, jornalista, redator d’ O Primeiro de Janeiro – durante 29
anos; colaborador d’O Século;
com Guedes de Oliveira fundou a Tipografia Guedes. Correspondente do Correio da Manhã do Rio de Janeiro –
cf. Correio da Manhã. Ano IV,
n.º 1.125. Rio de Janeiro: 12 de Julho de 1904, p. 3, col.as 1 e 2). O Sorvete. N.º 108, 14.º Ano. Porto:
22 de Maio, 1892 (centrais) (a suspirar pela sua amada a atriz Geraldine); O Sorvete. N.º 82, 22º Ano, 2.ª
Série. Porto: 8 de Janeiro de 1899 (capa) (este conjuntamente com Sanhudo vêm
agradecer a todos aqueles que lhes deram os parabéns pela passagem do 21.º
aniversário d’O Sorvete)”.
Cortesia de Rui Manuel da Costa Perdigão da Silva Fiadeiro Duarte (de Cifantes e Leão); In “Sebastião Sampaio de Souza Sanhudo – a sua vida e a sua obra (20/2/1851-17/8/1901)”
“Marcos Guedes foi um
verdadeiro Artista e um devoto trabalhador em prol de todas as causas Nobres e
humanitárias. Foi um dos mais apaixonados servidores da Associação de
Jornalistas e Homens de Letras do Porto e foi também um dos mais típicos e
respeitáveis intelectuais portuenses. Prestou valioso concurso a diferentes
instituições culturais e era sócio benemérito do Ateneu Comercial do Porto,
tendo sido director desta florescente colectividade quando ela ainda se
denominava Sociedade Nova Euterpe”.
Fonte: Revista “O Tripeiro” Nº 12, Abril 1958, V Série, Ano XIII
No ano de publicação daquela obra falecia, no Porto, o jornalista Marcos Guedes, um dos mais entusiastas servidores da Associação de Jornalistas e Homens de Letras do Porto.
Cortesia de Rui Manuel da Costa Perdigão da Silva Fiadeiro Duarte (de Cifantes e Leão); In “Sebastião Sampaio de Souza Sanhudo – a sua vida e a sua obra (20/2/1851-17/8/1901)”
Fonte: Revista “O Tripeiro” Nº 12, Abril 1958, V Série, Ano XIII
Marcos Guedes em fotografia resultante de trabalho de
estúdio – Foto Guedes
Tão rara e tão singular,
Que foi feita, com certeza,
Dum pedaço de luar.
Que a virgem mão se pudesse,
Queria que ela fosse
A que seu filho tivesse.
Que se forma do seu riso
É a mesma que Deus ensina
Aos anjos no Paraíso.
“António Rodrigues
Sampaio (São Bartolomeu do Mar, Esposende, 25 de Julho de 1806 — Sintra, 13 de
Setembro de 1882) foi um jornalista e político português que, entre outras
funções, foi deputado, par do Reino, ministro e presidente do Conselho (chefe
de governo).
Rodrigues Sampaio foi
um dos maiores vultos do liberalismo português de oitocentos, jornalista ímpar
e parlamentar de excepção. Personalidade controversa, polémica, mesmo
revolucionária, mas sempre coerente e fiel aos seus princípios e desígnios, foi
um agitador de renome nacional, o que lhe valeria a alcunha de o Sampaio da
Revolução, já que se notabilizou como redactor principal do periódico “A
Revolução de Setembro”. Era um jornalista de causas, não de notícias, como
aliás era o jornalismo do século XIX. Apesar da violência verbal e da forma
assertiva que sempre utilizou nos seus ataques políticos, Rodrigues Sampaio
nunca promoveu o ataque ad hominem. Mesmo quando os seus correligionários lhe
pediram que pusesse em causa a dignidade e honradez de D. Maria II e da Corte,
negou-se terminantemente, escrevendo que um antro de corrupção política não
faria da Corte um lugar de devassidão moral. Foi esta postura de grande
escrúpulo, associado a um incansável labor na defesa dos valores pelos quais
pugnava, que lhe concedeu um lugar cimeiro no jornalismo político português.
Era membro importante
da Maçonaria.
