terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

(Continuação 20) - Actualização em 14/09/2018

11.12 Parques de Lazer

11.12.1 Parque da Cidade ou Parque Ocidental


Inaugurado numa primeira fase em 1993, este parque urbano situado em Aldoar, resultou da expropriação de uma grande diversidade de parcelas que estavam afectas à agricultura, silvicultura e pecuária e propriedade de particulares, e em que algumas áreas chegaram a ter como senhorio directo a Ordem de Malta, com tradições de existência secular em Aldoar e com dependência do couto de Leça do Balio.
À Balia de Leça, couto da Ordem do Hospital, que existiu entre 1123 e 1835, pertenciam muitas Igrejas, não só no couto propriamente dito, caso de Infesta, Custóias, Barreiros e Guifões, como fora do Couto e, entre estas, Aldoar.
Aldoar fez parte das Terras da Maia e, posteriormente, do Julgado e Concelho de Bouças.
Os terrenos do parque eram um prolongamento natural do chamado Prado de Matosinhos, em grande parte propriedade do conde de Leça, com o qual confinavam.
Em 1895, após a construção da Circunvalação, passou a pertencer ao Concelho do Porto.
Por terrenos que hoje fazem parte do parque chegou também a existir uma lixeira da cidade.
Na paisagem do parque apresenta-se, hoje, uma extensa área lacunar que, mais não é, que um destaque do nível freático de duas ribeiras.
Uma delas tem a sua nascente junto do estádio do Inatel e, a outra, junto do Hospital da CUF. Reunidas, dão origem à chamada Ribeira de Aldoar, que tem a sua foz junto do Castelo do Queijo.



“O Parque da Cidade é o maior parque urbano do país, com uma superfície de 83 hectares de áreas verdes naturalizadas que se estendem até ao Oceano Atlântico, conferindo-lhe, este facto, uma particularidade rara a nível mundial.
Previsto no Plano de Urbanização do Arquitecto Robert Auzelle nos anos 60, foi projectado pelo arquitecto paisagista Sidónio Pardal, tendo sido inaugurado em 1993 (1ª fase) e finalizado em 2002, com a construção da Frente Marítima.
Na sua concepção paisagística utilizam-se muitas das técnicas tradicionais da construção rural, o que confere ao parque uma expressão intemporal, naturalista e uma estrutura com grande poder de sobrevivência.
A presença da pedra proveniente de demolições de edifícios e de outras estruturas, assume uma característica preponderante deste parque, onde a construção de muros de suporte de terras, estadias, charcos drenantes para a retenção de águas das chuvas, descarregadores de superfície dos lagos, tanques, abrigos, bordaduras de caminhos e pavimentos, criam uma ideia rural e campestre.
Em 2000, foi seleccionado pela Ordem dos Engenheiros com uma das “100 obras mais notáveis construídas do século XX em Portugal”.
Fonte – Site: cidadeporto.blogs.sapo.pt



Parque da cidade




Caminhos e Estadias



“Ao longo do Parque da Cidade é possível caminharmos por uma longa rede de caminhos (cerca de 10 km) intervalados por diversas estadias, que contrastam com a expressão natural da vegetação envolvente que assume um papel fundamental no jogo de espaços.
As estadias surgem integradas na paisagem representando vários acontecimentos com motivos diferentes, onde é possível aos utentes encontrarem locais isolados de contemplação ou de descanso, com contacto directo aos relvados e às áreas arborizadas”.
Fonte – Site: planoclaro.com



As estadias do Parque da cidade





Núcleo Rural


O núcleo rural de Aldoar, com entrada pelo beco das Carreiras, teve origem num conjunto rural formado por quatro quintas de lavoura, pertencente a um conjunto habitacional, mais vasto, que constituía a aldeia da Vilarinha.



“O Núcleo Rural de Aldoar foi inaugurado em 2002, após três anos de obras de restauro e recuperação das suas quatro quintas rurais. Os espaços recuperados sob a autoria dos arquitectos João Rapagão e César Fernandes perpetuam a memória do Porto Rural e das suas características edificadoras, respeitando a identidade patrimonial e cultural das construções. Aí, podemos encontrar vários equipamentos – um restaurante, um salão de chá com esplanada e um Centro de Educação Ambiental, onde são realizadas várias actividades no âmbito da protecção do meio ambiente, dirigidas ao público escolar em geral e ainda um picadeiro para o uso do Clube de Póneis, entretanto desactivado. Na quinta, existem várias lojas de associações sem fins lucrativos que, no âmbito do “Comércio Justo”, promovem e comercializam os seus produtos oriundos principalmente da actividade artesanal e da agricultura biológica. A dinamização deste espaço permite a todos os utentes que quotidianamente frequentem o parque, usufruírem dum pólo de atracção num ambiente rural e natural único na cidade”.
Fonte – Site: planoclaro.com




