sexta-feira, 13 de outubro de 2023

25.207 O pintor Francisco José Resende

 
Francisco José Resende de Vasconcelos (Porto, 9 de Dezembro de 1825 — Porto, 30 de Novembro de 1893) foi um pintor romântico, escultor e professor de Belas Artes, durante mais de trinta anos, na Academia Portuense de Belas Artes. Era pai da pintora Clara de Resende e foi o discípulo predilecto do pintor Auguste Roquemont, em cuja obra se influenciou.
Com origem numa família da alta burguesia portuense, completou os seus estudos na Aula de Primeiras Letras do professor Francisco Pereira Leite e travou uma longa e próxima amizade com o escritor Camilo Castelo Branco, até ao fim da sua vida.
Ingressado na Academia Portuense de Belas-Artes, onde cursou Desenho, de 1841 a 1845, e Pintura Histórica, de 1845 a 1849, foi aluno dos pintores Francisco António da Silva Oirense, Tadeu Maria de Almeida Furtado, Joaquim Rodrigues Braga e Domingos Pereira de Carvalho.
Em 1848, na trienal da Academia Portuense de Belas Artes, na qual participou, travou, então, conhecimento com Auguste Roquemont.
No dia 4 de Maio de 1852, cerca de três meses após o falecimento de Auguste Roquemont, durante uma visita de D. Maria II ao norte do País, foi apresentado a D. Fernando II, no Palácio dos Carrancas.
 
 
“Por essa ocasião, ofereceu ao rei e mecenas das artes várias obras da sua autoria, entre as quais se encontrava a "Vareira", recebendo vários elogios sobre o seu talento e a promessa de ser apadrinhado com uma pensão para o artista continuar os seus estudos no estrangeiro. Poucos meses depois, após expor a obra "Camponesa dos Carvalhos" no Museu Allen, D. Fernando II cumpriu a sua promessa e concedeu ao pintor uma bolsa de estudo.”
Fonte: “pt.wikipedia.org/wiki”
 
 
 
Depois de uma breve estadia em Paris, voltaria, lá, em 1854, dando um salto até Londres onde conheceu e posteriormente se casou com a inglesa Caroline Wilson, nascendo do seu casamento a sua única filha Claire Wilson de Resende, conhecida como Clara de Resende, em Paris, no ano de 1855.
Vivendo tempos conturbados, não demoraria a desfazer o casamento. Regressa a Portugal no fim de 1855, continuando a pintar no seu atelier e, a partir de 1857, dá aulas de Desenho de Modelo Nu, na Academia Portuense de Belas Artes.
Em 1858, parte para Lisboa, reencontrando-se com o seu mecenas, D. Fernando II, que lhe ofereceu um botão de camisa com um diamante em troca dos quadros "Miséria" e "Tasso no Hospital."

 
 

Varina e pescador (1859), de Francisco Resende


 
“Na década que se seguiu, o pintor escreveu textos sobre crítica de arte, colaborou com o periódico Eco Popular, O Comércio do Porto e Diário Mercantil, continuou a pintar retratos por encomenda, nomeadamente do Conde de Ferreira, D. Pedro V, D. Fernando II e do Barão de Glória, viajou pelo Reino Unido, Alemanha, França e Bélgica durante o ano de 1862, regeu a aula de Pintura da Academia Portuense de Belas Artes em 1869, e participou, sempre acompanhado pela sua filha, em várias exposições nacionais e internacionais, designadamente na Exposição Industrial Portuense (1861), na Exposição Trienal da APBA (1860, 1863 e 1866), no Salão da Promotora (1866 e 1868), na Exposição Internacional do Porto (1865) e na Exposição Universal de Paris (1867), com a obra "Camões salvando "Os Lusíadas".
Fonte: “pt.wikipedia.org/wiki”

 
 
Em 19 de Novembro de 1861, o jornal “O Commercio do Porto”, pela pena de algum crítico de arte, fazia referência a uma obra de Francisco Resende e lamentava a impossibilidade de a expor durante a Exposição Industrial Portuense.


 
 


 
 
 
 
 

Camponesa de Ílhavo (1867) de Francisco Resende

 
 
Em 14 de Novembro de 1861, uma 6ª Feira, Francisco José Resende fazia publicar o seguinte apelo no Jornal “O Commercio do Porto”.


 
 


 
 
 
Nos anos seguintes, a sua produção artística não abrandou, realizando muitas exposições, algumas das quais tinham por fim valer a obras de caridade.
Por outro lado, passou a dar assistência constante à sua filha Clara que, atingida por uma doença degenerativa nas mãos, passou a merecer os cuidados do seu pai.
São, então, os anos em que começa também a pintar obras de estilo naturalista, inspirando-se nas paisagens minhotas e na Foz do Douro.
Durante os seus últimos anos de vida, o pintor começou a sofrer de dispepsia, viajando, no início de 1891, com a sua filha ao Gerês, onde procurou tratar da sua condição. Faleceu no Porto a 30 de Novembro de 1893, com 67 anos de idade, sendo sepultado no Cemitério de Agramonte.
 
 
 

Auto-retrato de Francisco José Resende, Museu Nacional Soares dos Reis

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