Fundação Engenheiro
António de Almeida
António Manuel de Almeida nasceu na freguesia de S. Pedro,
em Vila Real, no seio de uma família modesta, em 5 de Novembro de 1891.
Dotado de uma grande força de vontade, as suas origens não
obstaram a que tirasse o curso de Engenharia Civil e de Obras Públicas com
elevada classificação. Casou aos 29 anos com Olga Ana Andresen.
Entretanto, vai trabalhar como administrador do Banco
Espírito Santo e Comercial de Lisboa e é incumbido de abrir uma filial no
Porto.
Passando a habitar um andar do prédio da dependência
bancária acabaria, anos mais tarde, por adquirir um terreno na Rua de Tenente
Valadim, no Porto, junto do Centro Hípico do Porto, que por lá se manteve entre
1911 e 1938, com o objectivo de construir uma moradia para sua habitação.
Em 1935, a família muda-se para a “casa nova”, como passou a
ser chamada.
Por intervenção de Olga Andresen, posteriormente, a
habitação haveria de ser ampliada e por si decorada com peças de diversas
proveniências, mas de alta qualidade e gosto.
Quando faleceu, a 9 de Outubro de 1968, António Manuel de
Almeida deixou uma casa recheada com peças valiosíssimas, dignas de um museu, e
uma colecção de numismática.
Entre o espólio da “casa nova”, sobressaem, também, as
porcelanas da Companhia das Índias e da fábrica de Maissen, peças de prata e
quadros de pintores consagrados.
Após a morte de António Manuel de Almeida, a Fundação Eng.º
António de Almeida resultaria de uma sua disposição testamentária, que vai
ganhar forma sob acção do Dr. Fernando Aguiar Branco, que será o seu
Presidente.
Assim, a 5 de Maio de 1969, surge no Porto, uma instituição
particular de utilidade pública geral, perpétua e com personalidade jurídica.
Será objecto da Fundação Eng.º António de Almeida a
divulgação de manifestações de arte, de exercer a caridade e de promover a
educação.
As obras necessárias para instalação no prédio da Rua de
Tenente Valadim da Fundação Engº António de Almeida, levaram a que a inauguração
fosse feita em Julho de 1973.
Após a revolução de 25 de Abril parte do património da
fundação é nacionalizado, tendo, por esta razão, sido adiados planos de
ampliação das instalações pela construção de novos edifícios.
Paulatinamente, a Fundação Engº António de Almeida continuou
a crescer e a fazer parte do quotidiano dos portuenses.
Na década de 1990, foi adquirida uma parcela de terreno
anexa à casa-museu.
Foram, então, construídos mais três novos edifícios.
A actividade é profícua, com a realização de congressos,
conferências, exposições e festivais de música.
Reportando-nos, apenas, ao auditório, ele é constituído por
três salas: uma em anfiteatro para 300 pessoas; outra, com acesso a um terraço
de 300 m2, para 700 pessoas e uma mais pequena com capacidade para 200 pessoas.
Uma referência aos jardins envolventes a todo o complexo
dotado de uma flora com algumas espécies exóticas.
Jardins da Fundação Engº António de Almeida – Cortesia de
Luís Ferreira Alves
Salão da “Casa Museu” da Fundação Engº António de Almeida –
Cortesia de Luís Ferreira Alves
Todos os anos é atribuído o prémio Eng.º António de Almeida
aos alunos que façam a divulgação do país e da língua no estrangeiro.
Contam-se já por milhares, os alunos que foram agraciados.
Apoios diversos a outras instituições, acções de promoção de
diversas obras literárias e uma actividade importante no campo editorial têm
sido uma constante da existência da Eng.º António de Almeida.
Vista aérea das instalações da Fundação Eng.º António de
Almeida - Ed. Luís Ferreira Alves, in revista “O Tripeiro”, 7ª série, Ano XVI,
Abril/Maio 1997
Legenda da vista anterior:
1 Casa Museu
2 Casa Jardim
3 Administração
4 Auditório
A Fundação Eng.º António de Almeida não desdenharia
apresentar entre os milhares de acções culturais levadas a cabo nas suas
instalações, apresentar como um dos pontos mais altos, a homenagem prestada à
pianista Helena Sá e Costa, em 25 de Maio de 1996.
Helena Sá e Costa agradece a homenagem que recebeu na
Fundação Eng.º António de Almeida
Fundação Dr. António
Cupertino de Miranda
“A Fundação foi instituída
em 1964. É uma instituição privada, sem fins lucrativos, que tem por
missão a realização de atividades educativas, culturais e sociais que promovam
a sociedade do conhecimento e contribuam para a inclusão social, proporcionando
simultaneamente oportunidades de ocupação de tempos livres”.