Núcleo rural - Fonte: oaldoarense.blogspot.com




Fauna e Flora



“Ao vaguearmos pelo Parque é possível observarmos e desfrutarmos de uma vasta diversidade da fauna existente, que ao longo dos anos se tem vindo a crescer e a fixar de forma natural, (por exemplo: patos bravos, cisnes, gansos, galinhas de água, peixes, sapos, rãs, coelhos vários repteis, etc.).
Actualmente, este espaço é palco de vários percursos migratórios de aves, das quais se destaca a garça.
A flora do Parque é rica e diversificada, estando limitada pela proximidade do mar. Existem 74 espécies arbóreas, 42 espécies arbustivas, 15 espécies de árvores de fruto e 10 espécies aquáticas, num total de várias dezenas de milhares de exemplares”.
Fonte – Site: planoclaro.com


História do Parque


“Embora já em 1926, numa planta cadastral então elaborada, tenha surgido uma primeira delimitação da área que em grande parte viria a ser ocupada pelo Parque da Cidade, entre a Estrada da Circunvalação e a então Rua do Castelo do Queijo, só em 1932, no "Prólogo ao Plano da Cidade do Porto", da autoria de Ezequiel de Campos, é definido um programa de ordenamento urbano, prevendo um desenvolvimento equilibrado da cidade, onde estava contemplada a existência de grandes espaços verdes implantados nas proximidades da Avenida da Boavista e a Noroeste, junto à Circunvalação.
As propostas de Ezequiel de Campos não encontraram, infelizmente, grande receptividade por parte dos responsáveis da época. Não obstante, prosseguiu-se nas tentativas de elaboração de um plano de urbanização da cidade - correspondendo à legislação promulgada em 1934 que obrigava os municípios a dotarem-se daquele tipo de instrumentos de planeamento -, pelo que a partir de 1938 irá ser entregue a arquitectos italianos a tarefa de elaborarem um plano geral de urbanização. Embora as propostas então apresentadas pelos arquitectos italianos, em particular as de Giovanni Muzio - que, entre outras, propunha a criação de um "estádio para grandes competições, talvez no parque da cidade" -, também não tivessem conhecido o correspondente desenvolvimento, começavam a ficar definidas as características funcionais de algumas zonas da cidade, e desenhadas diversas ligações viárias. Deste modo, na reunião da Câmara Municipal do Porto realizada em 8 de Outubro de 1942 foram aprovados, entre outros, o Projecto de Urbanização da Zona Industrial de Ramalde e a via que estabeleceria uma ligação rápida da cidade com o porto de Leixões. Este último projecto seria ligeiramente modificado na reunião da câmara realizada em 11 de Outubro de 1945, na qual, por sua vez, foi aprovada a planta de demarcação dos terrenos que iriam constituir a então denominada zona desportiva, e primitivamente destinados ao Parque da Cidade.
O projecto detalhado desta zona desportiva viria a ser aprovado na reunião da Câmara Municipal do Porto realizada em 12 de Outubro de 1948. De acordo com o plano, estava previsto que esta zona desportiva ficasse dotada de "um hotel e casino no gaveto com a Avenida da Boavista, frente ao Castelo do Queijo, um pavilhão de desportos, instalações para basquetebol e patinagem com frente para a avenida marginal, um edifício junto à Praça da Cidade do Salvador, incluindo piscina, um hipódromo, e instalações para a prática de ténis, as quais ocupariam a restante área compreendida entre a Estrada da Circunvalação, a Avenida da Boavista e a projectada Avenida de Nun'Álvares. Na zona que se designa por 1.ª fase do Parque da Cidade, estava previsto um campo de golfe de 18 buracos cujas instalações de apoio se situavam junto à Estrada da Circunvalação".
Este ambicioso projecto veio, no entanto, a ser posto de parte, mas aquela área destinada a zona desportiva acabou por conservar a definição anteriormente aprovada, dado que no Plano Regulador da Cidade do Porto, apresentado por Antão de Almeida Garrett em 1952, é considerada como "zona desportiva municipal".
Uma das etapas mais importantes na definição do futuro Parque da Cidade registou-se na reunião camarária de 21 de Novembro de 1961, na qual é aprovado o Plano Parcial de Urbanização da Zona do Castelo do Queijo. Nesta reunião, coube ao vereador Manuel Rosas a tarefa de explicar e fundamentar o projecto que então era apresentado para aprovação. De acordo com as suas palavras, "o muito apregoado lema - o Porto, a cidade do trabalho - é realmente uma verdade, mas criou uma ideia de que o Porto não sabe nem tem direito a divertir-se! Ora, para fixar a sua população e atrair os novos, é necessário que a vida na cidade seja agradável, tanto dentro das horas de trabalho como fora delas! É preciso criar essas facilidades de recreio para todos, não só no capítulo desportivo, mas também no de simples passeio, ou na de frequência das praias e parques de diversões. Temos de ter mais jardins, mais campos de jogos, piscinas, manifestações culturais, como concertos e espectáculos ao ar livre. Por isso é que este projecto é tão importante para a cidade do Porto. Ali, na zona do Castelo do Queijo projecta-se criar um grande parque, limitado pela Estrada da Circunvalação, Rua de António Aroso, Avenida da Boavista e Esplanada do Rio de Janeiro. Nesse parque haverá um lago, servindo de praia popular, piscina coberta, campo para diversos desportos, um recinto para diversões no género da feira popular, um grande hotel, pavilhões para exposições".
Apesar do ardor com que então foi apresentado, também este ambicioso plano acabou por não ser concretizado. No entanto, aquela zona da cidade passou, a partir de então, a ser considerada como uma área de espaços verdes, nomeadamente no Plano Director da Cidade do Porto apresentado por Robert Auzelle em 1962. Seria necessário, contudo, aguardar ainda cerca de três décadas para que o almejado Parque da Cidade viesse a constituir uma realidade. Efectivamente, com base num projecto de Sidónio Pardal, desenvolvido ao longo da década de 1980, concretizou-se no início da seguinte a velha aspiração da cidade em possuir um espaço verde e tranquilo que, de imediato, conquistou a predilecção dos portuenses para o usufruto dos seus tempos livres”.
Com a devida vénia a José Manuel Lopes Cordeiro, In Jornal Público




