terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

(Continuação 27) - Actualização em 21/10/2017 e 09/04/2020


“A Sociedade Protectora dos Animais do Porto (SPAP), foi fundada a 30 de Maio de 1878, por um conjunto de pessoas liderado pela Exma. Sra. D. Alice Ulsenbos, filha do ilustre cônsul Holandês Conrad Ulsenbos. A 9 de Novembro de 1878, foram aprovados os estatutos por alvará do Governo Civil do Porto. Aquando da sua criação, a Sociedade centrava-se na protecção de animais de tracção, uma vez que era notório o trabalho excessivo e o sofrimento dos animais que durantes longas horas subiam as íngremes calçadas da cidade do Porto, encontrando-se sujeitos a esforços físicos astrosos.
A primeira acção da Protectora dos Animais foi a colocação de fontanários em determinados locais da cidade do Porto, para que os animais pudessem usufruir de água. Com a substituição dos animais por veículos motorizados, a Sociedade Protectora dos Animais do Porto sofreu uma nova orientação, começando a centrar-se na prestação de cuidados a animais de estimação.
Procedeu-se ainda à construção de uma sede na Praça de Carlos Alberto, num segundo andar, que foi adaptado para a instalação de um consultório, onde os serviços de veterinário, a tempo parcial, eram reservados para associados. Com o evoluir dos anos e após alguma contenda no parlamento, consegue a fundação ser abrangida pela declaração de utilidade pública particular por lei de 16 de Março de 1914”.
Fonte – Site: “spaporto.pt”


A Sociedade Protectora dos Animais foi fundada, portanto, em 30 de Maio de 1878, tendo sido abrangida pela lei de Declaração de Utilidade Publica em 1914.
Por ocasião das comemorações dos seus 25 anos, foram inaugurados dois fontanários – Praça da Batalha e Praça de Carlos Alberto - que tinham a particularidade de ter duas taças: a superior destinava-se aos cavalos e a inferior aos cães.
Em 1907 a Srª D. Alice Hulsenbos contribui para o levantamento de uma fonte para animais no actual Largo Artur Arcos.
O rei D. Manuel II foi uma das personalidades que estiveram presente nas comemorações dos 31 anos da Sociedade Protectora dos Animais do Porto.
Foi em 1969, que o benemérito José Maria Nascimento Cordeiro, presidente do F C Porto entre 1961 e 1965, concretizou o sonho de tantas gerações, ao doar a Quinta das Tílias à instituição, o que permitiu criar um pavilhão clínico e dar abrigo aos animais que vadiavam pelas ruas do Porto.
A Quinta das Tílias ficava situada no Monte da Costa e era, também, conhecida por Quinta do Monte da Costa.
A cerimónia da doação ocorreria durante um almoço, em 16 de Fevereiro de 1969, no Hotel Tuela, ao Bom Sucesso, em que foi homenageado Nascimento Cordeiro.
Entre 1970 e 1974, a SPA construiu cem canis e deu protecção a 300 animais.



Quinta das Tílias – Fonte: Arquivo Municipal do Porto




Entrada da Quinta das Tílias – Fonte: Arquivo Municipal do Porto



A Sociedade Protectora dos Animais teve que ceder a maior parte do espaço que ocupava na zona das Antas para a construção do Estádio do Dragão, tendo ficado reduzida aí a um pequeno espaço, vindo a ocupar, posteriormente, uma outra área cedida nas antigas instalações do antigo Matadouro Municipal, na Rua de S. Roque da Lameira. 




11.19 Observatório Meteorológico da Serra do Pilar


“Em Portugal, as primeiras referências a observações meteorológicas surgiram no século XVII, de uma forma isolada e individualizada. De entre os estudiosos de meteorologia destacou-se o médico portuense Dr. José Bento Lopes que no ano de 1792, recolheu dados meteorológicos diários na cidade do Porto.
Na sua maioria, as observações eram feitas por académicos, médicos ou professores de Física, que faziam leituras meteorológicas associadas à Saúde Pública. Na Academia Real da Marinha e Comércio também se faziam observações mas ligadas ao estudo da náutica e da astronomia.
No sentido de melhorar as observações que até então se faziam e as instalações onde as mesmas eram efetuadas - na sua maioria careciam de qualidade relativamente às existentes fora do país - foi criada em 1853, na ala Sul do Hospital de Santo António, na antiga sede da Escola Médica, uma estação meteorológica, designada por Observatório da Escola Médica do Porto. Constituiu o “primeiro estabelecimento oficial onde se começaram a fazer observações meteorológicas regulares”, desempenhando um importante papel no ensino das ciências médicas, em especial a disciplina de Higiene.
O objetivo de criar um Instituto meteorológico onde se pudessem fazer seguidas e ininterruptas observações, como já se faziam noutros países cientificamente mais desenvolvidos, foi conseguido em 1854”.
Fonte: “memoriasgaiensesbibliotecadegaia.blogspot.pt”


Observatório Meteorológico da Escola Médica do Porto (lá bem no alto) a funcionar no Hospital de Santo António




