segunda-feira, 1 de julho de 2019

25.55 O engenheiro do Porto, Baiano por nascimento


Nascido na Baía, António Rigaud Nogueira (5 Fev 1861 -12 de Jan de1932) era filho de Francisco Rodrigues Nogueira e de Anna Eliza Rigaud. 
Estudou e formou-se na “Academia Polytéchnica do Porto”, constando como um dos alunos ali matriculados no ano lectivo de 1880/81.
Em 1848, Francisco Rodrigues Nogueira era, juntamente com seu outro irmão, comerciante na cidade da Baía.
Em 1864, regressaria ao Porto, para substituir um outro irmão, de nome João, que cuidava do negócio herdado dos pais, já falecidos.
Solteiro, Francisco Nogueira (1820-1902) acabaria por perfilhar os filhos Francisco e António por escritura de 10 de Fevereiro de 1876.
Francisco Rigaud (filho) voltará para o Brasil em 1881 com a sua família e torna-se funcionário de “Estrada de Ferro do Rio de Janeiro”.
António Rigaud Nogueira continua no Porto e concluiu a licenciatura como Engenheiro Civil, em 2 de Agosto de 1889 e viria, desde então, a ser o continuador do legado deixado pelo engenheiro António Silva, no que aos projectos de palacetes, dizia respeito.
Após ter-se formado, o jovem engenheiro passa a colaborar com o pai na administração de seu principal negócio que, como capitalista, havia-se dedicado à construção de residências para arrendamento.
Virá a exercer também a docência na Academia Politécnica do Porto e continuará, após 1910, ligado à Escola de Engenharia, anexa à Faculdade de Ciências da nova Universidade.
Convicto republicano, concorrerá ao concurso nacional para a execução da bandeira nacional portuguesa, em 1910, na sequência da proclamação e implantação da República.
Entre outras, a sua proposta, foi mencionada como sendo, do "arquiteto A. Rigaud Nogueira".



Proposta de Rigaud Nogueira para a bandeira portuguesa




Duas casas na Avenida da Boavista, nº 911, com projecto (1898/1901) de António Rigaud Nogueira – Fonte: Google maps



O prédio à esquerda (atrás da paragem do autocarro) teria sido residência de Francisco Rodrigues Nogueira.



Residência de Francisco Rodrigues Nogueira – Ed. Graça Correia



Duas casas na Avenida da Boavista, nº 1083, com projecto (1901) de António Rigaud Nogueira – Ed. Graça Correia



O Palacete do Bonjardim viria a ser a sua obra mais conhecida e apreciada pelos portuenses e pelos “experts” da área da arquitectura.
A licença para a sua construção é solicitada em 1906, e o resultado final é o levantamento de um chalet, na senda dos concebidos pelo engenheiro António Silva.



“Palacete do Bonjardim” - Imagem extraída do livro de Domingos Tavares, “Transformações na Arquitectura Portuense”



Rua de Santa Catarina, nº 1316, outro palacete projectado por Rigaud Nogueira – Ed. Graça Correia





Dois blocos residenciais, para arrendamento, da autoria de Francisco Nogueira, na Rua de Álvares Cabral nºs 259 e 263




Avenida da Boavista, nº 1065, projecto de António Rigaud Nogueira – Ed. Graça Correia



Na casa da foto acima, viveu e morreu António Rigaud Nogueira, sendo que, em 1930, ocasião em que lavrou o seu testamento, essa era a sua residência.



Avenida da Boavista, nº 1065, moradia onde viveu António Rigaud Nogueira, antes do levantamento de uma nova e actual edificação, à esquerda



José Rodrigues Cardoso, em 1910, manda construir um prédio na Rua de Sá da Bandeira, 393-401, com projecto de Rigaud Nogueira.



Rua de Sá da Bandeira, 393-401 – Fonte: Google maps




Rua de Santa Catarina nº 1432 – Ed. Graça Correia



O edificado representado na foto acima faz adivinhar o traço de António Rigaud Nogueira.
Actualmente, na casa da direita, com entrada para veículos, funciona o Hotel Costa do Sol.



Cortesia Marco Nogueira



Em, 27 de Setembro de 1928, o professor e engenheiro António Rigaud Nogueira, visitou o Brasil com uma delegação da Universidade do Porto.


Diz claramente esse artigo: 
"O excursionista Rigaud Nogueira é engenheiro civil e arquiteto brasileiro. Ausente do Brasil há longos anos, ocupa o cargo de professor contratado (Na Universidade do Porto). Esse nosso distinto patrício, que nasceu na Bahia, tem publicações de verdadeiro mérito."
   

“Aí está. Não apenas brasileiro, engenheiro civil, arquiteto e professor, mas, pormenor não menos importante, agora o sabemos baiano”.
Cortesia Marcos Nogueira



Notícia da chegada ao Rio de Janeiro de António Rigaud Nogueira em 1828 – Cortesia Marcos Nogueira




Notícia da partida do Brasil de António Rigaud Nogueira em 1928 – Cortesia Marcos Nogueira



O único filho de António Rigaud Nogueira, de seu nome Fernando da Silva Rigaud Nogueira, nascido em 2 de Fevereiro de 1892, na freguesia da Vitória, ter-se-á dedicado à composição musical e adquirido em 28 de Maio de 1910, a nacionalidade Brasileira.

4 comentários:

  1. Estou contente por ter sido a fonte para a publicação desse tema que tornará ainda mais conhecido a António Rigaud Nogueira, um membro de minha família Nogueira do Brasil.

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  2. Aproveito para lhe agradecer pessoalmente a oportunidade que me deu, com as suas investigações, de ter, por certo, possibilitado, que a memória de Rigaud Nogueira e a sua obra, passassem a ser do conhecimento de mais alguns portuenses.
    Espero poder, no futuro, contar com as suas visitas a este blogue que construo com todo o prazer.
    Cumprimentos.

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  3. Gostei de alargar o meu conhecimento sobre António Rigaud Nogueira,autor do projeto do belo Palacete do Bonjardim,local onde iniciei a minha actividade profissional em Fevereiro de 1970,no então Dispensario de Higiene Mental/Instituto de Assistência Psiquiátrica da Zona Norte ,Muito obrigada pela investigação.Maria Cristina M.Gonçalves 1 de Abril de2021

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  4. Muito obrigado pelas amavéis palavras. Espero que continue a seguir o blogue.

    Cumprimentos

    Américo Conceição

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