De facto, a primeira delimitação do Parque da Cidade acontece em 1932, quando à frente da autarquia estava Augusto de Sousa Rosa, que deixou o seu nome ligado a outras obras aprovadas, como sejam, o Jardim de Arca d’Água, na zona oriental da cidade, e as avenidas do Brasil e Montevideu, na Foz do Douro.
Augusto de Sousa Rosa (1871-1939) foi Presidente da Comissão Administrativa Militar da Câmara Municipal do Porto, entre 28 de Fevereiro de 1930 e 8 de Junho de 1933.

 
 

Augusto de Sousa Rosa


 
Coronel médico, a ele se ficaria a dever, na sua actividade em prol da sua intervenção de âmbito sanitário, a sua determinação na criação de um hospital durante a 1ª Grande Guerra e, ainda, a fundação de “um organismo que acaba por ser o embrião do INEM (Instituto Nacional de Emergência Médica)“.
O organismo chamava-se “Serviço de Assistência Médica Domiciliária de Emergência” e funcionava de forma permanente através do envio de ambulâncias junto das pessoas mais carenciadas da cidade do Porto.

 
 

Largo de Soares dos Reis, em V. N. de Gaia, c. 1920

 
 
Na foto anterior, com a estátua de Soares dos Reis, por fundo, Augusto de Sousa Rosa é o 4º elemento contado a partir da esquerda.
 
 
 

Soares dos Reis, no jardim do Largo Soares dos Reis, em V.N. de Gaia – Escultura, de António Teixeira Lopes, inaugurada em 1904




Parque da Cidade – Fonte: aviagemdosargonautas.net




11.12.2 Parque Oriental


“Localiza-se este parque, a Norte da Av. Francisco Xavier Esteves e a Este da Av. Cidade de Léon. A área ocupada, correspondente à I fase inaugurada em Julho de 2010, desenvolvendo-se ao longo das margens do Rio Tinto.
À semelhança do Parque da Cidade, na zona ocidental da cidade, o Parque Oriental foi projectado pelo arquitecto paisagista Sidónio Pardal. De acordo com o autor, o projecto consistiu em "transformar um espaço compartimentado e acidentado de campos num contínuo natural, relvado, arborizado e com uma rede de caminhos onde as pessoas tenham prazer em passar uns tempos livres em sossego".
Fonte: “cm-porto.pt”

