segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

(Continuação 33) - Actualização em 30/11/2018 e 06/12/2019

Escola Prática Comercial Raúl Dória


“Raúl Dória, de seu nome completo Raúl Montes da Silva Dória, nasceu no Porto, na freguesia de Santo Ildefonso, a 6 de Janeiro de 1878, sendo filho do industrial de alfaiataria José Maria da Silva Dória e de Emília Montes da Silva Dória, natural, esta, da freguesia do Bonfim, no Porto. Dória frequentou o Curso de Comércio do Instituto Industrial e Comercial e foi um contabilista reputado, um professor dedicado, além de autor de várias obras didácticas, relacionadas com a sua especialidade.
Ainda, enquanto estudante, em 1900, começou a dar explicações, não só a alguns dos seus colegas do Instituto, como de Escrituração Comercial a dois alunos do professor Santos Pousada. Foi, a partir deste grupo que se reunia no seu pequeno e modesto quarto de estudante, na Rua de Santa Catarina, que nasceu o fulcro da escola que haveria de fundar, no ano seguinte. O seu quarto foi alargado, deitando abaixo uma parede para conseguir, desta forma, mais espaço para albergar um número maior de alunos. Aí, criou o denominado Curso Comercial e Caligráfico.
O êxito deste ensino, de características muito práticas, levou Raúl Dória, no final do ano lectivo de 1901/1902, a mudar o curso para um andar na Rua de Santo Ildefonso, nº. 428, onde prosseguiu o seu trabalho docente.
Depressa, também este espaço se tornaria exíguo para o número de alunos em constante crescimento, o que o levou a alugar uma casa de dois andares, em 30 de Novembro de 1902, na rua do Bonjardim, nº 235, dando-lhe o nome de Escola Prática Comercial.
Fundava, então, no Porto, com apenas 24 anos, a primeira escola, deste género de ensino”.
Cortesia de Maximina Girão Ribeiro



Aqui, estava a Escola Raúl Dória (entre 1902 e 1904), na Rua do Bonjardim, nº 235, em prédio que hoje seria fronteiro ao “Restaurante Conga”



“A Escola Prática Comercial Raul Dória foi fundada na cidade do Porto a 30 de Novembro de 1902, por Raul Montes da Silva Dória, que a dirigiu até 1922. Vocacionada para o ensino técnico comercial, teve início na Monarquia, passou pela Primeira República e leccionou até ao ano lectivo de 1963/1964. Instalada durante dois anos na rua do Bonjardim, rapidamente sentiu necessidade de mudar de instalações, o que ocorreu em 1904 para a rua Fernandes Tomás, onde veio a permanecer três anos, altura em que se fixou definitivamente no denominado Palácio das Lousas, na rua Gonçalo Cristóvão, a 9 de Outubro de 1907. Considerada a primeira Escola de ensino comercial na Península Ibérica, baseou-se em métodos de instituições europeias colocando a tónica no ensino prático, para o qual possuía instalações e material didáctico onde os alunos praticavam o que aprendiam na teoria. A finalidade desta escola era suprimir as necessidades que se faziam sentir nas casas de comércio, dando-lhes conhecimentos práticos e técnicos de imediata utilidade. Vista como um estabelecimento modelo, era preferida a nível nacional pelos que desejavam seguir a carreira do comércio.”
Com a devida vénia a Mário Lázaro Santos Vieira - Dissertação De Mestrado Em História E Educação




