segunda-feira, 15 de julho de 2019

25.57 O Porto teve um Tivoli (Actualização em 29/11/2020 e 17/04/2021)


Poucos portuenses saberão que o Porto já teve o seu Tivoli. Aliás, parece ter tido dois.
Um, na Praça da Alegria e, mais tarde, outro, na Rua Formosa.
Alberto Pimentel na sua obra “O Porto há 30 anos”, fala num Tivoli situado para as bandas da Rua Formosa, onde, em rapaz, teria assistido ao lançamento de um balão.
Essas ascensões aerostáticas ocorreriam nas tardes de Domingo.
Este Tivoli, era propriedade ou, pelo menos, tinha por gerente, Bernardo Morelli Chaves.
Na página 56 da sua obra, dizia, então, Alberto Pimentel:
 
 


 



“Por volta da década de 50 do século XIX existiu, não muito longe do local onde o Jardim Passos Manuel foi construído e localizado nuns terrenos que pertenciam à antiga Quinta das Lamelas e com ligação pelas ruas Formosa e da Alegria, um Teatro denominado Tivoli, sobre o qual encontramos escassas referências mas que, das que existem serviram para aguçar a nossa curiosidade, que foi acentuada por uma alusão encontrada na revista O Tripeiro (Série 1, Ano III, Nº 77, p. 79). Na revista, numa secção onde havia a troca de correspondência entre o público leitor, referem que o Tivoli era perto do Palácio Pereira Machado e que ocupava parte da rua Formosa, da rua de Santo Ildefonso (…) sendo inspirado no Tivoli de Copenhaga, um famoso parque de diversões, considerado um dos mais antigos do mundo.”
Cortesia de Liliana Isabel Sampaio Fortuna Duarte



Pelo texto anterior, poder-se-á concluir que, aquele Tivoli, ocuparia um terreno que, indo da Rua Formosa à Rua de Santo Ildefonso (terrenos da antiga Quinta das Lamelas), corresponderia a uma área separada pelo aparecimento da Rua de Passos Manuel e, mais tarde, ocupada pelo Grémio Recreativo e pelo Jardim Passos Manuel.
Diga-se que, este troço superior da Rua de Passos Manuel, só começaria a ser rasgado em 1881, pelo que, a entrada para o Tivoli, teria que ser feita pela Rua Formosa, como conta Alberto Pimentel.





Anúncio publicado no jornal “O Comércio do Porto” de 22 de Maio de 1858


Alguns meses antes da divulgação do anúncio anterior, temos notícia do Tivoli, num texto de uma carta enviada, em 4 de Agosto de 1857, pelo balonista Eugène Poitevin a um jornal e transcrita e publicada, em 18 de Setembro de 1857, no jornal “Correio Mercantil” do Rio de Janeiro. Aí, o balonista dá conta de que subiu aos ares no Tivoli, no Domingo, 2 de Agosto.







Sobre este Tivoli, em Agosto de 1910, a revista “O Tripeiro”, anteriormente referida, dava conta das lembranças de alguns dos seus leitores, de que a seguir se dá nota.


 


 
 




Um outro local de divertimento do género, denominado “Tivoli Portuense”, esteve situado, uns anos antes, nos terrenos que acabaram por ser jardins do “Palacete Braguinha”, com uma das serventias a fazer-se pelo Largo de S. Vítor (Praça da Alegria).
Sobre este Tivoli, aberto em 1839, noticiava o jornal "Periódico dos Pobres" naquele ano da sua inauguração, no dia 12 de Agosto (2ª Feira):


“Tivoli Portuense: Quinta 15 estará aberto, além dos jogos do costume haverá um novo denominado Serpentes Boas.”

