Inaugurado numa primeira fase em 1993, este parque urbano situado
em Aldoar, resultou da expropriação de uma grande diversidade de parcelas que estavam
afectas à agricultura, silvicultura e pecuária e propriedade de particulares, e
em que algumas áreas chegaram a ter como senhorio directo a Ordem de Malta, com
tradições de existência secular em Aldoar e com dependência do couto de Leça do
Balio.
À Balia de Leça, couto da Ordem do Hospital, que existiu entre 1123 e 1835, pertenciam muitas Igrejas, não só no couto propriamente dito, caso de Infesta, Custóias, Barreiros e Guifões, como fora do Couto e, entre estas, Aldoar.
Aldoar fez parte das
Terras da Maia e, posteriormente, do Julgado e Concelho de Bouças.
Os terrenos do
parque eram um prolongamento natural do chamado Prado de Matosinhos, em grande
parte propriedade do conde de Leça, com o qual confinavam.
Em 1895, após a
construção da Circunvalação, passou a pertencer ao Concelho do Porto.
Por terrenos que hoje fazem parte do parque chegou também a
existir uma lixeira da cidade.
Na paisagem do parque apresenta-se, hoje, uma extensa área
lacunar que, mais não é, que um destaque do nível freático de duas ribeiras.
Uma delas tem a sua nascente junto do estádio do Inatel e, a
outra, junto do Hospital da CUF. Reunidas, dão origem à chamada Ribeira de Aldoar,
que tem a sua foz junto do Castelo do Queijo.
“O Parque da Cidade é o maior parque
urbano do país, com uma superfície de 83 hectares de áreas verdes naturalizadas
que se estendem até ao Oceano Atlântico, conferindo-lhe, este facto, uma
particularidade rara a nível mundial.
Previsto no Plano de
Urbanização do Arquitecto Robert Auzelle nos anos 60, foi projectado pelo
arquitecto paisagista Sidónio Pardal, tendo sido inaugurado em 1993 (1ª fase) e
finalizado em 2002, com a construção da Frente Marítima.
Na sua concepção
paisagística utilizam-se muitas das técnicas tradicionais da construção rural,
o que confere ao parque uma expressão intemporal, naturalista e uma estrutura
com grande poder de sobrevivência.
A presença da pedra
proveniente de demolições de edifícios e de outras estruturas, assume uma
característica preponderante deste parque, onde a construção de muros de
suporte de terras, estadias, charcos drenantes para a retenção de águas das
chuvas, descarregadores de superfície dos lagos, tanques, abrigos, bordaduras
de caminhos e pavimentos, criam uma ideia rural e campestre.
Em 2000, foi
seleccionado pela Ordem dos Engenheiros com uma das “100 obras mais notáveis
construídas do século XX em Portugal”.
Fonte – Site: cidadeporto.blogs.sapo.pt
Parque da cidade
Caminhos e Estadias
“Ao longo do Parque da
Cidade é possível caminharmos por uma longa rede de caminhos (cerca de 10 km)
intervalados por diversas estadias, que contrastam com a expressão natural da
vegetação envolvente que assume um papel fundamental no jogo de espaços.
As estadias surgem
integradas na paisagem representando vários acontecimentos com motivos
diferentes, onde é possível aos utentes encontrarem locais isolados de
contemplação ou de descanso, com contacto directo aos relvados e às áreas
arborizadas”.
Fonte – Site: planoclaro.com
As estadias do Parque da cidade
Núcleo Rural
O núcleo rural de Aldoar, com entrada pelo beco das
Carreiras, teve origem num conjunto rural formado por quatro quintas de lavoura,
pertencente a um conjunto habitacional, mais vasto, que constituía a aldeia da
Vilarinha.
“O Núcleo Rural de
Aldoar foi inaugurado em 2002, após três anos de obras de restauro e
recuperação das suas quatro quintas rurais. Os espaços recuperados sob a
autoria dos arquitectos João Rapagão e César Fernandes perpetuam a memória do
Porto Rural e das suas características edificadoras, respeitando a identidade
patrimonial e cultural das construções. Aí, podemos encontrar vários
equipamentos – um restaurante, um salão de chá com esplanada e um Centro de
Educação Ambiental, onde são realizadas várias actividades no âmbito da
protecção do meio ambiente, dirigidas ao público escolar em geral e ainda um
picadeiro para o uso do Clube de Póneis, entretanto desactivado. Na quinta,
existem várias lojas de associações sem fins lucrativos que, no âmbito do
“Comércio Justo”, promovem e comercializam os seus produtos oriundos
principalmente da actividade artesanal e da agricultura biológica. A
dinamização deste espaço permite a todos os utentes que quotidianamente
frequentem o parque, usufruírem dum pólo de atracção num ambiente rural e
natural único na cidade”.