“Segundo descreve o jornal O Correio do Norte a 2 de Outubro de 1906, as novas instalações eram compostas pelo gabinete de leitura, onde aluno encontrava uma biblioteca composta de obras relacionadas com os conteúdos disciplinares, tratados comerciais, jornais de ensino comercial e doméstico, pela sala de dactilografia, onde existiam cinco tipos diferentes de máquinas de escrever, podendo os alunos escolher a máquina específica para o seu trabalho, pela sala de comércio, a mais importante da Escola, pela sala de aritmética, sistema métrico e estenografia, 78 pelas espaçosas salas de línguas e ciências e pelas salas destinadas ao curso de economia doméstica (sala de corte e confecções, sala de brunidos, cozinha prática e sala de desenho e bordados) devidamente equipadas.79 Três anos decorridos sobre esta última instalação na rua Fernandes Tomás, o prédio tornou-se novamente pequeno para o fim a que o haviam destinado, devido ao aumento anual de alunos candidatos aos diferentes cursos.”
Cortesia de Mário Lázaro Santos Vieira, In Dissertação de Mestrado Em História e Educação (Porto, 2010)



Escola Raúl Dória (entre 1904 e 1907) no nº 424, da Rua Fernandes Tomás (cujo edifício já não existe), e que se situava na esquina daquela rua com a Rua do Dr. Alves da Veiga




Em 1907, Raúl Dória, mais uma vez, irá mudar de instalações, dada a exiguidade daquelas que vinha ocupando com a sua escola.
Arrenda o palacete das Lousas, na Rua de Gonçalo Cristovão, nº 189/191, com jardim à frente e um enorme quintal nas traseiras, ladeado a poente pelo Horto Municipal (que hoje ocuparia se existisse nesse local a área afecta à Estação de Metro da Trindade).
Após as necessárias obras de adaptação, Raúl Dória inaugura a 9 de Outubro de 1907, as novas instalações, ladeado pelo seu pai, Silva dória, um industrial da alfaiataria e com a presença da imprensa, tendo marcado presença: O Primeiro de Janeiro; O Diário Nacional; A Palavra; O Jornal de Notícias; O Correio do Norte; A Voz Pública; O Comércio do Porto; O Diário da Tarde; O Norte; O Mundo, de Lisboa; A Vanguarda, de Lisboa e O Progresso da Foz.



Escola Raúl Dória, no Palácio das Lousas, entre 1907 e 1964



Direcção da Escola Raul Dória – Cortesia de José Leite (restosdecoleccao.blogspot.com)



Sala de aulas da Escola Raúl Dória


Aula na Escola Raúl Dória ensaiando uma cena do quotidiano comercial



Publicidade à Escola Prática Commercial Raúl Dória em 1910


No início de Janeiro de 1912, aparece nas bancas o quinzenário "O Porto Académico", orgão dos alunos da Escola Raúl Dória, de que José Quintana de Lima era redactor-secretário e que se apresentava com a escolhida colaboração de Raúl Tamagnini Barbosa, Amadeu Soares (Picolino), Alves Barbosa, Horácio Rodrigues Seabra (Virgílio Augusto), Gomes Monteiro e Mário de Figueiredo, que viria a ser chefe de redacção no " O Primeiro de Janeiro".



Entrada da Escola Raúl Dória em 1915 – Fonte: fotograma editado de filme da Cinemateca Portuguesa



Em 15 de Setembro de 1922, Raúl Dória faleceria prematuramente de tuberculose.
A Escola Prática Comercial Raúl Dória, estabelecimento de ensino particular, foi considerada a primeira Escola desta especialidade de ensino, na Península Ibérica, que se baseava em métodos práticos, preparando pessoas competentes para as funções comerciais. 
Em 31 de Agosto de 1949, o prédio onde se alojava a Escola Prática Raúl Dória foi alvo de um incêndio e, após realização das obras que se impunham, reabriria no mês de Outubro daquele ano, no recomeço do ano lectivo.
A Escola Prática Raúl Dória esteve em actividade até ao final do ano lectivo de 1963/64.
No local do Palácio das Lousas, na Rua Gonçalo Cristovão, seria construído o edifício sede do Jornal de Notícias.