Fonte: “pt.wikipedia.org”
Firmino Pereira sobre António Rodrigues Sampaio, contava o
seguinte episódio:
“Um dia, numa polémica
com um jornal de Lisboa, disse umas verdades amargas ao seu adversário, e este,
em lugar de se confessar vencido, declarou que bem conhecia a mão que o queria
aniquilar. Sampaio, no dia seguinte, respondia triunfantemente:
– Ora ainda bem que o animal conhece pelas
esporadas que leva no lombo quem é o cavalheiro que o monta”!
Na década de 1930, a capacidade financeira da AJHLP seria muito abalada com os encargos decorrentes do levantamento da sua sede própria, a Casa do Jornalista, o que originou que, em 1934, ela tivesse sido arrematada em hasta pública pela Caixa Geral de Depósitos.
Nesse ano, a Casa do Jornalista passaria por imposição do regime político, que decretava o fim do associativismo, a ser designada por Casa da Imprensa e do Livro.
Entre 1934 e 1948, a Casa da Imprensa e do Livro veria a sua existência intimamente ligada ao seu presidente da direcção, Alfredo de Magalhães, ex-presidente da Câmara Municipal do Porto e ex-Ministro da Instrução Pública que vai relançar a Associação.
Em 1944, o objectivo da associação para providenciar a assistência aos jornalistas portuenses e seus familiares perderia razão de ser com a criação de um sindicato único a nível nacional e de uma caixa de reformas dos jornalistas, a qual só alguns anos depois começou com a distribuição dos seus fundos.
Quando em 1948, Alfredo de Magalhães cessa funções, a Casa dos Jornalistas e do Livro está resgatada, a biblioteca guarnecida e estruturada e tinha sido retomado o pagamento de pensões.
No dia 8 de Outubro de 1949, a AJHLP inaugurava nas instalações da sua sede um refeitório, servindo almoços, jantares e ceias por 5$00 e 7$50.
Em 1952, será lançado o boletim mensal da AJHLP, designado de Gazeta Literária.
Em 1974, perante alguns sinais de degradação que o edifício já anunciava, a associação tenta alguns apoios financeiros para a sua conservação e construção de mais dois pisos, sendo o projecto da autoria dos arquitectos António Portugal e Fernando Lanhas. As obras são iniciadas, mas por falta de verbas, são interrompidas.
Em 14 de Novembro de 1982, cumpria-se a cerimónia de comemoração do centenário da AJHLP e, sob a alçada de Viale Moutinho, continuava a ser anunciado da necessidade de se proceder a obras urgentes na sede da AJHLP.
Entretanto, é colocada à disposição dos sócios uma casa de férias, antiga propriedade de Antero de Figueiredo, situada em Meixomil, Paços de Ferreira.
Finalmente, em 2009, as obras anteriormente interrompidas são retomadas e concluídas.
Este último projecto é o resultado de uma reformulação executada pelos arquitectos Emílio Teixeira Lopes e Pedro Gomes e, hoje, o edifício está completamente recuperado.
No dia 12 de Outubro de 2022, nas comemorações dos 140 anos
da Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto, foi descerrado junto
da sede da AJHLP um busto de António Rodrigues Sampaio, da autoria de José Joaquim Teixeira Lopes
(1837-1918), escultor que ficaria conhecido por Teixeira Lopes (pai) e, ainda,
por ser o autor da estátua de D. Pedro V, localizada na Praça da Batalha.
O edifício da AJHLP, com os seus cinco pisos, sito na Rua
Rodrigues Sampaio, esquina com a Rua do Bonjardim, seria alvo de várias
intervenções ao longo dos anos, de acordo com a narração anterior.
Os dois últimos andares destinam-se à instalação da
Biblioteca/Hemeroteca, Sala de Leitura, e do Auditório Multiusos com capacidade
para cem lugares. No terceiro piso, fica o bar/ café-concerto. O restante
espaço destina-se aos serviços da AJHLP, depósito de espólio, arquivos e ateliers
de criação.
À esquerda, o edifício da AJHLP, em 1948, quando decorriam
as demolições para abertura do espaço onde iria surgir a Praça D. João I