Fonte – Site: planoclaro.com
Núcleo rural - Fonte: oaldoarense.blogspot.com
Fauna e Flora
“Ao vaguearmos pelo
Parque é possível observarmos e desfrutarmos de uma vasta diversidade da fauna
existente, que ao longo dos anos se tem vindo a crescer e a fixar de forma
natural, (por exemplo: patos bravos, cisnes, gansos, galinhas de água, peixes,
sapos, rãs, coelhos vários repteis, etc.).
Actualmente, este
espaço é palco de vários percursos migratórios de aves, das quais se destaca a
garça.
A flora do Parque é
rica e diversificada, estando limitada pela proximidade do mar. Existem 74
espécies arbóreas, 42 espécies arbustivas, 15 espécies de árvores de fruto e 10
espécies aquáticas, num total de várias dezenas de milhares de exemplares”.
Fonte – Site: planoclaro.com
História do Parque
“Embora já em 1926, numa planta cadastral então elaborada, tenha surgido uma primeira delimitação da área que em grande parte viria a ser ocupada pelo Parque da Cidade, entre a Estrada da Circunvalação e a então Rua do Castelo do Queijo, só em 1932, no "Prólogo ao Plano da Cidade do Porto", da autoria de Ezequiel de Campos, é definido um programa de ordenamento urbano, prevendo um desenvolvimento equilibrado da cidade, onde estava contemplada a existência de grandes espaços verdes implantados nas proximidades da Avenida da Boavista e a Noroeste, junto à Circunvalação.
As propostas de
Ezequiel de Campos não encontraram, infelizmente, grande receptividade por
parte dos responsáveis da época. Não obstante, prosseguiu-se nas tentativas de elaboração
de um plano de urbanização da cidade - correspondendo à legislação promulgada
em 1934 que obrigava os municípios a dotarem-se daquele tipo de instrumentos de
planeamento -, pelo que a partir de 1938 irá ser entregue a arquitectos
italianos a tarefa de elaborarem um plano geral de urbanização. Embora as
propostas então apresentadas pelos arquitectos italianos, em particular as de
Giovanni Muzio - que, entre outras, propunha a criação de um "estádio para
grandes competições, talvez no parque da cidade" -, também não tivessem
conhecido o correspondente desenvolvimento, começavam a ficar definidas as
características funcionais de algumas zonas da cidade, e desenhadas diversas
ligações viárias. Deste modo, na reunião da Câmara Municipal do Porto realizada
em 8 de Outubro de 1942 foram aprovados, entre outros, o Projecto de
Urbanização da Zona Industrial de Ramalde e a via que estabeleceria uma ligação
rápida da cidade com o porto de Leixões. Este último projecto seria
ligeiramente modificado na reunião da câmara realizada em 11 de Outubro de
1945, na qual, por sua vez, foi aprovada a planta de demarcação dos terrenos
que iriam constituir a então denominada zona desportiva, e primitivamente
destinados ao Parque da Cidade.
O projecto detalhado
desta zona desportiva viria a ser aprovado na reunião da Câmara Municipal do
Porto realizada em 12 de Outubro de 1948. De acordo com o plano, estava
previsto que esta zona desportiva ficasse dotada de "um hotel e casino no
gaveto com a Avenida da Boavista, frente ao Castelo do Queijo, um pavilhão de
desportos, instalações para basquetebol e patinagem com frente para a avenida
marginal, um edifício junto à Praça da Cidade do Salvador, incluindo piscina,
um hipódromo, e instalações para a prática de ténis, as quais ocupariam a
restante área compreendida entre a Estrada da Circunvalação, a Avenida da
Boavista e a projectada Avenida de Nun'Álvares. Na zona que se designa por 1.ª
fase do Parque da Cidade, estava previsto um campo de golfe de 18 buracos cujas
instalações de apoio se situavam junto à Estrada da Circunvalação".
Este ambicioso
projecto veio, no entanto, a ser posto de parte, mas aquela área destinada a
zona desportiva acabou por conservar a definição anteriormente aprovada, dado
que no Plano Regulador da Cidade do Porto, apresentado por Antão de Almeida
Garrett em 1952, é considerada como "zona desportiva municipal".