Escola Industrial Infante D. Henrique – Museu Comercial e Industrial do Porto


A Escola Infante D. Henrique foi criada por um decreto de Janeiro de 1884 do ministro António Augusto de Aguiar, com o nome de Escola de Desenho Industrial de Vilar, tendo, então, ficado instalada no antigo Circo do Palácio de Cristal, anexa ao Museu Comercial e Industrial que para ali foi, em 1885. A 5 de Dezembro, desse ano, recebeu o nome do Infante D. Henrique, que manteve até hoje.
Actualmente, está localizada no Largo Alexandre Sá Pinto, topónimo que tem a sua origem num doador que em testamento de 8 de Janeiro de 1925, lavrado num notário de Buenos Aires, na Argentina, instituiu herdeiros universais do remanescente da sua herança a Escola Infante D. Henrique, a Escola Industrial Marquês do Pombal, de Lisboa, a Universidade de Coimbra, o hospital de Santo António e a Misericórdia de Ovar.
Voltando ao processo de busca de melhores instalações por parte da escola, atente-se que as primitivas viriam a mostrar-se, desde cedo, manifestamente insuficientes para a procura dos alunos.

“A 13 de Janeiro de 1890, a escola ocupa instalações situadas na Rua do Triunfo (actual D. Manuel II), que sendo ainda insuficientes, motivaram em 1892 a mudança para outras, na Rua da Bandeirinha e, posteriormente, em Abril de 1897 para o Palacete Sandeman na Cordoaria onde se manteve até 1933, mudando finalmente, para as instalações que ainda hoje ocupa, no Largo Alexandre Sá Pinto”.
Fonte - Luis Alberto Marques Alves, In: Tese de doutoramento, de História Moderna e Contemporânea


Circo Olímpico do Palácio de Cristal – Fonte:  "O Tripeiro", V, 6ªSérie, Setembro 1965, p.273


Palacete Sandeman


A Escola Industrial Infante D. Henrique passou a ocupar o palacete Sandeman, a partir de 7 de Setembro de 1897, tendo sido nestas instalações antecedida, pela Escola Moderna do Porto que, por aí, já estava, em 1884.
Desta escola, foram directores, António Augusto Pinto de Almeida Chaves e João Eduardo de Azevedo.


Instalações actuais



“O interesse pelas prelecções aos cursos ali ministrados foi tal que, em Junho do ano seguinte, concorreram mais de meio milhar de jovens, sendo dez do sexo feminino. As limitadas instalações não permitiam absorver tantos pretendentes.
A formação técnica que seguia em grande apogeu levou, dois anos mais tarde, a que o ministro Emílio Navarro desse início à criação duma fórmula com os princípios básicos dum ensino de carácter prático, acompanhado de um trabalho manual apropriado às necessidades de cada especialidade.
De acordo com um esboço histórico do estabelecimento, em 1891, a organização de João Franco transforma-a conjuntamente numa escola Industrial completa, onde se ministra um ensino primário elementar, com desenho e trabalho manual educativo, e um curso geral complementar, preparatório para os institutos comerciais e industriais. Todas as reformas desde então implementadas pelo Poder Central atingem, desde logo, este estabelecimento de ensino que, no seu ramo, se converte paulatinamente numa das mais prestigiadas do país.
Para além do Desenho, vão-se implementando cursos de Lavores Femininas (1892), Artes Gráficas (1922), Prático-Electricista (1924) e Condutor de Automóveis (1925). Mais tarde Construção Civil, Química, Têxtil, e Radiotécnica.
Por sua vez o museu Comercial e Industrial do Porto, seria criado por decreto de 1883 e tinha por finalidade expor ao público, colecções de produtos e matérias-primas, acompanhados por esclarecimentos sobre a sua origem e história, como seja o local de fabrico, fabricante ou comerciante, preços, etc, e muitas outras informações, acerca do seu valor e aplicações.
Foi inaugurado em 1886 na área chamada o Circo Olímpico do Palácio de Cristal, a nascente, tendo como conservador Joaquim Vasconcelos.
Seria extinto em 1899 tendo sido um grande apoio do ensino das escolas industriais.
Em 1914 apesar de fechado, conservava ainda o seu espólio, o que originou que este passasse para a tutela do Instituto Industrial do Porto, constituindo um museu na Escola para que viesse a servir outras, o que nunca se veio a concretizar”.
Fonte: amigos-de-portugal.blogspot.pt