 
E alguns meses depois anunciava-se:
 
 
“O Tivoli Portuense informa que estará aberto, amanhã, Domingo, prevenindo o respeitável público que a Montanha Russa foi aumentada em 130 palmos.”
In jornal “Periódico dos Pobres no Porto”, 18 Abr.1840, p. 416



Entretanto, Joaquim Ferreira Moutinho no seu livro “A Creche”(1884), faz alusão a este Tivoli, com uma chamada à sua memória, do seguinte modo:

 

 



 
Há a informação de que, em 1849, o Tivoli da Praça de S. Vítor já não existiria de acordo com a notícia seguinte:


"Antigo Tivoli: M. Menay anuncia a função no domingo no sítio onde esteve o antigo Tivoli, com entrada pela praça S. Vítor. O divertimento consistirá em física, deslocação, pantomina, ascensão por uma corda, etc."
“Periódico dos Pobres”, de 15 Jun.1849, p. 557 – 6ª Feira

 
O jornal “O Porto e a Carta” de 16 de Maio de 1859, dava conta de uma ascensão aerostática no Tivoli, da companhia de Salvador Siciliani, realizada na véspera, tendo-se o aeróstato despenhado num telhado duma casa da Praça da Alegria, após breve voo.
O espectáculo da ascensão de balões continuou por muitos anos e, um deles, entre muitos outros que foram notícia, envolveu a primeira subida aos céus do Balão “Liberal” que, sob o comando do cigarreiro Francisco de Carvalho, a 14 de Outubro de 1906, partindo da Praça da Alegria, subiu 300 metros e foi estatelar-se no lugar de Azevedo de Campanhã.






Grémio Recreativo e Salão Jardim Passos Manuel


Em 1875, seria rasgada a Rua de Passos Manuel, cujo primeiro troço foi aberto entre as ruas de Sá da Bandeira e Santa Catarina.
O segundo troço, entre as ruas de Santa Catarina e o Largo de Santo André, foi começado a abrir, em 1881.
Já em pleno século XX, por aqui, iriam surgir o Grémio Recreativo, o Salão-Jardim Passos Manuel, o Teatro Cinema Olympia e o Coliseu do Porto.


“Em 1903 surge a primeira referência a um novo estabelecimento denominado Grémio Recreativo que se situava entre o nº 2 da Praça da Batalha e o nº 176 da rua de Passos Manuel. A referência mais antiga que encontramos foi uma licença de espetáculo de junho de 1903 requerida por Manuel Monteiro de Souza para dar espetáculos de canto, declamação, concertos musicais e outros divertimentos próprios de café-concerto ao ar livre, nos jardins da sua casa. No ano seguinte, surge um auto de vistoria de 9 de julho de 1904, feito ao palco-coreto do Grémio Recreativo. Por este documento ficamos a saber que este teria entrada pelo nº 2 da Praça da Batalha e pela rua de Passos Manuel, sendo o seu proprietário Manuel Monteiro de Souza. Na descrição percebemos que este encontrava-se por detrás da Igreja de Sto. Ildefonso. Em abril de 1907 surge nesse lugar um cinematógrafo com o nome de Salão Popular que funcionaria até março de 1908. Em agosto de 1909 começa a surgir nos periódicos, publicidades referentes a um Circo de Variedades naquela rua que, pelas licenças de espetáculos, percebe-se que seriam no antigo Grémio Recreativo mas a sua inauguração só se concretizou em abril do ano seguinte. Em 1911 ele é denominado como Novo Teatro-Circo de Variedades e no ano seguinte o seu nome é alterado para Colyseu de Variedades. Este espaço terá funcionado consistentemente até finais da década de 10 e, a partir daí, ficamos alguns anos sem informação até que em 1934 surge novamente referência a ele como «Circo de Variedades da Empresa António Castro, onde estiveram as encomendas postais». Não sabemos até quando terá funcionado um cinematógrafo no local já que na maior parte das referências apenas nos dizem que havia espetáculos de variedades. Sabe-se que naquele local foi construído no final da década de 30, a partir do ano de 1937, a Garagem Passos Manuel, que seria propriedade de Rocha Brito e das irmãs Chambers”.
Com a devida vénia a Liliana Isabel Sampaio Fortuna Duarte, In Mestrado em História da Arte Portuguesa (Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Departamento de Ciências e Técnicas do Património, Setembro de 2017


Área ocupada pelo Grémio Recreativo – Fonte: Planta de Telles Ferreira de 1892


Na planta acima, é possível localizar o Grémio Recreativo, entre a Rua de Passos Manuel e a igreja de Santo Ildefonso, em local, mais tarde, ocupado pela Garagem Passos Manuel.
Em Abril de 1907, pela mão de António Hipólito d’Aguiar, surgirá um barracão, nos jardins do Grémio Recreativo, onde funcionará um cinematógrafo, denominado – Salão Popular.