Se o projecto inicialmente traçado para este equipamento de lazer, vier a ser executado na íntegra (não há ainda qualquer data para que ocorra esta concretização) o parque deverá ocupar uma área cinco vezes maior, ao longo do vale do rio Tinto, entre Pego Negro e o Freixo, na freguesia de Campanhã. 
Neste âmbito e para já, na sequência dum projecto conjunto que a Câmara do Porto iniciou em 2015, com a Câmara de Gondomar, vão avançar as obras para a construção do exutor que ligará a ETAR de Rio Tinto, em Gondomar, à estrutura congénere do Freixo, no Porto, numa intervenção financiada pelo programa POSEUR.
Após a conclusão destes trabalhos, o Parque Oriental, de início com 10 hectares, será desenvolvido e ampliado, passando a ter o dobro da dimensão que tinha antes e constituindo-se como um importante equipamento para a qualidade de vida na zona oriental da cidade, podendo a sua área chegar aos 20 hectares.
Da parte do Município do Porto, é da responsabilidade da empresa municipal Águas do Porto.


Parque Oriental da cidade do Porto


Parque Oriental da cidade do Porto – caminho pedonal



11.12.3 Parque da Pasteleira

Pasteleira é um topónimo que tem a ver com pastel + eira, abundância de pastel - planta tintureira.


“O Parque da Pasteleira é público e nasceu da reconversão da antiga Mata da Pasteleira.
A intervenção, concluída em 2003, dotou esta zona da cidade – onde também fica Serralves – de uma aprazível área de recreio, lazer e desporto. Com uma área total de 7 hectares, este parque – que tem duas parcelas separadas por uma via rodoviária e ligadas por três passagens superiores – tem vários pinheiros bravos e sobreiros. É tido como a última grande parcela de vegetação natural existente na área do Porto e nasceu segundo o projecto da autoria da arquitecta Marisa Lavrador. Tem ainda um Centro de Educação Ambiental e uma ciclovia com cerca de 2 quilómetros, que foi criada em 2009 e o liga ao Parque da Cidade”.
Fonte: helloguideoporto.com


Parque da Pasteleira – Ed. “helloguideoporto”


Parque da Pasteleira (atravessamento aéreo) – Ed. “helloguideoporto”


Na área do Parque da Pasteleira existe, desde os começos do século XX, uma estação elevatória de água, que se destinava a servir aquela zona e, principalmente, a zona da Foz do Douro.


Estação Elevatória da Pasteleira – Ed. José Magalhães


“Atualmente a Águas do Porto, EM, assegura a distribuição gravítica de água a praticamente toda a cidade, sem necessidade de recurso a Estações Elevatórias (EE). Tendo por base o Projeto Porto Gravítico (2006-2012) que consistiu na reestruturação da rede de distribuição de modo a colocar fora de serviço quatro EE (Bonfim, Nova Sintra, Pasteleira e Santo Isidro) do sistema municipal, foi possível efetuar o abastecimento por gravidade em praticamente todo o sistema. Apenas a EE dos Congregados está atualmente em serviço para abastecer a zona de cota mais elevada da cidade, ZMC Congregados Superior, cujo abastecimento de forma gravítica não é possível devido à topografia do terreno”.
Fonte: “aguasdoporto.pt”


Desactivada a estação elevatória da Pasteleira, estão as instalações que lhe estavam afectas, a ser convertidas, presentemente, numa das peças do que virá a ser, um polo do futuro Museu da História da Cidade do Porto


“A estrutura, semienterrada no Parque da Pasteleira, está a ser alvo de recuperação, com um orçamento de cerca de 700 mil euros, e será depois dotada de  peças do acervo do Município, elementos multimédia e novos conteúdos, abrindo ao público em outubro de 2018.
Além de contribuir para dar "nova vida e dignidade" ao Parque da Pasteleira, o Reservatório será um dos focos de interesse museológico espalhados pelo Porto, sob o conceito de Museu da Cidade.
(…) A construção está a ser intervencionada pelos arquitetos Alexandre Alves Costa e Sergio Fernandez que, desde logo, decidiram "evidenciar a rudeza dos materiais que a caracterizam", privilegiar a criação de um espaço verde para lazer na sua cobertura e "potenciar toda a qualidade deste espaço complexo, abrindo-o ao parque", tornando possível a sua fruição pública”. 
Fonte: “porto.pt”


As obras em curso na Estação Elevatória da Pasteleira – Ed. “porto.pt”


Parque da Pasteleira – Ed. José Magalhães

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