“Filipa de Vilhena (Nasceu c. 1585 em Lisboa e aí faleceu, em 1 de Abril de 1651), primeira e única Marquesa de Atouguia, foi uma nobre portuguesa que se tornou símbolo do patriotismo de seu país durante a Restauração da Independência. Sua história foi adaptada por Almeida Garrett em uma peça homónima, o que contribuiu para sua idealização”.
Fonte: pt.wikipedia.org

A Escola Secundária Filipa de Vilhena tem a sua origem a 3 de Setembro de 1898, com a publicação do decreto que organiza, no Instituto Industrial e Comercial do Porto, o curso preparatório para o referido instituto.
São desse ano, de 1898, os registos mais antigos que se encontram guardados nos arquivos da escola. O seu primeiro director interino, que assina documentos, em 1899, era José Guilherme de Parada da Silva Leitão.
Desconhece-se qual a sua primeira morada, embora alguns alvitrem que, até passar a Escola Mouzinho da Silveira, esteve no palacete de Vilar de Perdizes na Rua das Taipas.
Em 26 de Junho de 1949, a escola Filipa de Vilhena promove uma festa de homenagem às três “Irmãs Meireles” que, aí, tinham sido alunas.
À data, as três irmãs eram o sucesso da rádio e da canção nacional. Por cá, foram vedetas, estendendo-se a fama até ao Brasil, onde viveram e actuaram, preenchendo, em parte, o lugar que tinha sido pertença da marcoense, Carmen Miranda.
A partir do Decreto 18420, de 4 de Junho de 1930 (que organizou o ensino profissional), a Escola recebia a designação de Escola Comercial Mouzinho da Silveira e passaria a ocupar o palacete Sandeman na Cordoaria, entretanto abandonado pela Escola Industrial Infante D. Henrique em 1933.

Escola Comercial Mouzinho da Silveira no Palacete Sandeman




Em 1948, com a publicação do Decreto 37029, a Escola Comercial Mouzinho da Silveira, que era mista, passou a designar-se Escola Comercial Filipa de Vilhena, porque passou a ser uma escola feminina. E daí a mudança de nome.
O actual edifício foi inaugurado em 28 de Maio de 1958, correspondendo ao crescimento populacional da freguesia de Paranhos, progressivamente a substituir as grandes quintas por blocos de habitação, e pelo pólo da Asprela da Universidade do Porto.
Até ao ano lectivo de 1975/76 a Escola ministrou o Curso Geral de Administração e Comércio e os Cursos Complementares de Administração, Contabilidade e Secretariado, em regimes diurno e nocturno.
A partir de 1975/1976 a escola passou a ser frequentada por alunos de ambos os sexos e, em 1979/80 com a Reforma do Ensino que terminou com a distinção entre ensino liceal e ensino técnico, passou a designar-se por Escola Secundária Filipa de Vilhena.
Actualmente possui cursos do 7.º ao 12.º ano, tendo uma oferta formativa diversificada: ensino básico, ensino secundário – todos os cursos científico-humanísticos e cursos profissionais – cursos EFA básicos e secundárias e está em conclusão o ensino recorrente por módulos.




Instalações actuais




Escola Comercial Oliveira Martins


"A Escola Oliveira Martins foi criada em 28 de Setembro de 1895, por decreto ministerial como “Escola Elementar e Comercial Portuense”, e iniciou a actividade em Janeiro de 1896 na parte lateral do edifício da Bolsa.
Em 1915 alterou a sua denominação para Escola Comercial Oliveira Martins.
A partir de 1916 as instalações já se tinham tornado exíguas, mas a mudança só se concretizou em 1928 após obras realizadas no Palacete dos Vilar de Perdizes.
Em 1941 a Oliveira Martins muda novamente, agora para a Rua do Sol nº 28".
Com a devida vénia a Maria Manuela M. S. R. Veloso Gomes - In Mestrado em Engenharia Civil