Pelo canto, à esquerda (ao lado da igreja de Santo Ildefonso), se fazia a entrada, pela Praça da Batalha, para o Grémio Recreativo



Peça de processo de licenciamento de um barracão, para funcionamento de um cinematógrafo (Salão Popular), aprovado pela CMP, em 27 de Abril de 1907


Publicidade na qual é mencionado o Salão do Grémio Recreativo, no jornal "A Voz Pública" de 11 de Abril de 1907





Publicidade ao Novo Teatro-Circo Variedades, em 1911, funcionando no Grémio Recreativo


Em Março de 1908, mais concretamente, no dia 25, houve um Comício do Partido Republicano, no Porto, que aparece frequentemente associado ao Jardim Passos Manuel, o que não é verdade.


Comício Republicano realizado em 25 de Março de 1908, no Grémio Recreativo (O Jardim Passos Manuel, na foto, tinha sido inaugurado, há uma semana) – Fonte: “Illustração Portuguesa” (06/04/1908); Cliché de Carlos Pereira Cardoso



Acima, observa-se uma força de infantaria da Guarda Municipal do Porto, em formação, e o desfazer do comício.
É frequente referir, como local da realização daquele comício, o Jardim Passos Manuel, o que o texto de um artigo alusivo ao facto, publicado na revista Illustração Portuguesa, de 6 de Abril de 1908, desmente, e as conclusões de Liliana Isabel Sampaio Fortuna Duarte, na sua tese de mestrado, confirmam. O comício realizou-se, sim, no Grémio Recreativo.
Quanto aos antecedentes do Jardim Passos Manuel, inaugurado em 17 de Março de 1908, para a imprensa e, no dia seguinte, para o público, não há certezas sobre qual o seu embrião.
À data, estava em moda o lançamento de cinematógrafos e, pode ter sido, esse, o caso a que alude um documento, datado de 24 de Agosto de 1907, onde é feito um pedido de vistoria aos terrenos que ficam por detrás da fotografia Alvão, pois, o requerente Alberto Joaquim, pretendia ali construir um cinematógrafo.
Em janeiro de 1908 um artigo no jornal “O Comércio do Porto” dava conta, de que a construção, do que viria a ser o Jardim Passos Manuel, estava em marcha.

“N’um vasto terreno da rua de Passos Manuel está sendo construído um amphiteatro, medindo 10 metros de raio e 20 de diâmetro e para as galerias do qual dão ingresso duas amplas escadas lateraes, sendo aquellas formadas por pilastras, columnas e balaustres, imitando granito
e mármore, e a cornija revestida de azulejos (arte nova).
Ao centro do amphiteatro ficará uma fonte luminosa, encimada por elegante torre, d’onde um holophote, collocado n’uma altura de 12 metros acima do sólo, projectará luz a grande distancia. Por debaixo d’essa fonte será formado um pequeno lago.
A galeria do lado esquerdo dá entrada para o jardim e a do lado direito também para aquelle recinto e para um grande salão...”
In jornal “O Comércio do Porto” de 28 de Janeiro de 1908


A 17 de Março de 1908, era então inaugurado o espaço de diversão que, durante as próximas décadas, seria uma referência na cidade do Porto

“O publico, que enchia literalmente o salão, aplaudiu enthusiasmado vários dos quadros apresentados. Não podia, pois, ser mais auspiciosa a experiencia.”
In jornal “O Comércio do Porto” de 18 de Março de 1908 – 4ª Feira


Luiz Alberto de Faria Guimarães surge, em Maio de 1908, em requerimento de pedido de licenciamento para construção de uma bilheteira (Licença de obra nº: 385/1908), como proprietário do Jardim Passos Manuel.
Nos anos seguintes, os melhoramentos e os sucessos sucederam-se, até que surgiria uma outra sala icónica para os portuenses – O Coliseu do Porto.