Uma das etapas mais
importantes na definição do futuro Parque da Cidade registou-se na reunião
camarária de 21 de Novembro de 1961, na qual é aprovado o Plano Parcial de
Urbanização da Zona do Castelo do Queijo. Nesta reunião, coube ao vereador
Manuel Rosas a tarefa de explicar e fundamentar o projecto que então era
apresentado para aprovação. De acordo com as suas palavras, "o muito
apregoado lema - o Porto, a cidade do trabalho - é realmente uma verdade, mas
criou uma ideia de que o Porto não sabe nem tem direito a divertir-se! Ora,
para fixar a sua população e atrair os novos, é necessário que a vida na cidade
seja agradável, tanto dentro das horas de trabalho como fora delas! É preciso
criar essas facilidades de recreio para todos, não só no capítulo desportivo,
mas também no de simples passeio, ou na de frequência das praias e parques de
diversões. Temos de ter mais jardins, mais campos de jogos, piscinas,
manifestações culturais, como concertos e espectáculos ao ar livre. Por isso é
que este projecto é tão importante para a cidade do Porto. Ali, na zona do
Castelo do Queijo projecta-se criar um grande parque, limitado pela Estrada da
Circunvalação, Rua de António Aroso, Avenida da Boavista e Esplanada do Rio de
Janeiro. Nesse parque haverá um lago, servindo de praia popular, piscina
coberta, campo para diversos desportos, um recinto para diversões no género da
feira popular, um grande hotel, pavilhões para exposições".
Apesar do ardor com
que então foi apresentado, também este ambicioso plano acabou por não ser
concretizado. No entanto, aquela zona da cidade passou, a partir de então, a
ser considerada como uma área de espaços verdes, nomeadamente no Plano Director
da Cidade do Porto apresentado por Robert Auzelle em 1962. Seria necessário,
contudo, aguardar ainda cerca de três décadas para que o almejado Parque da
Cidade viesse a constituir uma realidade. Efectivamente, com base num projecto
de Sidónio Pardal, desenvolvido ao longo da década de 1980, concretizou-se no
início da seguinte a velha aspiração da cidade em possuir um espaço verde e
tranquilo que, de imediato, conquistou a predilecção dos portuenses para o
usufruto dos seus tempos livres”.
Com a devida vénia a José Manuel Lopes Cordeiro, In Jornal
Público
De facto, a primeira delimitação do Parque da Cidade
acontece em 1932, quando à frente da autarquia estava Augusto de Sousa Rosa,
que deixou o seu nome ligado a outras obras aprovadas, como sejam, o
Jardim de Arca d’Água, na zona oriental da cidade, e as avenidas do Brasil e
Montevideu, na Foz do Douro.
Augusto de Sousa Rosa (1871-1939) foi Presidente da Comissão
Administrativa Militar da Câmara Municipal do Porto, entre 28 de Fevereiro de
1930 e 8 de Junho de 1933.
Coronel médico, a ele se ficaria a dever, na sua actividade
em prol da sua intervenção de âmbito sanitário, a sua determinação na criação
de um hospital durante a 1ª Grande Guerra e, ainda, a fundação de “um organismo que acaba por ser o embrião do
INEM (Instituto Nacional de Emergência Médica)“.
O organismo chamava-se “Serviço de Assistência Médica
Domiciliária de Emergência” e funcionava de forma permanente através do envio
de ambulâncias junto das pessoas mais carenciadas da cidade do Porto.
Na foto anterior, com a estátua de Soares dos Reis, por
fundo, Augusto de Sousa Rosa é o 4º elemento contado a partir da esquerda.
Parque da Cidade – Fonte: aviagemdosargonautas.net
11.12.2 Parque
Oriental
“Localiza-se este parque, a Norte da Av. Francisco Xavier
Esteves e a Este da Av. Cidade de Léon. A área ocupada, correspondente à I fase
inaugurada em Julho de 2010, desenvolvendo-se ao longo das margens do Rio
Tinto.
À semelhança do Parque da Cidade, na zona ocidental da
cidade, o Parque Oriental foi projectado pelo arquitecto paisagista Sidónio
Pardal. De acordo com o autor, o projecto consistiu em "transformar um
espaço compartimentado e acidentado de campos num contínuo natural, relvado,
arborizado e com uma rede de caminhos onde as pessoas tenham prazer em passar
uns tempos livres em sossego".
Fonte: “cm-porto.pt”
Se o projecto inicialmente
traçado para este equipamento de lazer, vier a ser executado na íntegra (não há
ainda qualquer data para que ocorra esta concretização) o parque deverá ocupar
uma área cinco vezes maior, ao longo do vale do rio Tinto, entre Pego Negro e o
Freixo, na freguesia de Campanhã.