“A 23 de Maio de 1970 foi inaugurado na R. Major David Magno (uma rua paralela à Avenida Fernão de Magalhães), o edifício onde durante mais de 2 décadas funcionaria a Escola Comercial Oliveira Martins.
Devidamente dotado de espaços ao bom funcionamento do curso de comércio para os 2000 alunos do sexo masculino, que na altura frequentavam a escola ela, inserir-se-ia assim, nos estabelecimentos de Ensino Técnico, que integravam a estrutura do ensino em vigor até à década de 70, e que se caracterizavam pela coexistência de dois percursos alternativos: o Ensino Liceal, que preparava para o prosseguimento de estudos, e o Ensino Técnico, que preparava para entrada no mercado de trabalho.
À entrada do terceiro milénio, a Escola Secundária Oliveira Martins, atenta aos novos desafios da educação, ofereceu novos Cursos Tecnológicos e Cursos de Educação e Formação Profissional Inicial, em áreas que mantinham a sua ligação tradicional aos sectores económico e social. Beneficiando de melhores condições de ensino-aprendizagem, como resultado, da diminuição do número de alunos, da reorganização das actividades de apoio pedagógico, da renovação do equipamento escolar, e sobretudo, do esforço continuado de todos os membros da comunidade educativa, a Escola Secundária Oliveira Martins desempenhava um papel social de relevo no contexto educativo, honrando a cidade que a viu nascer, na antiga Rua do Sol”.
Fonte: kostadealhabaite.blogspot.pt


Últimas instalações na Rua Major David Magno



Escola Comercial Oliveira Martins na Rua do Sol no antigo Solar do Conde de Samodães



Exterior da Escola na Rua do Sol



Perspectiva obtida a partir do viaduto de Duque Loulé do que resta da escola que esteve na Rua do Sol



O patrono da Escola Comercial Oliveira Martins, Joaquim Pedro Oliveira Martins (Lisboa, 30 de Abril de 1845 — Lisboa, 24 de Agosto de 1894) foi um historiador, político e cientista social português.
Órfão de pai, teve uma adolescência difícil, não chegando a concluir o curso liceal, que lhe teria permitido ingressar na Escola Politécnica, para o curso de Engenheiro Militar. Esteve empregado desde os 13 anos até 1870 quando, devido à falência da empresa onde trabalhava, foi exercer funções de administrador de uma mina na Andaluzia. Quatro anos depois regressou a Portugal para dirigir a construção da via-férrea do Porto à Póvoa de Varzim e a Vila Nova de Famalicão. Em 1880, foi eleito presidente da Sociedade de Geografia Comercial do Porto e, quatro anos depois, director do Museu Industrial e Comercial do Porto. Mais tarde desempenhou as funções de administrador da Régie dos Tabacos, da Companhia de Moçambique, e fez parte da comissão executiva da Exposição Industrial Portuguesa.