“A partir de 1911 e, provavelmente, com o constante aumento do público e de forma a visar a comodidade do mesmo, a empresa que o geria sentiu necessidade de o expandir e, a partir daí, aparecem associadas ao Jardim Passos Manuel as seguintes dependências: uma bilheteira voltada para a rua Formosa; a criação de mais dois palcos-coreto, um próximo do salão de inverno/hall e o outro construído também para os lados das casas da rua Formosa; os camarins que ficavam ao lado poente do salão teatro/cinematográfico; a casa das máquinas, construída próximo dos terrenos adjacentes às casas da rua de Sta. Catarina; o ringue de patinagem/salão de festas que, até aos nossos dias, se encontra atrás do Olympia; a escola de tiro que se localizaria imediatamente ao lado da casa das máquinas; um novo WC, construído próximo dos terrenos das casas da
rua de Sta. Catarina; a tipografia, os escritórios e o Club Português que se encontravam também, para os lados da rua Formosa; um pequeno teatro no jardim; um chalet, que foi construído mais tarde no lugar da escola de tiro e, por fim, uma sala de espelhos, sobre a qual não temos praticamente nenhuma informação”.
Com a devida vénia a Liliana Isabel Sampaio Fortuna Duarte, In Mestrado em História da Arte Portuguesa (Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Departamento de Ciências e Técnicas do Património, Setembro de 2017)



Pavilhão da Escola de Tiro pertencente ao "Jardim Passos Manuel", em 1923 – Ed. Foto Guedes


Entre muitas outras diversões, uma das mais famosas, era denominada de “Pim Pam Pum”, nome que era dado, naquela época, a todas as actividades relacionadas com jogos de perícia, pontaria ou força, tais como aqueles jogos, que ainda hoje se encontram nas barracas das feiras populares.
A Escola de Tiro, em 1923, seria alvo duma intervenção e apareceria como a “Nova Escola de Tiro” (junto da nova Casa das Máquinas) e, antes (1910), teria estado ao lado do palco-coreto.


Lago e Gruta do Jardim Passos Manuel (1914) – Fotograma extraído de filme da Cinemateca Portuguesa, O debute de um patinador”, realizado pela Invicta Film


No fotograma acima, um dos figurantes acaba por cair ao lago.




Ringue de Patinagem do Jardim Passos Manuel (1914) – Fotograma extraído de filme da Cinemateca Portuguesa, O debute de um patinador”, realizado pela Invicta Film


Central Eléctrica do Jardim Passos Manuel (1923) – Fonte: “gisaweb”


Hall de entrada no Salão Jardim Passos Manuel


Aspecto do Salão de Festas, Sala de Concertos e Teatro – Ed. Alvão



Aspecto do Salão de Festas, Sala de Concertos e Teatro


Pátio do Jardim Passos Manuel


Vista geral da fachada principal do "Jardim Passos Manuel", voltada para a Rua de Passos Manuel, 1923 – Ed. Foto Guedes




A parceria entre o Jardim Passos Manuel e a produtora cinematográfica “Invicta Film”


Num campo entre o Castelo do Queijo e o final da Estrada da Circunvalação, coincidente com terrenos hoje pertencentes ao Parque da Cidade e devidamente vedado (nele, só se podia entrar mediante o pagamento de 200 réis que revertiam a favor da organização do evento) decorreriam, em Setembro de 1912, várias demonstrações de voos em aeronaves, às quais assistiram, na primeira sessão, cerca de 60 000 pessoas, que se deliciaram com os voos dos consagrados pilotos aviadores franceses Leopold Trescartes, Isidore Auguste Marie Louis Paulhan (Pézenas, 19/07/1883 - Saint-Jean-de-Luz, 10/02/1963) e Roland Garros (Saint-Denis, Reunião, 06/10/1888 - Ardenas, 05/10/1918).
O Jornal de Notícias foi um dos que registaram, aquele que estava anunciado como o primeiro voo de avião, em Portugal, feito a partir de um aeródromo improvisado junto ao Castelo do Queijo, no Sábado 7 de Setembro de 1912.
Pretendiam aqueles voos de demonstração, angariar dinheiro para a construção da obra social das “Creches do Comércio do Porto", o que refira-se, desde já, foi um êxito.
Foi o industrial e proprietário António da Silva Marinho, em 1909, residente na Rua da Piedade e, em 1920, na Rua da Índia, que adquiriu o aparelho, em Paris.
Um MF-4, construído pelo francês Maurice Farman, o qual seria, depois de transportado por barco, desembarcado em Leixões.
Tratava-se de um biplano militar de reconhecimento aéreo.
Entre 7 e 15 de Setembro de 1912, no Porto, o piloto francês Leopold Trescartes, sempre acompanhado pelo mecânico montador M. Bouvier, efectuou diversos voos naquele avião, após ter estado desde o dia 1 de Setembro, em exposição, na nave central do Palácio de Cristal.