Em 1854 é criado um Posto Meteorológico anexo ao Observatório Meteorológico do infante D. Luís de Lisboa, que no final do século XIX vai dar origem a uma estrutura muito mais ambiciosa.
Com a necessidade dos comerciantes da cidade do Porto terem o conhecimento atempado das condições meteorológicas para saberem das possibilidades de embarque e desembarque das matérias que eram movimentadas nos cais do rio Douro, em 1885 e na sequência da experiência já vivida há alguns anos em Lisboa, é criado um Posto Meteorológico autonomizado em relação ao da capital nascendo, assim, o “Posto Meteorológico e Casa Magnética do Porto”.
Este, um pouco mais tarde, seria rebaptizado como “Observatório Princesa D. Amélia”.
O 1º Director do observatório será o capitão de fragata José Maria Soares Ferreira, tendo a Academia Politécnica do Porto no início do século XX, acabado por englobar a estrutura existente e, quando em 1911 a Academia dá lugar à Universidade do Porto, ela vai acabar por pertencer à Faculdade de Ciências.
Em 1913, finalmente, o observatório toma o nome pelo qual é conhecido dos portuenses, se bem que, oficialmente desde 1946 ele seja designado por, “Instituto Geofísico da Universidade do Porto”.


Serra do Pilar em vista aérea em 1950

Em 1º plano na foto anterior é possível ver o edifício do observatório da Serra do Pilar.
O edifício actual deriva do existente no século XIX, com intervenções sucessivas, realçando-se a efectuada na década de 30 do século XX.
De referir que no início da década de 60 foi possível construir nos terrenos do observatório, com o apoio dos USA, um “bunker” (inaugurado em 1962) de uma rede extensa a nível mundial, onde uns sismógrafos registavam qualquer abalo sísmico, inclusive os ocorridos em virtude de ensaios nucleares da União Soviética.
Até 1993 funcionou esse serviço que implicava, que técnicos do Instituto, ao fim de cada dia, entregassem os registos junto do consulado dos USA no Porto. Hoje aquela unidade de registo encontra-se exclusivamente ao serviço do Instituto.



Observatório Meteorológico da Serra do Pilar


“O Instituto Geofísico da Universidade do Porto, ou Observatório Meteorológico da Serra do Pilar, é um estabelecimento dependente da Faculdade de Ciências da U. Porto. Fundado em 1833 e anexado à Academia Politécnica do Porto em 1911, acumula as funções de investigação e de ensino. O Instituto integra a Rede Meteorológica Nacional (estação 08546), para a qual fornece diariamente dados sobre temperatura do ar (termómetro seco e molhado), temperatura da relva, pressão, humidade, precipitação, velocidade do vento, nebulosidade e horas de insolação.
O edifício principal, que dispõe de dois pisos com um alto pé direito e uma área de implantação de cerca de 300 m2, foi construído em finais do século XIX numa elevação a oeste da Ponte D. Maria, na Serra do Pilar, em Vila Nova de Gaia.
"O seu aspecto exterior é dignamente concebido com as suas janelas emolduradas a granito. É muito cuidado tanto nos aspectos construtivos como na composição das fachadas. Sobre os panos de parede rebocados e pintados de cor clara, rasgam-se amplas janelas, todas iguais e alinhadas vertical e horizontalmente. Fora deste esquema repetitivo de composição sobressai apenas a porta principal do edifício, colocada a meio das maiores fachadas, sobrepujada por um janelão com o qual se unifica por moldura de granito."
As actividades que o Instituto Geofísico exerce em domínios como os da Sismologia, Climatologia e Meteorologia desenrolam-se noutros edifícios, situados no terreno circundado por um muro ao longo de toda a sua extensão.
A torre do Observatório apresenta as seguintes coordenadas: latitude 41º 08' 19'' N, longitude 8 º 36' 09'' W, altitude 93,515 m”.
Fonte Site: “sigarra.up.pt/up/pt”

Há cerca de três anos (2014) foi executada uma reabilitação do Instituto Geofísico (Observatório Meteorológico da Serra do Pilar - uma das duas únicas estações climatológicas seculares existentes no país).

“Esta reabilitação teve como pano de fundo a museificação do imóvel classificado. Do edifício anteriormente devoluto foram reconvertidas as salas em gabinetes de trabalho e áreas de investigação e lúdicas sobre a estação meteorológica, prevendo ainda a reactivação da estação meteorológica com a recolha diária de elementos.
Na cave, instalou-se o sismógrafo e a oficina pedagógica, e no rés-do-chão instalou-se uma exposição de  máquinas, cartografia e mapas antigos, sala de leitura e a parte em serviço da estação meteorológica.
Construtivamente o edifício, não obstante encontrar-se anteriormente desocupado, apresentava estado de serviço razoável, tendo-se procedido à reabilitação das fachadas em alvenaria de pedra rebocada, revestimentos interiores nos tabiques existentes, recuperação de carpintarias e soalhos, da estrutura secundária da cobertura, prevendo impermeabilização da mesma, bem como reforços pontuais de padieiras, execução de instalações sanitárias, de um elevador no interior, e ainda estacionamento no terreiro exterior.”
Fonte: “afaplan.com”

O Instituto Geofísico da Serra do Pilar em obras

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