Neste âmbito e para
já, na sequência dum projecto conjunto que a Câmara do Porto iniciou em 2015,
com a Câmara de Gondomar, vão avançar as obras para a construção do exutor que
ligará a ETAR de Rio Tinto, em Gondomar, à estrutura congénere do Freixo, no
Porto, numa intervenção financiada pelo programa POSEUR.
Após a conclusão destes
trabalhos, o Parque Oriental, de início com 10 hectares, será desenvolvido e
ampliado, passando a ter o dobro da dimensão que tinha antes e constituindo-se
como um importante equipamento para a qualidade de vida na zona oriental da
cidade, podendo a sua área chegar aos 20 hectares.
Da parte do
Município do Porto, é da responsabilidade da empresa municipal Águas do Porto.
Parque Oriental da
cidade do Porto
Parque Oriental da
cidade do Porto – caminho pedonal
11.12.3 Parque da
Pasteleira
Pasteleira é um topónimo que tem a ver com pastel + eira, abundância de pastel - planta tintureira.
“O Parque da Pasteleira é público e nasceu da reconversão da antiga Mata da Pasteleira.
“O Parque da Pasteleira é público e nasceu da reconversão da antiga Mata da Pasteleira.
A intervenção, concluída em 2003, dotou esta zona da
cidade – onde também fica Serralves – de uma aprazível área de recreio, lazer e
desporto. Com uma área total de 7 hectares, este parque – que tem duas parcelas
separadas por uma via rodoviária e ligadas por três passagens superiores – tem
vários pinheiros bravos e sobreiros. É tido como a última grande parcela de
vegetação natural existente na área do Porto e nasceu segundo o projecto da
autoria da arquitecta Marisa Lavrador. Tem ainda um Centro de Educação
Ambiental e uma ciclovia com cerca de 2 quilómetros, que foi criada em 2009 e o
liga ao Parque da Cidade”.
Fonte: helloguideoporto.com
Parque da
Pasteleira – Ed. “helloguideoporto”
Parque da
Pasteleira (atravessamento aéreo) – Ed. “helloguideoporto”
Na área do Parque
da Pasteleira existe, desde os começos do século XX, uma estação elevatória de
água, que se destinava a servir aquela zona e, principalmente, a zona da Foz do
Douro.
Estação Elevatória
da Pasteleira – Ed. José Magalhães
“Atualmente a Águas do Porto, EM, assegura a distribuição
gravítica de água a praticamente toda a cidade, sem necessidade de recurso a
Estações Elevatórias (EE). Tendo por base o Projeto Porto Gravítico (2006-2012)
que consistiu na reestruturação da rede de distribuição de modo a colocar
fora de serviço quatro EE (Bonfim, Nova Sintra, Pasteleira e Santo
Isidro) do sistema municipal, foi possível efetuar o abastecimento por gravidade
em praticamente todo o sistema. Apenas a EE dos Congregados está
atualmente em serviço para abastecer a zona de cota mais elevada da cidade, ZMC
Congregados Superior, cujo abastecimento de forma gravítica não é possível
devido à topografia do terreno”.
Fonte: “aguasdoporto.pt”
Desactivada a
estação elevatória da Pasteleira, estão as instalações que lhe estavam afectas,
a ser convertidas, presentemente, numa das peças do que virá a ser, um polo do
futuro Museu da História da Cidade do
Porto.
“A estrutura, semienterrada no Parque da Pasteleira, está
a ser alvo de recuperação, com um orçamento de cerca de 700 mil euros, e será
depois dotada de peças do acervo do Município, elementos multimédia e
novos conteúdos, abrindo ao público em outubro de 2018.
Além de contribuir para dar "nova vida e
dignidade" ao Parque da Pasteleira, o Reservatório será um dos focos de
interesse museológico espalhados pelo Porto, sob o conceito de Museu da Cidade.
(…) A construção está a ser intervencionada pelos arquitetos
Alexandre Alves Costa e Sergio Fernandez que, desde logo, decidiram
"evidenciar a rudeza dos materiais que a caracterizam", privilegiar a
criação de um espaço verde para lazer na sua cobertura e "potenciar toda a
qualidade deste espaço complexo, abrindo-o ao parque", tornando possível a
sua fruição pública”.
Fonte: “porto.pt”
As obras em curso
na Estação Elevatória da Pasteleira – Ed. “porto.pt”
Parque da Pasteleira – Ed. José Magalhães
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