Maurice Farman 4 (MF 4 -1) em exposição no Palácio de Cristal


Realizaram-se 12 espectáculos até ao dia 15.
Assistiram mais de 60.000 pessoas ao primeiro voo no campo do Castelo do Queijo. O aeroplano fez evoluções sobre a cidade do Porto, Foz e Matosinhos, chegando a elevar-se a 300 metros de altura.
As imagens do histórico evento ficaram registadas, em filme realizado pela Invicta Film, o qual se encontra, hoje, nos arquivos da Cinemateca Portuguesa com o título “1ª SEMANA DE AVIAÇÃO”.


Maurice Farman 4 (MF 4 -1) voando sobre o Porto


“O aparelho ficou em exposição na nave central do Palácio de Cristal. A concorrência foi muito numerosa, pois a receita proveniente da venda de bilhetes e diversos emblemas atingiu a bonita cifra de 625$165 reis. A angariação dos fundos destinava-se à creche Comércio do Porto. A subida do avião ia ser feita no terreno em frente ao Castelo do Queijo entre a estrada da Circunvalação e a estação transformadora que a Cª. Carris ali possuía… O único automóvel de aluguer que então existia no Porto também não ficou inactivo, fazendo frequentes carreiras. Calculou-se em 60.000 o número de pessoas que no local se juntaram… Perante aquele público, verdadeiramente emocionado, o aparelho descolou lentamente às quatro e meia da tarde, para realizar o seu primeiro voo; ergueu-se até à altura de 250 metros evolucionando sobre a Foz e Matosinhos. Às cinco horas realizou-se então o chamado voo oficial… depois de subir à altura de 300 metros seguiu em direcção ao Porto, à velocidade horária de 90 Kms, passando por cima do Rio Douro, Praça da Liberdade, Marquês de Pombal e Torre dos Clérigos. Tinha permanecido 16 minutos no ar… o aparelho seguiu depois para Lisboa… o Porto pode ufanamente orgulhar-se de ter sido a primeira terra do país donde descolou um avião.” 
O brigadeiro Luís Nunes da Ponte, In "Recordando o Velho Porto" (1949);
Cortesia de Rui Cunha do “portoarc.blogspot.com”




Na Rua Oliveira Monteiro existiu um “Hipódromo- aeródromo”


No mês seguinte, o Porto voltaria a assistir a mais algumas evoluções aéreas que ficaram também registadas em filme.


“A partir de 11 de Outubro, no Porto, num hipódromo que existia então na rua Oliveira Monteiro, iniciaram-se uma série de voos num aparelho «Borel», aos comandos de um piloto francês de seu nome Poumet.

Cortesia de “portadembarque04.blogspot.com”


O produtor portuense Alfredo Nunes de Matos tinha a sede de uma modesta empresa, fundada em 1910, no nº 135 da Rua de Santo Ildefonso, no Porto.
Em 1912 muda-se para uma dependência do Jardim Passos Manuel, dando à firma o nome de "Nunes de Matos & Cia – (Invicta Film)".
Um trecho publicitário do jornal “O Comércio do Porto” de 17 de Outubro de 1912, dava conta da exibição, no cinematógrafo do Jardim Passos Manuel, de um filme/documentário intitulado: “Aviação e corridas de cavallos no aerodromo-hippodromo Oliveira Monteiro”.
Registe-se, então, que entre a Rua Oliveira Monteiro e a Avenida de França existia, em 1912, um hipódromo que, por vezes, serviu de aeródromo para exibição de acrobacias aéreas.
 
 
 
 

Local da futura confluência da Avenida de França com a Rua da Constituição, em 1966. Por aqui, muitos anos antes, na área antes da linha do horizonte, existiu um pequeno aeródromo


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