Escola Fontes Pereira de Melo




“A 15 de Dezembro de 1960 foi criada na cidade do Porto, pelo Decreto-Lei n.º 43410 a Escola Industrial Conde Ferreira que nunca chegou a funcionar. Esta escola passou a denominar-se Escola Industrial Fontes Pereira de Melo, conforme consta da Portaria 23551, de 21 de Agosto de 1968.
A Escola Fontes Pereira de Melo nasceu a 4 de Novembro de 1968, e funcionou em instalações provisórias, anteriormente ocupadas pelo Instituto Industrial, na Rua do Breiner, n.º 164, em regime diurno e nocturno, e apresentava os seguintes cursos: Curso de Formação de Montador Radiotécnico; Curso de Formação de Electromecânico; Curso de Formação de Carpinteiro de Moldes; Curso de Aperfeiçoamento de Montador Radiotécnico; Curso de Aperfeiçoamento de Electromecânico; Curso de Aperfeiçoamento de Carpinteiro de Moldes.
Devido à falta de espaço para a instalação dos laboratórios, o Curso de Aperfeiçoamento de Montador Radiotécnico funcionou na Escola Soares dos Reis, até ao ano lectivo de 1975/76.
A construção de alguns pavilhões pré-fabricados, em terreno anexo à escola, permitiu o funcionamento destes cursos nas instalações provisórias da Rua do Breiner.
A escola debateu-se, ainda, com a inexistência de cantina e instalações desportivas condignas. Atendendo à situação precária das instalações, o então Ministério da Educação Nacional anunciou em 1969 a construção de uma nova Escola Industrial Fontes Pereira de Melo, em terrenos limítrofes ao Bairro do Cerco do Porto.
Tratar-se-ia de uma escola moderna, implantada numa área de 3500 m2, com uma área coberta de 1800 m2.
Teria uma capacidade para 3000 alunos e nela seriam ministrados os Cursos de Formação de Carpinteiro de Moldes, Fundidor, Serralheiro, Montador Electricista, Montador Radiotécnico, bem como os cursos de Especialização de Desenhador Industrial, Fresador, Torneiro e Mecânico de Automóveis, e ainda a Secção Preparatória para Admissão ao Instituto Industrial. Por vicissitudes várias, este projecto nunca chegou a concretizar-se.
Em 1984, a criação dos Cursos Técnico-Profissionais, com as exigências próprias do seu funcionamento veio a acentuar ainda mais a precariedade das instalações. A mudança tornou-se inevitável.
Em 1987, finalmente, é inaugurada uma nova escola junto ao Estádio do Bessa, onde já funciona o Ensino Unificado. No ano lectivo seguinte a Escola começou a funcionar na totalidade no novo espaço, com os cursos Técnico-Profissionais da área B: Electrónica, Mecânica e, mais tarde, Informática, além de cursos via de ensino da mesma área”.
Fonte: “arquivo-ec.sec-geral.mec.pt”


Edifício primitivo da Escola Fontes Pereira de Melo na Rua do Breiner – Ed. “canalm87.blogspot.com”



Escola Fontes Pereira de Melo actualmente – Ed. “telecom.inescn.pt”




Colégio Alemão
 

Durante o século XIX, algumas famílias alemãs se estabeleceram na cidade, sendo disso exemplo os Burmester, os Biel, os Gilbert, os Lube, os Dahl, etc, pelo que, se tornaria necessário providenciar o funcionamento de escolas para servir aquela comunidade.
Na Rua de Cedofeita, em frente à Rua da Torrinha esteve, em tempos, sob uma arcada do piso térreo de um prédio, a fonte de Cedofeita. Nesse prédio, que ainda existe, esteve a pensão La Fontaine que ocupou as instalações da escola «Von Hafe Schule» fundada, em 1855, pelo padre Martin Richter.



Edifício, na Rua de Cedofeita, onde esteve o colégio Von Hafe



Aquela escola viria a dar lugar a um outro projecto, a partir de 18 de Novembro de 1901, que se designou por «Deutsche Schule zu Porto», sedeado na Rua da Restauração, nº 410, e que foi o embrião do Colégio Alemão.
Alugada, então, a casa de três andares na Rua da Restauração, o pastor Martin Richter, que também habitava a casa foi o primeiro director do colégio. A 18 de Novembro de 1901 foram contratados dois docentes e dois auxiliares de educação para dar aulas a 18 rapazes e 3 raparigas. Para evidenciar o caráter alemão da escola, esta só era frequentada por alunos de nacionalidade alemã.
Em 1909, o professor Alexander Geys foi o sucessor do Pastor Richter nas funções de diretor do Colégio Alemão do Porto.
Em Setembro de 1909, o colégio desloca-se para a Rua do Breiner para junto do Clube Alemão que por aí estava.
Em 1915, devido ao aumento de renda, dava-se nova mudança para a Rua da Boavista.

