Francisco José Resende de Vasconcelos (Porto, 9 de Dezembro
de 1825 — Porto, 30 de Novembro de 1893) foi um pintor romântico, escultor e
professor de Belas Artes, durante mais de trinta anos, na Academia Portuense de
Belas Artes. Era pai da pintora Clara de Resende e foi o discípulo predilecto
do pintor Auguste Roquemont, em cuja obra se influenciou.
Com origem numa família da alta burguesia portuense,
completou os seus estudos na Aula de Primeiras Letras do professor Francisco
Pereira Leite e travou uma longa e próxima amizade com o escritor Camilo
Castelo Branco, até ao fim da sua vida.
Ingressado na Academia Portuense de Belas-Artes, onde cursou
Desenho, de 1841 a 1845, e Pintura Histórica, de 1845 a 1849, foi aluno dos
pintores Francisco António da Silva Oirense, Tadeu Maria de Almeida Furtado,
Joaquim Rodrigues Braga e Domingos Pereira de Carvalho.
Em 1848, na trienal da Academia Portuense de Belas Artes, na
qual participou, travou, então, conhecimento com Auguste Roquemont.
No dia 4 de Maio de 1852, cerca de três meses após o
falecimento de Auguste Roquemont, durante uma visita de D. Maria II ao norte do
País, foi apresentado a D. Fernando II, no Palácio dos Carrancas.
“Por essa ocasião,
ofereceu ao rei e mecenas das artes várias obras da sua autoria, entre as quais
se encontrava a "Vareira", recebendo vários elogios sobre o seu
talento e a promessa de ser apadrinhado com uma pensão para o artista continuar
os seus estudos no estrangeiro. Poucos meses depois, após expor a obra
"Camponesa dos Carvalhos" no Museu Allen, D. Fernando II cumpriu a
sua promessa e concedeu ao pintor uma bolsa de estudo.”
Fonte: “pt.wikipedia.org/wiki”
Depois de uma breve estadia em Paris, voltaria, lá, em 1854,
dando um salto até Londres onde conheceu e posteriormente se casou com a
inglesa Caroline Wilson, nascendo do seu casamento a sua única filha Claire
Wilson de Resende, conhecida como Clara de Resende, em Paris, no ano de 1855.
Vivendo tempos conturbados, não demoraria a desfazer o
casamento. Regressa a Portugal no fim de 1855, continuando a pintar no seu
atelier e, a partir de 1857, dá aulas de Desenho de Modelo Nu, na Academia
Portuense de Belas Artes.
Em 1858, parte para Lisboa, reencontrando-se com o seu
mecenas, D. Fernando II, que lhe ofereceu um botão de camisa com um diamante em
troca dos quadros "Miséria" e "Tasso no Hospital."
“Na década que se
seguiu, o pintor escreveu textos sobre crítica de arte, colaborou com o periódico
Eco Popular, O Comércio do Porto e Diário Mercantil, continuou a pintar
retratos por encomenda, nomeadamente do Conde de Ferreira, D. Pedro V, D.
Fernando II e do Barão de Glória, viajou pelo Reino Unido, Alemanha, França e
Bélgica durante o ano de 1862, regeu a aula de Pintura da Academia Portuense de
Belas Artes em 1869, e participou, sempre acompanhado pela sua filha, em várias
exposições nacionais e internacionais, designadamente na Exposição Industrial
Portuense (1861), na Exposição Trienal da APBA (1860, 1863 e 1866), no Salão da
Promotora (1866 e 1868), na Exposição Internacional do Porto (1865) e na
Exposição Universal de Paris (1867), com a obra "Camões salvando "Os
Lusíadas".
Fonte: “pt.wikipedia.org/wiki”
Em 19 de Novembro de 1861, o jornal “O Commercio do Porto”,
pela pena de algum crítico de arte, fazia referência a uma obra de Francisco
Resende e lamentava a impossibilidade de a expor durante a Exposição Industrial Portuense.
Em 14 de Novembro de 1861, uma 6ª Feira, Francisco José
Resende fazia publicar o seguinte apelo no Jornal “O Commercio do Porto”.
Nos anos seguintes, a sua produção artística não abrandou,
realizando muitas exposições, algumas das quais tinham por fim valer a obras de
caridade.
Por outro lado, passou a dar assistência constante à sua
filha Clara que, atingida por uma doença degenerativa nas mãos, passou a
merecer os cuidados do seu pai.
São, então, os anos em que começa também a pintar obras de
estilo naturalista, inspirando-se nas paisagens minhotas e na Foz do Douro.
Durante os seus últimos anos de vida, o pintor começou a
sofrer de dispepsia, viajando, no início de 1891, com a sua filha ao Gerês,
onde procurou tratar da sua condição. Faleceu no Porto a 30 de Novembro de
1893, com 67 anos de idade, sendo sepultado no Cemitério de Agramonte.
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