Fonte: facm.pt
A Fundação seria instituída em Stº Tirso, em 1964, e a sua
sede passou, posteriormente, por uma alteração estatutária, em 1973, para o
Porto, fixando-se, sucessivamente, num prédio na Rua de Costa Cabral e, depois,
na Rua Raimundo Macedo, até que, finalmente, a 1 de Abril de 1991, se instalou na
Avenida da Boavista, numa nova sede construída de raiz, cujo projecto é do Arquitecto
Francisco Braancamp de Figueiredo.
“António Cupertino de
Miranda nasceu em 21 de janeiro de 1886, em Famalicão, segundo filho duma
família de proprietários agrícolas, partiu para o Brasil em 1915, por motivos
políticos, lá permanecendo por mais de 30 anos. Exerceu a atividade de
professor, dedicou-se ao jornalismo. A partir de 1918, começou a sua atividade
de representação e procuradoria.
Assumiu o papel de
delegado da Casa Bancária Cupertino de Miranda & Cª, como secretário geral
do Banco Aliança no Brasil.
(…) Regressa a
Portugal a 7 de agosto de 1948, com 62 anos. Sem descendentes diretos, leva uma
vida quase ascética e aproveita esta nova fase para meditar e fazer um balanço
da sua vida.
Nasce a ideia de criar
uma Fundação”.
Fonte: facm.pt
Irmão de Artur Cupertino de Miranda e Augusto Cupertino de
Miranda, fundadores da “Casa Cupertino & Irmão, Lda”, em 1918, António
Cupertino de Miranda vai construir a ponte desta entidade bancária no Brasil.
O culminar de um percurso de sucesso irá levar o grupo
bancário até 31 de Dezembro de 1942, quando é fundado o Banco Português do
Atlântico.
Entretanto, antes, em 1926, a filial existente no Rio de
Janeiro, do portuense Banco Aliança, findava o prazo de autorização para o seu
funcionamento e a não renovação do mesmo, obriga a que entre em liquidação.
Contudo, o negócio financeiro que aí esteve instalado, seria
cedido ao recém-criado Banco Aliança do Rio de Janeiro, no qual o portuense Banco
Aliança deteve importante participação, até 1938, e António Cupertino de
Miranda desempenhou o cargo de Secretário-Geral da instituição, como delegado
de “Cupertino de Miranda & Cia”.
Quando ocorre a revolução de 25 de Abril, a Fundação tinha o
seu património constituído quase exclusivamente por acções do Banco Português
do Atlântico e devido à nacionalização da Banca, ocorrida em 11 de Março de
1975, fica sem património.
O Dr. António Cupertino de Miranda, que dá o seu nome à
fundação, pouco tempo sobrevive à data histórica de imposição do fim da
ditadura e morre, em 16 de Novembro de 1974, com 88 anos.
Em 1981, inicia-se o processo de pagamento das indeminizações
provenientes das nacionalizações e começará, então, a reestruturação
financeira da Fundação e o administrador Dr. Alberto Correia de Almeida
decide iniciar a criação de uma colecção de papel fiduciário (ou seja, que faz
fé, que dá confiança) composto por notas do Banco de Portugal, cheques, letras,
cédulas, acções, exemplares de papel selado e uma colecção de lotarias que,
mais tarde, irá permitir abrir um Museu do Papel-Moeda.
Em 1991, a Fundação Dr. António Cupertino de Miranda ocupa, então, a sua sede na Avenida da Boavista, fronteira ao Parque da Cidade.
Em 1996, a 20 de Janeiro, após ampliação das instalações da Avenida da Boavista, inaugura-se o Museu do Papel-Moeda, que é o núcleo diferenciador desta instituição.
Actual sede da Fundação Dr. António Cupertino de Miranda –
cortesia de Manuel de Sousa, in wikipédia
A partir da inauguração do Museu do Papel-Moeda, a Fundação
tem vindo a aumentar as estruturas físicas, sendo a área construída de 4.000m2.
A Fundação está dotada com duas salas de exposição
permanente. Enquanto a primeira conta a história do dinheiro de papel em
Portugal e inclui uma importante colecção de notas, onde estão representadas
todas as emissões do Banco de Portugal e do Banco Nacional Ultramarino, a
segunda exibe mais de 5.000 miniaturas de automóveis e ainda outras colecções
de barcos, comboios e aviões.
Para além de um restaurante aberto diariamente, a sede
dispõe de auditórios e de salas de exposições, equipadas com modernos sistemas
áudio e projecção de vídeo, videoconferência e tradução simultânea.
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