 
 



Em consequência da ocorrência da 1ª Guerra mundial, os bens do colégio seriam confiscados e a comunidade alemã expulsa do país.
Acabado aquele conflito, os alemães retornariam e as aulas chegariam a funcionar nas próprias residências, até que, em 1922, o colégio vai ter sede própria na Rua de Alto de Vila.


“ (…)  a 3 de Março de 1922, foi decidido alugar um edifício na rua Alto de Vila, 58, por uma renda mensal de 200$00. Max Schwair predispôs-se a assumir a direção da escola, recebendo, como pagamento, 500$00 mensais. Contrataram-se dois professores alemães e, mais tarde, um português. No primeiro ano escolar, lecionaram-se 36 alunos que, devido aos parcos meios financeiros, frequentavam uma escola precariamente equipada. Em 1923 a direção foi assumida pelo professor agregado Paul Hasselbarth. Até 1924, a escola funcionou no acanhado edifício, onde sete classes estavam a cargo de cinco professores. Aos alunos portugueses não era ainda administrado um ensino diferenciado da língua alemã.
Em Novembro de 1924, a administração do colégio pôde alugar uma casa maior na rua Senhora da Luz, 50, para a qual, depois das remodelações necessárias, se mudou em Fevereiro de 1925”.
Fonte: “dsporto.de/pt-pt/”
 
 
Na Rua Senhora da Luz se manteve o colégio Alemão até ser instalado na Rua de Guerra Junqueiro.
 
 
 
 
“Em 1930, o embaixador alemão, Dr. Van Baligand consegue apoio financeiro do Estado Alemão e adquire um terreno na Rua de Guerra Junqueiro para a construção de uma Escola, como sede da Sociedade de Instrução e Recreio, representada por Adolfo Höfte. É inaugurada em 1932.
Mas, durante a II Guerra Mundial, os bens são confiscados e a «Casa Amarela» é fechada e assaltada. Com os dinheiros que receberam da Emissora Nacional pela referida casa, adquiriram um terreno na mesma rua. A Direcção Federal de Construções de Berlim (Bundesbaudirektion Berlin), através do seu delegado especial, o arquitecto Gunter Trebbin, solicita a construção da escola alemã, adaptada ao terreno pelo Engenheiro Konrad Wiesner. Este segundo colégio, é inaugurado a 9 de Outubro de 1961 na Rua de Guerra Junqueiro nº 162”.
Fonte - site: balcaovirtual.cm-porto.pt


 

Construção do Colégio Alemão, que ficaria conhecido, mais tarde, por Casa Amarela

 

Casa Alemã e Escola Alemã (Casa Amarela) na Rua Guerra Junqueiro que, depois da II Guerra Mundial, passaria para a Emissora Nacional



Nas primeiras instalações (foto acima), na Rua Guerra Junqueiro, o Colégio Alemão convivia paredes-meias com a Sinagoga Kadoorie Mekor Haim.
Em virtude dos acontecimentos referentes à 2ª Guerra Mundial, os alemães seriam novamente expulsos e os seus bens confiscados.
O edifício, na Rua Guerra Junqueiro, entretanto, tinha sido vandalizado.
Acabada a guerra, dá-se o retorno e as aulas dos filhos desta comunidade passam a ser ministradas nas próprias residências, pois a normalidade do ensino só seria retomada em 1952.
Entretanto, são arrendadas instalações, na Rua de Gondarém, à Foz do Douro.
Vendido o prédio “Casa amarela”, na Rua Guerra Junqueiro, à Emissora Nacional, são inauguradas, em 1961, as instalações que ainda hoje o colégio ocupa naquela mesma rua.
O chão do edifício em que esteve implantada a Casa Amarela, em 1980, seria usado para a construção de três blocos de apartamentos da cooperativa da Associação dos Moradores da Zona do Campo Alegre.

 
 
 

Colégio Alemão, em 1963 – Fonte: AHMP

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