No Porto, sempre existiram áreas e zonas que são afectas a
determinadas actividades ou mesmo que encerram e são características de
determinados comportamentos.
Assim, sabemos que, por exemplo, na Rua das Flores o correr
de casas, a norte, sempre comportou as lojas de ourives e relojoarias, e as do
correr, a sul, os armazenistas e lojas de secos e molhados.
Por outro lado, a Rua dos Clérigos (observando o sentido
ascendente) caracterizou-se desde sempre por comportar, à direita, as lojas
mais finas apontadas ao consumo da burguesia e, do lado esquerdo, as do
povo, alvo dos visitantes das redondezas que se dedicavam à agricultura.
Noutro aspecto, sabe-se que a Praça da Batalha foi desde sempre
a zona onde se concentraram as Pensões e Hotéis, os teatros e os cinemas.
Por sua vez, os cafés sempre se concentraram, de preferência
na Praça Nova (ou Praça D. Pedro ou melhor, Praça da Liberdade) e nas suas
imediações.
Quantos aos comportamentos, que é o que agora nos interessa
focar, o Largo de Santo André, hoje, Praça dos Poveiros, foi sempre a zona dos
restaurantes abertos durante toda a noite.
Um deles, que já não existe nos nossos dias, era o Restaurante
Transmontano que fazia parte de uma pequena lista de locais de fim de pândega. Hoje, tem no seu lugar o "ÉLEBÊ".
Publicidade ao Restaurante Transmontano, em 14 Março de 1931
- In Pirolito
Restaurante “Élebê” na Rua de Santo Ildefonso
Tendo atravessado o século XX e entrado no XXI, o
“Transmontano” sempre foi conhecido, sobretudo, por aquela característica,
rivalizando, nesse aspecto, com um outro sito na Rua do Bonjardim, em pleno
Largo Tito Fontes – “O Ginjal”.
Este abriu portas em 1948 pela mão da família Ramos e, hoje,
tem um horário de funcionamento de restaurante normal.
Na esquina está o “Ginjal”, actualmente – Fonte: Google maps
E, dentro da óptica de exaltação da proximidade, já no fim
dos anos 60, do século passado, surgiria a
uma vintena de metros do Largo Tito Fontes, na Rua de Gonçalo Cristovão, um outro
restaurante com o objectivo de servir a clientela noctívega – o “BIG BEN”.
Por esta ordem de ideias, o “Restaurante Marujo” também
esteve pelo Largo de Santo André, cerca de 1900.
Disso nos dá conta Arnaldo Leite na sua obra O “Porto 1900”
em que, numa passagem dela, nos faz referência a uma figura típica da cidade
daqueles tempos – o Jaime.
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