Nascido na Baía, António
Rigaud Nogueira (5 Fev 1861 -12 de Jan de1932) era filho de Francisco
Rodrigues Nogueira e de Anna Eliza Rigaud.
Estudou e formou-se na “Academia Polytéchnica do Porto”, constando
como um dos alunos ali matriculados no ano lectivo de 1880/81.
Em 1848, Francisco Rodrigues Nogueira era, juntamente com
seu outro irmão, comerciante na cidade da Baía.
Em 1864, regressaria ao Porto, para substituir um outro
irmão, de nome João, que cuidava do negócio herdado dos pais, já falecidos.
Solteiro, Francisco Nogueira (1820-1902) acabaria por
perfilhar os filhos Francisco e António por escritura de 10 de Fevereiro de 1876.
Francisco Rigaud (filho) voltará para o Brasil em 1881 com a
sua família e torna-se funcionário de “Estrada de Ferro do Rio de Janeiro”.
António Rigaud Nogueira continua no Porto e concluiu a licenciatura
como Engenheiro Civil, em 2 de Agosto de 1889 e viria, desde então, a ser o
continuador do legado deixado pelo engenheiro António Silva, no que aos
projectos de palacetes, dizia respeito.
Após ter-se formado, o jovem engenheiro passa a
colaborar com o pai na administração de seu principal negócio que, como
capitalista, havia-se dedicado à construção de residências para arrendamento.
Virá a exercer também a docência na Academia Politécnica do
Porto e continuará, após 1910, ligado à Escola de Engenharia, anexa à Faculdade
de Ciências da nova Universidade.
Convicto republicano, concorrerá ao concurso nacional para a
execução da bandeira nacional portuguesa, em 1910, na sequência da proclamação
e implantação da República.
Entre outras, a sua proposta, foi mencionada como sendo,
do "arquiteto A. Rigaud Nogueira".
Proposta de Rigaud Nogueira para a bandeira portuguesa
Duas casas na Avenida da Boavista, nº 911, com projecto
(1898/1901) de António Rigaud Nogueira
– Fonte: Google maps
O prédio à esquerda (atrás da paragem do autocarro) teria
sido residência de Francisco Rodrigues Nogueira.
Residência de Francisco Rodrigues Nogueira – Ed. Graça
Correia
Duas casas na Avenida da Boavista, nº 1083, com projecto
(1901) de António Rigaud Nogueira – Ed.
Graça Correia
O Palacete do
Bonjardim viria a ser a sua obra mais conhecida e apreciada pelos portuenses e
pelos “experts” da área da arquitectura.
A licença para a sua
construção é solicitada em 1906, e o resultado final é o levantamento de um
chalet, na senda dos concebidos pelo engenheiro António Silva.
“Palacete do
Bonjardim” - Imagem extraída do livro de Domingos Tavares,
“Transformações na Arquitectura Portuense”
Rua de Santa
Catarina, nº 1316, outro palacete projectado por Rigaud Nogueira – Ed. Graça
Correia
Dois blocos residenciais,
para arrendamento, da autoria de Francisco Nogueira, na Rua de Álvares Cabral
nºs 259 e 263
Avenida da Boavista, nº 1065, projecto de António Rigaud
Nogueira – Ed. Graça Correia
Na casa da foto acima, viveu e morreu António Rigaud
Nogueira, sendo que, em 1930, ocasião em que lavrou o seu testamento, essa era
a sua residência.
Avenida da Boavista, nº 1065, moradia onde viveu António
Rigaud Nogueira, antes do levantamento de uma nova e actual edificação, à
esquerda
José Rodrigues Cardoso, em 1910, manda construir um prédio
na Rua de Sá da Bandeira, 393-401, com projecto de Rigaud Nogueira.
Rua de Sá da Bandeira, 393-401 – Fonte: Google maps
Rua de Santa Catarina nº 1432 – Ed. Graça Correia
O edificado representado na foto acima faz adivinhar o traço
de António Rigaud Nogueira.
Actualmente, na casa da direita, com entrada para veículos,
funciona o Hotel Costa do Sol.
Cortesia Marco Nogueira
Em, 27 de Setembro de 1928, o professor e engenheiro António Rigaud Nogueira, visitou o
Brasil com uma delegação da Universidade do Porto.
Diz claramente esse artigo:
"O excursionista Rigaud Nogueira é engenheiro civil
e arquiteto brasileiro. Ausente do Brasil há longos anos, ocupa o cargo de
professor contratado (Na Universidade do Porto). Esse nosso distinto
patrício, que nasceu na Bahia, tem publicações de verdadeiro
mérito."
“Aí está. Não apenas
brasileiro, engenheiro civil, arquiteto e professor, mas, pormenor não menos
importante, agora o sabemos baiano”.
Cortesia Marcos Nogueira
Notícia da chegada ao Rio de Janeiro de António Rigaud
Nogueira em 1828 – Cortesia Marcos Nogueira
Notícia da partida do Brasil de António Rigaud Nogueira em
1928 – Cortesia Marcos Nogueira
O único filho de António Rigaud Nogueira, de seu nome
Fernando da Silva Rigaud Nogueira, nascido em 2 de Fevereiro de 1892, na
freguesia da Vitória, ter-se-á dedicado à composição musical e adquirido em 28
de Maio de 1910, a nacionalidade Brasileira.
Estou contente por ter sido a fonte para a publicação desse tema que tornará ainda mais conhecido a António Rigaud Nogueira, um membro de minha família Nogueira do Brasil.
ResponderEliminarAproveito para lhe agradecer pessoalmente a oportunidade que me deu, com as suas investigações, de ter, por certo, possibilitado, que a memória de Rigaud Nogueira e a sua obra, passassem a ser do conhecimento de mais alguns portuenses.
ResponderEliminarEspero poder, no futuro, contar com as suas visitas a este blogue que construo com todo o prazer.
Cumprimentos.
Gostei de alargar o meu conhecimento sobre António Rigaud Nogueira,autor do projeto do belo Palacete do Bonjardim,local onde iniciei a minha actividade profissional em Fevereiro de 1970,no então Dispensario de Higiene Mental/Instituto de Assistência Psiquiátrica da Zona Norte ,Muito obrigada pela investigação.Maria Cristina M.Gonçalves 1 de Abril de2021
ResponderEliminarMuito obrigado pelas amavéis palavras. Espero que continue a seguir o blogue.
ResponderEliminarCumprimentos
Américo Conceição